RECEITA DIVULGA REGRAS PARA DECLARAÇÃO DO IR 2011

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A Receita Federal divulgará nesta segunda-feira (13) as regras para fazer a declaração do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) para 2011. Haverá mudanças como o limite mínimo de renda para a obrigatoriedade da entrega do documento, além do esperado fim da declaração em formulários de papel.
O supervisor nacional do IR, Joaquim Adir, já havia comentado sobre as possíveis mudanças, e em relação aos formulários de papel, disse que causam certos transtornos para Receita por representar uma pequena quantidade em relação aos enviados pela internet. Quanto ao aumento do limite mínimo de renda das pessoas físicas para a declaração, que passaria de R$ 17.215,08 para R$ 22.487,25. Os valores podem ter uma variação. Informações do Bahia Notícias.

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Um traficante que aterrorizava os bairros de Fátima, Monte Cristo e Antique foi assassinado há menos de 30 minutos, na rua Adolfo Moura, com vários tiros. Uma equipe do Samu 192 ainda socorreu Antônio Souza Santos, que era conhecido como “Gordo” ou “Negão”, e aparentava ter 35 anos. Ele morreu no local.
“Gordo” havia sobrevivido a duas tentativas de homicídio em 15 dias. Na primeira, ele levou vários golpes de faca na mão. Depois, conseguiu sair ileso a um ataque em que o algoz disparou cinco tiros, há menos de dez dias.
O corpo do traficante ainda está no local. A morte é atribuída à guerra do tráfico na região. Este foi o quarto homicídio registrado em Itabuna em dezembro, de acordo com as estatísticas do comando da Polícia Militar.

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Durante o governo Lula, foram criadas 14 novas universidades federais no Brasil, uma expansão que compensou o total abandono do ensino superior federal verificado na gestão tucana. E o crescimento deve continuar com Dilma Rousseff na presidência.
A Bahia, por exemplo, deverá receber mais duas universidades federais e é praticamente certo que uma delas irá para a região oeste. Uma forma de contemplar os municípios do chamado Além São Francisco, que vivem se queixando de isolamento, a ponto de se fomentar um movimento separatista naquela porção do território baiano.
Resta saber para onde irá a outra universidade.
Deputado eleito, o petista Josias Gomes acredita que chegou a hora de retomar o debate sobre a Universidade Federal do Sul da Bahia, que esfriou desde fevereiro, quando o vereador itabunense Wenceslau Júnior (PCdoB) chegou a tratar do tema com a então presidenciável Dilma.
Gomes quer aproveitar tudo o que já foi discutido, levantar o resultado das audiências públicas realizadas em diversos municípios sul-baianos e voltar à tona com força total. Uma das ideias defendidas pelo deputado eleito é a de que a Ufsulba poderia ter campus em municípios estrategicamente escolhidos no sul e extremo-sul, porém com sede em Itabuna.
O petista quer agendar audiência para breve com o ministro da Educação, com o objetivo de colocar a Ufsulba na agenda do governo.

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O PIMENTA publicou ontem nota sobre a apreensão de um ônibus escolar pela Polícia Rodoviária Estadual. A Prefeitura de Barro Preto, à qual pertence o veículo, o mantinha em circulação com a documentação irregular.
Absurdo, mas tem coisa pior acontecendo em prefeituras do sul da Bahia. Muitas delas estão utilizando em finalidades diversas os ônibus destinados, exclusivamente, ao transporte de estudantes que vivem na zona rural. É desvio, puro e simples, e na cara dura.
E ainda tem prefeito que, ao tentar se justificar, só revela a própria cara de pau. Dizem eles que os ônibus deixaram de ser usados na zona rural porque as estradas se encontram intrafegáveis. Ou seja, em vez de consertar as vias de acesso, eles tiram o transporte.
Muito mais fácil, naturalmente!

