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Fernando, com secretários, reabre aeroporto de Itabuna || Foto Hélio Bocão

A reabertura do Aeroporto Tertuliano Guedes de Pinho, de Itabuna, na manhã desta quarta-feira (8), teve forte policiamento e protesto de moradores do entorno do aeródromo. O prefeito Fernando Gomes acompanhou as operações deste primeiro dia.

Enquanto uma pequena aeronave taxiava na pista do terminal, os moradores, exibindo bandeira do Brasil, gritavam “vai cair, vai cair!”. Policiais militares das Rondas Especiais (Rondesp) se deslocaram para a área onde os moradores protestavam, numa das margens do terminal. Os manifestantes se queixam do bloqueio de acesso às suas residências após a reabertura do aeroporto. Na segunda (6), eles interditaram a BR-101 pedindo alternativas para chegar às suas casas, após a entrada em operação do terminal.

O aeródromo estava fechado desde a década de 90. O prefeito Fernando Gomes comemorava o cumprimento de uma de suas promessas de campanha.

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Do site Museu da Pelada, extraímos esta narrativa de Zé Roberto Padilha. Década de 70, a glória no Flamengo, a despedida no Itabuna e a inauguração do eterno inconcluso Estádio Luiz Viana Filho em um pouco da história do jogador. Confira:

zé roberto padilhaO AEROPORTO DE ITABUNA

Zé Roberto Padilha

(…) não consegui esconder minhas lágrimas quando a cidade parou numa quarta-feira para assistir nosso primeiro treino. Tratava-se da principal atração do clube do cacau para o estadual da primeira divisão baiana de 1979.

 

 

 

Era um sábado ensolarado do mês de junho e o avião da Varig (lembram-se dela?) se aproximava do Aeroporto Luis Viana Filho, em Itabuna, Bahia, trazendo a delegação do CR Flamengo, que iria fazer um amistoso inaugurando o novo estádio do clube. E como se tratava de Flamengo, dava para ver da janelinha aquelas formiguinhas carregando suas bandeiras vermelho e preta em volta da pista. Estou falando de 1976, naquela época as pessoas recebiam os passageiros da Varig, Vasp e Transbrasil à beira da pista, não tinha aquela passarela suspensa, era olho no olho, emoção do torcedor na cara do jogador.

Nas últimas poltronas, após o sambinha do fundo homenageando nosso Merica para desespero das aeromoças, o filho daquela terra que chegara à Gávea ao lado do Dendê, eu e meu parceiro Toninho Baiano. Já jogador da seleção, Toninho, então assíduo do Charles de Gaulle, Orly, e aeroportos cheios de estilo como o de Roma e de Madrid, virou-se para mim e disparou:

– Já pensou, Zé, você chegando nesta “babinha” não mais para jogar, mas de mala, para ficar de vez por aqui.

Não concordei, nem discordei, apenas sorri. Meu silêncio foi de uma cumplicidade e arrogância do mesmo tamanho.

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E descemos aquelas escadas anestesiados pela glória passageira como eterna fosse. Porque jogador de futebol vive seus 15 anos máximos de glória fora da realidade econômica do seu país e da sua família, ou vocês acham que o Gum (120 mil reais/mês), Henrique (160 mil reais/mês) limitados zagueiros do Fluminense, que ganham 4 vezes mais do que nosso mais alto magistrado, não seriam protagonistas, hoje, da mesma história? Perguntem a eles, no fundo do jatinho fretado do Flu, durante a Copa do Brasil, se eles fossem jogar contra o Asa e desembarcassem no aeroporto de Arapiraca não para o jogo de ida, mas para ficar por ali, ganhando salário normal, de um jogador trabalhador da segunda ou terceira divisão do nosso futebol?

Com a camisa do Flamengo
Com a camisa do Flamengo

A partida entre Flamengo x Itabuna levou 40 mil pessoas ao também estádio Luis Viana Filho no dia 25/01/76, poderoso nome de uma raposa política capaz de batizar aeroportos e estádios, e o placar foi de 5×0 pro nosso time (Luizinho, aos 8, Zico, 17 do 1º tempo, e Caio aos 24, 27 e 32 do 2º), e saímos dali nos braços queridos dos baianos, levando aquele diálogo de fundo de avião como uma norma taxativa da irrealidade em que vivíamos.

