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Nossa geração foi colocada à prova e percebeu que não está tão protegida quanto imaginava a nossa vã filosofia do senso comum. Portanto, procuremos contribuir com um ciclo novo onde desacelerar signifique avançar na direção de aproveitar as oportunidades que a vida nos oferece.

 

Rosivaldo Pinheiro || rpmvida@yahoo.com.br

Estamos concluindo mais um ano. Não foi como imaginávamos que seria no momento em que nos despedíamos de 2019 e dávamos boas-vindas para o ano de 2020.

Esse está sendo um ano único. Podemos chamá-lo de um ano de desarrumação, de reinício, desafiador para a ordem econômica mundial e para a comunidade científica, de grande doação para os trabalhadores do setor de saúde e de outros segmentos que estão fazendo a engrenagem funcionar. Enfim, de superação para toda a sociedade.

Os defensores do liberalismo econômico tiveram que sair de cena por um instante, e o estado interventor de Kaynes voltou a ser chamado a dar as cartas para salvaguardar o ambiente econômico. Os recursos públicos foram aportados para a manutenção do ciclo do capital e novos arranjos socioeconômicos surgiram.

O ano de 2021 só iniciará de fato a partir da vacinação em massa no Brasil e no mundo, nos devolvendo a liberdade de circular num ambiente de maior segurança imunológica, mas com uma certeza: o mundo conforme experimentamos até o ano de 2019 não será mais possível nem individualmente, tampouco coletivamente.

O ano de 2021 se estabelecerá e a odisseia do homem na Terra exigirá cada vez maior atenção aos riscos decorrentes da sua constante exposição e dos hábitos da vida moderna. A ciência precisará de mecanismos cada vez mais integrados como forma de redução das vulnerabilidades diante das mutações dos vírus, das doenças diretamente surgidas a partir do padrão de consumo e mesmo dos avanços tecnológicos.

Que o próximo ano seja repleto de novas atitudes, que tenhamos consciências mais leves diante das nossas decisões diárias. Que a ciência seja ainda mais exercida e proativa, que a sociedade seja menos reativa e mais unida. Que sejamos mais humanos na construção de uma sociedade com maior equilíbrio entre as classes sociais para que possamos manter a nossa jornada na busca por um mundo melhor. Nossa geração foi colocada à prova e percebeu que não está tão protegida quanto imaginava a nossa vã filosofia do senso comum. Portanto, procuremos contribuir com um ciclo novo onde desacelerar signifique avançar na direção de aproveitar as oportunidades que a vida nos oferece.

Atitude!

Rosivaldo Pinheiro é economista e especialista em Planejamento de Cidades (Uesc).

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