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Loiola (atual presidente), Roberto de Souza e Ruy Machado – protagonistas em um cenário político macabro

A poucos dias de 2011, ninguém sabe ao certo quem será o presidente da Câmara de Vereadores de Itabuna. Dois reivindicam o comando da casa: Roberto de Souza (PR), eleito com grande antecedência graças a uma mexida no Regimento Interno da Casa, e Ruy Machado (PRB), escolhido em 30 de novembro passado, após outra futucada nas regras do jogo e na fechadura do plenário, que havia sido trancado para impedir a eleição.
Indagada sobre o imbróglio, a secretária parlamentar Margareth Brandão, grande conhecedora do legislativo itabunense, não titubeia. Segundo ela, as duas eleições estão irregulares e, portanto, devem ser anuladas para que uma terceira decida quem será o presidente. Considere como uma espécie de tira-teima.
Para se ver a que nível de esculhambação chegou a política local…

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Laelson da Silva Santana, de 30 anos e natural de Miguel Calmon-BA, foi o grande vencedor da Corrida Temática da Costa do Cacau, prova realizada na manhã deste domingo, 12, em Ilhéus. Entre as mulheres, a primeira colocada foi Geovana Santos Pereira, de 38. Ele terminou o percurso de dez quilômetros em 31 minutos e 16 segundos, e ela concluiu em 34 minutos e 13 segundos.
A corrida reuniu 336 participantes e distribuiu R$ 8 mil em prêmios, além de dois notebooks (para os primeiros colocados no masculino e no ferminino).
Entre os atletas, satisfação geral com a organização e estrutura da prova, que realizou sua terceira edição, sob a coordenação da empresa Costa do Cacau, apoios como os da Prefeitura e Polo de Informática de Ilhéus e patrocínio-master da Bahia Mineração.
A Corrida Temática une esporte e turismo, já que o percurso inclui alguns dos mais conhecidos cartões-postais de Ilhéus. “É uma das provas mais charmosas do Brasil”, definiu Natalino Alves de Almeida, de Condeúba, que ficou em segundo lugar no geral masculino. Laelson, o primeiro colocado, apontou a organização como ponto alto da prova.
Simultaneamente ao esporte, houve também uma ação social, com a Caminhada Solidária da Costa do Cacau. A atividade contou com o apoio do Lions Clube e arrecadou meia tonelada de alimentos para doar a entidades assistenciais de Ilhéus.

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Cleisse, Cosme, Amara, Wedja, Daniel, Jae Ho Lee, Natália, Priscila, Eriky, Paulo, Niedja são novos moradores de Toritama, no agreste setentrional, a 173 quilômetros do Recife.
Atraídos pelo mercado de trabalho local, eles são microempresários, vendedores e prestadores de serviços que engrossam o contingente de pessoas responsáveis por um dado constatado na última pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE): município com menor território do Estado – 34,6 quilômetros quadrados -, Toritama teve o maior aumento populacional no período de 2000 a 2010.
De 21.800 habitantes, em 2000, pulou para 35.631, em 2010 – um aumento de 63,4%.
O pleno emprego explica a migração de mão de obra de outros municípios de Pernambuco e de outros Estados brasileiros para a cidade batizada de “capital do jeans”. Responsável por 16% da produção de jeans do País, Toritama possui, de acordo com a prefeitura, 2.500 fábricas de confecção – a maioria doméstica – que geram 25 mil empregos diretos e produzem cerca de 60 milhões de peças em jeans por ano.
O Produto Interno Bruto (PIB) não é expressivo em termos absolutos (R$122,9 milhões em 2007), mas de 1999 a 2007 foi o município do agreste que mais subiu no ranking estadual – escalou 25 posições, saindo do 79.º lugar em 1999 para o 54.º em 2007.
O município é fonte de emprego em um raio de até 150 quilômetros, o que também o faz ter uma população flutuante – formada por pessoas que diariamente se deslocam de municípios vizinhos para trabalhar em Toritama – pelo menos duas vezes maior que sua população fixa, segundo estimativa do secretário municipal de Indústria e Comércio, Niéliton Martins.
“O desemprego aqui é zero”, assegura o prefeito Flávio de Souza Lima (DEM), entusiasmado com o início da concretização de um de seus sonhos, o projeto Rua do Jeans, que engloba a construção de três ruas cobertas no entorno do Parque das Feiras. Situado à margem da BR-104, o parque abriga cerca de 700 boxes e lojas e funciona como uma vitrine do que é fabricado e comercializado no município.
Leia na íntegra

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Marco Wense
Nenhuma surpresa com os quatro deputados federais da Bahia que farão oposição de verdade ao governo da eleita presidente Dilma Rousseff: ACM Neto, Fábio Souto, Antônio Imbassahy e Jutahy Júnior.
E os outros deputados, eleitos pelo DEM e PSDB? A resposta é que não são confiáveis. Vão se aproximar do governo federal assim que a petista Dilma Rousseff assumir o comando do Palácio do Planalto.
ACM Neto, com sua atuação parlamentar, pode se transformar na principal figura nacional do Partido Democratas (DEM). Fábio Souto é filho do presidente estadual da legenda, o ex-governador Paulo Souto.
Em relação aos tucanos, Imbassahy preside o PSDB baiano. O deputado Jutahy Júnior é amicíssimo de José Serra, que ainda sonha com uma candidatura à presidência da República na eleição de 2014.
INDIRETAS & DIRETAS
1) Mudança no PSDB só com o senador eleito Aécio Neves no comando nacional da legenda. Se continuar sob o domínio do tucanato da Avenida Paulista, o sonho da Presidência da República vira um eterno e angustiante pesadelo.
2)  Dagoberto Brandão vai comemorar, em Salvador, junto com sua companheira Marielza, os 50 anos de engenharia civil com os colegas de formatura. Dagô, fundador do PDT de Itabuna, é exemplo de político com P maiúsculo.
3) Michel Temer, eleito vice-presidente da República, não vai deixar Geddel na rua da amargura.  Se Geddel ficar de fora do governo Dilma, será o próximo comandante nacional do PMDB.
4) Imbassahy, presidente estadual do PSDB, quer o partido longe de qualquer apoio ao governo do reeleito Jaques Wagner. O deputado Jutahy Júnior, também tucano, não concorda com a posição intransigente do ex-prefeito de Salvador.
5) Imbassahy versus Jutahy. O diretório do PSDB de Itabuna, tendo a frente o jornalista José Adervan, deve ficar do lado de Imbassahy. Adervan é dirigente partidário obediente, refratário a qualquer atitude rebelde.
6) O PDT de Itabuna, que já foi um partido de respeito, um grande partido político, não existe perante a justiça eleitoral.  Pobre PDT. Hoje insípido, inodoro, incolor, acéfalo, sem rumo, sem nada.
7) “Bom cabrito não berra”, diz um velho ditado popular. Na política, em determinadas circunstâncias, é preciso “berrar”. A Bahia, por exemplo, não pode ficar em segundo plano na composição ministerial do governo Dilma Rousseff.
8 ) A dobradinha entre os deputados Coronel Santana(estadual-PTN) e Félix Mendonça Júnior(federal-PDT) vai movimentar a sucessão do prefeito Azevedo(DEM).
9) Saudades do blog Política, Gente e Poder, do irreverente jornalista Eduardo Anunciação e este modesto comentarista político.
Marco Wense é articulista do Diário Bahia.

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O itabunense Beto Oliveira, treinador de Porto.

A Seleção de Porto Seguro tem a chance de conquistar de forma invicta o Campeonato Intermunicipal de Futebol 2010.
O primeiro confronto das finais será neste domingo (12), às 15h, contra o selecionado de Conceição do Coité.
A seleção do sul da Bahia jogou 18 vezes, ganhou 14 partidas e empatou 4. Coité apresenta campanha parecida: 14 vitórias, 3 empates e uma derrota.
Os dois times já se enfrentaram numa final. Foi em 2007, quando Conceição do Coité levou a melhor. Ao contrário daquele ano, na atual temporada a seleção de Porto jogará a partida decisiva em casa. Mas é bom se cuidar. Se 2007 é relembrado como o ano da “assombração”, Coité chega à última fase cheia de moral: no domingo passado bateu Coaraci por 7 a 1. Ou seja, vai com tudo.
As duas seleções finalistas alcançaram essa condição com grande investimento em jogadores e infraestrutura esportiva. Porto Seguro faz trabalho de longo prazo no futebol e tem apoio maciço da prefeitura. A seleção é comandada pelo técnico itabunense Beto Oliveira. Porto, aliás, ainda não descartou o sonho de disputar o Aceso em 2011, estratégia antecipada pelo treinador numa entrevista exclusiva ao PIMENTA (relembre aqui).

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Casa de abelha é ameaça a moradores no Santo Antônio (Foto Pimenta).

