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Rosivaldo Pinheiro

 

 

As eleições municipais nos desafiarão na evolução das nossas cidades, exigindo que cada um seja agente de mudança. Que possamos exercer o “ser” para que possamos “ter” novos dias e um verdadeiro e próspero ano novo.

 

Estamos caminhando para o término do ano e a chegada de um novo. O ano que se encerra apresentou uma série de desafios na convivência social em função da polaridade que ficou evidenciada desde a disputa eleitoral presidencial em 2018, especialmente no ambiente virtual, espaço em que o descarrego do ódio foi ainda mais frequente. Parte da sociedade passou a se expressar de forma intolerante, e como se não bastasse, o ambiente beligerante é potencializado pela “espiral do ódio” – inúmeras manifestações do presidente da República, seus filhos e alguns subordinados, que travam uma guerra com quem ouse desafiá-los.

É preciso um exercício permanente de respeito ao livre pensar e ao contraditório, frutos maiores a serem cultivados e defendidos para que continuemos vivendo sob o manto democrático. Praticar um ambiente social mais harmônico onde o ser fraterno tenha notoriedade, possibilitando pontes para a paz cotidiana é imprescindível.

No plano municipal, vivemos reflexos do ambiente nacional, agravados pela falta de planejamento e escolha de prioridades por parte das administrações municipais (Itabuna e outras cidades, com as exceções que cabem à afirmação). As prioridades parecem ser estabelecidas a partir dos gabinetes “burrocráticos”, sem levar em conta o que pensa a maioria dos munícipes e as necessidades reais para melhoria da qualidade de vida na cidade.

Governar não é tarefa fácil, exige estabelecer diretrizes que atropelam interesses particulares e a adoção de ferramentas modernas para solucionar os conflitos existentes no espaço urbano. Adotar um plano de gestão que ajude a cidade a superar seus principais problemas exige ousadia, equidade, justiça social, eficiência, austeridade. Os recursos precisam ser otimizados e a máquina pública organizada com base na transparência.

Enfim, 2020 bate à porta. Será um ano de decisões importantes que necessitarão de novas atitudes. Precisamos seguir na direção de mudanças comportamentais, de olhares em relação ao outro, de respeito ao contraditório e da ampla defesa da cidadania. As eleições municipais nos desafiarão na evolução das nossas cidades, exigindo que cada um seja agente de mudança. Que possamos exercer o “ser” para que possamos “ter” novos dias e um verdadeiro e próspero ano novo.

Rosivaldo Pinheiro é economista e especialista em Planejamento de Cidades pela Uesc.

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