Leléu e sua camisa revelando uma paixão, o Flamengo
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Hoje Itabuna e o Beco do Fuxico estão de luto com a morte precoce de Claudionor Menezes de Andrade, que será sempre lembrado pelos amigos ou simples conhecidos, os que o viram crescer, jogar futebol amador, participar da vida ativa de Itabuna.

 

Walmir Rosário

Assim era Leléu: irreverente, contagiante, apaixonado pelo futebol e pelo Flamengo, das bebidas, do Carnaval. Esse comportamento não chamaria a atenção, não fosse pelo seu modo extravagante de viver a mil por hora. Menos quando estava sóbrio, ocasião em que se dedicava ao afazeres domésticos e o trabalho, com muita responsabilidade para quem cuidava das contas a pagar de outras pessoas.

De longe era fácil conhecer o seu estado físico e emocional. Se abstêmio, calmo, cumprimentando todos que passavam com muita distinção, conversando em voz baixa e pasta na mão para cumprir sua tarefa profissional. Foi por muito tempo o homem de confiança do ilustre advogado Victor Midlej, responsável pelo recebimento das contas e os pagamentos em banco, mesmo em tempos de internet.

Se chumbado, envernizado, o seu cumprimento era excêntrico, mirabolante. Assim que avistava um conhecido, um amigo, de longe gritava: “Olha aí que ruma de pesos mortos”. Destilava mais alguns impropérios do seu refinado vocabulário e contava a todos os motivos da euforia, que iria desde a vitória do Flamengo, até o mais simples motivo para uma comemoração em alto estilo.

Para tanto não importava a data, bastava não ter compromissos profissionais. E o seu local de chegada era sempre o Beco do Fuxico, nas três dimensões: Baixo, médio e alto, visitando todos os bares, barbearias, alfaiatarias e lojas. Antes de entrar, em alto som se anunciava: “Pesos mortos”. Alguns o convidavam para tomar mais uma cachaça e ele prontamente aceitava e também se servia da cerveja, sem a menor cerimônia.

Nos carnavais todos se admiravam da sua resistência e muitos não sabiam se ele embebedava uma só vez e continuava, ou se a cada soneca recuperava o ânimo e começava tudo de novo. Devidamente fantasiado – muitas das vezes de roupas femininas – nem mesmo importava se toleravam seus beijos e abraços. O bom mesmo era comemorar, e no Beco do Fuxico.

Fora dos seus dias de festa, como já disse, vivia uma vida normal. Os que pouco ou não o conheciam ficavam em dúvida quais papeis ele representava, se o de Leléu ou de Claudionor Menezes de Andrade. Eram personagens completamente distintos e um não interferia no outro, o que o tornava uma figura folclórica, quando revestido Leléu, e um cidadão, trabalhador comum nos momentos de Claudionor.

Leléu e toda a sua irreverência nos carnavais e lavagens do Beco do Fuxico

Querido por todos, seu aniversário era comemorado no Alto Beco do Fuxico a cada fim de semana mais próximo dos dias 6 a 9 de outubro. No dia 6 o aniversariante era o proprietário do bar Artigos para Beber, José Eduardo Gomes; e no dia 9 o advogado Pedro Carlos Nunes de Almeida (Pepê) e o próprio Leléu. Mais tarde se juntaram o produtor de eventos Alex Alves (6) e o agrônomo Paulo Fernando Nunes da Cruz (Polenga), dia 19.

Ao fundar a desabusada Academia de Letras, Artes, Música, Birita, Inutilidades, Quimeras, Utopias, Etc., (Alambique), o jornalista Daniel Thame, nomeou Leléu para o cargo de Diretor para Assuntos Meiotísticos, com posse formal no Alto Beco do Fuxico. Certa data, ao sair de casa para participar de uma pretensa reunião da Academia – no Alto Beco do Fuxico – tentou atravessar o canal do Lava-pés em plena enchente e foi arrastado de uma ponte a outra, saindo das águas com a maior naturalidade do mundo.

Mas hoje Itabuna e o Beco do Fuxico estão de luto com a morte precoce de Claudionor Menezes de Andrade, que será sempre lembrado pelos amigos ou simples conhecidos, os que o viram crescer, jogar futebol amador, participar da vida ativa de Itabuna. Também não o esquecerão os que o viam chegar ao beco com suas estrambóticas fantasias, devidamente alegre e biritado, irradiando alegria, sempre gritando. “vai…pesos mortos!

