Jaqueline e Felipe: "Fomos tratados como cães parindo na rua"
Tempo de leitura: 2 minutos

Jaqueline Andrade deu à luz a filha na calçada da Maternidade Santa Helena, na manhã desta terça-feira (15), em Ilhéus. Segundo o pai da criança, Felipe Andrade, o parto aconteceu na rua porque eles foram impedidos de entrar na maternidade.

Ao PIMENTA, Felipe disse que foi com a esposa à Santa Helena na noite de ontem (14), quando foram orientados a voltar hoje, antes das 7 horas. Cumprindo a orientação, chegaram à unidade médica por volta das 6 horas desta terça. “Cheguei na recepção dizendo: ‘Por favor, minha esposa precisa de atendimento. Já está tendo contrações, seis contrações no intervalo de menos de dez minutos”, narra.

Apesar do pedido, segundo ele, o atendimento foi negado. “Não deixaram a gente entrar”. “Eu fiquei com minha esposa na calçada, esperando, porque não tinha cadeira nenhuma para sentar, porque estava cheio. Tinha gente sentada ali nas cadeiras da recepção”, relembra.

Quando se voltou para Jaqueline, percebeu que não havia mais tempo para esperar. “A bolsa estourou na minha perna, e ela falou: “Tá saindo!”, conta Felipe Andrade. “Para minha filha não cair de cabeça no chão, eu abracei as pernas de minha esposa, segurei a cabeça de minha filha e fui deitando minha esposa devagar”.

Foi nesse instante que uma enfermeira notou o que estava acontecendo e saiu para ajudar. “Vai deitando ela, vai deitando ela, pai”, disse a profissional de saúde, orientando Felipe. “Eu eu, com a cabeça de minha filha na minha mão, fui deitando minha esposa”.

AVÓ OBSTETRA

A mãe de Felipe, Rita Nascimento dos Santos, é enfermeira obstetra e acompanhava o casal. Com o auxílio da colega de profissão, fez o parto da própria neta na calçada. Em seguida, a enfermeira da maternidade buscou os materiais necessários para cortar o cordão umbilical e levou a recém-nascida para atendimento médico.

A pequena Fanny nasceu com dificuldades para respirar e foi internada. “Estava roxa”, diz Felipe.

“MINHA FILHA NÃO TEVE UM NASCIMENTO DIGNO”

O marido não se conforma com a lembrança de Jaqueline dando à luz naquelas circunstâncias. “A indignação é muito grande, porque minha filha não teve um nascimento digno, minha esposa não teve um nascimento digno. Fomos tratados como cães parindo na rua”.

O QUE DIZ A SANTA CASA

A direção da Santa Casa  afirmou, em nota divulgada na tarde desta terça-feira (15), que não houve recusa de atendimento à parturiente.

Conforme o texto, Jaqueline chegou à maternidade já em trabalho de parto em estado avançado, na fase de “expulsão” do feto, o que impossibilitou o uso de cadeira de rodas para levar a mulher para dentro da unidade.

“A Santa Casa jamais deixou de atender qualquer paciente, pois esta é a sua árdua e mais gloriosa missão. Reiteramos que a Santa Casa de Ilhéus é a casa de todos, é a vossa casa quando dela precisares”, diz a nota.

Nota pública da Santa Casa de Ilhéus

2 respostas

  1. Isso que a santa casa estar dizendo e mentira, como sempre todos estão errado, so ele esta certos, pq eu mesma fui levar minha sobrinha e mandaram volta e isso ja e de praxe deles são pessoa frias que não tem coração e acham que nunca vão precisar do outro e os médicos não ficam atras, infelizmente só existe eles, fora varias crianças que morrem ou nasceram com problema como a minha sobrinha que nasceu com a parte da cabeça inchada a sorte do medico foi que na hora que el foi no quarto pedir desculpa, eu nao estava la pq ele iria me ouvir, ela sobreviveu e as que nao será que uma desculpa iria resolver.
    isso tem que mudar

  2. Alguém avisa “a diretoria” que precisam antes de tudo escrever com concordância! Misericórdia viu, lamentável as duas situações.

Deixe aqui seu comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *