Tutores devem ter cuidados no uso de produtos de limpeza e higiene || Foto Fabio Rodrigues Pozzebom/AB
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Neste momento em que o mundo enfrenta a pandemia da covid-19, a preocupação com a limpeza da residência para evitar a proliferação do vírus se intensificou. Os produtos utilizados são diversos, mas é preciso estar atento quando se tem um animal de estimação em casa.

No país, há pelo menos 141,6 milhões de animais de estimação nos lares. Desses, segundo o Instituto Pet Brasil, 55,1 milhões são cachorros e 24,7 milhões, gatos.

Há ainda as aves (40 milhões), peixes (19,4 milhões) e os répteis e pequenos mamíferos (2,4 milhões). Por isso, é necessário tomar cuidado, já que produtos tóxicos aos animais podem até causar a morte.

Segundo o médico veterinário e presidente da Comissão de Clínicos de Pequenos Animais do Conselho Regional de Medicina Veterinária de São Paulo (CRMV-SP), Márcio Mota, os produtos mais indicados para a limpeza geral da casa e a desinfecção são o hipoclorito de sódio diluído (na medida de uma parte para dez), detergente neutro ou uma solução de amônia quaternária, que pode ser encontrada em pet shops.

A terceira opção já é testada, sendo muito usada em clínicas, hospitais e consultórios veterinários, justamente por promover a limpeza sem oferecer riscos aos bichos.

“Todos esses produtos são efetivos contra o novo coronavírus. Com eles não se agride as patinhas, nem a pele. Temos que lembrar que os bichinhos deitam no chão e às vezes têm alguns problemas de pele por conta de produtos de limpeza. É preciso evitar os desinfetantes de modo geral e produtos muito fortes. E sempre lembrar de armazenar em um local onde o animal não alcance, porque o cheiro pode atrair os animais que podem até ingerir o líquido, resultando em intoxicação, gastrite ou uma lesão gastrointestinal severa, até com queimaduras”, explicou.

O tutor deve ainda ficar atento aos sinais de uma possível ingestão de algum produto. Segundo o médico veterinário, quando ocorre a ingestão, normalmente o pet começa a salivar bastante, alguns vomitam ou tem diarreia (ambos com sangue), o que sinaliza intoxicação.

Na pele podem ocorrer alergias, com uma coceira muito forte e áreas avermelhadas, além do incômodo, que o animalzinho demonstra lambendo ou ficando muito inquieto.

As manchas podem ser observadas principalmente na região da barriga, do ânus e patinhas, que incham. “Aí é sinal de que tem alguma coisa errada e precisa procurar um médico veterinário para examinar e medicar”, ensina.

PASSEIO NA RUA

Uma das preocupações dos tutores é com os passeios na rua, já que, apesar de não pegarem nem transmitirem o novo coronavírus para o ser humano, os animais podem carregar o vírus nas patas e nos pelos e levá-lo para dentro de casa. Por isso, Mota ressaltou que é preciso fazer a higiene do cachorro todas as vezes em que ele for levado à rua.

Nesse caso é importante nunca usar o álcool gel, nem o álcool 70º no animal, porque ambos podem causar queimadura nos coxins, parte inferior da pata, e que ficam em contato com o chão (conhecidos popularmente como almofadinhas).

“O que temos recomendado é a solução de hipoclorito de sódio a 0,1%, que pode ser manipulada em um spray para borrifar e limpar depois com um lencinho. Pode-se ainda pedir para manipular a solução de hipoclorito em um lencinho umedecido e aí passa no pelo, pata e na parte traseira onde ele senta. Pode-se ainda usar a clorexedina ou o detergente neutro. Se for lavado, sempre enxaguar e secar muito bem para não deixar resíduo do produto”, afirmou.

Para os banhos, Mota indicou que os tutores procurem fazer em casa, mas, se não for possível, sempre levar em locais de confiança, que estão seguindo à risca todas as regras de biossegurança preconizadas pelo CRMV, Ministério da Saúde e órgãos responsáveis.

“Atentar para que o profissional que está dando o banho esteja de luva e máscara. Para quem vai usar o táxi dog, verificar a higienização das gaiolinhas. Mesmo assim, vale a pena limpar as patinhas na volta do banho e tosa”, disse o médico veterinário.

GATOS

Mota lembrou ainda que os gatos que saem para a rua também precisam ser higienizados quando voltam para casa.

Segundo ele, o ideal seria não deixar os felinos saírem sozinhos para passear, mas se não houver alternativa, é preciso higienizá-los da mesma maneira que é feita com os cães.

“É um pouco mais difícil porque às vezes o gato é mais arredio. O melhor é mesmo não deixar sair nesse e em nenhum período, porque, a partir do momento em que domesticamos o animal e ele é da nossa casa, ele não deve ficar perambulando por aí para não pegar nenhuma doença de gato ou não trazer o coronavírus”.

Maritacas aparecem mortas após derrubada de árvores na Soares Lopes
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Uma ação civil pública ambiental com solicitação de medida liminar que obrigue o Município de Ilhéus a não suprimir árvores centenárias localizadas na Avenida Soares Lopes foi apresentada pelo Ministério Público estadual à Justiça na última quinta-feira (9). No documento, o promotor de Justiça Paulo Eduardo Sampaio Figueiredo pediu que as árvores, relacionadas ao acesso viário da Ponte Jorge Amado, não fossem retiradas sem apresentação prévia do plano de manejo de fauna.

“As referidas árvores abrigam famílias inteiras de pássaros do gênero ‘maritaca’, os quais ali residem há décadas e não estão tendo o devido tratamento de serem remanejados para outro local”, alertou o promotor. Paulo Figueiredo destacou que não se sabe se houve plano de manejo de fauna no processo de licenciamento ambiental da obra do acesso viário.

Segundo ele, a informação já foi requisitada, mas, “ainda que tenha havido esse estudo e tenha sido incluído no licenciamento ambiental da obra, o mesmo não está sendo devidamente cumprido pelo Município de Ilhéus, em detrimento daquelas aves desamparadas”. O promotor de Justiça explicou que as aves são espécie selvagem do bioma Mata Atlântica e possuem características altriciais – não sobrevivem sem os seus pais. Para ele, a supressão das árvores e, consequentemente, dos ninhos levará ao declínio de toda uma geração, o que pode afetar a perpetuação dessa população de pássaros no Centro de Ilhéus.

De acordo com o promotor de Justiça, o Ministério Público do estadual tomou conhecimento dos fatos na terça-feira da semana passada (7), por meio de representação encaminhada ao e-mail funcional sobre a erradicação de árvores amendoeiras centenárias na Avenida Soares Lopes. A situação foi prontamente apurada e a ação civil pública ajuizada.