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A Deus, o nosso destino. A nós, a tentativa de acolhimento de todos! Estamos juntos?

Manuela Berbert || manuelaberbert@yahoo.com.br

Após um período sabático, estou de volta aos artigos. Falaremos sobre a vida, cotidiano, empreendedorismo e política, sempre aos domingos. E eu pensei em começar esse texto de diversas formas ou com um título autoexplicativo, mas optei por deixar o questionamento no ar justamente para que ele não selecione, logo no comecinho, os “interessados” ou não pelo tema. Precisamos falar sobre isso, sem reservas. Todos nós!

Durante oito anos estive à frente da comunicação da Santa Casa de Misericórdia de Itabuna. Pedir desligamento, no segundo semestre de 2019, foi uma das decisões mais difíceis da minha vida, e isso não é segredo para ninguém. De um lado, a vontade absurda de, enfim, tocar a minha empresa de Comunicação e Eventos. Por outro, além do medo do novo, a paixão pela gestão de Dr. Eric Júnior enquanto provedor, já que eu coordenava sua equipe de comunicação (tendo ao lado uma das maiores profissionais de produção, gestão e marketing da região, Jaqueline Simões). A inteligência dele, acima da média, rapidez de raciocínio e garra, contagiam, e sou prova viva disso. Eram 298 desafios por dia, mas que me prepararam para a independência profissional como nenhuma outra experiência! Saí, e meses depois fui (fomos) surpreendidos pela pandemia. No primeiro momento, inúmeros questionamentos. Hoje, tenho a certeza de que não tinha condições emocionais de passar por este momento ali dentro.

Assisti, na última semana, a Dr. Eric Junior na TV (atualmente coordenando a UTI Covid-19) falando dos capacetes que evitam a intubação, e me emocionei vendo o quanto está visivelmente exausto! Todos os médicos estão exaustos! Os enfermeiros, técnicos, fisioterapeutas e demais profissionais. Os empresários também estão exaustos! Os pais de família estão exaustos! As mães estão exaustas! Aquelas que nunca exerceram a função de professoras dos próprios filhos estão exaustas! Os professores lidando com ensino à distância também estão! Os jovens que sonharam com a vida acadêmica estão exaustos! Os adolescentes privados do convívio com os amigos estão exaustos! As crianças estão exaustas! Estamos todos! E a cobrança de ser bom, bonito e bem sucedido neste momento deixa uma poeira densa e ainda mais pesada no ar. Por isso, precisamos falar de saúde mental! Abertamente! Para nos ajudarmos a passar por esta fase tão delicada que jamais imaginamos um dia, e que não tem um fim definido. Por que ainda nos incomodamos tanto com esse assunto?

Ao mesmo tempo, diante de todo o caos, é preciso lembrar que estamos aqui! Estamos vivos! E precisamos passar por esta vida sentindo o coração pulsar de verdade, para termos a sensação de não estarmos vivendo em vão. Precisamos sonhar, embora a pandemia esteja aí nos provando que não temos o controle de nada. Que dubiedade de sentimentos! Uma loucura coletiva a qual fomos todos expostos, e que o “salve-se quem puder” não reverbera, afinal a doença é pandêmica, embora o tratamento e sintomas sejam tão individuais. A Deus, o nosso destino. A nós, a tentativa de acolhimento de todos! Estamos juntos?

Manu Berbert é publicitária!

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