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Felipe de Paula | felipedepaula81@gmail.com

 

A universidade precisa exercitar a escuta. A lógica de gestão acadêmica e da relação com a sociedade deve ocorrer através de diálogos olhos nos olhos, com pés no chão.

 

Entre minhas experiências como estudante de graduação, pós-graduação, de trabalho como técnico administrativo e docente, tenho 17 anos praticamente ininterruptos frequentando universidades cotidianamente. Percebo sempre um ponto chave: embora sejam instituições públicas, as universidades têm, via de regra, diversas falhas na relação com a sociedade. A partir desta constatação, questiono: qual a função da universidade? Qualificar pessoas? Sim, mas não apenas isso.

Uma das questões mais fundamentais na universidade passa pela sua capacidade de integração social. Habitualmente estas se fecham numa pequena ilha de conhecimento onde apenas os “favorecidos” podem dispor de suas benesses. Quando a universidade busca contato com a sociedade civil organizada, ao invés de ouvir abertamente artistas, líderes comunitários, mobilizadores sociais, a instituição o faz na lógica do escute o que tenho para lhe dizer. A universidade, dona de um saber “qualificado”, vai até a sociedade para “ensiná-la”.

Este não é o caminho. Diversos grupos sociais já estão calejados desse tipo de abordagem presunçosa das universidades. O reconhecimento de diferentes saberes, sem atribuição de hierarquias, é uma demanda urgente para a universidade pública brasileira. A ideia de inclusão, onde a universidade permite ao menos favorecido frequentar seu panteão, está ultrapassada. O caminho da universidade deve ser o da integração social.

Mestres da cultura popular, líderes comunitários, artistas e outros têm tanto a ensinar quanto qualquer docente qualificado formalmente. A verdadeira integração acontecerá no momento em que a academia consiga se posicionar diante desses outros saberes e tratá-los de igual para igual sem permitir que estes sejam utilizados apenas para lançar holofotes e sirvam de degrau para a benevolência dos doutos acadêmicos.

O caminho não é simples. A desconstrução de décadas de pedestais fundados é um processo que deve ser entendido como processo diário de trabalho. Fala-se muito na luta por uma universidade pública, gratuita e socialmente referenciada. Esse resultado virá através da integração social plena, considerando os pensamentos contraditórios com escuta ampla e respeitosa. A universidade precisa exercitar a escuta. A lógica de gestão acadêmica e da relação com a sociedade deve ocorrer através de diálogos olhos nos olhos, com pés no chão.

Felipe de Paula é professor universitário.

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Gleice é uma das vítimas de acidente com sul-baianos em MG || Fotos Bombeiros e Facebook

Seis passageiros morreram em um acidente com ônibus que transportava sacoleiros de Itabuna para São Paulo (SP), na manhã deste domingo (12), no trecho da BR-381 em Brumadinho (MG). De acordo com as primeiras informações, as vítimas são de Ilhéus e Itabuna.

O acidente teria sido provocado por falha mecânica. Há relato de problemas no sistema de freio, com o veículo tombando ao tentar fazer uma curva. Até agora, dentre os nomes confirmados como mortos no acidente está a lojista Gleice dos Santos, dona de uma loja no Pontal. A morte de Gleice foi lamentada nas redes sociais.

De acordo com a Polícia Rodoviária Federal, além dos seis mortos, 12 passageiros foram encaminhados para hospitais próximos ao local do acidente. Um deles não resistiu aos ferimentos. Outro está internado em estado grave.

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Gude e Ângela Sousa estão entre os denunciados por desvio em Ibirapitanga

O Ministério Público Federal (MPF) em Ilhéus denunciou, na sexta-feira (10), 10 pessoas suspeitas de desviar R$ 801.788,20 por meio de fraude em processo licitatório em Ibirapitanga. A denúncia foi originada a partir das investigações da Operação Águia de Haia e está relacionada ao pregão realizado em 2011 para contratação de serviços educacionais voltado a implantação e utilização de tecnologias de informação.

Foi apurado que o denunciado Kells Belarmino Mendes liderava uma organização criminosa composta pelos denunciados Marconi Edson Baya, Fernanda Cristina Marcondes Camargo, Rodrigo Seabra Bartelega Souza e Maycon Gonçalves Oliveira dos Santos, que fraudou licitações e desviou recursos públicos, por meio de pagamentos exorbitantes por serviços não eram prestados.

A organização criminosa agia em diversos municípios e negociava com as prefeituras um “pacote fechado”. Esse pacote viabilizava as fraudes e incluía as minutas e modelos das peças dos procedimentos licitatórios, montados para permitir que as empresas da organização criminosa fossem as únicas interessadas e, ao final, somente elas fossem as vencedoras

ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA

Segundo as investigações, em Ibirapitanga, a organização criminosa, com auxílio da deputada estadual Ângela Souza, cooptou o então prefeito de Ibirapitanga, Antônio Conceição Almeida, o Gude, por meio de promessa de pagamento de propina.

De acordo com o MPF, após o acerto com o então prefeito, os membros da organização criminosa Marconi Edson Baya, Fernanda Cristina Marcondes Camargo, Rodrigo Seabra Bartelega Souza e Maycon Gonçalves Oliveira dos Santos forneceram os modelos e orientaram os servidores de Ibirapitanga, incluindo a então secretária de educação Jailma dos Santos Marambaia e o presidente da comissão de licitação Antônio Souza Pacheco, a fraudarem a licitação Pregão nº 042/2011.

Após vencer a licitação fraudada, a empresa Ktech recebeu, entre fevereiro e agosto de 2012, cinco pagamentos que somaram R$ 1.005.125,00. Porém, as investigações mostraram que o objeto licitado sequer tinha condições de ser executado na prática, pois os serviços dependiam de uma infraestrutura preexistente para que pudessem ser implantados nas escolas municipais, como computadores e acesso à internet de qualidade mínima. “Ocorre que, a grande maioria das escolas, não dispunham dos requisitos necessários para o funcionamento do serviço”, o MPF

A inexecução do serviço gerou um prejuízo de R$ 801.788,20, sendo que o ex-prefeito, com sua participação em cada parcela, recebeu R$ 300.000,00 em seu favor.

REUNIÃO NO GABINETE DA DEPUTADA

Em depoimento de colaboração premiada – no curso de processos resultantes da Operação –, Kells Mendes informou que o contrato com a Prefeitura de Ibirapitanga foi intermediado pela deputada estadual Ângela Sousa e, inclusive, a reunião com o então prefeito Antônio Almeida foi realizada no gabinete da parlamentar.  O MPF afirma que, na ocasião, ficou definido que a cada pagamento da prefeitura à empresa vencedora da licitação, Almeida receberia R$ 60.000,00 e Ângela Sousa, 5% do valor de cada fatura.

O MPF requer a condenação de todos os denunciados por fraude a licitação ; de Jailma dos Santos Marambaia, Marconi Edson Baya, Fernanda Cristina Marcondes Camargo, Rodrigo Seabra Bartelega Souza e Maycon Gonçalves Oliveira dos Santos, Antônio Conceição Almeida, Eliane Souza Nascimento e Kells Belarmino Mendes por desvio de recursos públicos; e, ainda, dos três últimos por lavagem de dinheiro.

Por força do foro de prerrogativa de função, a deputada estadual Ângela  Sousa, seus assessores e Mendes respondem frente ao TRF1 pelo crime de lavagem de dinheiro, a partir de denúncia oferecida pela Procuradoria Regional da República da 1º Região.Leia Mais

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Candidatos devem ficar atentos aos horários do Enem || Foto Valter Campanato/AB

Hoje (12) é o segundo dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Os candidatos vão fazer questões de matemática e ciências da natureza (química, física e biologia). O exame começa a ser aplicado às 13h30, no horário de Brasília, e os candidatos terão 4 horas e 30 minutos para concluir a prova, com 90 questões objetivas. Os portões fecham pontualmente às 13 horas (horário de Brasília).

Este é o primeiro ano em que o Enem é realizado em dois domingos consecutivos. Até o ano passado, as provas eram realizadas em um único fim de semana, sábado e domingo. A primeira prova, de redação, linguagens e ciências humanas, foi realizada no último domingo (5).

Professores das disciplinas que serão cobradas hoje apostam que a prova deve seguir a tendência dos últimos três anos, de ser um exame com mais cobrança de conteúdo e menos interpretativo.

IMPORTANTE

Os portões abrem às 12h e fecham às 13h, no horário de Brasília. Com o horário de verão e diferenças de fusos horários, os estudantes precisam ficar atentos, pois vários estados estão com a hora local diferente da capital federal. A aplicação do exame começa 30 minutos após o fechamento dos portões.

Para fazer a prova é fundamental apresentar documento de identidade original com foto e usar caneta esferográfica de tinta preta, fabricada com material transparente. Outra cor de tinta impossibilita a leitura óptica do cartão de respostas.

É proibido o uso de celular ou qualquer aparelho eletrônico durante as provas. Os aparelhos terão de ser colocados em um porta-objetos com lacre, que deverá ficar embaixo da cadeira até o fim das provas.

O aluno poderá deixar o local após duas horas do início da prova. Só é possível sair com o caderno de questões nos últimos 30 minutos antes do fim das provas. Caso descumpra qualquer uma dessas regras, o candidato será eliminado.
No primeiro dia de prova, 30,2% dos candidatos inscritos não compareceram e 273 pessoas foram eliminadas. Da Agência Brasil.