Os dirigentes do DEM, sabendo que Ciro Gomes não negocia seu princípios e pontos do programa de governo, já aceitam excluir os investimentos públicos do limite de gastos.
O presidenciável do PDT, Ciro Gomes, vem dando uma elogiável demonstração de como negociar o apoio dos partidos à sua pré-candidatura ao Palácio do Planalto.
Vejamos o exemplo do DEM, que serve também para outras legendas. O pedetista, hoje o segundo colocado nas pesquisas de intenção de votos, com Lula fora da disputa, não abre mão de suas convicções.
O DEM encontra-se dividido em relação à sucessão de Michel Temer. Uma parte quer apoiar Ciro, outra Geraldo Alckmin (PSDB) e Jair Bolsonaro (PSC).
O ex-governador do Ceará leva vantagem, já que as duas maiores lideranças do demismo, ACM Neto e Rodrigo Maia, respectivamente prefeito de Salvador e presidente da Câmara dos Deputados, trabalham a favor de Ciro. O Partido do Democratas já admite negociar a lei do teto, que Ciro disse que vai revogar se for eleito.
Para o presidenciável, existem outros caminhos para economizar os gastos públicos. Cortar verbas da educação, saúde e da segurança pública é inaceitável.
Os dirigentes do DEM, sabendo que Ciro Gomes não negocia seu princípios e pontos do programa de governo, já aceitam excluir os investimentos públicos do limite de gastos. Portanto, que seja bem vindo o apoio do DEM e de outras agremiações partidárias, mas sabendo que com Ciro Gomes não há espaço para o famigerado toma lá, dá cá.
Com efeito, Ciro é o único pré-candidato que expõe claramente o que pretende fazer se chegar ao comando da República. Não é à toa que Ciro vem conquistando a confiança do eleitorado. É, sem nenhuma dúvida, o mais preparado para assumir o cargo de presidente da República.
Marco Wense é articulista político e editor d´O Busílis.