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Após decreto, poderão ser nomeados mil aprovados em concurso da PRF || Foto ABr/Arquivo

O governo federal autorizou a nomeação de mil aprovados no último concurso da Polícia Rodoviária Federal. O decreto está publicado na edição de hoje (4) do Diário Oficial da União.

Conforme o decreto publicado no Diário Oficial, o provimento dos cargos ficará condicionado à existência de vagas na data da nomeação, à autorização em anexo próprio da Lei Orçamentária Anual e à observação das restrições impostas pela Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).

Ontem à noite, o presidente da República, Jair Bolsonaro, já havia antecipado a publicação. O decreto foi assinado por ele e pelos ministros da Justiça, Sérgio Moro, e da Economia, Paulo Guedes, ontem.

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Ato em defesa de Moro e Bolsonaro reuniu dezenas de pessoas em Ilhéus || Foto Ilhéus24h

O domingo (30) teve manifestações em apoio ao ministro da Justiça, Sergio Moro, em 88 cidades brasileiras, dentre elas Ilhéus e Itabuna. Cerca de 100 pessoas participaram do ato na Alameda da Juventude, em Itabuna, enquanto em Ilhéus a manifestação ficou concentrada na Praça Castro Alves, no Centro.

Além da defesa do ministro Sergio Moro, os atos no sul da Bahia e pelo Brasil defendiam a Reforma da Previdência e o presidente da República, Jair Bolsonaro, além da Operação Lava Jato. O ato em Ilhéus ocorreu à tarde, com discursos em cima do Trio Pilequinho. Em Itabuna, a manifestação foi puxada pelo Movimento Itabuna Livre (MIL).

As manifestações em defesa de Moro foram agendadas após o site The Intercept Brasil publicar conversas de membros da operação e do ex-juiz federal Moro. O vazamento é criticado pelo ministro e procuradores, que dizem não reconhecer os diálogos publicados. Dos procuradores, um reconheceu a autenticidade dos diálogos, na condição de anonimato, ao Correio Braziliense.

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Bolsonaro reclama de decisões do Congresso || Foto Marcos Corrêa/PR

O presidente Jair Bolsonaro disse que o Poder Legislativo tem cada vez mais “superpoderes” e que quer transformá-lo em “Rainha da Inglaterra”, que reina, mas não governa.

“Querem me deixar como rainha da Inglaterra? Este é o caminho certo?”, questionou.

O presidente fez o comentário, neste sábado, ao dizer que foi informado que a Câmara dos Deputados aprovou projeto de lei que torna a indicação de integrantes de agências reguladoras privativa do Parlamento.

“Se isso aí se transformar em lei, todas as agências serão indicadas por parlamentares. Imagina qual o critério que vão adotar. Acho que eu não preciso complementar”, afirmou. Com Agência Brasil.

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Levy pediu demissão após Bolsonaro dar ultimato || Foto Antonio Cruz/Agência Brasil
O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Joaquim Levy, pediu hoje (16) demissão do cargo. Em mensagem enviada ao ministro da Economia, Paulo Guedes, Levy solicitou desligamento da presidência do banco e disse esperar que o ministro aceite.

“Solicitei ao ministro da Economia, Paulo Guedes, meu desligamento do BNDES. Minha expectativa é que ele aceda. Agradeço ao ministro o convite para servir ao País e desejo sucesso nas reformas”, disse.

Levy agradeceu ainda aos funcionários do BNDES, “que têm colaborado com energia e seriedade para transformar o banco, possibilitando que ele responda plenamente aos novos desafios do financiamento do desenvolvimento, atendendo às muitas necessidades da nossa população e confirmando sua vocação e longa tradição de excelência e responsabilidade”.

Ontem (15), Bolsonaro disse que Levy estava “com a cabeça a prêmio há algum tempo. Estou por aqui com o Levy”, afirmou o presidente em frente ao Palácio da Alvorada, pouco antes de embarcar para um evento no Rio Grande do Sul.

