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Em nota enviada a este blog, a Viação Águia Branca afirma lamentar o acidente ocorrido em janeiro de 2008, entre um ônibus da empresa e  um Ford Fiesta no qual viajavam as jovens Priscyla Gama, Tatiana Berbert, Elis Maiane Santana e Larissa Alpoim. Todas perderam a vida em consequência do choque com o ônibus.

Na semana passada, chegou ao conhecimento da imprensa o relatório elaborado pelo delegado Luciano Patrício, a partir de nova perícia realizada no local do acidente e investigações sobre o trabalho de peritos lotados na 6ª Coordenadoria de Polícia do Interior. Segundo o delegado, há indícios de  que os peritos Robson Lincoln e Paulo Libório fraudaram a perícia anterior para inocentar o motorista da Águia Branca.

Seis dias após a divulgação do relatório de Patrício, a Águia Branca se pronuncia, afirmando que “rejeita as declarações prematuras recentemente veiculadas”. Diz ainda que o motorista envolvido no acidente, que trabalha na empresa há 14 anos, “ainda irá se defender nos autos do processo”, cujo final resultará “no triunfo da verdade”.

A diretoria da empresa também declara não concordar com “quaisquer atitudes que busquem antecipar o resultado de processos” e que está “tomando todas as medidas legais e cabíveis na defesa de sua imagem pública, assim como a correta elucidação dos fatos”.


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Em mensagem enviada ao Pimenta, o perito Paulo Libório, acusado de fraudar a perícia de um acidente para beneficiar a empresa Águia Branca (confira AQUI e AQUI), se defende e questiona o delegado Luciano Patrício, que o indiciou pelos crimes de prevaricação e corrupção passiva.

Libório, que é acusado juntamente com o também perito Robson Lincoln, questiona o fato de não ter sido ouvido nem chamado para acompanhar a reprodução simulada do acidente, realizada por Patrício.

O perito também aponta incoerência do delegado, por ter indiciado somente ele e Robson Lincoln, embora a perícia anterior tenha sido assinada também por Sérgio Selma e Sérgio Murilo.

Na opinião de Libório, a ação de Patrício revela que o delegado é “tendencioso” e teria a intenção explícita de prejudicá-lo.

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A empresa teria cometido o crime para fugir da responsabilidade por um acidente na rodovia Ilhéus – Itabuna. Quatro jovens perderam a vida.

Pryscila, Tatiana, Elis e Larissa. Quatro vítimas de um acidente que ganha nova e explosiva versão

Um acidente que chocou a população de Itabuna, pela brutalidade com que tirou a vida de quatro belas jovens, todas com idades entre 23 e 25 anos, tem agora uma reviravolta. A nova perícia realizada no trecho da BR-415 onde o Ford Fiesta, dirigido por Pryscila Gama Antunes, colidiu com um ônibus da Águia Branca, aponta: a responsabilidade exclusiva pelo acidente foi do veículo da empresa.

O laudo sobre a colisão, ocorrida a 5 de janeiro de 2008, destoa do que foi produzido anteriormente, pelos peritos Paulo Roberto Libório Teixeira Viana e Robson Lincoln Farias Nunes, que apontava culpa da motorista do Fiesta.

Priscyla e Tatiana Berbert Pitanga Franco, que viajavam na frente, morreram no local da batida. Larissa Prates Alpoim Andrade e Elis Maiane Santos Santana iam atrás e chegaram a resistir por alguns dias no hospital. Todas faleceram, vítimas de politraumatismo.

As meninas vinham de uma festa numa fazenda às margens da rodovia e, em função disso, logo se disseminou a versão mais fácil de acreditar: a de que elas estariam de porre. É isso que sugere o primeiro laudo, ao mencionar inclusive uma testemunha que afirma ter gritado para alertar a motorista de que ela estaria na contramão. O segundo laudo não indica que isso tenha ocorrido.

A versão de que a motorista bebeu não foi confirmada. A segunda perícia analisou as imagens brutas da festa em que Pryscila se encontrava e, em nenhum momento, a jovem aparece consumindo bebida alcoólica. Familiares e amigos dizem que ela estava com a garganta inflamada. Para completar, não foi realizado teste que comprovasse a ingestão de álcool.

PERITOS SOB SUSPEITA

Reconstituição, há um ano, derrubou tese de peritos (Foto Pimenta).

São extremamente graves as suspeitas contra os peritos, levantadas pela investigação conduzida pelo delegado especial Luciano Patrício. Segundo relatório, eles já teriam prestado serviços particulares à Águia Branca. A quebra do sigilo telefônico de Libório também detectou que ele, nos dias 12 de fevereiro e 13 de março de 2008, conversou diversas vezes com um preposto da empresa, Luciano Magno Vivas Martins.

Libório e Robson Lincoln haviam sido absolvidos em processo administrativo que apurou supostas irregularidades na perícia do acidente. Com as novas informações surgidas, o procedimento contra eles foi reinstaurado.  O delegado Luciano Patrício está convencido de que os dois peritos cometeram os delitos de corrupção passiva e prevaricação e, portanto, serão alvo de inquérito também na esfera criminal.

Irmão de Larissa, o advogado Marcos Alpoim afirma que o novo laudo restaura a imagem a dignidade das vítimas. “Além de perderem a vida, elas também ficaram com a fama de irresponsáveis, inconsequentes, beberronas e isso é um desrespeito grave, um absurdo contra o qual jamais nos conformamos”, afirma.

Alpoim critica a postura da Águia Branca, que chegou a mover ação de indenização contra os pais de Pryscila, exigindo R$ 5 mil como reparação pelos danos causados ao ônibus. De acordo com a investigação do delegado Luciano Patrício, a empresa fundamentou a ação cível utilizando termos idênticos ao laudo de Lincoln e Libório.

Detalhe: o laudo saiu após a ação ter sido protocolada, o que, na opinião do delegado, confirma a estreita relação entre a empresa e os peritos.