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É preciso preparar os cidadãos/cidadãs para estas questões, envolver o poder público, manter um planejamento urbano, não como um projeto de um gestor público, mas como um projeto de município, um projeto de Estado.

João José || jjsantos@uesc.br

A chuva que atingiu a cidade de Itabuna não foi a causa para o alagamento do seu principal centro comercial: a Avenida do Cinquentenário, como também outros espaços da cidade. O que aconteceu na sexta feira (06/03/20) consistiu em um chamamento para a questão do planejamento urbano, do planejamento da cidade em nível macro.

Se constrói aleatoriamente, inclusive onde a “natureza já deu o seu recado que é área natural, que é preciso poupar estes espaços, para o seu papel enquanto agente de transformação”.

Pois bem, as cidades não nascem aleatoriamente. A aglomeração de pessoas em determinada região tem a ver com algo ligado à produção: seja natural, comercial, ou mesmo aquelas impulsionadas pela ação humana. Um exemplo é a busca pelo ouro, as incursões de terrenos por populares, proximidade de determinado polo mercantil, etc.

Entretanto, nestes possíveis nascimentos de uma localidade/cidade, é de crucial importância a ação do poder público, no planejamento, no redirecionamento para área apropriada para habitação humana.

As Cidades de Ilhéus e Itabuna são peculiares nestas questões climáticas. No caso de Ilhéus, praias, manguezais, rios etc. Portanto, Itabuna está mais ligada a área do Rio Cachoeira, assim como ocupações de extensões inadequadas para residir.

Logo, as causas das enchentes e alagamentos não estão relacionadas apenas com fatores naturais. Igualmente, podem estar relacionadas a ações humanas ou até mesmo pela junção dos dois fatores. É notório que isso pode acontecer por causa de um problema na atmosfera, por causa do aquecimento global ou de uma catástrofe climática natural.

Ruas e avenidas alagadas durante chuva da sexta (6), em Itabuna.

Por outro lado, é preciso preparar os cidadãos/cidadãs para estas questões, envolver o poder público, manter um planejamento urbano, não como um projeto de um gestor público, mas como um projeto de município, um projeto de Estado. Assim, tem-se a oportunidade de tentar minimizar os possíveis estragos provocados pelas chuvas.

Portanto, para evitar que as enchentes continuem originando mais prejuízos, é preciso uma conscientização coletiva. Consequentemente, parar de jogar lixo ao chão, que, por sua vez, entope bueiros e galerias construídas para reter e impedir o acúmulo de água das chuvas nas ruas.

João José é graduado em Ciências Sociais, mestrando em Educação e especialista em Planejamento de Cidades; Gestão Municipal; e História do Brasil.