O motivo do descontentamento, afirmou Bolsonaro, foi a nomeação do advogado Marcos Barbosa Pinto para o cargo de diretor de Mercado de Capitais do BNDES, responsável pelos investimentos do BNDESPar, braço de participações acionárias do banco de fomento, que administra carteira superior a R$ 100 bilhões. Marcos Barbosa foi um dos que ajudaram o PT a criar o Prouni, programa federal que garante bolsas parciais e integrais em faculdades particulares.

O presidente pediu que Levy demitisse o diretor. Para Bolsonaro, o nome não era de confiança, e “gente suspeita” não poderia ocupar cargo em seu governo. Ainda na noite desse sábado, Barbosa Pinto entregou sua carta de renúncia ao cargo. Ele foi chefe de gabinete de Demian Fiocca na presidência do BNDES, durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Com informações da Agência Brasil.

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Marco Wense

 

 

Há uma certa inquietação no staff militar em decorrência do andamento do governo, que parece sem um rumo definido, governando o país como se fosse uma prefeitura.

 

Cai o primeiro ministro militar do governo Bolsonaro. O general Carlos Alberto dos Santos Cruz é demitido da Secretaria de Governo. No seu lugar, outro ministro do Exército, Luiz Eduardo Ramos Baptista Pereira.

Santos Cruz integrava o núcleo duro do Palácio do Planalto. O vereador Carlos Bolsonaro e o escritor Olavo de Carvalho, respectivamente filho e uma espécie de pupilo do presidente, foram os protagonistas da exoneração.

Uma preocupação com a imagem do Exército começa a surgir nos bastidores e nas conversas reservadas nos quartéis, principalmente entre os generais, cuja maioria é da opinião de que um eventual desastre do governo Bolsonaro pode respingar na instituição.

Há uma certa inquietação no staff militar em decorrência do andamento do governo, que parece sem um rumo definido, governando o país como se fosse uma prefeitura.

Para alguns generais, o vice Hamilton Mourão, também general, é quem pode salvar um eventual arranhão na imagem do Exército. Mourão vem sendo elogiado pela sua postura de equilíbrio diante de situações polêmicas.

Mesmo com a pulga atrás da orelha, o consenso é apoiar o presidente Jair Messias Bolsonaro e torcer para que a maior autoridade do Poder Executivo entenda que sua responsabilidade é grande. Não pode ficar tratando de assuntos outros, do disse-me-disse, em detrimento das imprescindíveis e inadiáveis reformas, como as da Previdência e Tributária.

E a reforma política? Essa continua sendo a representante do blablablá dos senhores parlamentares. De público, o discurso favorável. Na calada da noite, as manobras para manter as facilidades para chegar ao poder.

Marco Wense é articulista do Diário Bahia.

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ACM Neto fala em possibilidade de queda de Bolsonaro || Foto Bahia Econômica

Reeleito presidente nacional do DEM, ACM Neto prevê queda de Jair Bolsonaro ou golpe com fechamento do Congresso Nacional, caso o presidente da República não mude a postura no relacionamento com o Congresso. Ao menos, é o que revela o colunista Lauro Jardim, d´O Globo, na edição desta segunda (3).

Também do DEM e presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia não crê em mudança no modelo de governador adotado por Bolsonaro.

A conferir.

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Governo: aumento de limite para suspender a CNH || Foto Marcello Casal Jr/AB

O presidente Jair Bolsonaro confirmou, na noite deste domingo (30), que enviará, nos próximos dias, um projeto de lei ao Congresso para aumentar a validade da carteira nacional de habilitação (CNH) e dobrar o limite de pontos para a suspensão do documento. Na rede social Twitter, ele escreveu que apresentará a proposta ainda esta semana.

“Nessa semana apresentarei projeto de lei para: 1 – Passar de 5 para 10 anos a validade da Carteira de Habilitação; 2 – Passar de 20 para 40 pontos o limite para perder a CNH”, postou o presidente.