Os moradores da travessa Santo Antônio, no bairro homônimo, estão vivendo sob a ameaça de abelhas. Alguns até já abandonaram suas casas devido à agressividade. A rua estreita e sem saída só faz aumentar o temor de ataque. Os moradores apelam ao Corpo de Bombeiros para a remoção da colônia, principalmente pelos riscos de ataques a crianças que moram na travessa. É que, alheias ao perigo, algumas delas até lançam pedras e objetos contra a colônia.

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ARMANDO E O CUIDADO COM AS PALAVRAS

Ousarme Citoaian

O caso eu conto como o caso me foi contado: perguntaram a Armando Oliveira (foto), que ganhara várias vezes consecutivas o troféu Bola de Ouro como melhor cronista esportivo, se ele era melhor do que os outros colegas. A provocação não tirou do sério o elegante jornalista, que nunca pisava na bola. “Não é que eu seja melhor do que ninguém. É que sou muito cuidadoso com o que digo”, respondeu – deixando uma lição para todos nós profissionais do ramo. Em termos de qualidade do texto não me parece que o “saber” diferencie os jornalistas, pois todos conhecem as mesmas regras de estilística; o que os diferencia é o cuidado com o que fazem.

ESTULTICE LEONINA QUE A TODOS DRIBLOU

Leio em edição recente do bom caderno Esporte Clube (A Tarde), no alto da página, um título absolutamente inusitado: “Por renda três vezes maior, Leão luta pela sua salvação”. Depois de nada entender, pus-me a cismar sobre o que levaria um profissional a escrever tamanha estultice, como tamanha estultice logrou driblar o editor da página e chegar às bancas e se quem produziu tamanha estultice sabe que produziu tamanha estultice. Só encontro resposta para esta última: sabe, sim. Escreveu dessa forma por não ter captado a lição de Armando (atenção: entendi que o Leão do título infeliz é o infeliz Vitória).

POR AQUI, NÃO GANHOU NEM NOME EM BECO

Armando Oliveira nasceu em Água Preta/Uruçuca e fez carreira em Ilhéus (Banco do Brasil e Rádio Cultura), transferindo-se já maduro para a Rádio Sociedade da Bahia, na capital. Cobriu cinco Copas do Mundo como comentarista e recebeu oito vezes o Bola de Ouro. Camaçari batizou de Armando Oliveira seu estádio, os melhores de cada temporada do futebol baiano recebem o troféu Armando Oliveira e a sala de imprensa do Carnaval de Salvador, montada em 2005 pela prefeitura, chama-se Sala de Imprensa Armando Oliveira. Ali em Ilhéus ele não é nem nome de beco, e em Uruçuca é um desconhecido ilustre. Coisas nossas, como diria Noel.

UM ANIMAL EM EXTINÇÃO CHAMADO LEITOR

O escritor Flávio Moreira da Costa dá a receita em Modelo para morrer (Record/1999), com o personagem Wallace Jones, que ensina a regra de ouro do ofício de escrever: “envolver e não chatear esse animal desconhecido e em extinção chamado leitor”. Detalhista, Jones, autor de livros policiais, acrescenta que “é importante pegar o leitor pelo colarinho logo de início e levá-lo a acompanhar o livro até o final”. Quem encontra um leitor encontra um tesouro, disso sei eu. Mas como pegá-lo pelo colarinho e levá-lo ao final do texto é que é o “x” do problema” (outra referência proposital a Noel centenário). Na escrita também parece viger o preceito bíblico de que muitos são chamados e poucos escolhidos, ou, como diria o mano Cae: quem lê tanta notícia?

JUAZEIROS VERDES NA PLANÍCIE VERMELHA

O texto frouxo, cheio de circunlóquios, evasivas, negaças, lugares-comuns e obviedades serve apenas a leitores ociosos, quando os aeroportos estão em crise. Econômico, direto, despojado, Graciliano Ramos começa Vidas secas assim: “Na planície avermelhada os juazeiros alargavam duas manchas verdes. Os infelizes tinham caminhado o dia inteiro, estavam cansados e famintos”. Pronto. Pegou o leitor. Outros exemplos: “A síndica cheirava muitíssimo bem. Foi a primeira coisa que percebi ao entrar no edifício” (Flávio Moreira da Costa, obra citada); “Muitos anos depois, diante do pelotão de fuzilamento, o coronel Aureliano Buendía havia de recordar aquela tarde remota em que seu pai o levou para conhecer o gelo” (Gabriel García Márquez, Cem anos de solidão).

