Professora acusa tios de abuso sexual
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Um dos três homens denunciados por uma professora de Ipiaú, no sul da Bahia, por abuso sexual se apresentou, na quinta-feira (4), à delegacia do município após ter mandado de prisão temporária decretado pela Justiça. Segundo o delegado Rodrigo Fernando, que investiga o caso, em depoimento, o suspeito negou ter abusado das duas sobrinhas e da enteada menor de idade.

Em publicação nas redes sociais na última terça-feira (2), Flávia Rocha contou que foi molestada na infância por dois tios e, na adolescência, por um “amigo da família”. Ela resolveu denunciar o caso após saber que a irmã também havia sofrido abuso.

A professora ainda revelou que a enteada de um dos suspeitos é outra vítima. As três prestaram queixa na delegacia de Ipiaú.

Após a divulgação das agressões nas redes sociais, Flávia conta que também passou a receber mensagens da família do homem acusado de estupro. Ela conta ter ouvido relatos de que ele contratou um advogado para processá-la. A expectativa da professora é que os relatos dela façam com que outras possíveis vítimas se manifestem.

Um dos suspeitos, que teria se envolvido nos três casos, foi apresentado na delegacia de Ipiaú nesta quinta. Em depoimento, negou os abusos.

“Apesar dele negar, entra muito em contradição. Quando é apertado, diz que não lembra dos fatos em relação às duas meninas. Ele era adolescente, elas eram pequenas. Ele foi questionado sobre o motivo delas fazerem isso. E aí não sabe responder, não tem nada contra elas. Em relação à menina de 14 anos, diz que ela tem ciúmes dele com a mãe. São versões frágeis, e acaba demonstrando algum tipo de culpa. Ou coloca culpa na menina ou diz que não lembra”, disse o delegado.

O delegado acredita que a mãe da menina de 14 anos sabia dos abusos. A jovem passou a morar com Flávia e a irmã dela.

Quanto aos outros dois homens denunciados por Flávia, o delegado Rodrigo Fernando explica que outras delegacias vão assumir esses casos. “Um foi em Barra do Rocha, onde vai ser removido o processo para lá. O outro também vai para Gongogi”, conclui.

O CASO

No relato, Flávia conta que a primeira vez que sofreu os abusos foi na infância, pelos dois tios, quando morava na comunidade de Itapirama, que pertence ao município de Gongogi.

“A casa da minha avó era de fundo com casa da minha mãe. Ela tem uma televisão na praça, e quem não tinha televisão ia assistir na praça. Minha mãe me deixava dormindo na casa da minha avó, achando que lá eu estava segura. Enquanto ela ia assistir as novelas, os abusos aconteciam no sofá da minha avó, na sala. Meus dois tios. Eu lembro, era um… Fazia o que queria e depois vinha o outro. E eu ali sem entender. Por vergonha, fingia que estava dormindo”, disse Flávia.

Todos esses anos sofrendo calada, quieta. Até que ontem, minha irmã teve coragem e postou no grupo da família que foi molestada quando criança, pelo mesmo tio que me molestou. Então resolvi falar, denunciar. Eu só vim entender que tinha sido violentada, molestada, estuprada, aos 18, 19 anos, que vim entender o que tinha acontecido comigo. Até então, criança, não sabia o que estava acontecendo”, disse. Do G1

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