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Pesquisadores desenvolvem solução para destino de petróleo

Os pesquisadores João Carlos Dias e Rachel Rezende, professores da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), há quase duas décadas desenvolvem um biorreator que possui potencial para degradar o óleo encontrado nas praias nordestinas e que começa a chegar no Sudeste do País. A pesquisa é desenvolvida com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa da Bahia (Fapesb).

Rachel conta que este trabalho teve início há 17 anos, em um laboratório da universidade, com o intuito de investigar micro-organismos da Refinaria Landulfo Alves, para orientar o projeto de pesquisa de suas então alunas Bianca Maciel e Ana Santos. “Isolamos e refrigeramos micro-organismos com potencial de degradação. O objetivo era recuperar compostos do petróleo para se tornarem reutilizáveis”, explicou.

Pesquisa realizada por professores da Uesc apresenta bons resultados

A professora relata que até hoje eles alimentam o biorreator capaz de diluir o material contaminado e ainda tornar o óleo útil outra vez. “Vale lembrar que tudo isso ainda é realizado a nível laboratorial. Com mais possibilidades de investimento, poderíamos ampliar a produção para, quem sabe, chegar a um nível industrial”, ressaltou.

Devido aos recentes acontecimentos com o óleo que foi encontrado nas praias do Nordeste, o casal decidiu testar se os resíduos poderiam ser degradados neste processo, e eis que em 4 dias o produto se degradou.

“Um conjunto de micro-organismos atua de forma mútua utilizando estes compostos como fonte de carbono. Durante a degradação, é produzido um complexo de origem microbiana que diminui a tensão superficial entre óleo e água, tornando o óleo mais solúvel na água e facilitando para que os micro-organismos utilizem os compostos de hidrocarboneto”, destacou.

Pesquisadores desenvolvem estudo há quase duas décadas

A pesquisadora vislumbra que, no futuro, os benefícios deste processo poderão ajudar a recuperar áreas ambientais que sofreram com a contaminação de resíduos. “Os micro-organismos são os únicos capazes de fazer este tipo de degradação. A gente só precisa estruturá-los”, disse.

Além da Fapesb, a pesquisa recebeu apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Refinaria Landulfo Alves e do Plano Nacional de Ciência e Tecnologia do Setor Petróleo e Gás Natural (CT – Petro).

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