Walmir Rosário é radialista, jornalista e advogado.

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Dedé do Amendoim ou Tesão era presença e garantia de riso em bares itabunenses

A Academia de Letras, Artes, Musica, Birita, Inutilidades, Quimeras, Utopias, Etc., a Alambique, lança nesta quinta-feira (6), durante a Lavagem do Beco do Fuxico, a Comenda Dedé do Amendoim. A comenda é uma homenagem a um dos personagens mais marcantes da boemia de Itabuna, Dorival Hygino da Silva, simplesmente “Dedé do Amendoim”, também conhecido como “Tesão”.

Durante vários anos, Dedé comercializou amendoins e ovos de codorna nos bares do centro e bairros como Fátima, Santo Antônio e São Caetano, a bordo de sua inseparável bicicleta. Dedé do Amendoim ´pendurou os pedais` há cerca de quatro anos e atualmente encontra-se recluso em sua residência no bairro de Fátima, em função de problemas de saúde.

O jornalista e escritor Daniel Thame, presidente da Alambique, destaca que “pessoas como Dedé do Amendoim, Caboco Alencar e Zequinha do Katikero, símbolos de uma cidade com tradição em bares e botecos legendários, precisam ser reconhecidos e homenageados em vida”.

O próprio Caboco Alencar, que essa semana completou 89 anos, do imortal ABC da Noite, no Beco do Fuxico, será o primeiro contemplado com a Comenda Dedé do Amendoim, que em tempos pré-Viagra também era demasiadamente solicitado pelos que acreditavam nos poderes, digamos, afrodisíacos do produto que lhe deu fama. A confecção da Comenda é um gentil oferecimento da Free Hand.

Comenda será entregue a personalidades itabunenses

ISTO É DEDÉ DO AMENDOIM

No final dos anos 90, Dedé vendia seus amendoins e seus ovos de codorna no Katiquero, vestindo com orgulho uma camisa do PT, quando um desses babacas que infelizmente poluem os bares perpetrou:

-Tira a essa camisa horrível que eu compro tudo…

Ao que Dedé respondeu na lata:

-Pois pra gente como você eu prefiro não vender nada…

E seguiu em frente, com sua bicicleta e sua dignidade.

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Daniel Thame | Blog do Thame
Os 83 anos do Caboco Alencar, que há mais de meio século comanda o ABC da Noite, boteco que é reduto da boêmia itabunense -ou do que restou dela- serão comemorados neste sábado, com uma festa no Beco do Fuxico, célebre viela da qual o ABC é referência.
A festança, que começa às 10 horas do sábado (2 de fevereiro), terá som mecânico com marchinhas dos carnavais de antigamente e show da banda Charanga Elétrica de Itajuípe, especialmente convidada para o ágape, além de homenagens ao Caboco Alencar.
Alencar Pereira, nome que o Caboco recebeu na pia batismal em Sorocaba, no interior paulista, itabunense de coração desde que aportou em terras grapiunas ainda menino, chega aos 83 anos em plena forma, tanto nas tiradas espirituosas quanto nas batidas de sabor inigualável, que fazem do ABC um boteco único, que nem se dá ao luxo de oferecer uns tira-gostos à sua legião de acólitos.
O ABC da Noite foi tombado pela Prefeitura de Itabuna em 2013, mas o Caboco segue firme, para alegria dos amigos que batem ponto no boteco para saborear as batidas (quem quiser tira-gosto que leve ou se acerte com outra legenda, Dedé do Amendoim), e para um bate papo, onde política, religião e futebol convivem pacificamente. Às vezes, mais ou menos pacificamente.
A festa dos 83 anos do Caboco Alencar é realizada pela Associação dos Amigos do Caboco (sim, o mestre das batidas tem até Associação!), com o apoio da FICC, ACATE, Associação dos Blocos de Carnaval de Itabuna (viúvas do quase-carnaval de Vane), Bloco Pó de Giz e da Academia de Letras, Artes, Música, Birita, Inutilidades, Quimeras, Utopias, Etc., a gloriosa e beberosa Alambique.

