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Os pesquisadores do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revisaram para 3,7% a alta da inflação brasileira em 2021. Em dezembro do ano passado, a inflação para este ano tinha sido projetada pelo Ipea em 3,5%.

A pesquisadora do Grupo de Conjuntura do Ipea Maria Andréia Lameiras disse que dois fatores influenciaram na revisão: a alta das commodities (produtos agrícolas e minerais comercializados no mercado internacional) e a depreciação cambial do real frente ao dólar.

Ela explicou que, nos dois primeiros meses de 2021, algumas commodities, principalmente as energéticas, petróleo e alguns grãos, elevaram os preços no mercado exterior, contrariando a expectativa de estabilidade prevista para o período.

“A gente já sabia que aquela desaceleração que estava esperando para os alimentos, já agora em janeiro e fevereiro, só ia acontecer um pouco depois. Tanto que, em janeiro, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) alimentos, que desacelera em relação a dezembro, ainda foi alto para o mês de janeiro.”

Maria Andréia acrescentou que, em janeiro de 2021, ocorreu uma desvalorização cambial maior que em dezembro, o que gerou uma pressão do câmbio com impacto nos alimentos e nos demais bens. “Basicamente foi isso: a gente mudou a nossa previsão de alimentos e de outros bens, por conta desse câmbio e da elevação das commodities”, afirmou.

Esses dois fatores fizeram subir a inflação dos alimentos e dos demais bens livres de 3% para 4,4% e de 2,7% para 3%, respectivamente.

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Mercado animado com melhores preços para o boi gordo || Foto Divulgação
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A alta no preço do boi gordo no país animou pecuaristas do sul da Bahia. Nesta semana, o preço médio da arroba do boi gordo em Itabuna atingiu R$ 225,00, com tendência de alta, segundo análise da Associação dos Agropecuaristas do Sul da Bahia (Adasb).

Especialistas em análise do mercado do boi, atribuem essa tendência à alta no dólar, aumento significativo nas exportações para a China, por influência da peste suína que dizimou o plantel e a consequente aceitação do consumidor chinês para a carne vermelha, e a dificuldade na reposição de bezerros por causa do preço.

Um site especializado na área, o Scoot Consultoria, informa que somente em junho o volume exportado de carne bovina in natura para a China foi recorde para o mês, totalizando 152,5 mil toneladas. “A quantidade exportada cresceu 33,2% na comparação com o mesmo período do ano passado”, diz o site.

Para o presidente da Associação dos Agropecuaristas do Sul da Bahia (Adasb), Beto Dantas, a oferta reduzida de animais para abate e a crescente demanda para exportação têm influenciado positivamente nos preços da arroba. “Além disso, a injeção de dinheiro na economia brasileira, por conta do auxílio emergencial do governo federal, tem aumentado o consumo do brasileiro”, afirma Beto Dantas.