Geraldo critica Fernando por "fala desastrosa" e lembra 67 mortes pela covid-19 em Itabuna
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O ex-prefeito de Itabuna e ex-deputado federal Geraldo Simões criticou Fernando Gomes pela “fala desastrosa” ao anunciar que o comércio de Itabuna reabriria, de qualquer forma, no próximo dia 9.

“Não é surpresa a repercussão negativa, em todo o País, da fala desastrosa do prefeito Fernando Gomes”, observou, acrescentando que o gestor “coloca Itabuna no cenário nacional, de forma extremamente negativa”.

Geraldo também lembrou que Itabuna é o segundo município da Bahia em número de mortes pela Covid-19. “São 67 famílias chorando a perda de seus entes”.

Fernando emitiu a frase ao comentar que adiaria a abertura do comércio do dia 1º para o próximo dia 9 (relembre aqui). Até o momento, ele não se pronunciou sobre a repercussão do que foi dito.

Rui Costa com o prefeito Fernando Gomes
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Novamente, o prefeito Fernando Gomes tornou-se assunto nacional. O vídeo em que ele afirma que o comércio de Itabuna reabrirá na próxima quinta (9), “morra quem morrer”, viralizou. Há pouco, foi assunto do programa Encontro com Fátima Bernardes, da Rede Globo. Mais cedo, na cerimônia cívica do 2 de Julho, na capital baiana, o governador Rui Costa foi instado a comentar a fala do prefeito de Itabuna.

Aliado de Fernando, Rui minimizou e disse ter conversado com o gestor itabunense. “Ele tem se sentido extremamente pressionado [pela reabertura do comércio], porque tem uma voz nacional que diz que é para abrir e ganha setores da sociedade que querem abrir. E as pessoas, às vezes, saem do ponto, perdem o equilíbrio emocional”.

Rui ainda relatou que o próprio Fernando teria dita que, aos 80 anos de idade, nunca se sentiu “tão pressionado por todos os lados, desse jeito. É uma situação muito triste”.

Justiça extingue mandato de Fernando e manda dar posse ao vice-prefeito
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Após anunciar a reabertura do comércio de Itabuna para ontem (1º) mesmo que fosse preso, o prefeito Fernando Gomes teve que rever a promessa diante da ocupação de todos os leitos de UTI disponíveis para vítimas da covid-19 no município.

Falou o bom senso, numa cidade onde o isolamento social caiu para 38% e o nível de contágio da doença está em 1,42. Ou seja, cada infectado transmite a doença para mais de uma pessoa, segundo estudo da Uesc e da UFSB. O mínimo “ideal” é abaixo de 1.

Porém, viralizou – com o perdão do termo – um vídeo em que o prefeito aborda a situação das UTIs Covid-19 e da expectativa de abertura de outros 10 leitos de UTI até o próximo dia 8. Esses leitos dariam condição ao município – do ponto de vista da assistência médico-hospitalar – de pensar em reabertura.

Até ali, tudo caminhava bem na fala do prefeito. Mas, na sequência, o gestor itabunense aparece falando da reabertura do comércio no dia 9, “morra quem morrer”. O prefeito tem dito que nunca sofreu pressão tão forte como agora. Neste caso, a pressão parte do empresariado.

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Duas crianças morreram na madrugada deste domingo na UTI do Hospital Manoel Novaes, em Itabuna, com suspeitas de dengue hemorrágica, segundo a Vigilância Epidemiológica da cidade. Até o dia 6 de março deste ano já foram registrados 2.696 casos no município. Se confirmadas as suspeitas, Itabuna contabilizará a 14ª vítima.
Maria Gabrielle de Jesus Bispo, 6 anos, que residia no município de Floresta Azul, foi internada no Hospital Manoel Novaes na última terça-feira com os sintomas da doença. No atestado de óbito consta dengue hemorrágica.
A outra vítima foi Glória Stefanny Dantas, 7 anos, que faleceu no mesmo hospital. Ela foi internada na última quarta, após apresentar os sintomas da doença e a dengue hemorrágica também foi apontada como a causa da morte.
Amostras do sangue das duas crianças foram encaminhadas para o Laboratório Central de Itabuna e Salvador para a confirmação da suspeita. Em entrevista ao Correio, o secretário de saúde de Itabuna, Antônio Vieira, promete medidas emergenciais para conter a situação.

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Há pouco, faleceu mais uma criança vítima da dengue hemorrágica, em Itabuna. A garota tinha nove anos e também sofria de anemia. O nome ainda não foi divulgado.
Trata-se da terceira criança vítima da doença em menos de duas semanas no município. Além dessas três, outras duas, de Itororó e Buerarema, morreram em hospitais de Itabuna.
Atualização às 15h: a criança se chamava Júlia Santos Pinto.

Fernando Gomes toma a primeira dose de vacina contra a covid-19
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O ex-prefeito de Itabuna Fernando Gomes (PTC) tomou a primeira dose da vacina contra a Covid-19 na manhã desta quarta-feira (17). “Hoje foi dia de vacinação”, postou ele em uma de suas redes sociais. O ex-prefeito e ex-deputado tem 81 anos e foi infectado pelo coronavírus em dezembro passado (relembre).

Prefeito de Itabuna por cinco mandatos, Fernando também governou o município no primeiro ano da pandemia da covid-19. Tentou a reeleição, mas acabou em terceiro lugar na disputa vencida por Augusto Castro (PSD).

Fernando foi dos primeiros gestores baianos a determinar o fechamento do comércio e a adotar medidas restritivas para as atividades econômicas, mas uma de suas falas ganhou o mundo ao justificar que, após meses, autorizaria a reabertura do comércio. “Morra quem morrer”, disse ele numa entrevista coletiva virtual (relembre aqui).

Geraldo e Jairo participam de sabatina e prometem investimentos em áreas prioritárias
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Candidato a prefeito de Itabuna, Geraldo Simões (PT) se comprometeu a ampliar ações como a escola em tempo integral, implantar o calendário cultural e investir em geração de emprego e renda, desenvolvimento urbano, mobilidade e no enfrentamento da Covid-19. Na noite de ontem (29), Geraldo e o seu vice, Jairo Araújo (PCdoB), participaram de entrevista ao Ipolítica.

“Educação vai ser prioridade em nosso governo. Queremos implantar a escola em tempo integral, com atividades lúdicas no contraturno”, destacou Geraldo sobre a Educação. Outra estratégia será a criação de um Programa de Estágios, para estudantes do Ensino Médio, e um programa de premiação, a exemplo de um “Selo de Empresa Amiga do Estudante”, como estímulo para empresas que contratarem estagiários e jovens aprendizes intermediados pelo município.

Geraldo falou em criar um calendário cultural para a cidade e vinculá-lo ao calendário escolar. “Queremos que nossos estudantes tenham acesso à cultura. A FICC teve um papel importantíssimo no fomento à cultura em nosso governo. Colocaram para fazer Cultura e Esporte. Hoje, ela não faz nem Cultura nem Esporte”. Jairo disse que no “plano de governo a cultura é libertadora. Cultura é qualidade de vida e geração de empregos e renda”.

Para Geraldo, o tema desenvolvimento urbano está atrelado à mobilidade urbana. “Chegamos a transportar 1 milhão e 300 mil passageiros por mês. Hoje não tem ônibus”. Geraldo defende a criação de uma integração tarifária, de modo que os usuários possam utilizar o sistema de transporte durante um período determinado pagando apenas uma tarifa.

Jairo voltou a criticar a falta de força administrativa do atual prefeito, que deixou sem ônibus a população. “O prefeito não consegue fazer cumprir um contrato com as empresas de ônibus. Tudo o que precisa ser feito está no contrato, e a cidade não tem ônibus”.

SAÚDE

Na Saúde, a principal crítica de Geraldo ao atual prefeito é em relação ao enfrentamento da Covid-19. Ele citou o número de mais de 13 mil infectados e de quase 350 mortos, enquanto o “prefeito vira as costas para o que a Academia, que indicou o melhor caminho para o enfrentamento da Covid-19”. Geraldo destacou como propostas para a área a requalificação dos postos de saúde, com unidades funcionando até as 22 horas, com médicos, odontólogos e uma equipe motivada para atender ao cidadão.

“O paciente vai sair de lá com medicamentos que forem prescritos e vai receber em casa a marcação de suas consultas e exames especializados”, explicou Geraldo. Jairo, por sua vez, resumiu o que será a nova gestão em uma frase: “Precisamos acabar com a gestão do morra quem morrer”.

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A pandemia do coronavírus e suas consequências socioeconômicas levaram milhares de pessoas a morar nas ruas. Porém, a grande mídia deu pesos e medidas completamente diferentes às duas falas.

Cláudio Rodrigues || aclaudiors@gmail.com

A primeira semana de julho chega ao fim com mais de 64 mil óbitos vitimas da Covid-19, essa pandemia que mudou por completo nossas vidas. Além da tragédia da pandemia, a semana foi marcada por duas declarações, no mínimo infelizes: uma do prefeito de Itabuna, Fernando Gomes, e outra da primeira-dama e presidente do Fundo Social de São Paulo, Bia Doria.

Em uma entrevista coletiva por videoconferência, na última terça, dia 30, o prefeito da cidade sul-baiana soltou uma frase que lembrou o “E daí?” do presidente Jair Bolsonaro. “Primeiro, lutar pela vida, a vida é uma só. [Depois que] morrer, acabou [a vida]. Não tem fortuna, não tem pobreza, não tem falência, não tem nada. Mas não posso abrir uma coisa que não tenho cobertura. Com a dúvida, com os nossos morrendo por causa de um leito em Itabuna, vou transferir essa abertura. No dia 8, mandei fazer o decreto, que no dia 9 abre, morra quem morrer”, disse o prefeito.

O “morra quem morrer” do prefeito Gomes foi a principal notícia do day after. Todos os veículos de comunicação em seus programas noticiosos, de entretenimento e até algumas agências de notícias internacionais deram destaque à fala do prefeito, além dos comentários nas redes sociais.

Já a primeira-dama do estado de São Paulo, em uma entrevista publicada em rede social, para a socialite Val Marchiori, aquela do empréstimo irregular de R$ 2,79 milhões, junto ao Banco do Brasil, segundo atestou o Tribunal de Contas da União (TCU), travaram um diálogo com algumas “pérolas” que beiraram o ridículo.

“Falando sobre projetos sociais, algo muito importante é assim… as pessoas que estão na rua… não é correto você chegar na rua e dar marmita, porque a pessoa tem que se conscientizar que ela tem que sair da rua. Porque a rua hoje é um atrativo, as pessoas gostam de ficar na rua”, disse a senhora Doria. A entrevistadora questionou: “eles querem ficar na rua porque no abrigo eles têm horário pra entrar, eles têm responsabilidades, limpeza e eles não querem, né, Bia?

A presidente do Fundo Social do estado mais rico do Brasil afirmou: “Não querem! A pessoa quer receber a comida, a roupa, uma ajuda, e não quer ter responsabilidade. Então, isso tá errado”. Sem perder o embalo, a socialite e dublê de jornalista emendou: “todo mundo tem responsabilidades”. Não se fazendo de rogada, a mulher do governador João Doria completou: “Nós temos, se a gente não pagar nossas contas, vai pra cartório. E o povo fala!”.

O que difere a falta de empatia do prefeito de Itabuna, Fernando Gomes, e a da primeira-dama de São Paulo, Bia Doria? O primeiro é um senhor de 81 anos, em seu quinto mandato de prefeito e no final da carreira política. Ex-vaqueiro, semialfabetizado, como uma dicção quase que incompreensível e sofrendo uma forte pressão por parte do setor econômico da cidade. Gomes tem uma carreira política muito controversa. Foi destaque na revista Veja como “O marajá dos marajás” por ter um salário de quase U$ 18 mil, no inicio dos anos de 1990, em um de seus mandatos de prefeito.

Bia Doria é artista plástica, tem no currículo exposições realizadas em todo o Brasil e em países da Europa e Estados Unidos, filha de imigrantes italianos. Estava em um bate-papo descontraído, nas dependências do Palácio dos Bandeirantes e, aos 60 anos, preside um órgão do Governo do estado de São Paulo responsável por atender pessoas em situação de vulnerabilidade social.

A fala da primeira-dama paulista foi tão chocante e repulsiva quanto a do prefeito itabunense. Vale lembrar que a pandemia do coronavírus e suas consequências socioeconômicas levaram milhares de pessoas a morar nas ruas. Porém, a grande mídia deu pesos e medidas completamente diferentes às duas falas.

