O vice-prefeito Fernando Vita foi à abertura dos trabalhos ordinários do Legislativo, nesta quinta (15). Há uma semana como prefeito em exercício, atuou como um bombeiro na Câmara, após dias de embates intensos – e tensos! – entre vereadores e o prefeito Fernando Gomes.
Tentou debelar as chamas provocadas pelo incendiário Fernando – o Gomes.
O discurso do prefeito em exercício não passou em branco em um boletim liberado pela Câmara. No material destaque para expressões contidas no discurso de Vita, a exemplo de “perfeita sintonia”, “diálogo permanente” e “integração efetiva”.
Claro, aceno e desejo do Executivo, afinal, sintonia, diálogo e integração são tudo que não estava acontecendo nestes primeiros dias de 2018 na relação com o Legislativo. A insatisfação com o tratamento de Fernando Gomes levou vereadores a derrubar o reajuste da passagem de ônibus.
O governo, que havia atendido em demasia as empresas, tentou peitar o legislativo. Perdeu. Um grupo de 13 vereadores falou mais forte ao ter ao lado a força da rua (protestos nas ruas centrais, veículos retidos e fogo em corredores urbanos).
Vita, percebendo as chamas devorando gabinetes do Centro Administrativo Firmino Alves, tratou de acenar com bandeira branca, momentos após defender o reajuste. Suspendeu o aumento. E jogou a batata quente para a Justiça. As empresas ficara putas da vida com a marcha à ré de Vita. Cobravam energia da gestão. Vita – Fernando Gomes, leia-se – pensava politicamente naquele momento.
(Aqui, um adendo: O ano era 2013. As empresas pediam reajuste da tarifa. Era primeiro ano do Governo Vane. Este, manteve tudo como estava: R$ 2,20. E assim permaneceu até 2015, quando passou a R$ 2,50. Depois da vitória da semana passada, os grupos que barraram o aumento pegaram gosto. E ganharam força para reagir a qualquer tentativa de reajuste no tamanho do concedido pelo prefeito Fernando Gomes.)
Ainda no material oficial do Legislativo, também foi anotada outra expressão de Vita (“maturidade política”). Para fechar, uma expressão surrada, mas que tem lá algum efeito nestes meios (“gestão participativa”). E a explicação de Vita, de que só se obtém essa participação com a colaboração irrestrita de membros do Governo, vereadores, entidades de classes, sociedade civil e munícipes”.
À primeira vista, a mensagem de Vita agradou a quem ela desejava alcançar. Mas política não é feita apenas de palavras. Daqui a pouco, Vita sai (não é aquele velho energético, pois). E o prefeito de fato e de direito reassume. Fernando, o Gomes, mudará o tratamento dado aos vereadores?
