Tempo de leitura: 3 minutos

Edson Alves | edsonciso@hotmail.com
 

Hotéis, bares, restaurantes, supermercados, casas de veraneio, ambulantes, além de setores da área cultural e uma grande parte do setor da economia local são afetados direta e indiretamente durante a realização de um carnaval.

 
Em primeiro lugar, gostaríamos de tecer críticas diretas à falta de planejamento dos gestores do turismo na cidade de Ilhéus (BA), mais diretamente, ao poder público municipal, pois o mesmo, associou a crise na área da saúde pública à não realização do carnaval antecipado. É como se os problemas na saúde pública do município tivessem nascido no mês de fevereiro desse ano, e já tivessem data marcada para acabar, junho de 2018, com uma épica festa junina.
Em uma cidade turística como Ilhéus, o discurso que o prefeito utilizou caiu como uma luva, ou seja, se ajustou muito bem à situação desejada pelo gestor e aos olhares do “senso comum”, mas, ao mesmo passo, como uma falácia para os investidores da área do turismo e para os especialistas em administração pública.
Mediante essas afirmações, (PETROCCHI 2002, p, 12), declara:
“As deficiências do turismo passam inicialmente pela falta de conscientização da população para a sua importância, o que é uma questão cultural. Se a população não se sensibiliza por determinados temas, o político automaticamente o descarta. O político reflete os desejos, as aspirações e as preocupações da população. A população em geral não dá a devida importância ao turismo, e essa indiferença é fatal”.
O carnaval é um negócio altamente lucrativo para o setor turístico no Brasil. Segundo levantamento do Ministério do Turismo. No ano de 2016, cerca de 9,8 milhões de turistas circularam pelo país no mês de fevereiro, gerando um acréscimo de R$ 9,6 bilhões à economia nacional, com forte impulso ao setor de serviços. O faturamento do período representava cerca de 3%, do total gerado anualmente pela indústria de viagens e turismo do país.
O impacto do Carnaval é grandioso para a economia de Ilhéus. As atividades ligadas ao turismo representam aproximadamente 5% do Produto Interno Bruto (PIB) da Bahia na festa. A cadeia produtiva do Carnaval é complexa e envolve diferentes setores da economia.
Na Bahia, no ano de 2014, a estimativa foi de que 707 mil turistas visitaram as cidades de Salvador, Porto Seguro, Trancoso, Arraial D’Ajuda e a famosa Costa do Sauipe. Já no ano de 2016, o fluxo de turistas movimentou cerca de R$ 900 milhões na economia do estado.
Entender os aspectos e os números do carnaval se faz necessário para que possamos compreender a grandiosidade de um evento deste porte para a economia ilheense.
Hotéis, bares, restaurantes, supermercados, casas de veraneio, ambulantes, além de setores da área cultural e uma grande parte do setor da economia local são afetados direta e indiretamente durante a realização de um carnaval.
Neste sentido, Ilhéus perde – e muito, quando uma gestão sem planejamento cancela um evento deste porte, mas, sobretudo, o “Carnaval Antecipado” no município. Pois os empreendedores locais haviam planejado ou estavam se planejando para receber toda uma demanda que impulsionaria os números da economia local.
É preciso que o gestor maior do município coloque o carnaval antecipado no calendário turístico da cidade como uma coisa prioritária de seu governo. Por fim, a Secretaria Municipal de Turismo deve ter consciência da sua responsabilidade enquanto agente de promoção do turismo na região e, nesse contexto, buscar unir esforços continuados para fazer o resgate do carnaval antecipado de Ilhéus.
Edson Alves é graduado em Ciências Sociais e Especialista em Gestão Pública Municipal pela Uesc.

0 resposta

  1. Ideias de Jericos será que são os prefeitos de Ilhéus e Itabuna,ou são os nativos de Itabuna e Ilhéus por não saber votar? Calma! Errar é normal,mas permanecer nele é burrice.
    Segundo uma reportagem nesta semana que nesses dias de carnaval Salvador criou 27O mil empregos,hotelaria 1OO% ocupada e tantos benefícios a cidade ganha,dá para imaginar: Rio de Janeiro quebrada igual arroz de terceira,mas o carnaval é sagrado e assim é Recife.
    Estive o final de semana em salvador e passei no domingo pela Barra e Ondina e centenas de barracas no circuito de carnaval e o espaço sendo interditado pelos
    automóveis e Campo grande idem.
    Neste período as cidades recebem milhares de visitantes gerando emprego e rende
    ou seja gerando riqueza aos nativos,o que seria o mesmo com carnaval em Itabuna
    e Ilhéus,carnaval de três dias não é carnaval aqui nem na China.
    Carnaval é 6 (seis) dias e no dia certo,quem pensa que só é entretenimento,lazer
    e alegria,se engana,é geração de emprego,renda uma fonte de riqueza,só basta zelar e cuidar e os nossos prefeitos não cuidam e de quem é a culpa?
    Numa visão coerente despida de parcialidade a culpa são dos nativos de Itabuna e de Ilhéus,por não saber escolher o síndico da cidade,se eerrar uma vez é normal,mas permanecer no erro é ideias de jerico.

Deixe aqui seu comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *