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Marco Wense

 

Rui Costa fica devendo mais essa a Wagner, o que não é bom para o também senador Otto Alencar, presidente estadual do PSD e pré-candidato ao governo da Bahia na sucessão de 2022. Com efeito, Wagner quer voltar a ser governador. Sua candidatura já é dada como favas contadas.

 

O editorial de hoje comenta dois assuntos. O primeiro trata da polêmica entrevista do governador Rui Costa à revista Veja. O segundo, do nevoeiro que toma conta da Justiça brasileira.

O atento leitor vai logo questionar: De novo essa entrevista de Rui Costa? Confesso que não pensava mais em escrever uma linha sequer sobre o tema. Já tinha feito três ou quatro comentários.

O problema é que surgiram fatos novos sobre as bombásticas declarações do chefe do Palácio de Ondina. A que chamou mais atenção foi a opinião de Rui em relação ao “Lula Livre”.

O petista-mor da Bahia, reeleito com uma invejável votação, deixou bem claro que não concorda com a maneira que o “Lula Livre” vem sendo conduzido pela cúpula da legenda, fazendo do movimento a única preocupação do partido e condicionando o diálogo com outras forças políticas à defesa da liberdade do ex-mandatário do país. O governador só faltou dizer que o “abacaxi” tem que ser descascado pelo petismo ou, então, quem pariu “Matheus” que balance.

O site soteropolitano Política Livre revela, na sua edição de ontem (3), que o senador Jaques Wagner impediu que Rui enfrentasse pedido de expulsão do PT. E que Lula, muito retado com o “companheiro”, teria dado carta branca aos xiitas para formular o pedido de afastamento.

Pois é. Rui Costa fica devendo mais essa a Wagner, o que não é bom para o também senador Otto Alencar, presidente estadual do PSD e pré-candidato ao governo da Bahia na sucessão de 2022. Com efeito, Wagner quer voltar a ser governador. Sua candidatura já é dada como favas contadas.

É óbvio que Rui Costa em outro partido, sem essa amarra do PT, iria buscar seu próprio caminho, satisfazer sua vontade política, que é se eleger para o Senado da República. Wagner quer sua cria política cumprindo o mandato até o último dia, mantendo a base aliada unida.

E Otto Alencar? Segundo se comenta nos bastidores, o governador Rui Costa tem um compromisso de apoiá-lo na sua sucessão. Uma contrapartida pelo empenho e importância de Otto na conquista do segundo mandato consecutivo. Vale lembrar que o senador, que já foi carlista de carteirinha, tem o comando de várias prefeituras.

Por falta de espaço, deixo o comentário sobre o bafafá da Justiça para outra oportunidade. Se os advogados estão achando tudo muito confuso, imagine o simples cidadão-eleitor-contribuinte.

Concluo dizendo que aumenta em projeção geométrica os adeptos da famosa frase irônica de Stanislaw Ponte Preta, antigo humorista brasileiro: “Restaure-se a moralidade ou locupletemo-nos todos”.

E por falar em locupletar, onde anda o ex-presidenciável Aécio Neves, que já foi, depois de FHC, o tucano mais vistoso, exótico e colorido do tucanato? Pelo andar da carruagem, vai acabar sendo o símbolo da impunidade.

Marco Wense é articulista do Diário Bahia.

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