Não quero fazer defesa do alcaide baiano, pois Fernando Gomes é o tipo de político que conta com minha completa aversão, mas o comportamento de Bia Doria, uma elitista que já se envolveu em outras polêmicas, não difere em nada. Faltou a ambos sentir o que sentiria outra pessoa caso estivesse vivendo a mesma situação.

Cláudio Rodrigues é consultor em comunicação.

Fernando diz que foi mal interpretado sobre reabertura do comércio
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Por meio de nota, o prefeito Fernando Gomes disse que tem sua história pautada na preservação das vidas e sua frase (“morra quem morrer”) dita ao confirmar a reabertura do comércio no próximo dia 9 foi mal interpretada (confira aqui). Fernando anunciava, na última terça (30), as razões para adiar a medida, prevista para ontem (1º).

Ainda na nota, o prefeito cita que falava que primeiro era preciso lutar pela vida (“a vida é uma só”) e, se a pessoa morrer, não há fortuna, pobreza, falência. “Não posso abrir uma coisa que não tenho cobertura [de leitos de UTI]. Com a dúvida, com os nossos morrendo por causa de um leito em Itabuna, vou transferir essa abertura”.

Fernando considera que sua fala ganhou repercussão nacional porque houve ênfase à “última frase dita”, interpretando (“de moro errado e sensacionalista”) o que foi dito na entrevista.

– Nossos atos, como cidade com maior testagem e uma das que há mais tempo permanece com o comércio fechado, só reforçam o nosso compromisso pela vida da nossa população. Tenho cinco mandatos como prefeito. O povo de Itabuna me conhece – concluiu.

Rio de Janeiro - O presidente Michel Temer e o governador Luiz Fernando Pezão participam da inauguração do centro de radiocirurgia do Instituto Estadual do Cérebro, no centro do Rio (Tânia Rêgo/Agência Brasil)
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Uma em cada quatro pessoas com mais de 35 anos vai sofrer um acidente vascular cerebral (AVC), popularmente conhecido como derrame, em algum momento da vida – e 90% desses derrames poderia ser prevenido por meio do cuidado com um pequeno número de fatores de risco, incluindo hipertensão ou pressão alta, tabagismo, dieta e atividade física. O alerta é da Organização Mundial do AVC. 

No Dia Mundial do AVC, lembrado neste domingo (29), a entidade destaca que a doença é uma das maiores causas de morte e incapacidade no mundo, pode acontecer com qualquer um em qualquer idade, e é algo que afeta a todos: sobreviventes, familiares e amigos, além de ambientes de trabalho e comunidades.

A estimativa é que mais de 12 milhões de pessoas no mundo tenham um AVC este ano e que 6,5 milhões morram como resultado. Os dados mostram ainda que mais de 110 milhões de pessoas vivem com sequelas de um AVC. A incidência aumenta significativamente com a idade – mais de 60% dos casos acontece em pessoas com menos de 70 anos e 16%, em pessoas com menos de 50 anos.

“Mais da metade das pessoas que sofrem um derrame morrerão como resultado. Para os sobreviventes, o impacto pode ser devastador, afetando a mobilidade física, a alimentação, a fala e a linguagem, as emoções e os processos de pensamento. Essas necessidades complexas podem resultar em desafios financeiros e cuidados para o indivíduo e para os seus cuidadores”, alerta a organização.

De acordo com o neurologista e coordenador do serviço de AVC do Hospital Albert Einstein, Marco Túlio Araújo Pedatella, o AVC acontece quando há uma obstrução do fluxo de sangue pro cérebro. Ele pode ser isquêmico (quando há obstrução de vasos sanguíneos) ou hemorrágico (quando os vasos se rompem). Em ambos os casos, células do cérebro podem ser lesionadas ou morrer.

“Os principais fatores de risco que temos hoje pro AVC são pressão alta, diabetes, colesterol elevado, sedentarismo, fumo, uso excessivo de bebida alcoólica, além de outros fatores que a gente não consegue interferir muito, como idade, já que acaba sendo mais comum em pacientes mais idosos, sexo masculino, pessoas da raça negra e orientais e histórico familiar, que também é um fator de risco importante.”

