O BRASIL PEQUENO E SEM SOTAQUE
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Dicionários só registram, não avalizam
Para o bem ou para o mal a língua se forma nas ruas e nos becos, não nos gabinetes e salas de aula. Daí, quando essa pressão “popular” se torna forte, o termo se consolida, os dicionários o abrigam – e, consequentemente, lhe conferem identidade “legal”. Mas é importante lembrar que dicionários são repositórios de palavras existentes, sem avalizá-las ou recomendar seu uso. No caso dos verbetes badejo e grelha os dicionários se renderam à realidade das ruas: antes, os grafavam tendo o “e” com som aberto, hoje usam as duas formas. Logo, se você quer perder o DNA de nordestino, esteja à vontade para pedir badêjo na grêlha (argh!).
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BREVE ANEDOTA DE CANDIDATO A PREFEITO
NOMES LEMBRADOS COM SAUDADE E GRATIDÃO
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Hoje, bacharel em comunicação chama-se comunicólogo, enquanto a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) se digna de reconhecer como “jornalista profissional” apenas quem tiver o diploma universitário específico. Foram-se os tempos, foram-se os termos. Jornalista profissional, conforme aprendi e professo, é quem atende a três condições: 1) escreve em veículo de comunicação (seja jornal ou outro); 2) faz isto como rotina (não vale matérias eventuais) e 3) é remunerado por essa atividade. O conceito de “profissional” nasce da noção de pagamento pelo trabalho. Quem escreve de graça (salvo a exceção de ser dono do veículo) pode até ser considerado jornalista profissional pela Fenaj, mas não pela ética.
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QUANDO A PAIXÃO PARECE MISANTROPIA
Se fosse para definir Bebel Gilberto numa palavra, eu diria: pedigree. Nada melhor me ocorre para resumir alguém que tem João Gilberto como pai, a mãe é Miúcha e o avô é Sérgio Buarque de Holanda. E é sobrinha de Ana de Holanda, Cristina e um certo Chico Buarque. Mais pedigree, impossível. Bebel é precoce, também devido a suas origens: antes de completar nove anos já se apresentara no Carnegie Hall, com Miúcha e Stan Getz, e já participara de musicais infantis, levada pela mão do tio Chico. A estreia como profissional se deu aos 20 anos (1986), com o disco Bebel Gilberto, em que a filha de João interpreta canções dela, Cazuza e Roberto Frejat. Aqui, sua leitura de Nuvem negra.
(O.C.)