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Alencar e sua esposa Neuza, em frente ao ABC
Alencar e sua esposa, Neuza, em frente ao ABC

Confete, serpentina e velhas marchinhas de carnaval tornaram este sábado, 2, Dia de Iemanjá, especialíssimo no Beco do Fuxico, reduto da boemia itabunense. No local, foi comemorado o octogésimo-segundo aniversário do Caboclo Alencar, alquimista de famosas e saborosas batidas.
A homenagem ao Caboclo foi organizada pela Alambique (Associação de Letras, Artes, Música, Birita, Inutilidades, Quimeras, Utopias Etc.) e Acate (Associação Cultural Amigos do Teatro). As entidades lançaram uma campanha pelo tombamento do ABC da Noite, bar administrado por Alencar Pereira, o “Cabôco”, há 51 anos.
A ideia é vista com simpatia pela administração municipal.

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Daniel e Ari batem ponto no ABC e discutem sobre a Acacal, obervados atentamente pelo Caboco
Daniel e Ari batem ponto no ABC e discutem sobre a Acacal, obervados atentamente pelo Caboco

Só mesmo o emblemático “Caboco” Alencar, verdadeiro patrimônio histórico-cultural de Itabuna, seria capaz de fazer surgir nesta terra de tantas siglas, mais uma: a Acacal (Associação Cultural dos Amigos do Caboco Alencar). A nova entidade terá sua criação oficializada na manhã deste sábado, 2 de fevereiro, dia de festa no mar e de gandaia no ABC da Noite por ser aniversário de seu ilustre proprietário há 51 anos.
A ideia de criar a associação partiu da Associação Cultural Amigos do Teatro de Itabuna (Acate), presidida pelo produtor Ari Rodrigues; Associação de Letras, Artes, Música, Birita, Inutilidades, Quimeras, Utopias Etc. (Alambique), dirigida pelo jornalista Daniel Thame (que nesse caso, bebe e dirige); e do Fórum de Cultura Itabunense, sob o comando do também jornalista Ederivaldo Benedito.
A inauguração da Acacal e o aniversário do Caboco começam às 10 horas e serão animados por velhas marchinhas carnavalescas. Haverá também uma lavagem simbólica do ABC da Noite, numa prévia da Lavagem do Beco do Fuxico, endereço do estabelecimento, que acontece no dia 9 de março.
Durante a festa, Thame lançará campanha pelo tombamento do ABC da Noite, boteco de íntimas ligações com a cultura grapiúna.

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walmirWalmir Rosário | wallaw1111@gmail.com

Já que o mundo continua mundo e eu vivo, vou comemorar meu desatino em Joinville, onde não falta cerveja da boa, feita de forma artesanal e comida da melhor qualidade.

Eu bem sabia que essa família Maya não era de merecer esse crédito todo. Sempre soube que eram uns incompetentes e gostavam de ser o centro das atenções, como uns deles que conheço no Rio de Janeiro e que só sabem fazer política, mesmo assim dizem que não estão mais com essa bola toda.

Ainda ontem (sexta-feira, 21), ouvi falar – à boca-pequena – aqui na “Boca Maldita”, em Curitiba, a confirmação do que já sabia e não levava a sério, de que esses Maya eram uns caras que gostavam de viver nas nuvens, ou pelo menos perto delas. E olha que o povo da “Boca Maldita” não é de jogar conversa fora.

Pelo que consegui escutar, a família Maya se meteu a fazer um calendário e, pelo que consta, não conseguiu sequer acabar (o calendário, é claro), dando a entender ao mundo que o dia 21 de dezembro de 2012 era o fim de tudo. Até eu que nunca levei “esses caras” a sério pensei que estaria com os dias contados.

Também com todo o mundo (ou quase) dizendo que o mundo iria mesmo acabar, não tive alternativa senão entrar no clima. Parecia até copa do mundo da Fifa: tinha data e hora para terminar. Mas qual, quando fui me inteirar direito, nem o ex-presidente Lula sabia e, pior, os cientistas da Nasa desmentiram esses Maya, ponto por ponto.

Essa polêmica só me deu prejuízo: primeiro foi sair por aí comprando tudo que via pela frente com os cartões de crédito, pensando que não iria pagar. Agora vou ter que trabalhar dobrado. Pior do que isso, ao vir comemorar o fim do mundo fora de Itabuna, perdi a comemoração do fim do mundo promovida pela Academia de Letras, Artes, Música, Birita, Inutilidades, Quimeras, Utopia e Etc. (Alambique) no Beco do Fuxico, iniciando no ABC da Noite do Caboclo Alencar e subindo para o Artigos para Beber, já no Alto Beco.

