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Autoridades e personalidades baianas participaram de ato de tombamento (Foto Divulgação).
Autoridades e personalidades baianas participaram de ato de tombamento (Foto Divulgação).

O presidente da Assembleia Legislativa da Bahia, Marcelo Nilo, definiu como um marco na história cultural do Estado a assinatura da notificação do tombamento dos documentos da Revolta dos Búzios. Os papéis pertencem ao Arquivo Público da Bahia e completam 271 anos. “Não existe política sem cultura e nem cultura sem história. Esse ato é uma oportunidade de resgatarmos o papel desses heróis, que são símbolos da nossa história e que não foram reconhecidos nacionalmente”, declarou Marcelo Nilo.

Segundo o presidente do legislativo estadual, o tombamento representa a valorização e defesa da cultura do Estado. A iniciativa é uma articulação conjunta feita pelas principais entidades culturais da Bahia, em parceria com o Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC) e Fundação Pedro Calmon (FPC), unidades da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (SecultBA), responsável pela salvaguarda estadual dos bens culturais baianos.

Após as pesquisas, o dossiê é enviado ao Conselho de Cultura, ao secretário de Cultura que o encaminha para deliberação do governador do Estado e publicação de decreto no Diário Oficial. “Essa demanda terá uma repercussão histórica para a Bahia”, disse o diretor do IPAC, João Carlos de Oliveira.

A possibilidade do tombamento surgiu a partir da repercussão da aprovação, no último dia 16, do Projeto de Resolução 2.422/2016, de autoria da deputada Fabíola Mansur, que cria o ‘Memorial Revolta dos Búzios na Assembleia Legislativa. A repercussão foi positiva ao ponto de os representantes de grupos ligados à cultura baiana, se unirem às autoridades políticas e solicitarem o pedido de tombamento da documentação.

Segundo o projeto, será criado um espaço para celebração, visitação, registro e guarda de documentos, manuscritos e audiovisuais, relativos ao movimento social e político que culminaram com o assassinato dos heróis: João de Deus, Lucas Dantas, Manoel Faustino e Luiz Gonzaga.

“Esse momento é marcante em meio a tanta violência e desrespeito no nosso país. Queremos que essa reverência à Revolta e a seus heróis sirvam de exemplo, assim como o Agosto da Igualdade, para outras ações como esta”, explicou a deputada Fabíola Mansur. A deputada lembrou que tanto o ato da assinatura, quanto a criação do Memorial tiveram início, a partir de uma primeira conversa no gabinete do presidente Marcelo Nilo, que segundo a parlamentar, “foi sensível ao entender a necessidade de celeridade no andamento dos projetos sugeridos”, concluiu Fabíola. A deputada leu ainda uma carta enviada pela senadora Lídice da Mata, congratulando os envolvidos com a iniciativa.

O Termo de Tombamento dos documentos da Revolta dos Búzios e também dos AUTOS DA DEVASSA, serão encaminhados a UNESCO, para que tais documentos possam ser tratados e tombados internacionalmente, colocando assim essas iniciais ações como marco do reconhecimento público destes heróis brasileiros.

A REVOLTA

A Revolta dos Búzios, conhecida também como Conjuração baiana ou Revolta dos Alfaiates (pois existiam esses profissionais entre os revoltosos), ocorreu entre agosto de 1798 e novembro de 1799 na Bahia. Segundo especialistas do tema, apesar de ter acontecido em Salvador, a revolta tem abrangência histórico-simbólica nacional e até internacional. O IPAC já fez tombamentos similares quando da notificação do prédio e de todo o acervo do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (IGHB).

A revolta teve caráter emancipatório e foi considerada uma iniciativa radical, já que tinha proposta de igualdade e democracia para toda a sociedade da época. A política colonial elevava os preços de alimentos, causando insatisfação na população que contaminou cidadãos e até militares. Eles pediam a abolição da escravatura; a proclamação da república; a diminuição de impostos; a abertura dos portos; o fim do preconceito; e aumento salarial.

A bandeira da conjuração (azul, branca e vermelha) são até hoje as cores da Bahia. A repressão foi violenta. Em 8 de Novembro de 1799, foram executados quatro participantes: o soldado Lucas Dantas do Amorim Torres; o aprendiz de alfaiate Manuel Faustino dos Santos Lira; o soldado Luís Gonzaga das Virgens; e o mestre alfaiate João de Deus Nascimento.

O quinto condenado à pena capital, o ourives Luís Pires, fugiu e nunca mais foi localizado. Outros foram presos, castigados com chibatadas em praça pública e degredados. Mais informações na Biblioteca Virtual Consuelo Pondé (www.bvconsueloponde.ba.gov.br) da Fundação Pedro Calmon, no ‘Dossiê de Revoltas’: http://bit.ly/2bGCZxM

Uma resposta

  1. “Dilma têm que ser coerente com o que diz,volte a luta armada” Reinaldo Azevedo, vá tentar tomar o poder,junte-se aos sem terras e Cut,desta maneira vou solicitar a minha convocação pra lhes combater em defessa do nosso país.

    Desta fez a mãe pátria não terá dor,vai fazer o que foi feito com o Rei da frança
    após a revolução francesa. Gostei da ideia de um dos maiores cabeça pensante do Brasil.

    Tudo haver com a revolta dos Búzios,tudo pelo amor do Brasil,cujo princípio,zelar
    pelo patrimônio do povo brasileiro e sua soberania.

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