JOVENS

Apesar de o AVC ser mais frequente entre a população acima de 60 anos, os relatos de casos entre jovens têm se tornado cada vez mais comuns. Pedatella lembra que, nesses casos, os impactos são enormes, uma vez que a doença pode gerar incapacidades importantes a depender do local e do tamanho da lesão no cérebro.

“Acometendo um paciente jovem, uma pessoa que, muitas vezes, vai deixar de trabalhar, vai precisar fazer reabilitação, gerando enorme gastos. Em vários casos, dependendo da sequela, esse paciente precisa de ajuda até pra andar, então, vai tirar um familiar do trabalho pra poder auxiliar. Então acaba aumentando muitos os gastos de seguridade social, além dos gastos com tratamento e reabilitação.”

“Infelizmente, a gente não tem um remédio que trate, que cure essas lesões. Os pacientes melhoram com a reabilitação, mas dependendo da lesão, do tamanho, da localização, podem ficar com alguma sequela mais incapacitantes.”

RECONHECENDO SINAIS

O especialista explica que reconhecer os sinais de um AVC e buscar tratamento rapidamente não apenas salva a vida do paciente, mas amplia suas chances de recuperação. “O AVC é um quadro repentino, súbito. Acontece de uma vez.”

“A pessoa tem perda de força ou de sensibilidade de um ou de ambos os lados do corpo; perda da visão de um ou de ambos os olhos; visão dupla; desequilíbrio ou incoordenação motora; vertigem muito intensa; alteração na fala, seja uma dificuldade para falar, para articular palavras, para se fazer ser compreendido ou compreender; além de uma dor de cabeça muito intensa e diferente do padrão habitual”.

“É recomendado que, na presença de qualquer um desses sinais, entre em contato com o serviço de urgência para que o paciente possa ser avaliado por um médico e afastar a possibilidade de um AVC. A gente tem uma janela muito estreita, no AVC isquêmico, pra poder tratar esse paciente e evitar sequelas incapacitantes – até quatro horas e meia com tratamento medicamentoso e até seis horas com procedimento endovascular.” Com informações d´Agência Brasil.

Cientista aponta desafios da sociedade para lidar com eventos climáticos extremos
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Thiago Dias

O fotógrafo Felippe Thomaz resgatou trecho do poema O Rio Cachoeira para acompanhar foto publicada em seu perfil no Instagram (@flipthomaz). A poesia fala de uma cobra imensa, de dorso ondulante, com sobras de água enchendo os caminhos. É provável que o professor e escritor Plínio de Almeida (1904-1976), que foi vereador de Itabuna, tenha escrito o poema sob o impacto das memórias das cheias do Cachoeira, como a de 1967, marco histórico hoje lembrado para dimensionar a enchente do Natal de 2021, quando o rio avançou sobre vinte bairros da cidade, além do Centro.

Doutor em Comunicação pela Universidade Federal da Bahia (Ufba), Felippe é dos raros artistas que reúnem profunda sensibilidade e rigor técnico no ato fotográfico. A imagem ao lado dos versos de Plínio mostra uma árvore no meio do Rio Cachoeira, quebrada na base e arrastada pela correnteza. Turvo e violento, o rio “não espelha a mata distante”. “Agora é furor descendo em caixão. Agora é só água malvada e gritante, enchente a fartar côncavas do chão”.

Rio Cachoeira arrasta árvore com tronco partido || Foto Felippe Thomaz

Plínio de Almeida imprimiu certo sentido geográfico na descrição poética da cheia, como nos versos iniciais: “E as águas que vêm do lado Oeste e enchem, com raiva, o dorso do rio”. Ele introduz a narrativa lírica informando o curso do Cachoeira. No outro trecho citado, usou o termo côncavas, que são terrenos cercados de morros com uma só entrada natural, segundo o Dicionário Online de Português. Os dois exemplos não são coincidências. O autor foi membro do Conselho Nacional de Geografia.

DESEQUILÍBRIO EM ESCALA GLOBAL

Cezar Filho: tragédia baiana não foi obra da natureza

Para compreender os fatores que contribuíram para a devastação das enchentes de Natal, o PIMENTA também recorreu à geografia, com o auxílio do geógrafo Cezar Augusto Teixeira Falcão Filho, 37, mestre em Sistemas Aquáticos Tropicais pela Uesc (Universidade Estadual de Santa Cruz) e doutorando em Geologia pela Ufba.

