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MST denuncia fechamento de quase 900 escolas no campo na Bahia.
Movimentos sociais de luta pela terra e organizações ligadas à educação no campo de diferentes regiões da Bahia se reuniram na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) para denunciar o fechamento de 872 escolas pelo governo estadual e não descartam ocupar a Secretaria Estadual de Educação (SEC). A audiência pública ocorreu nesta terça-feira (26) como ação da Comissão Especial da Promoção da Igualdade, presidida pelo parlamentar estadual Bira Corôa (PT) em associação com o Movimento dos Trabalhadores Rurais (MST) e deputado federal Valmir Assunção (PT). Conforme o dirigente nacional do MST, Evanildo Costa, a Bahia fechou várias escolas no campo, inviabilizando o ensino, e sucateando as estruturas.
Para Costa, o governo não garante o pagamento dos professores, transporte escolar, materiais didáticos, merenda e outros direitos fundamentais. “São muitas as consequências decorrentes do fechamento das escolas do campo, entre elas estão a perda da identidade cultural e o êxodo rural. A Bahia foi o estado que mais fechou escolas, em três anos de gestão. Estamos aqui denunciando o descaso do governo com a educação, principalmente do campo. Tem um incômodo no contexto geral, mas quem está mais incomodado é a gente que está no campo. O governo tem assumido muitos compromissos conosco, inclusive de construção de escolas, e de terminar as iniciadas pelo governo anterior, até hoje, não conseguiu construir novas escolas nem terminar as em andamento”, critica Evanildo.
Participaram da audiência mais de 100 educadores de todo o estado, e de diversas organizações e movimentos sociais. O dirigente do MST não descarta a ocupação da SEC caso as solicitações não sejam atendidas de forma imediata. “Não descartamos uma ocupação na secretaria do governo, se por acaso nossas demandas não forem atendidas de forma imediata”, completa. Evanildo ainda aponta que o governo estadual pode terminar sem ter construído uma escola nova. “A SEC não tem correspondido, não tem cumprido com a decisão do governo. Além de não pagar educadores, atrasa o pagamento do transporte escolar causando greves e mais greves, fazendo com que os alunos fiquem a maior parte sem estudar”.
Formaram a mesa de debate na Alba, além de Evanildo Costa, a representante do Fórum Estadual de Educação do Campo e coordenadora do Centro Acadêmico de Educação do Campo e desenvolvimento territorial da Uneb, Rosana Mara, o membro da Rede Nacional de Advogados Populares e pesquisador do Geografar da Ufba e membro da Associação de Advogados Trabalhadores da Bahia, Clovis Araújo, o dirigente do Levante Popular da Juventude, Guilherme Ribeiro, o representante do movimento atingido por barragens, Moisés Borges e a coordenadora de Educação do Campo e Quilombola da SEC, Poliana Nascimento.

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