Mãe Ilza é convidada especial de roda de conversa em Ilhéus || Foto PMI
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Mãe Ilza Mukalê, mameto-de-inquice do terreiro de candomblé Matamba Tombecy Neto, é a convidada especial para a mesa redonda sobre as tradições africanas no Brasil, promovida pela Academia de Letras de Ilhéus (ALI), a partir das 16h desta terça-feira (28), na sede da instituição, localizada na Rua Antônio Lavigne de Lemos, 89, no Centro Histórico, quase em frente ao Teatro Municipal.

Também vão compor a mesa o músico Marinho Santos (Gongombira), Carlos Alaboji (Ilê Axé Ijexá Orixá Olufon) e os professores André Rosa (Uesc) e Anarlei Menezes (Instituto Nossa Senhora da Piedade), a quem caberá a mediação da conversa. A entrada é gratuita.

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Acaba de sair do prelo a coletânea Poesia de Aluvião: novos territórios da literatura sul-baiana contemporânea, que reúne obras de 15 poetas da região. Os poetas Fabrício Brandão, editor da revista Diversos Afins, e Geraldo Lavigne de Lemos foram os organizadores do livro e integram a lista de autores. O produção coube à Editora Patuá.

“A obra simboliza uma conquista e, mesmo em tempos pandêmicos, foi pensada e organizada com o intuito de fortalecer a produção literária desse importante eixo da Bahia. Por isso, não há palavra mais importante para o momento do que a gratidão”, escreveu Fabrício ao noticiar a boa nova.

Capa da coletânea Poesia de Aluvião

Além de Fabrício e Geraldo, os poemas são assinados por Aleilton Fonseca, André Rosa, Daniela Galdino, Heitor Brasileiro Filho, Iolanda Costa, Leila Andrade, Lia Sena, Marcus Vinícius Rodrigues, Rita Santana, Rodrigo Melo, Tales Santos Pereira, Telma Sá e Tereza Sá.

A coletânea pode ser adquirida no site da editora (acesse aqui).

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Efson Lima || efsonlima@gmail.com

Ilhéus deve perseguir o título de Cidade Literária da Unesco. Ainda não há cidade brasileira na área de literatura. Assim como Florianópolis foi a primeira cidade brasileira a conquistar seu espaço na rede Unesco de Cidades Criativas pela área de gastronomia, em 2014, a Princesa do Sul merece que seu povo se reúna e a confirme como CIDADE LITERÁRIA.

A cidade de São Jorge de Ilhéus é conhecida internacionalmente pelas belezas naturais e pela História, mas não somente essas características demarcam a cidade. A Princesa do Sul chama a nossa atenção, a dos visitantes e de diversos interessados também pela literatura. Não nos resta dúvida que o campo literário é construtor do imaginário da cidade de Ilhéus. Vários são os espaços físicos, as ruas e os alimentos que nos tocam pela literatura. A literatura oriunda das terras de Ilhéus até pode ser considerada de cunho regionalista, mas foi universalizada e alcança o mundo.

Aproveito, com a devida vênia, para sensibilizar alguns, que Ilhéus pode aproveitar a qualidade de cidade literária para fazer parte do projeto da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) batizado de Rede de Cidades Criativas. Salvador integra no campo da música. Ilhéus pode fazer parte do clube pela via da literatura. Certamente fará bem à Princesa do Sul e à literatura regional. Certa vez, o escritor Adonias Filho perguntado sobre o que Ilhéus produzia, além de cacau. Ele respondeu: escritores.

A Rede de Cidades Criativas foi criada pela Unesco em 2004, cujo objetivo é promover a cooperação com e entre as cidades que identificaram a criatividade como um fator estratégico para o desenvolvimento urbano sustentável. A rede também está comprometida com o desenvolvimento da Agenda para o Desenvolvimento Sustentável 2030 e estão entre seus objetivos o estímulo e o reforço às iniciativas lideradas pelas cidades-membros para tornar a criatividade um componente essencial do desenvolvimento urbano por meio de parcerias entre os setores público e privado e a sociedade civil.