BURRINHO PEDRÊS VINDO DE NÃO SEI ONDE

“Aos 16 anos matei meu professor de lógica. Invocando legítima defesa – e qual defesa seria mais legítima? – logrei ser absolvido por cinco votos contra dois, e fui morar sob uma ponte do Sena, embora nunca tenha estado em Paris” (Campos de Carvalho, A lua vem da Ásia); Guimarães Rosa, abrindo Grande sertão: veredas: “Nonada. Tiros que o senhor ouviu foram de briga de homem não, Deus esteja”; outra, de O burrinho pedrês: “Era um burrinho pedrês, miúdo e resignado, vindo de Passa-Tempo, Conceição do Serro, ou não sei onde no sertão”; e mais uma, da novela Duelo: “Turíbio Todo, nascido à beira do Borrachudo, era seleiro de profissão, tinha pelos compridos nas narinas, e chorava sem fazer caretas; palavra por palavra: papudo, vagabundo, vingativo e mau”.

O LEITOR NÃO TEM PIEDADE DO MAU TEXTO

Não resisto a mais referências, colhidas ao acaso: “Os primeiros dragões que apareceram na cidade muito sofreram com o atraso dos nossos costumes” (Murilo Rubião, Os dragões); ou Ruy Castro, em Tempestade de ritmos: “Agora que Miles Davis está morto, quem reclamará seu corpo? “Ainda me lembro daquele amanhecer em que meu pai me levou pela primeira vez para visitar o Cemitério dos Livros Esquecidos” (Carlos Ruiz Zafón, A sombra do vento). Para encerrar a pequena mostra, Monteiro Lobato, em O colocador de pronomes: “Aldrovando Cantagalo veio ao mundo em virtude dum erro de gramática”. Está certo Wallace Jones: se as frases iniciais não segurarem o animal em extinção chamado leitor, o texto será abandonado, sem piedade.

DIPLOMA, MELINDRES, MÁGOAS E RANCORES

Sinto que uma discussão estéril e rasteira tenha nascido de um comentário desta coluna (na semana passada), a propósito da atividade jornalística no Sul da Bahia. Não tratamos dessa cretina dicotomia entre ter ou não ter diploma (ser contra o diploma de qualquer curso é uma estupidez a cujo luxo não nos damos): deploramos que a Fenaj casse a pedradas os profissionais não diplomados, quando estes exercem honestamente (nem sempre, é verdade!) sua atividade e que os veículos abriguem “colunistas” (bissextos ou não) a quem não remuneram – sugerindo que eles recebem “por fora”, numa moeda podre, não publicável. Não é nossa intenção servir de canal para suspeitos melindres, mágoas adormecidas e rancores mal resolvidos.

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NOEL É VÍTIMA DE CANTORES DESLEIXADOS

Fizemos referência a erros da cantora Elizeth Cardoso na interpretação de Três apitos, e parece chegado o tempo de retomar o assunto, para que não fiquemos no campo da difamação. Antes, é conveniente dizer que erros em letras da MPB não são tema para uma notinha nesta coluna, mas motivo para livro, e livro grande, alentado, livrão (ou livralhão, como preferem os eruditos lusitanos). São muitos os exemplos, em várias épocas, com os mais diversos letristas. Por ser Noel um dos autores que mais “visitei”, o aponto como a maior vítima desse desleixo dos intérpretes. Mas vamos, por enquanto, à acusação contra a extraordinária Elizeth, o que faço sem nenhum prazer.

MESMO COM OS ERROS, UM MOMENTO ÚNICO

O poeta escreveu “Mas você anda/ sem dúvida bem zangada/ ou está interessada/ em fingir que não me vê” e Elizeth leu “… sem dúvidas bem zangada/ E está interessada…”; mais adiante, um erro na rima famosa: “Mas você não sabe/ que enquanto você faz pano/ faço junto do piano/ estes versos pra você” foi gravado como “Mas só não sabe/ que enquanto você faz pano/ Faço junto de um piano/ esses versos pra você”; para encerrar, “Nos meus olhos você lê/ como eu sofro cruelmente” saiu “Nos meus olhos você vê/ que eu sofro cruelmente”. Apesar das derrapagens (lembrar que era um show ao vivo) esta gravação de Três apitos, com Elizeth e Jacob (ao bandolim), é um momento apoteótico da MPB.