O volume das chuvas  na Bahia em dezembro passado foi o maior do planeta, conforme levantamento da MetSul Meteorologia (relembre). A meteorologia chama o fenômeno de Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), intensificado pelos efeitos de La Niña – que resfriou as temperaturas na América Latina –  e pelo aquecimento global.

Nuvens carregadas, que saíram do Norte do Brasil em direção ao Sudeste, chocaram-se com frentes frias sobre o território baiano, onde permaneceram por mais de três semanas e causaram tempestades intensas e duradouras.

A ação humana, em escala planetária, contribui para que eventos climáticos extremos, como o da tragédia baiana, tornem-se mais frequentes, diz o geógrafo. Segundo ele, desde o século 18, com a revolução industrial, quantidade significativa de substâncias químicas, a exemplo de dióxido de carbono, enxofre e outros gases, passou a ser lançada na atmosfera em volume crescente.

Esses gases integram a composição natural da atmosfera e fazem com que o planeta retenha calor da energia solar. Esse filtro foi determinante para o surgimento das condições de vida na Terra. No entanto, lançados em grande quantidade no ambiente, os gases produzem o famigerado efeito estufa, retendo mais calor na superfície terrestre.

O aquecimento global é um dos efeitos das mudanças climáticas, ressalta Cezar Filho. A temperatura mais elevada intensifica a dinâmica de refrigeração do planeta, acelerando a circulação das correntes oceânicas, pois os oceanos funcionam como reguladores térmicos do planeta.  “A Terra está brilhando menos. Antes, ela refletia mais luz para o espaço. Agora, está absorvendo mais calor. Então, precisa equilibrar toda essa temperatura”.

“NÃO É NATURAL”

Enquanto as chuvas torrenciais manifestam o movimento de reequilíbrio da temperatura do planeta, as enchentes que devastaram dezenas de cidades baianas foram favorecidas pelas formas de uso e ocupação do solo, alerta o geógrafo. A pressão das cidades sobre os leitos dos rios é traço histórico da expansão urbana brasileira, relembra, recorrendo ao exemplo do Rio Cachoeira para ilustrar seu raciocínio.

Cezar Filho esclarece que um rio não é influenciado apenas pelo que acontece nas suas imediações, como nas matas ciliares, mas em toda área da sua bacia hidrográfica, ou seja, a região da superfície terrestre que faz com que as águas da chuva convirjam num único trajeto – o próprio rio.

O Cachoeira nasce em Itapé, no sul da Bahia, no encontro dos rios Colônia e Salgado. Considerando os três corpos d’água, a bacia abrange 12 municípios da região.

A maior parte da cobertura florestal dessa área foi substituída por pastagens, enfatiza o geógrafo. “O que acontece? Quando a chuva se manifesta como processo natural, ela não encontra uma barreira que existia antes, a floresta que a amortecia. A água cai e impacta o solo diretamente, causando erosão, lixiviação e escoamento superficial, com muito mais velocidade”.

O mesmo desmatamento que favorece as enxurradas dos dias chuvosos, por dificultar a penetração da água no solo, contribui para a redução drástica dos níveis dos rios em períodos de estiagem, como o do verão de 2015/2016. “É estranho você observar uma bacia hidrográfica totalmente inserida no bioma da Mata Atlântica fazer com que Itabuna passe quase três meses sem água. Não sei se você lembra disso, que Itabuna ficou três meses sem abastecimento de água por causa de uma seca”, recorda o geógrafo.

A descrição é a de caso típico de desequilíbrio ecológico causado pelo desmatamento em larga escala. “O comportamento do rio numa bacia não florestada como a do Cachoeira é essa alta produção de água num curto espaço de tempo. Você tem uma chuva que não penetra nas camadas do solo. Ela escoa, faz com que o rio apresente uma cheia abrupta, com grande produção de água, que não é natural”.

Segundo o cientista, numa bacia hidrográfica onde a cobertura vegetal é conservada, o normal é a manutenção de baixas variações do nível do rio, com água correndo de modo perene, pois o lençol freático é reabastecido continuamente. “A floresta mantém a água no ambiente”. Sem a mata, uma chuva intensa e duradoura tende a elevar as águas do rio rapidamente. A tempestade perfeita eclode violenta na zona urbana, onde a ocupação do solo é moldada para a impermeabilidade.

