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Sede regional da Ceplac, na rodovia Ilhéus-Itabuna (Foto Divulgação).
Sede regional da Ceplac, na rodovia Ilhéus-Itabuna (Foto Divulgação).

Profissionais e pesquisadores internacionais e brasileiros de reconhecida competência na área agroflorestal, professores e estudantes de instituições de ensino superior e empresários e produtores rurais do Sul da Bahia e de outras regiões do país vão participar do III Encontro Baiano de Sistemas Agrossilviculturais (EBSAGS). O evento será de 5 e 9 de junho, na semana dedicada ao Meio Ambiente, cuja data transcorre dia 5.

Em eventos simultâneos como palestras, mesas-redondas, oficinas e Feira do Empreendedor, o Encontro ocorrerá no campus da Faculdade de Tecnologia e Ciências (FTC), em Itabuna, e no Centro de Treinamento da CEPLAC, no Km 22 da Rodovia Ilhéus-Itabuna.

Com previsão de reunir cerca de 1.000 participantes, a terceira edição do EBSAGS debaterá estratégias de incentivo ao agronegócio e à empresa rural e proporcionará a integração dos participantes com especialistas em sistemas silvipastoris. É, segundo os organizadores, a oportunidade de reunir a excelência acadêmica e realizar preleções e discussões sobre usos do recurso água e acerca da regularização ambiental das fazendas de cacau e agropastoris.

No momento, as atenções do mundo estão voltadas para as mudanças climáticas, suas consequências e a discussão de ações mitigadoras e a necessidade da conservação ambiental. Mas, desde o século XVIII, a Região Cacaueira se beneficia com sistemas agrossilviculturais, a partir do consórcio  de culturas agrícolas com espécies arbóreas.

O tradicional cultivo do cacau adotado é o sistema “cabruca” em que mudas são plantadas à sombra de árvores da mata atlântica, após esta ter sido submetida a um raleamento de seu sub-bosque. Isto acontece por causa do sombreamento do cacau, planta de cujas amêndoas beneficiadas se produz o chocolate, que vive nova onda de consumo e experimentação mundial, principalmente com massivo conteúdo de cacau e pouco açúcar na sua formulação.

CACAU-CABRUCA

Se o cacau-cabruca trouxe inúmeros benefícios ambientais, como a conservação do bioma Mata Atlântica, além da restauração de florestas e a recuperação de áreas degradadas no passado, atualmente tal sistema agroflorestal (SAF) garante o uso racional e eficiente da terra e a conservação de nascentes e corpos d’água.

Num primeiro estágio foram usadas espécies arbóreas da mata atlântica para o sombreamento do cacau, mas em meados das décadas de 60 e 70 a maioria dos cacauicultores passou a se utilizar da eritrina, jaqueira e cajazeira. No presente, esse sistema também chamado de agrossilvicultura, assegura receita extra ao agricultor, com o consórcio de cacau com seringueira, fruticultura e pecuária.
O sistema de agrossilvicultura não consiste apenas na reconstrução da mata original ou no reflorestamento parcial de áreas desmatadas pela atividade agrícola ou pecuária. Mas, em incluir, nestas mesmas áreas, plantas de interesse econômico e, de preferência, também ambiental, permitindo favorecer simultaneamente o meio ambiente e os negócios do produtor rural, a recuperação da fertilidade dos solos, o fornecimento de adubos verdes e o controle eficiente de ervas daninhas.

O III Encontro Baiano de Sistemas Agrossilviculturais é uma realização da Ceplac, Fundação Pau Brasil, Sociedade Brasileira de Sistemas Agroflorestais (SBAF), Grupo de Pesquisas em Conservação Produtiva, Instituto Biofábrica de Cacau, Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), Faculdade de Tecnologia e Ciências (FTC) e SEBRAE. Conta com o apoio do Governo da Bahia, Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (SECTI), Prefeitura de Itabuna, Biosementes – Plantando Soluções, CAPES, Módulo Rural, Professional Clean e Gráfica Mesquita.

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