A postagem veio acompanhada de um vídeo em que Bolsonaro elogiou o uso do Exército na recuperação da BR-163. Ele disse que a utilização dos militares na rodovia é mais barata e fornece “mais confiança no trabalho”. Segundo o presidente, o envolvimento dos militares reduziu a pressão pela ocupação de cargos em comissão no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).

No mesmo vídeo, o presidente disse estar engajado em interromper a instalação de radares eletrônicos nas rodovias federais. Ele declarou que o Ministério da Infraestrutura tinha 8 mil processos para a instalação de radares que consumiriam R$ 1 bilhão em quatro anos. Bolsonaro declarou que a interrupção na instalação dos radares representará um golpe na indústria de multas. Da Agência Brasil.

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UFSB é a universidade mais afetada pelos cortes em todo o país || Foto Pimenta

Professores, estudantes e movimentos sociais participaram de novo ato contra o corte de verbas de custeio das universidades e institutos federais, nesta quinta-feira (30), em Itabuna. O ato reuniu cerca de 2 mil pessoas, boa parte delas estudantes da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB) e dos institutos federais IFBA e IFBaiano, além de professores da Educação Básica e do ensino superior.

A concentração dos manifestantes começou por volta das 15h30min, no Jardim do Ó, e ganhou corpo até descer a Avenida do Cinquentenário, no Centro de Itabuna, às 16h20min. O número de manifestantes foi maior do que no protesto realizado há duas semanas, quando 1,2 mil foram às ruas de Itabuna (relembre aqui).

Faixas apontavam para Guedes e Bolsonaro na avenida || Foto Pimenta

Alas de estudantes da UFSB chamavam a atenção, por meio de faixas e cartazes, para os cortes que podem inviabilizar o funcionamento da universidade federal do sul da Bahia. O protesto era direcionado ao presidente da República, Jair Bolsonaro, e ao ministro da Economia, Paulo Guedes, com raras menções ao ministro da Educação, Abraham Weintraub, apelidado de “Ministro do Chocolatinho”.

CORTE DE BOLSAS E RISCO DE DESPEJO

Membro do Centro Acadêmico Marielle Franco, do Bacharelado de Humanidades da UFSB, o estudante Saulo Carneiro avaliou a manifestação de hoje como ainda maior que a realizada há duas semanas. “Foi maior porque conseguimos mobilizar diversos setores da sociedade, garantindo a pluralidade democrática e trazendo os estudantes como protagonistas deste movimento”, afirmou.

Saulo diz que houve suspensão de bolsas e situação é caótica || Foto Pimenta

Saulo aponta, ainda, os reflexos dos cortes na educação na UFSB. “Só neste ano, tivemos a suspensão de 54 bolsas de iniciação científica. Pelo planejamento, só há orçamento (recursos) para a universidade funcionar até setembro”, disse.

Manifestantes tomaram a Cinquentenário || Foto Pimenta

Saulo, que já integrou o Conselho Superior da universidade, também lembra que o contingenciamento decretado pelo Governo Bolsonaro afeta as obras de construção da Reitoria em Itabuna e dos campi da universidade em Itabuna, Porto Seguro e Teixeira de Freitas.

“Estamos em sede provisória (Itabuna) que paga, por ano, R$ 800 mil de aluguel. O contingenciamento vai afetar esse aluguel e podemos ser até despejados. A situação da UFSB é crítica e caótica”, diz.

GREVE GERAL EM JUNHO

Um dos representantes da CUT no sul da Bahia, João Evangelista avaliou os atos em Ilhéus e Itabuna como “bastante representativos e significativos para o momento do País, de ameaça aos trabalhadores e estudantes” e destacou a participação da classe estudantil. “Os estudantes estão dando recado de que não aceitam o corte. Este ato de hoje vai fortalecer a convocação para a greve geral em 14 de junho”, acrescentou.