É transformador para os apaixonados por livros caminhar por cenários de obras e lugares onde viveram escritores. Pode se vislumbrar uma experiência romântica, alvissareira, transformadora ou até mesmo alfabetizadora… os sentimentos são os mais diferentes. Afinal, a literatura nos leva a diferentes lugares, deixa-nos curiosos para conhecer e Ilhéus desperta esse fascínio internacionalmente.

A literatura pode ser instrumento de emancipação. Lembro até hoje da minha primeira obra lida – Capitães da Areia, de Jorge Amado. Como não agradecer à professora Ana Maria, do IME. Nunca mais fui o mesmo. Obrigado!

Para uma cidade ser considerada literária, a Unesco impõe algumas exigências: que ocorram eventos literários, como festivais, a existência de bibliotecas, livrarias e centros culturais, públicos ou privados e que tenham por fim último a promoção da literatura.

A cidade de Ilhéus é também uma urbis literária pelos aspectos tão comuns ao campo literário. A cidade pertence a grandes escritores, como Jorge Amado, Adonias Filho, Sosígenes Costa, Hélio Pólvora. A cidade foi parar nos livros e se transformou em cenário e enredo. É a cidade também dos hai-kais de Abel Pereira. É a terra de coração do historiador Arléo Barbosa, personagem vivo e encantador, com seu best-seller regional Notícia Histórica de Ilhéus.

A cidade também é celeiro de jovens escritores como Fabrício Brandão, Gustavo Cunha, Marcus Vinicius Rodrigues, Carlos Roberto Santos Araujo, Geraldo Lavigne, do paulista Gustavo Felicíssimo, às vezes, alguns deles com origem extra Ilhéus, mas que burilam os textos a partir deste lugar. A cidade também é lugar privilegiado para a literatura popular. Aqui merecem registros os cordéis da Mestra Janete Lainha e a sua xilogravura que tanto abrilhanta o mundo da literatura e nos insere neste lugar de destaque.

A cidade é palco do Festival Literário de Ilhéus (FLIOS), que alcança a quarta edição em 2019. Vida longa! É lugar da Mostra Jorge Amado de Arte & Cultura. Esses eventos demarcam o lugar da literatura. A cidade é cenário para diversas obras literárias. É cidade de novela – isto soma e enriquece o aspecto literário.

A cidade possui a Academia de Letras de Ilhéus, que completa 60 anos em março de 2019, cujo lema de “Servir à pátria cultuando as letras”, e não deixa dúvida da qualidade destes abnegados que insistem e nos alimentam com a chama literária (André, Rosas, Pawlo Cidade, Maria Schaun, Maria Luiza Heine, Ruy Póvoas e tantos outros, que injustamente vou deixando de citar). Este é locus importante para a formação e promoção da cultura regional. A UESC pode contribuir para o projeto. Em seu seio está a Editus, que muito tem contribuído para as obras de escritores regionais. A própria Universidade tem desenvolvido seminários e inserido os estudos da literatura regional em seus cursos.

Não obstante, o Programa Estratégico da Cultura – Cultura 500, da Secretaria de Cultura de Ilhéus, traça um cenário para a cidade nos próximos 15 anos e lança as estratégias para Ilhéus chegar aos seus 500 anos, sendo um município referência na área da Cultura, portanto, Ilhéus, Cidade Literária é um caminho.

Por tudo isto, Ilhéus deve perseguir o título de Cidade Literária da Unesco. Ainda não há cidade brasileira na área de literatura. Assim como Florianópolis foi a primeira cidade brasileira a conquistar seu espaço na rede Unesco de Cidades Criativas pela área de gastronomia, em 2014, a Princesa do Sul merece que seu povo se reúna e a confirme como CIDADE LITERÁRIA. De fato, ela já é. Mais que um título, é a confirmação de sua contribuição para a literatura e mais uma porta para a consolidação do turismo e da cultura local. A literatura, a História de Ilhéus com suas estórias e as belezas naturais da Terra de São Jorge encantam a todos.