Daí fui para o Santa Cruz, em Recife, dois anos depois machuquei meu joelho, operei em uma época em que a medicina retirava todos os meniscos no lugar de isolar apenas sua parte lesionada, preservando aquele fundamental órgão de amortecimento, e acabei colocado em disponibilidade no mercado esportivo. Minha esposa estava grávida da nossa primeira filha, a Roberta, quando desembarquei de uma excursão à Arábia Saudita com o Santa Cruz, onde meu joelho não mais respondia aos apelos do meu pulmão para correr pelo campo todo. Sem ele, restou-me o currículo para atrair clubes ainda interessados. O primeiro foi o Bahia. Fui para Salvador realizar exames médicos e escolher apartamento. Ainda arrumava as malas quando um diretor do Santa Cruz me abordou com aquele velho chavão:

– Tenho duas notícias, uma boa e a outra ruim. Qual delas prefere?

A ruim era que o departamento médico do Bahia vetara minha contratação. A boa era que um clube baiano, diante da recusa do seu rival no estadual, pagava o mesmo preço. Sem exames médicos. Este clube o Itabuna FC.

Quando o avião me levou, três anos depois, de volta para aquele aeroporto, desta vez para ficar, com a mala cheia de vergonha e um pensamento no preconceituoso diálogo travado com o Toninho, não consegui esconder minhas lágrimas quando a cidade parou numa quarta-feira para assistir nosso primeiro treino. Tratava-se da principal atração do clube do cacau para o estadual da primeira divisão baiana de 1979 e no primeiro toque na bola senti meu joelho. E eles respeitaram minha saída cabisbaixa do treino, ajudaram na minha recuperação pelo SUS, incentivaram meu retorno e a manter, até o final do contrato, um salário digno de um trabalhador já então pai de família.

Naquele ano não foi apenas a Roberta que nasceu, mas uma lição definitiva de humildade explícita foi incorporada a vida da gente. Aquela “babinha” foi o lugar que me acolheu e desnudou o quanto são “bobinhos” os que se deixam seduzir pelo efêmero poder de ser um dia jogador de futebol do Flamengo.

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Glebão e Nadson propõem análise de proposta.
Glebão e Nadson propõem análise de proposta.

Os vereadores Nadson Monteiro e Glaby Carvalho (Glebão) anunciaram sessão especial para discutir a reabertura do Aeroporto Tertuliano Guedes de Pinho. O terminal itabunense está desativado há quase uma década e a intenção é discutir a sua viabilidade.

A sessão especial deverá ocorrer após o fim do recesso legislativo, em agosto. Na avaliação do empresário Eduardo Fontes, a reabertura do aeroporto impulsionaria a aviação regional.

Eduardo enfatiza que o Tertuliano Guedes de Pinho possui boa pista, localização geográfica privilegiada e poderá receber aviões de grande e médio portes, além de aviões cargueiros e UTI aérea.

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O Aeroclube Itabuna entrou com pedido de liminar contra a prefeitura para suspender imediatamente as obras de construção ilegal de moradias na área do Aeroporto Tertuliano Guedes de Pinho. O terreno “invadido” pela prefeitura pertence ao Aeroclube, resultado de doação de seu antigo dono em 1958. A ação de interdito proibitório corre na Vara Cível e de Relação de Consumo da Comarca local.
A primeira audiência do caso está marcada para o dia 26 de julho, às 9h. Na ação, o Aeroclube alega que a área lhe pertence e haveria interesses de várias empresas aéreas para operar no aeroporto local, fechado desde meados da década de 90. O advogado Edmilton Carneiro reforça que o Aeroclube é “legítimo dono da área em discussão”.
Além de suspensão, a entidade requer a retirada de todo o material da prefeitura e empreiteira contratada para a construção das casas. Esta não é a primeira ação contra a prefeitura. Na década passada, o Departamento de Infraestrutura de Transporte (Derba) também moveu ação para retomar a administração do aeroporto das mãos da prefeitura.
Há dois anos representantes do Aeroclube e de entidades locais se reuniram em audiência com o prefeito Capitão Azevedo (relembre aqui), quando ficou definida agenda para reativar o Tertuliano Guedes de Pinho, mas o prefeito voltou atrás numa manobra que muitos interpretaram como “golpe”.