Na manifestação, Bolsonaro foi tratado pelo apelido na oposição || Foto Luiz Carlos Júnior
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Binho reconheceu racha no movimento em defesa de Bolsonaro e criticou oportunismo de grupos fora do PSL
O presidente do PSL de Itabuna, Binho Shalom, disse que a falta de unidade enfraqueceu as manifestações a favor de Bolsonaro no município sul-baiano neste domingo (26). Cerca de 200 pessoas participaram dos atos no centro da cidade. Nas contas da assessoria do dirigente do PSL, foram 267 pessoas, no total, participando das manifestações na Praça Camacan e na Alameda da Juventude (Beira-Rio).

Binho disse ao PIMENTA que o ato foi pensado “unicamente como defesa do presidente Jair Bolsonaro e do futuro da Nação”, descartando a participação de políticos para ter as características de movimento apartidários.

Ele condenou o oportunismo de prefeituráveis. “Sabe como é que é? Querem pegar ponga no nome de Bolsonaro. Deu no que deu [o fracasso das manifestações em Itabuna]. Cá, estamos preocupados com o país, em fortalecer o nosso presidente”, justificou, apontando que pensar em 2020 é para outro momento.

Binho esclareceu, ainda, que responsáveis pela fragmentação do ato em Itabuna não são do partido do presidente, o PSL. O dirigente evitou citar nomes, mas seria indireta para Gregory Cruz, o vice-prefeito Fernando Vita e o empresário Ronaldo Abude. “Não são do PSL nem são nossos prefeituráveis. Vamos ter prefeituráveis no segundo semestre (deste ano)”, disse. Dos que prefeituráveis que participaram do ato na Beira-Rio, um pertence ao Novo (Abude) e o outro não possui filiação partidária (Gregory).

Nesta semana, enquanto a organização convocava manifestantes para a Praça Camacan, o “grupo que não tem ligações com o grupo de Bolsonaro” chamou o público para a Alameda da Juventude (Beira-Rio). “Reunimos até 130 pessoas na praça Camacan e mobilizamos para o Módulo Center para não enfraquecer o movimento [ainda mais]”, completou.

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Cláudio Rodrigues

 

 

 

No Brasil, o negro sempre foi suspeito. No Brasil do presidente Jair Bolsonaro, o negro fuzilado pelas mãos do Exército passou a ser ninguém.

 

 

Pronome indefinido, a palavra ninguém significa nenhuma pessoa ou pessoa de nenhuma importância e pouco influência. Após seis dias em silêncio depois da morte do músico Evaldo Rosa dos Santos, por militares do Exército no bairro de Guadalupe, no Rio de Janeiro, o presidente Jair Bolsonaro se manifestou sobre o caso pela primeira vez:

“O Exército não matou ninguém, não. O Exército é do povo. A gente não pode acusar o povo de ser assassino, não. Houve um incidente, houve uma morte, lamentamos a morte do cidadão trabalhador, honesto, está sendo apurada a responsabilidade”.

O presidente do Brasil com a boca fechada é um poeta. Em nenhum momento o mandatário brasileiro se dirigiu à família do músico para hipotecar solidariedade e pedido de desculpas diante de uma tragédia que, por puro milagre, não foi maior. Evaldo conduzia um veículo com destino a um chá de bebê, na tarde do último domingo, acompanhado do sogro, da esposa, do filho de sete anos e de uma amiga, quando o veículo foi alvejado por 80 tiros disparados por militares de Exército. O sogro de Evaldo e um pedestre também foram atingidos.

Para Jair Bolsonaro, os 80 tiros de fuzil contra um veículo e seus ocupantes é apenas um incidente e o morto é ninguém. Ação desastrosa dos militares foi fruto da denúncia do roubo de um veículo com as características do mesmo que Evaldo conduzia, mas vela um questionamento: caso o veículo não tivesse Evaldo na direção e no lugar dele estivesse um homem de cor branca, a reação dos militares seria a mesma? Vale ressaltar que o pai de família morto pelo Estado é negro. E, como entoaram Caetano Veloso e Gilberto Gil na canção Haiti, “pobres são como podres e todos sabem como se tratam os pretos”.

