De acordo com o Atlas da Mata Atlântica, da Fundação SOS Mata Atlântica e Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), a Bahia foi o estado brasileiro que mais reduziu a área desmatada, baixando de 4.050 ha destruídas em 2016-2017 para 1.985 ha no período 2017-2018. A queda foi de 51%, segundo o levantamento.
A diretora executiva da Fundação SOS Mata Atlântica, Marcia Hirota, afirma que a Bahia é um exemplo de como as ações de comando e controle são importantes. Há dois anos, foi o primeiro estado no ranking, com 12.288 hectares desmatados entre 2015-2016, número maior muito maior do que o total de desmatamento nos dois anos seguintes.
Márcia explica que desde 2015 o estado registrou uma redução de 67% no desmatamento. “Naquele ano, o então secretário de Meio Ambiente da Bahia esteve no nosso ‘Encontro das Secretarias de Meio Ambiente dos estados da Mata Atlântica’, onde se comprometeu com o combate ao desmatamento e realizou operações de fiscalização”.
DESMATAMENTO NA BAHIA AINDA É ALTO
Apesar dos resultados positivos, a Bahia, que já ocupou o primeiro lugar no ranking, ainda está na lista dos cinco estados brasileiros que mais desmataram em 2018, na quarta colocação. Os outros são Minas Gerais (3.379 ha), Paraná (2.049 ha), Piauí (2.100 ha) e Santa Catarina (905 ha). O índice de desmatamento nesses cinco estados é classificado como inaceitáveis pela Fundação SOS Mata Atlântica.
No geral, o desmatamento da Mata Atlântica no período de 2017 a 2018 caiu 9,3% em relação ao período anterior (2016-2017), que por sua vez já tinha sido o menor desmatamento registrado pela série histórica do Atlas da Mata Atlântica, que monitora o bioma desde 1985.
O relatório aponta que no último ano foram destruídos 11.399 hectares (ha), ou 113 Km², de áreas de Mata Atlântica acima de 3 hectares nos 17 estados do bioma. No ano anterior, o desmatamento tinha sido de 12.562 hectares (125 Km²).
MENOS DESMATADOS
Dos 17 estados, nove estão no nível do desmatamento zero, com desflorestamentos abaixo de 100 hectares, ou 1 Km². São os estado do Ceará (7 ha), Alagoas (8 ha), Rio Grande do Norte (13 ha), Rio de Janeiro (18 ha), Espírito Santo (19 ha), Paraíba (33 ha), Pernambuco (90 ha), São Paulo (96 ha) e Sergipe (98 ha).
De acordo com o estudo, outros três estados estão a caminho desse índice: Mato Grosso do Sul (140 ha), Rio Grande do Sul (171 ha) e Goiás (289 ha).A Mata Atlântica é o único bioma brasileiro com uma lei específica.
Esses dados comprovam como o acompanhamento da sociedade civil e investimentos dos governos no cumprimento da Lei da Mata Atlântica, por meio dos órgãos de conservação, fiscalização e controle, trazem resultados concretos. Este tipo de ação precisa ter continuidade”, observa.
