Cláudia Latronico fala sobre os distúrbios nesse período de pandemia
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Estresse e ansiedade têm sido consequências da pandemia e do isolamento social. Segundo a médica Ana Cláudia Latrônico, do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da Universidade do Estado de São Paulo (USP), a alteração hormonal afeta as noites de sono, a alimentação, a libido, a capacidade de concentração e, em determinados casos, pode necessitar de auxílio médico.

Cláudia Latrônico explica que o estresse na pandemia pode ser ocasionado pelo medo, preocupação com a própria saúde ou de seus familiares, mudanças nos padrões de sono e alimentação e levar a dificuldades de atenção, memória e processos cognitivos.

Ela conta que alguns pacientes tiveram agravamento dos seus problemas de saúde crônicos, às vezes relaxaram a atividade física e o uso de medicamentos. E uma preocupação que eu tenho é o maior consumo de álcool, cigarro e drogas nesse período de isolamento.

A médica informa que o estresse é uma resposta a situações de perigo ou medo e leva o organismo a responder com mobilização de energia, preparação do sistema nervoso central e ativação intensa do hormônio cortisol, que faz parte do sistema hormonal ligado à glândula suprarrenal.

REAÇÃO POSITIVA

É uma reação positiva no primeiro momento, mas o estresse pode levar ao excesso de cortisol, o que causa impactos. “Pessoas muito estressadas podem ter diminuição do sistema reprodutivo, então algumas mulheres vão deixar de menstruar, alguns homens e mulheres vão ter menos libido”.

Ela acrescenta que às  vezes vai ter mudança no padrão alimentar, com a necessidade de aumentar a quantidade de energia e ingestão de carboidratos. “Esse estresse contínuo pode ter, sim, impacto não só no sistema ligado ao cortisol, mas aos sistemas endócrinos interligados, entre eles o sistema reprodutivo e a parte metabólica”.

Para Cláudia Latrônico, em casos leves ou moderados de estresse, não há necessidade de medicação, mas há recomendações para cuidar do corpo e da mente. “Primeiro, cuide do corpo. Se acalme, tente ter refeições saudáveis e equilibradas, se possível faça uma atividade física regular, tente dormir o suficiente, evite o excesso de álcool e tente manter uma rotina”.

CONVERSA COM OS FAMILIARES 

Ela indica reservar um tempo para conversar com os familiares e uma rotina regular tanto de aprendizagem e relaxamento quanto de diversão. E faz um alerta importante. “Pacientes que se sentem deprimidos e comprometidos emocionalmente pelo isolamento social devem procurar atendimento médico, pois talvez precisem de tratamento mais focado, com antidepressivos ou com medicamentos que possibilitem uma noite de sono mais completa”.

A especialista ainda lembra que a elevação do nível de cortisol pode agravar a diabete, seja diagnosticada ou não, porque o hormônio favorece o aumento da glicemia.

Cláudia Latrônico observa  que quem já tinha um estado limítrofe em termos de glicemia ou já era diabético pode ter agravamento pelo nível de estresse e isso ainda é somado à mudança alimentar. ” Pode ter uma descompensação ou uma piora. Recomendo àqueles que são diabéticos diagnosticados a fazer controle ou exames laboratoriais”. Com informações do Jornal da USP.

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