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Dentre os nossos atrasos históricos, torna-se cada vez mais necessário superar os passivos social, urbanístico e ambiental. Isso exige novos olhares, união de esforços e objetivos, modernização da máquina pública, definição de prioridades e atração de novos investimentos.

Rosivaldo Pinheiro || rpmvida@yahoo.com.br

Nossa cidade completa hoje 110 anos de emancipação política, trazendo consigo a marca do empreendedorismo e da ousadia em desbravar horizontes. Sua gênese se deu pelo trabalho de sergipanos que por aqui chegaram em 1867. Dois deles: Felix Severino do Amor Divino e José Firmino Alves. Antes, em 1857, surgia o arraial de nome Tabocas, ponto de apoio aos tropeiros que se dirigiam a Vitória da Conquista.

Nesses 110 anos de emancipação política, passamos por uma verdadeira transformação no aspecto urbano, tendo sua maior expansão no período da crise da vassoura-de-bruxa, agravada na década de 1990, quando chegaram milhares de trabalhadores expulsos do campo, em busca, no solo local, de uma alternativa para sobrevivência, impactando os serviços públicos e exigindo de toda a sociedade adaptação a essa nova realidade que se estabelecia.

Se, por um lado, essa expansão representou pressão sobre a zona urbana e os serviços públicos, fazendo aparecer a escassez de recursos para salvaguardar direitos constitucionais, por outro deu à cidade um aumento populacional e a motivação para que os seus atores principais, públicos e privados, passassem a compreender a necessidade de superação da crise imposta pelo modelo agropastoril exportador para um novo, no qual comércio e serviços ganharam nova dinâmica e foi dado início a uma embrionária industrialização.

Do lado público, nossa cidade tem tido, ao longo desse mais de um século, poucas inovações. Sua principal característica, politicamente falando, foi ser gerida de forma populista, perdendo, por diversas vezes, o protagonismo regional devido a essa postura administrativa. Isso impactou negativamente, inclusive, na busca por novas receitas e no equilíbrio fiscal do município.

Dentre os nossos atrasos históricos, torna-se cada vez mais necessário superar os passivos social, urbanístico e ambiental. Isso exige novos olhares, união de esforços e objetivos, modernização da máquina pública, definição de prioridades e atração de novos investimentos. Essas conquistas só serão factíveis se adotarmos mecanismos de gestão levando em consideração a incorporação de novas tecnologias e elaboração de projetos para financiamento dessas ações.

Precisamos agir para incrementar políticas reais e alterar o nosso perfil de desenvolvimento local. Tal sinergia exigirá, em doses cada vez maiores, um entrelace do setor público com os setores privados e toda a sociedade para, por meio dessa perspectiva, dotar a nossa cidade de condições melhores para a nossa convivência. Precisamos de um novo pacto social local.

Rosivaldo Pinheiro é economista, comunicador e especialista em Planejamento de Cidades.