O presidente Jair Bolsonaro
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Bolsonaro não pode ser tratado como um político comum. É um criminoso que tem nas costas a reponsabilidade da morte de 300 mil brasileiros.

Carlos Pereira Neto Siuffo

Sempre foi comum se ouvir a frase “não se deve brigar por política, religião e futebol”. É uma máxima de origem conservadora, brandida normalmente por pessoas que se consideravam “neutras” ou que diziam “não gostar de política”. O futebol entra de gaiato na história.

Tal frase poderia ter até sentido em períodos de normalidade política, nos jogos eleitorais das pequenas políticas provincianas, onde cada qual buscava as suas melhoras dentro das ofertas dos grupos políticos em contenda (processos fisiológicos de atendimento das necessidades de sobrevivência das pessoas, onde quase nulas as ofertas de trabalho e de acesso por meio de concursos públicos). Comuns os atritos ocasionais, os xingamentos, mas logo superados; as mesmas pessoas transitavam de um grupo para o outro conforme as possibilidades de êxito (ainda transitam).

Pessoalmente, acho que se deve brigar por política e religião. Falo da grande política, daquela que visa efetivamente transformar o mundo e a vida das pessoas. Não se pode aceitar o mascaramento segundo o qual todos são iguais (não são), tem que se desvelar o que não é normalmente visto, mostrar que existe luta de classes e que uns são beneficiados pela suposta normalidade das coisas. Na religião há que ter respeito à todas (o Estado é laico), mas não se pode aceitar o pensamento reacionário de interpretações preconceituosas, tem que se discutir, sim, demonstrar que aquele Jesus pregado não pode nunca ser o bíblico (é o Jesus do pastor malandro). Tem que ter o diálogo, mas não pode se aceitar a homofobia, o racismo, a misoginia, o preconceito contra religiões diversas; tem que brigar contra e muito.

Normalmente quem professa tal frase quer ficar no escondidinho dos seus preconceitos e/ou privilégios. Quer ficar no panteão da sua acomodação.
Já no futebol não tem por que brigar, tem que brincar, gozar o amigo torcedor do outro time. É desporto, brincadeira. Torcidas organizadas violentas são organizações políticas de natureza fascizantes (não fazem parte da naturalidade da coisa).

Já o Bolsonaro e os bolsonaristas, em regra, são fascistas. Não são políticos simplesmente conservadores interessados apenas em conservar o seu “status quo”. Bolsonaro não pode ser tratado como um político comum. É um criminoso que tem nas costas a reponsabilidade da morte de 300 mil brasileiros – em razão de um política sanitária genocida. Em diversas ocasiões defendeu tortura, ditadura, extermínio de índios, adversários e quilombolas (negro pesado em arroba). A mídia, todos os dias, mostra a corrupção das rachadinhas.

Desse modo, Bolsonaro e bolsonaristas são criminosos e assim devem ser tratados. Faço ressalvas para a massa de evangélicos, em verdade ignorantes e manipulados, que devem ser disputados religiosa e politicamente (o que não quer dizer que não são perigosos em face do fanatismo).

A rigor, com o julgamento da suspeição do Moro, o TSE deveria anular as eleições, e não só por isso, pois há as fraudes das Fake News. A eleição de Bolsonaro foi fruto de crimes e golpe.

Bolsonaro deve ser derrubado, julgado( com o devido processo legal,mas os seus crimes são gritantes) e condenado.

Carlos Pereira Neto Siuffo é professor de Direito da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc).

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