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Fernando Gomes (cinco vezes), Geraldo Simões (duas vezes) e Azevedo (uma vez), juntos, tiveram, em 2020, 39.346 votos, não atingindo a votação alcançada por Castro (40.868), o que significa criar uma expectativa, ainda que prematura, de que, sendo exitoso na gestão, poderá quebrar a tradição da não reeleição registrada na cidade ao longo dos seus 110 anos.

Rosivaldo Pinheiro || rpmvida@yahoo.com.br

Existe um sentimento em Itabuna de que falta à cidade uma organização dos serviços públicos e modernização das estruturas  urbanas. Analisando essa crítica, podemos dizer que o nosso espaço urbano foi impactado, de sobremaneira, pelo êxodo rural durante a década de 1990, com a crise da lavoura cacaueira, não possibilitando aos gestores locais a organização necessária na perspectiva de adoção de políticas públicas que atendessem a esse público e ao conjunto total da população do município.

Diante desta realidade, sofremos as consequências até hoje: crescimento desordenado e ausência de planejamento. Perdemos o voo do desenvolvimento impulsionado pela área pública, embora atenuado, de certa forma, pelo alto nível empreendedor da cidade, o que nos mantém na rota do progresso.

A cada eleição, todos esses fatores reaparecem, tanto na expectativa do eleitor, quanto nas promessas colocadas pelos postulantes aos cargos Executivo e Legislativo, demonstrando, assim, a necessidade urgente de alteração na forma de atuação dos poderes públicos, melhorando o nosso espaço urbano para que possamos ter uma cidade mais sociável e o protagonismo no cenário regional.

A vitória de Augusto Castro sinaliza a perspectiva de modificação da qualidade de prestação dos serviços públicos e a reestruturação do espaço urbano. Para isso, o futuro prefeito terá que montar uma equipe com olhar de inovação, que, efetivamente, possibilite um novo ciclo para o desenvolvimento local, com compreensão da sua interlocução com a territorialidade.

Nas iniciativas necessárias para efetivar uma gestão moderna, Augusto vem deixando claro que encaminhará para a Câmara Municipal um projeto de lei estruturante, amarrado aos objetivos apresentados na campanha e que possibilite maior resolutividade aos órgãos da administração direta e indireta.

Augusto chega para esse novo ciclo político superando, nas urnas, três dos últimos personagens que comandaram o município nas últimas décadas. Fernando Gomes (cinco vezes), Geraldo Simões (duas vezes) e Azevedo (uma vez), juntos, tiveram, em 2020, 39.346 votos, não atingindo a votação alcançada por Castro (40.868), o que significa criar uma expectativa, ainda que prematura, de que, sendo exitoso na gestão, poderá quebrar a tradição da não reeleição registrada na cidade ao longo dos seus 110 anos.

Percebemos em Itabuna uma predisposição colaborativa em que as defesas ideológicas e de pensamento partidário sucumbem à torcida para que, de fato, possamos adentrar num ciclo virtuoso. Sabemos que o mar não será de rosas, mas que, certamente, se faz necessário unir propósitos para que tenhamos uma cidade mais saudável e melhor para vivermos.

Rosivaldo Pinheiro é economista e especialista em Planejamento de Cidades (Uesc).

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