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Construção do Porto do Malhado teve participação ativa de um Berbert || Foto José Nazal

Neste sábado (28), às 19 horas, o Teatro Municipal de Ilhéus abre suas cortinas para contar uma vitoriosa história que já dura 200 anos. Um encontro vai reunir várias gerações da família Berbert espalhadas pelos quatro cantos do Brasil. Tempo de comemorar a saga da família de origem alemã que há dois séculos partiu de Hamburgo, na Alemanha, dando início à aventura da imigração no Brasil.
Oriundos do veleiro Anna Louise, parte do grupo desembarcou na Feitoria do Linho Cânhamo, no Rio Grande do Sul, e mais colonos pisaram em outras terras, a exemplo de Johann Heinrich Berbert, que desembarcou em Ilhéus, no século IX. Sua chegada coincidiu com um benefício oferecido pelo rei de Portugal, D. João VI, que doou um terreno para a construção de uma sesmaria, localizada na Fazenda Primavera, às margens da BR 415, Rodovia Jorge Amado. Na ocasião, deram o nome de Sesmaria Berbert e fincaram raízes nas terras do sul da Bahia.
Nascia um modelo baseado na pequena propriedade de produção familiar, ideal para quem estava começando em terras até então pouco conhecidas – e pouco exploradas. Para sobreviverem, as famílias plantaram cana-de-açúcar e, mais tarde, cacau. Os tempos passaram e os Berbert ganharam a identidade regional. Estiveram presentes nas principais lutas de Ilhéus. É de se reconhecer a importância da família na luta pela construção e o desenvolvimento da região, a exemplo, Porto de Malhado.
Outro legado, o fórum da Comarca de Ilhéus, cujo nome homenageia o advogado e jurista Epaminondas Berbert de Castro, filho do coronel Ramiro Berbert de Castro. Segundo registros, Ramiro nasceu na fazenda Triunfo, filho do casal Ramiro Ildefonso de Araújo Castro e Dona Libuça Berbert de Castro. A colonização alemã no país foi um marco de contestação à matriz colonial que vigorava no Brasil desde o descobrimento, com base na grande propriedade, acionada pelo trabalho escravo e voltada à produção para o exterior.
“Hoje, nós descendentes, celebramos a liberdade conquistada por nossas mãos, afinal, somos livres para viver a cultura e as nossas tradições. Hoje, podemos viver a beleza da cultura brasileira ao lado de outras culturas irmãs como a dos afrodescendentes, dos asiáticos e de outros países europeus”, reconhece Virgílio Costa de Amorim, descendente da família.
A beira de completar 200 anos de história no Brasil, os descendentes fizeram jus e, com respeito às raízes, também contribuíram para o crescimento econômico e desenvolvimento social das regiões onde moram. Os primeiros imigrantes alemães, com fé, coragem, união e determinação, ergueram suas colônias com o trabalho na roça e deixaram para seus descendentes um legado sólido na cultura, nas tradições, na religiosidade e nos costumes.

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