Justiça do Rio Grande do Sul bloqueia dinheiro para pagar resgatados de vinícolas
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A 2ª Vara do Trabalho de Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul, determinou o bloqueio de R$ 3 milhões do empresário Pedro Augusto Oliveira de Santana, proprietário da empresa acusada de manter trabalhadores em condições  análogas à escravidão. O dinheiro será usado para pagamento de danos morais os operários resgatados pelo Ministério Público do Trabalho, no final do mês passado.

A empresa Fênix Serviços Administrativos e Apoio à Gestão de Saúde Ltda pagou R$1,1 milhão de verbas rescisórias. além disso, três vinícolas que mantinha contrato com a Fênix assinaram um Termo de Ajustamento de Conduta para pagar R$ 2 milhões. O montante será distribuído igualmente entre aos 207 trabalhadores.

De acordo com o MPT, no total, o valor repassado chega, em média, a R$ 29,5 mil por trabalhador, o que não impede o ajuizamento de ações trabalhistas individuais pelos próprios resgatados contra as vinícolas e a empresa Fênix.

Também podem constituir advogado e pedir na Justiça o pagamento de indenização os trabalhadores que deixaram os alojamentos antes da operação de 22 de fevereiro e que, portanto, não foram formalmente resgatados. Esse é caso de 18 pessoas que apresentaram denúncia ao MPT na Bahia alegando terem sofrido maus-tratos e que fugiram antes do resgate.

TERMO DE AJUSTAMENTO DE CONDUTA

As vinícolas Salton, Aurora e Garibaldi assumiram obrigações que devem se estender de imediato à fiscalização e ao disciplinamento de toda a cadeia produtiva. “Uma solução extrajudicial como essa tem a força legal de uma sentença, mas atingida em um tempo mais curto e garantindo pagamento imediato aos trabalhadores, evitando anos de uma ação e de recursos protelatórios. Além de servir como um compromisso inédito de todo um setor produtivo com o ajuste e a correção de suas práticas”, diz o procurador-geral do trabalho José de Lima Ramos.

O acordo garante ainda o pagamento de R$ 5 milhões a título de indenização de danos morais coletivos. Esses recursos não serão destinados pelo MPT a projetos sociais inscritos em editais abertos para receber destinações. A preferência será dada a ações contra o trabalho escravo em regiões da Serra, onde o ilícito foi praticado, e do interior da Bahia, de onde vieram os trabalhadores.

O MPT possui um cadastro público de entidades aptas a receber destinações, permanentemente aberto a novas inscrições, e realiza constantemente destinações para entidades públicas e organizações não governamentais poderem realizar melhorias de infraestrutura, aquisição de equipamentos e execução de projetos específicos de impacto social, seja educacional, assistencial ou de fiscalização, entre outros.

Empresas aceitam acordo para pagar trabalhadores resgatados em vinícola no Sul || Foto Denisse Salazar/ Ag. A TARDE
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As Vinícolas Aurora, Garibaldi e Salton fizeram acordo com o Ministério Público do Trabalho (MPT) para pagar a indenização de 207 trabalhadores resgatados de situação análoga à escravidão, em Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul. A operação de resgate ocorreu no dia 22 de fevereiro.

As empresas que firmaram o acordo extrajudicial contratavam os serviços terceirizados da Fênix Serviços, flagrada mantendo trabalhadores em condição degradante em um alojamento em Bento Gonçalves. A maioria era moradores da Bahia. O acordo foi firmado após mais de oito horas de audiência telepresencial com os representantes das três vinícolas.

No Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), as três empresas assumiram 21 obrigações de fazer e de não fazer para aperfeiçoar o processo de tomada de serviços, com a fiscalização das condições de trabalho e direitos de trabalhadores próprios e terceirizados, e impedir que novos casos semelhantes se repitam no futuro. Outro objetivo expresso no documento é monitorar o cumprimento de direitos trabalhistas na cadeia produtiva.

A assinatura do TAC garante o cumprimento imediato de suas obrigações com a mesma força de uma sentença judicial, e de modo mais rápido. A apuração do MPT no caso prossegue no que diz respeito à responsabilização da empresa prestadora, a Fênix, que rejeitou a possibilidade de acordo.

MAIS DE R$ 8 MILHÕES

A atuação do MPT já garantiu reparações em mais de R$ 8 milhões, tanto aos trabalhadores atingidos quanto à sociedade. Nos termos do TAC, as três vinícolas deverão pagar ao todo R$ 7 milhões de indenização por danos morais individuais e por danos morais coletivos – além das verbas rescisórias já pagas pela Fênix (mais de R$ 1,1 milhão).

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A pesquisadora Edna Dora Luz Newman, da Ceplac, receberá o prêmio Destaque de Fitopatologia 2011. A honraria será conferida durante o 44º Congresso Brasileiro de Fitopatologia, que acontece nesta semana, na cidade de Bento Gonçalves (RS).
De acordo com os organizadores do congresso, a escolha de Edna Dora como destaque em 2011 se deve a sua “grande contribuição à fitopatologia durante toda a sua vida profissional”.
Edna Dora expressou satisfação pelo reconhecimento ao seu trabalho como pesquisadora e afirmou que a homenagem “é uma demonstração da qualidade da área de pesquisas da Ceplac, que tem contribuído significativamente para o fortalecimento da lavoura cacaueira e outras culturas”.