Mas não faz mal, já que o mundo continua mundo e eu vivo, vou comemorar meu desatino em Joinville, onde não falta cerveja da boa, feita de forma artesanal e comida da melhor qualidade. Vou até pedir ao Papai Noel que no próximo ano ele arranje história melhor para ser contada antes do Natal. Quem sabe o “bom velhinho” não me atenda…

Walmir Rosário é jornalista, advogado e editor do Cia da Notícia.

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LOGO ALAMBIQUE blogOs sedentos membros da Alambique (Academia de Letras, Artes, Música, Birita, Inutilidades, Quimeras, Utopias Etc.) de Itabuna se reúnem nesta sexta-feira, 21, às 18 horas, no ABC da Noite, para aguardar o fim do mundo e beber, não necessariamente nessa mesma ordem. Quem convida é o presidente vitalício da irmandade alcoólica, o jornalista Daniel Thame.

Segundo o imortal, ainda que o mundo não se acabe, o encontro vale pela prosa mediada pelo grande filósofo Caboclo Alencar.

Avisos importantes:

1. Por motivos óbvios, será terminantemente proibido deixar a conta para pagar depois do dia 21.

2. Se vai beber, arrume um motorista sóbrio ou pegue um táxi.

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Aquele lance macabro de outro dia, quando uma ruma de sindicalista invadiu o plenário da Câmara de Ilhéus com velas, caixão e cânticos fúnebres, assombrando centenas de velhinhas que estavam ali para receber homenagem dos vereadores, ilustra bem os tempos vividos pela política nesse eixo torto Ilhéus-Itabuna.
A falta de seriedade não poupa nem as vovós e é sabido que essa raça de políticos desalmados e vorazes só têm consideração mesmo pelo que lhes favorece a conta bancária, como se viu no caso dos dez fantasmas da mesma Câmara de Ilhéus. Um esquema que desviou R$ 83.700,00 dos cofres públicos em três meses.
Como se percebe, as coisas andam mesmo fúnebres no legislativo municipal, onde caixões e fantasmas formam congestionamento . E o que é mesmo de morte é ser denunciado pelo vereador Aldemir Almeida, conhecido por maquinar estranhas operações na rede pública de saúde e por ter sido um dos beneficiários do velho mensalinho de Valderico Reis, entre outras traquinagens.
O presidente Dinho Gás, com sua pinta de ingênuo, faz cara de paisagem de quem não está entendendo nada. E na porta da funerária – ou melhor, da Câmara – alguém abordou o vereador com uma pergunta capciosa: “vai se safar, Dinho?”
É a treva…
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O vereador petista ilheense Paulo Carqueja, o outro caça-fantasmas da Câmara, é esperado há mais de três meses para assumir o comando da Secretaria Municipal da Saúde. Carqueja impôs a condição de receber a Secretaria organizada e em condições de prestar um bom serviço.
Talvez assuma o cargo em 2099…
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Após a mobilização do GAC (Grupo do Almoço Cevado), não teve jeito: a presidenta Dilma finalmente sentiu a poder de pressão itabunense e autorizou a instalação da Universidade Federal na cidade.
E quem deve colocar o assunto na pauta de sua próxima reunião é a Alambique (Academia de Letras, Arte, Música, Birita, Inutilidades, Quimeras, Utopias Etc). A questão agora é definir o local do campus, que a Alambique até aceita que seja na Ceplac…
Chiadeira mesmo vai ser se alguém sugerir a desativação do Katikero para que no lugar do boteco seja instalada a universidade…
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Anda sumida a vereadora Rose Castro, de Itabuna, que faz companhia a Clovis Loiola no ostracismo. Juntos, eles emplacaram sucessos nas sessões plenárias, como a famosa falta de “cloro” para que fosse votado um projeto (pérola de Loiola) e a pedrada de Rose que, numa discussão com outro vereador, disse que não entraria no “inquérito” da questão…
Com Rose e Loiola apagados, as páginas políticas perdem totalmente a graça.
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O presidente do PSDB de Itabuna, José Adervan, deverá ter as asas cortadas no toco. No ninho tucano, vigora a regra do “vale quanto pesa” e as aves eleitas não respeitam os cabelos brancos do dirigente.
Adervan, retado da vida, esperneia em papel-jornal. Mas vai acabar empastelado.
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Leitor deste blog não mostra espanto diante da possibilidade de união entre os ex-prefeitos Fernando Gomes e Geraldo Simões, que eram inimigos desde criancinha.
O atento e conformado internauta recorre à sabedoria popular: “É assim mesmo, meu amigo – Deus faz, o vento espalha e o diabo ajunta”…
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Até a próxima!