Parte da comunidade científica, segundo Cezar Falcão Filho, entende que os processos de retroalimentação das mudanças climáticas, com o aumento do nível dos oceanos e da temperatura média da Terra, atingiram ponto sem volta. “O que a gente pode fazer agora é buscar formas de planejar como vamos nos adaptar às mudanças, porque é um processo que não pode mais ser revertido. Já passamos do ponto de ruptura, digamos assim”.

ADAPTAÇÃO

É necessário retirar moradias do leito do rio, afirma geógrafo || Foto Felippe Thomaz

O geógrafo aponta duas frentes de ação contra novas tragédias socioambientais na bacia do Cachoeira. A curto prazo, é necessário remover moradias construídas nas áreas de expansão do leito do rio em períodos chuvosos. “O rio tem a calha normal, onde a vazão média corre, mas você tem outro trecho que o rio acessa na cheia. Você tem que retirar as pessoas dessas áreas, para que não morram. Você precisa de um planejamento urbano adaptado a esses problemas, que vão ficar mais recorrentes. A primeira coisa é isso, porque o primeiro valor é a vida – a gente só tem uma, perdeu, já era!”.

Nos últimos dois meses, 26 pessoas morreram em decorrência dos efeitos das chuvas na Bahia.

A ação de longo prazo consiste no reflorestamento da bacia do Rio Cachoeira, afirma Cezar. Esse é o meio de regular as variações de cheias e secas do rio, evitando enchentes violentas e períodos de escassez hídrica – em uma palavra, equilíbrio. Segundo o geógrafo, trata-se de plano a ser executado e monitorado por, pelo menos, três décadas.

Segundo os versos finais da poesia de Plínio de Almeida, depois que o tempo melhorar e o sol esplandecer, “o Rio Cachoeira, descendo do Oeste, de novo terá seu manso correr, de novo será espelho da mata”. De algum modo, o desafio de reflorestar a bacia do Cachoeira atualiza o sentido da poesia que leva o nome do rio, porque não há espelho d’água capaz de refletir mata que já se foi.

Justiça extingue mandato de Fernando e manda dar posse ao vice-prefeito
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O prefeito Fernando Gomes disse, há pouco, que o toque de recolher será prorrogado. A medida para inibir a circulação de pessoas e veículos entrou em vigor na sexta (3) e seria encerrada nesta noite de quarta (8). Um novo decreto será publicado, nas próximas horas, prorrogando a medida.

A restrição à circulação de pessoas, no período das 18h às 5h, será prorrogada, mas a abertura do comércio está mantida para amanhã (9). Os estabelecimentos poderão abrir das 9h às 15h, mas seguindo protocolos de higiene e distanciamento para evitar maior avanço da covid-19. A exigência também valerá para os templos religiosos, assegurou o prefeito. Na semana passada, o prefeito tornou-se alvo de polêmica, com repercussão internacional, ao falar da reabertura do comércio (relembre aqui).

ABERTURA DE 15 LEITOS DE UTI

Há pouco, Fernando Gomes confirmou a abertura de mais 10 leitos de UTI para vítimas da covid-19, no Hospital de Base, ainda hoje (8), o que permitirá a reabertura, gradual, do comércio. Ele também afirmou à TV Santa Cruz que, até a próxima semana, mais 5 leitos de UTI serão abertos no Hospital de Base, que é municipal. Os leitos estão sendo abertos após o governo federal, por meio do Ministério da Saúde, enviar 15 respiradores pulmonares.

SHOPPING REABRE NA PRÓXIMA SEMANA

Segundo ele, o Shopping Jequitibá será reaberto na próxima semana. Hoje, apenas supermercado, farmácia e lotérica funcionam. Os demais segmentos do comércio opera somente em sistema de delivery e drive thru. Também ficou para a próxima semana a autorização para a reabertura das academias de ginástica.

Os consumidores poderão ir às ruas, seguindo as recomendações de praxe, mas ainda não terão transporte coletivo à disposição, o que deve ocorrer somente nos próximos dias.

Vitória da Conquista tem mais de 700 casos confirmados de dengue
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Vitória da Conquista, no sudoeste da Bahia, registra 712 casos confirmados de dengue, do total de 3.284 pessoas notificadas com suspeita. O município tem 1.562 pessoas aguardando resultado de exame, 121 tiveram resultados descartados e 886 apresentaram diagnóstico inconclusivo em relação à doença. Além disso, três pessoas morreram por dengue grave hemorrágica.

