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Produtores decidiram criar selo para atestar qualidade do chocolate.
Produtores decidiram criar selo para atestar qualidade do chocolate.

Gerson Marques diz que selo não busca padronizar, mas atestar qualidade e origem.
Gerson Marques diz que selo não busca padronizar, mas atestar qualidade e origem.
Dez empresas decidiram criar um selo de qualidade para o chocolate de origem produzido no sul da Bahia. Tree to bar (da árvore à barra) Sul Bahia identificará o chocolate produzido na região da Mata Atlântica sul-baiana.

“Assim, vamos proteger os chocolates de origem regional que se enquadrarem nos parâmetros e conformidades a serem definidos”, diz Gerson Marques, presidente da Associação dos Produtores de Chocolate de Origem do Sul da Bahia e produtor do chocolate Yrerê.

Um grupo de trabalho foi criado para definir os critérios e regulamentos do selo. Do grupo, participam técnicos, produtores e pesquisadores com alto grau de conhecimento em chocolates de origem. A primeira versão do regulamento para concessão do selo, informa, está prevista para fevereiro do próximo ano.

A homologação do selo deverá ocorrer até meados de 2017. “A ideia não é padronizar, mas sim definir os parâmetros que sirvam de marco referencial para os produtores de chocolates autênticos do sul da Bahia”.

AUTENTICIDADE DO CHOCOLATE DE ORIGEM

Gerson acrescenta que esta referência também servirá para o mercado consumidor, que poderá identificar a autenticidade de um bom chocolate de origem Sul Bahia pelo selo que estará estampado nas embalagens.

O selo será concedido ao avaliar desde critérios reguladores para produção do cacau, tratos culturais na lavoura, práticas na pós-colheita, métodos de fermentação e secagem e armazenagem. Também serão considerados protocolos, processos e técnicas de fabricação, e definições sobre quantidades e parâmetros para uso de ingredientes.

PRODUTO ÚNICO

José Brandt Filho, fabricante do chocolate República do Cacau e diretor financeiro da Associação dos Produtores, definiu como um grande avanço a ideia de proteger a qualidade e os valores do terroir do sul da Bahia presente em nossos chocolates. “Fazemos um chocolate único no mundo. Por isso, este produto tem que ser protegido”, diz.

Fabricante do Amado Cacau e diretora de relações institucionais da Associação, Cecília Gomes da Costa expôs seus produtos na Feira Gastronômica Internacional – Sirah 2016, no Rio de Janeiro.

Segundo Cecília, o chocolate sul-baiano está conquistando reconhecimento e mercados nacional e internacional. “Só é possível fazer este tipo de chocolate com nosso cacau e nossas práticas de produção. Não podemos correr risco de perder mercado por conta de aventureiros que usem atributos regionais e nosso nome e não entregam produtos de qualidade”.

A decisão de criar o selo Tree to bar ocorreu durante reunião da associação, na Pousada La Dolce Vita, em Ilhéus, com as presenças dos chocolateiros Francisco Correia do Chocolate da Coroa Azul, Pedro e Maria Ângela  Magalhães  do Chocolates VAR, Raimundo Mororó do Mendoá Chocolates, Fernando e Patrícia Botelho do Modaka Cacau, Rogério Kamei do Chocolate Mestiço, Greice Costa do Chocolate Amado Cacau, Edgar Morbeck do Chocolate Morbeck, Idelbrando Fernandes, Anuri\ Planeta Cacau e Cristiano Santana da Associação dos Produtores de Cacau do Sul da Bahia foram as demais empresas e instituições presentes no evento. A oficina foi orientada pelo consultor Luiz Eduardo G. Gonçalves da Avançar Consultoria, contratado pelo Instituto Arapyau e Funbio que em parceria com o Sebrae apoiaram o evento. As empresas fabricantes de chocolates CostaNegro, Chor, Maltez, Cantagalo, Benjamin e Jupará, também sócios da APCSB, não puderam participar.

Uma resposta

  1. Isso é bom, mas desvia a situação caótica da grande maioria dos produtores de cacau e de quase todos os outros setores em crise. O governo estadual se esconde atrás de fatos como esse na tentativa de encobrir a sua omissão e até participação pela crave crise de uma outrora pujante economia.

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