Pois bem. No Brasil, o negro sempre foi suspeito. No Brasil do presidente Jair Bolsonaro, o negro fuzilado pelas mãos do Exército passou a ser ninguém.

Cláudio Rodrigues é consultor de empresas e de comunicação.

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Félix Jr. cobra esforços do Governo Bolsonaro por fábrica na Bahia || Foto Lúcio Júnior

Coordenador da bancada baiana no Congresso, o deputado federal Félix Jr. (PDT-BA) disse que o Governo Federal vai precisar tratar com muito cuidado a questão da fábrica da Ford, desenvolvendo os esforços necessários para a manutenção da unidade da montadora americana no Polo Industrial de Camaçari.

“A Ford e toda a sua cadeia de empresas sistemistas – fábricas que se instalaram no Polo Industrial em função da montadora americana – são de importância fundamental para a economia do nosso estado, principalmente na geração de emprego. Qualquer movimento contrário a esse funcionamento pode representar um grande baque na nossa economia”, disse Félix.

O Complexo Industrial Ford Nordeste gera hoje, segundo Félix, mais de 7,7 mil empregos diretos, além de 77 mil postos de trabalho indiretos. “Junto com os empregos, o estado foi beneficiado com a melhoria da infraestrutura nas áreas de transporte, educação, saúde e comunicação”, aponta o deputado.

REUNIÃO

O alerta acontece após uma reunião entre o secretário de Produtividade do Ministério da Economia, Carlos da Costa, e dirigentes da Ford na última sexta-feira (8) para tratar de assuntos relacionados ao fechamento fábrica de caminhões da montadora americana em São Bernardo (São Paulo).

Na reunião, o secretário teria dito que a unidade da Ford, em Camaçari, continuará recebendo incentivos tributários federais, além da prorrogação do regime especial automotivo do Nordeste, “até 2025”. A declaração foi interpretada como uma ameaça velada de retirada de incentivos, embora o Governo Federal negue qualquer intenção neste sentido.

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Partido do presidente Jair Bolsonaro, o PSL está com o diretório da Bahia suspenso junto à Justiça por falta de prestação de contas ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Em tese, a legenda não tem autorização para movimentar nem receber verbas públicas do fundo partidário. O PSL é comandado no estado pela deputada federal Dayane Pimentel. Logo abaixo dela, estão o vice, Antonio Olivio, e o secretário-geral, Alberto Pimentel, secretário de Trabalho, Esporte e Lazer de Salvador. Como a validade da direção provisória da sigla expira em 30 de junho, se ela não regularizar as contas até o fim deste semestre pode ter o registro cancelado na Bahia pelo TRE.

No time dos nanicos

Além do PSL, partido que cresceu no rastro da eleição de Jair Bolsonaro e que se tornou a bancada mais numerosa da Câmara ao lado do PT, outros quatro diretórios estaduais também estão suspensos por falta de prestação de contas: Pros, PRP,  PCB e DC, partidos atingidos pela cláusula de barreira na última eleição. Da Coluna Satélite, Correio24h.

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Domingos Leonelli

 

 

Se o marketing político e a propaganda de modo geral já possuíam muito dessa unilateralidade, pois trabalharam com informações sem contraposição no momento em que são veiculadas, o novo webmarketing é ainda mais unilateral.

 

A sociedade moderna já revolucionou a militância política em termos de comunicação digital. Além das discussões políticas pelo Facebook, das mobilizações convocadas pelo zap, proliferaram-se também os sites e blogs políticos de variadas tendências políticas que em grande medida superam jornais, revistas e até canais de rádio e TV. Informações e opiniões são atualizadas por minuto e, quem acompanha pelo celular ou pelo computador os blogs e sites de notícias, praticamente não vê nada de novo nas notícias noturnas de TV e rádio, ou jornais da manhã.

Para o bem ou para o mal, milhões de pessoas são emissores e receptores de informação e opinião políticas.
Assim, é que no terreno instrumental a política já esta inteiramente “up to date”. Mesmo os acertos, as fofocas e os conchavos são, em grande parte, revelados por sites especializados.

