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pastor genilsonGenilson Souto

 

O rei Salomão, em sua sabedoria, declarou: “o homem que tem muitos amigos deve mostrar-se amigável, mas há amigo mais chegado do que um irmão”. Liracir Ribeiro de Araújo foi, entre todos nós, mais que um grande amigo, ele foi um irmão!

 

Verdadeiros amigos deveriam se chamar irmãos. Porque os verdadeiros amigos gostam de nós do jeito que somos, com todos os defeitos e qualidades. Esses perdoam nossas falhas, riem das nossas bobagens, alertam sobre os erros que cometemos, ensinam coisas novas, confrontam quando necessário. Não é por acaso que o poeta popular cantou: “amigo é coisa pra se guardar do lado esquerdo do peito”.

Alguém já disse que, quando perdemos um amigo, a vida nunca mais será a mesma. O luto que devemos enfrentar requer um minucioso processo de reconstrução, esmagador e doloroso. Principalmente quando esse amigo era única pessoa com quem nos abríamos emocionalmente e com quem a caminhada era intensa, enriquecedora e salutar.

Quando a gente perde uma pessoa a quem chamamos de amigo, com ele vão embora muitas outras coisas das quais somente nos daremos conta mais adiante. E quando isso acontece, descobrimos que ele nunca mais voltará e então a tristeza se torna muito grande, a gente chora por qualquer coisa e todas as lembranças voltam o tempo todo porque a saudade é muito forte. Sabemos não ser mais possível ouvir a sua voz, rir ou chorar juntos e compartilhar ideias. Digo isto quando o motivo da perda é a morte.

Cada perda que somos obrigados a enfrentar ao longo da vida é única e excepcional. Sabemos, por exemplo, que nossos pais nos deixarão algum dia e que esse vazio será desolador, mas quase ninguém está preparado para isso e ainda menos para assumir a fatalidade, o lado duro da nossa jornada, pode levar um amigo.

Perder um amigo de forma traumática, para muitas pessoas, é sinônimo de ter que dizer adeus à única coisa autêntica, sincera e gratificante de suas vidas. Sabemos que não somos mais que breves passageiros nesse mundo maravilhoso e, por vezes, terrivelmente cruel. Estamos constantemente sujeitos a perdas repentinas e irreparáveis. Às vezes é uma doença terminal, e em outras ocasiões um grave acidente que nos obriga a ver como a nossa pessoa querida se apaga.

Ter que dar adeus a um amigo, mesmo sendo simbólico, antes que o seu corpo seja sepultado é algo que não existe regra. É como perder a metade de si e ficar órfão. A sensação é a de estarmos tateando no escuro sabendo que não haverá mais ligações, jantares, cafés depois do trabalho, resenhas sobre futebol, viagens, planejamentos, vídeos compartilhados pelo Whatsaap…

liracir acidenteResta-nos guardar os bons momentos na memória, imitar os exemplos positivos e agradecer a Deus pela rica oportunidade de conhecer e conviver com alguém que nos ofertou o privilégio de vivermos de forma aproximada, apesar das diferenças pessoais. À medida que o tempo passa vamos aprendendo que fazer amigos é uma verdadeira arte, pois exige habilidade na comunicação e renúncia pessoal. Mas, quando conseguimos firmar bons relacionamentos de amizade, ampliamos os nossos laços fraternos. Por isso, o rei Salomão, em sua sabedoria, declarou: “o homem que tem muitos amigos deve mostrar-se amigável, mas há amigo mais chegado do que um irmão” (Pv. 18: 24). Liracir Ribeiro de Araújo foi, entre todos nós, mais que um grande amigo, ele foi um irmão!

Genilson Souto é pastor da Igreja Batista Teosópolis de Itabuna.

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