ZIKA E CHIKUNGUNYA

De acordo com a Secretaria de Saúde de Vitória da Conquista, foram feitas 521 notificações de pessoas com suspeita de zika. Na última semana o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) não divulgou nenhum novo resultado laboratorial dos casos suspeitos da doença.

São sete pessoas que testaram positivo, 37 que tiveram resultados negativos e 103 apresentaram diagnóstico inconclusivo em relação à doença. Outras 374 pessoas seguem aguardando resultado laboratorial.

O município também registra 346 casos suspeitos de chikungunya, além de 14 casos confirmados para esta doença. Existem 332 pacientes aguardando o resultado laboratorial.

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Vitória da Conquista tem mais de 700 casos confirmados de dengue
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A Secretaria de Saúde de Vitória da Conquista, no sudoeste da Bahia, confirmou, nesta segunda-feira (25), a notificação 3.342 casos suspeitos de Dengue, Zika e Chikungunya, doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti.  Foram confirmados 319 casos de dengue e duas mortes causadas pela doença, no período de 1º de janeiro a 22 de maio.

Até o momento, além dos 319 casos confirmados de dengue, 61 foram descartados, 416 apresentaram diagnóstico inconclusivo em relação à doença e duas moradores do município morreram. Elas tiveram dengue hemorrágica. Já foram notificados, até agora, 2.560 casos suspeitos de dengue no município e 1.762 pacientes ainda aguardam resultado laboratorial.

CHIKUNGUNYA E ZICA

Com relação a Zica, dos 481 casos suspeitos notificados, três pessoas tiveram resultados confirmados laboratorialmente, 38 foram descartados e 71 apresentaram diagnóstico inconclusivo. Outras 369 pessoas notificadas com suspeita aguardam resultado laboratorial.

No caso da Chikungunya, foram notificados 301 casos suspeitos, sendo três casos confirmados laboratorialmente e 298 que ainda aguardam resultado de exames.

Em caso de sintomas de febre, dores articulares, dores abdominais e ao redor dos olhos, diarreia ou a presença de manchas avermelhadas pelo corpo, a pessoa deve procurar atendimento médico na unidade de saúde mais próxima de casa, onde será feita a notificação, orientações de cuidado e solicitação de exames de sangue específicos para detecção da Dengue, Zika ou Chikungunya.

A amostra é enviada ao Lacen Estadual, em Salvador, que realiza o exame laboratorial e dá um prazo de, no mínimo, 30 dias para divulgação do resultado – a demora na análise é justificada pelo atual cenário de pandemia do novo coronavírus que tem sobrecarregado o serviço.

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Avanço do Ebola preocupa|| Ahmed Jallanzo/EPA/Agência Lusa

O número de casos de ebola ocorridos na República Democrática do Congo chega a 428, sendo 380 confirmados e 48 classificados como prováveis. De acordo com boletim epidemiológico divulgado no sábado (1º) pela Organização Mundial da Saúde (OMS), pelo menos 248 mortes pela doença foram contabilizadas no país africano.
Os números mostram também que 66 casos considerados suspeitos estão sendo investigados. De acordo com o vice-diretor-geral de Prontidão e Emergência da OMS, Peter Salama, este já o segundo maior surto de ebola registrado na história, com muitas famílias perdendo entes queridos.
“A OMS e seus parceiros seguirão trabalhando junto ao Ministério da Saúde da República Democrática do Congo e farão o que for necessário para pôr um fim a esse surto”, disse.
HISTÓRIA
O surto de ebola mais devastador em nível global foi declarado em março de 2014, com casos que remontam a dezembro de 2013, na Guiné Conacri. Quase dois anos depois, em janeiro de 2016, a OMS declarou o fim desse surto, na qual morreram 11,3 mil pessoas e mais de 28,5 mil foram infectadas.
A DOENÇA
O vírus ebola é transmitido por meio do contato direto com o sangue e os fluídos corporais de pessoas contaminadas, provoca febre hemorrágica e pode alcançar uma taxa de mortalidade de 90% se não for tratado a tempo.Da Agência Brasil.