Efson Lima é advogado, coordenador-geral da Pós-graduação, Pesquisa e Extensão da Faculdade 2 de Julho, coordena o Laboratório de Empreendedorismo, Criatividade e Inovação. Organizador do Projeto Conviver – atividade responsável pela produção de livros/UFBA, além de ser doutorando, mestre e bacharel em Direito pela UFBA.

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Ramayana, de gravata, ao lado de acadêmicos como Antonio Lopes e presidente André Rosa.

O professor e jornalista Ramayana Vargens agora é membro da Academia de Letras de Ilhéus (ALI), ocupa a cadeira nº 11, na posição 3. A solenidade de posse aconteceu no dia 18 de abril, às 19h30min, na sede da entidade, localizada na Rua Antonio Lavigne de Lemos, no centro histórico da cidade. O presidente da Academia, André Rosa Ribeiro, destacou que antes ocuparam a cadeira o jurista Carlos Ribeiro, patrono, e o filósofo, advogado e professor Dorival de Freitas, que antes de falecer havia indicado Vargens para compor a entidade.
Fundada em 1959, a Academia de Letras de Ilhéus foi saudada pelo novo membro imortal. Ele disse: “É um privilégio ser parte de uma Casa devotada às Letras, especialmente numa terra de longevos escritos dos tempos dos primeiros desbravadores portugueses. Nas páginas dos cronistas do descobrimento, aparecem as primeiras palavras sobre Ilhéus. As cartas dos jesuítas, que aqui fundaram um colégio, mostram que Ilhéus, desde os primeiros anos de sua
existência, é um polo pioneiro de educação.”
Ramayana Vargens também evocou a poesia de padre José de Anchieta, “Sobre os feitos de Mem de Sá” (que narra a Batalha dos Nadadores, no Cururupe), de Bento Ribeiro, nas referências a Ilhéus, terra que adotou para morar, há 30 anos. “Com quase 500 anos de vida, Ilhéus ainda mantém uma exótica aura atraente. Fascínio enriquecido com a literatura reveladora dos sensuais segredos da civilização do cacau, que tinha Ilhéus como capital”, enfatizou.
O professor ainda ressaltou: “Como nos romances de Jorge Amado, Ilhéus consegue avançar, progredir e acompanhar os tempos de transformação sem perder a baianice brejeira e a convivência familiar de sossegada província. A Ilhéus de ontem permanece na Ilhéus de hoje, mesmo que estejamos na inevitável rota do amanhã. Nesse vértice do tempo, que aproveita o passado, desfruta o presente e projeta os sonhos do futuro, é que situo a Academia de Letras de Ilhéus”, acrescentou Vargens.
A cerimônia contou com a presença de membros da ALI, dos secretários municipais de Relações Institucionais, Sérgio Souza – que representou o prefeito Mário Alexandre, e de Cultura, Pawlo Cidade, do professor emérito e ex-reitor da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), Joaquim Bastos, a também ex-reitora Renée Albagli, a presidente do Conselho Municipal de Cultura, Janete Lainha, a viúva do acadêmico Dorival, Marita de Freitas, a diretora do Instituto Piedade, Irmã Georgina Carvalho, entre outras personalidades.Leia Mais

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Uma comissão de sindicância foi formada para investigar denúncia da estudante Nátali Mendes contra o professor André Rosa, da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc). A reitora da Uesc, Adélia Pinheiro, designou os professores Wilma Vivas, Zeneide Silva e Álvaro Vinícius Coelho para apurar a denúncia classificada como machismo praticado pelo professor contra Nátali.
A estudante diz ter sido constrangida pelo professor, publicamente, em um evento do núcleo Kawé de Estudos Afro-Baianos Regionais, em 5 de novembro, ao ser cantada e segurada pelo braço. O caso teve ampla repercussão no meio acadêmico e na imprensa (relembre aqui).
A comissão de sindicância tem até dia 28 para concluir a investigação.