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Efigênia OliveiraEfigênia Oliveira | ambiente_educar@hotmail.com

 

Crescente número de mães sofre infinitas vezes, vendo o filho caído na teia da violência que arrebata jovens vidas para situações infelizes.

 

Homenagem às Mães deve ser todos os dias, mas o segundo domingo de maio convida a refletir sobre a incumbência natural de quem traz à luz a continuidade da espécie. Não seria demais dizer que mães de todas as espécies merecem respeito e consideração por igual motivo das mães humanas. Elas passam, também, pelos processos de concepção, gestação, parição e amamentação, após o que, a mamãe-bicho se desincumbe dos cuidados com o filho.

A mãe humana, porém, sente a verdade de que filho é para sempre, e que chegado à vida adulta encarna ele o velho adágio: filho criado, trabalho dobrado. É a vez da preocupação. Emancipado, o ser incondicionalmente amado é um pedaço da mãe, com liberdade para fazer o que quiser, sem pedir licença e consentimento.

Nesses tempos em que os perigos se acentuam, a mãe vê o filho emancipar-se sem a devida maturidade para lidar com os desafios que o meio impõe. Iludidos por companhias, também pueris, ou mal intencionadas, ou ainda por campanhas midiáticas que cobram dos adolescentes atitudes para as quais muitos ainda não estão preparados, eles acreditam em qualquer caminho apontado. Com o senso crítico em formação, o filho precisa conduzir-se com autonomia, frequentemente confundida com liberdade.

Crescente número de mães sofre infinitas vezes, vendo o filho caído na teia da violência que arrebata jovens vidas para situações infelizes. Meninos e meninas têm corriqueiramente aparecido sem vida, ou aguardando que a mãe junte os cacos do que deles restam nas prisões, nas gangues de rua, ou fugindo de ex-amigos, fatos extremos que afetam profundamente a mãe, seja o filho vítima ou algoz. Sacrifícios para o coração materno, os maus tratos praticados por filhos, segundo os noticiários, dentro dos lares acontecem com mais frequência do que se imagina.

Atrás do glamour que o capitalismo agregou ao dia das mães, e das selfies com legenda declarando amor eterno, estão mães alquebradas pelos rigores do trabalho pesado para manter a prole dignamente alimentada e apresentada. Crescidos os filhos, muitos deles obrigam-nas a dispenderem recursos financeiros, emocionais e temporais, sacrificadamente adquiridos, em favor de netos e bisnetos, negligenciados por eles, que às mães encarregam compulsoriamente a criação de suas produções, o que elas fazem com compaixão e desvelo. E não é raro, avós com esta responsabilidade.

Labutas e renúncias não as livram, contudo, de impiedoso cárcere, quando o filho deixa de pagar pensão ao filho que gerou, sem consultar a mãe sobre sua vontade e condição de assumir uma dívida que não é sua. Diante de leis incentivadoras da irresponsabilidade e da desumanidade, que zeram o direito de mães constrangidas por fardos que não encomendaram, assiste omissa a sociedade, a mais essa violência.

Injustiça e desprezo atacam diretamente os direitos da pessoa idosa, que inocente do fato de que é acusada, clama que todos exijam veementemente: Respeitem as Mães!

Efigênia Oliveira é mestra em Educação Holística.

3 respostas

  1. Concordo plenamente com o texto. Não devemos assumir compromisso financeiro de pessoas que não nos foi consultados cuidar ou não.
    E essas moças irresponsáveis que engravidam sem perguntar ao homem se eles querem ser pais. De uma hora para outra eles se veem obrigados a cuidar de uma pessoa que nunca tinham desejado naquele momento. Essas leis deveriam sofrer mudança.

  2. Desrespeitar mãe (e pais) é inadmissível e, para mim, equivale a desrespeitar Deus. Então é um crime contra si mesmo. Portanto, imbecilidade.

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