DE COMO ARACI DE ALMEIDA PISOU NA BOLA

Ao que me consta, Noel não ouviu Último desejo em disco: ele morreu em maio de 1937 e Araci de Almeida só fez a gravação em junho. Mas isso é da minha memória, informação sujeita àquelas já famosas chuvas e trovoadas desta coluna, não tive como conferir. “Araci de Almeida é, na minha opinião, a pessoa que interpreta com exatidão o que eu produzo”, disse Noel  em 1936,  numa entrevista. Gosto de pensar que ele nunca ouviu o erro de Araci, que passou a ser repetido por futuros intérpretes: o poeta escreveu “Às pessoas que eu detesto/ diga sempre que eu não presto/ e que meu lar é o botequim” e Araci, cabeça de vento, gravou “… e que o meu lar é um botequim”.

NOEL MORREU INOCENTE DO ERRO FAMOSO

Olívia Byington fez em 1997 um CD antológico, A dama do Encantado, reeditando gravações de Araci, com muito Noel, é óbvio (das vinte faixas, dez são dele). Preocupada em ser fiel ao texto, Olívia chama a atenção para o famigerado erro e explica, didaticamente, a distância entre o botequim (conforme escreveu Noel) e um botequim (como Araci tornou “oficial”): se eu digo que minha casa é o botequim, digo que “moro” no bar; se falo que minha casa é um botequim, estou dizendo que minha casa é uma zona… Ainda bem que Noel, também cantor, morreu sem saber o que sua cantora preferida aprontou. Voltaremos ao tema. Por enquanto, ouçamos Maria Betânia, com Feitio de oração (com erros, é claro).

(O.C.)

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Microônibus circulava irregularmente (Foto Pimenta).

Um microônibus da prefeitura de Barro Preto foi apreendido pela Polícia Rodoviária Estadual (PRE) por circular de forma irregular. O veículo transportava professores da rede municipal quando foi retido numa abordagem da PRE, por volta das 17h.
“Retornavamos para casa quando aconteceu isso. É inaceitável isso, um veículo da prefeitura circular de forma irregular”, explicou, irritada, uma professora que teme ser identificada. Os educadores participam de um programa de formação dos professores em nível superior.
O micro-ônibus foi apreendido e seria levado para o pátio da Polícia Rodoviária Estadual, conforme a educadora. Mais de três horas depois, a prefeitura encaminhou um outro ônibus para que os professores pudessem retornar para casa. “Vivemos uma situação absurda. Imagine que trabalhamos uma semana inteira. Aí acontece isso. É irresponsabilidade da prefeitura”.

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O Tribunal de Justiça da Bahia negou habeas corpus para a escrivã da Vara do Júri e Execuções Penais de Itabuna, Sádia Consuelo Cândido Pitanga. Ela está presa desde o dia 21 de outubro.
A defesa ingressou com quatro pedidos de soltura na primeira Câmara Criminal do TJB. O habeas corpus impetrado no dia 31 de outubro pelo advogado Paulo Cesar Pires foi o negado. A decisão foi publicada no Diário da Justiça de quinta.
Sádia Pitanga está presa na Penitenciária Lemos de Brito, em Salvador. Ela é acusada de receber propina para beneficiar traficantes e responde a diversos processos na corregedoria do Tribunal de Justiça.
Segundo o Ministério Público Estadual, a servidora recebeu R$ 45 mil, além de presentes das quadrilhas comandadas por Bartolomeu Rocha Mangabeira, o “Bartô”, e Gilson Oliveira Queiroz, o “Gilson Oclinho”. O primeiro está preso no Conjunto Penal de Itabuna e o segundo foi assassinado por inimigos. Informações do jornal A Região.

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No início da semana, o governador Jaques Wagner disse que a Bahia fecharia o ano com 953 mil jovens e adultos alfabetizados.
Hoje, anúncio do governo baiano publicado em jornais de circulação estadual informa uma quantidade diferente: 751 mil alfabetizados pelo Topa.
Puxa daqui, puxa dali, a diferença entre uma conta e outra dá 201 mil por alfabetizar – ou, noutra leitura, alfabetizado. É muito.