E ainda tem as fake news que, de certa forma, são também reveladoras das intenções dos seus emissores.

Velhos axiomas da política, como um que o ex-deputado Jutahy Magalhães Jr, me citou anos atrás, continuam válidos numa sociedade digital: “quando mentem para mim, eu levo a sério e fico agradecido, pois a mentira traz sempre uma informação e revela no que meu interlocutor quer que eu acredite”.

A vitória da ultra-direita nas eleições presidenciais de 2018 que dizimou o centro e a direita tradicional e derrotou o centro-esquerda no segundo turno, além do uso científico e em grande escala da parafernália da internet, largamente manipulada e fortemente financiada (robots, fake news etc.), contou também com um dado absolutamente relevante: o conteúdo.

Bolsonaro revelou-se o personagem certo, no lugar certo, na hora certa para a veiculação de um conteúdo radical e “revolucionário” na forma, contra-revolucionário na essência. Tudo traduzido na linguagem simples, rápida e rasteira dos celulares e notebooks. Mensagem rápidas e fáceis que traduziam os conteúdos mais longos e didáticos das aulas on-line de Olavo de Carvalho e os textos do seus seguidores, como o diplomata Ernesto Araújo (hoje Ministro), da pastora Damares Alves na área de costumes, do “príncipe” Philippe de Orleans e Bragança e até de uma certa contra-cultura de direita de um tipo como Alexandre Frota.

Na área econômica trouxe ao debate as propostas radicais do neo-liberalismo de Paulo Guedes e seus “Chicago boys”. Apropriou-se também da onda anticorrupção provocada pela Lava Jato, concluindo a operação de marketing com o convite a Sérgio Mouro para o Ministério.

E a cobertura desse bolo de conteúdos mais ideológicos foi a mensagem geral de “acabar com tudo que está aí”. Nesse tudo, inclui-se o toma-lá-dá-cá da política tradicional, a corrupção, os acordos políticos, a mídia (parte dela) que ficou contra. E também o desemprego, a “ideologia de gênero”, os direitos trabalhistas excessivos que tornaram “difícil ser patrão neste país”, os direitos dos índios a terras tão grandes, a política externa de apoio a Cuba e Venezuela.

A verdade é que desde a redemocratização não se assiste a uma campanha eleitoral tão rica de propostas e conceitos, tão claramente expostas. Tudo, é verdade, apresentado unilateralmente sem debates nem uso dos canais abertos de TV e rádio, já que Bolsonaro possuía apenas 8 segundos de tempo de TV.

Se o marketing político e a propaganda de modo geral já possuíam muito dessa unilateralidade, pois trabalharam com informações sem contraposição no momento em que são veiculadas, o novo webmarketing é ainda mais unilateral. E tem a vantagem de serem mensagens dirigidas a públicos escolhidos por sua maior receptividade e capazes, portanto, de reproduzirem os conteúdos indefinidamente.

A campanha de Bolsonaro, baseada na de Obama e Trump, dirigiu-se a um público previamente conhecido, uma minoria de direita, basicamente de classe média, potencializando e transformando a insatisfação em ódio. O ódio contra a “esquerda corrupta”. Ódio contra a defesa dos “direitos humanos de bandidos que geram a violência das ruas”, ódio contra homossexuais e professores que querem “ensinar nossas crianças a serem gays”.

Se isso ocorreu com a classe média de direita, o povão que na sua maioria aderiu, foi fisgado pela insatisfação com o desemprego e a violência urbana.

Mas o que eu quero resumindo o que já se sabe sobre a campanha de Bolsonaro? Demonstrar o quão importante é o conteúdo ideológico apresentado de forma simples, direta e antenada com as principais insatisfações populares.

E enquanto a esquerda fala de democracia, elites (sem dizer quais) desenvolvimento, reparação social, conciliação de capital e trabalho e o empoderamento feminino, a direita foi direto ao ponto com os inimigos implacavelmente definidos e, muitas vezes, personificados em Lula e Dilma.

E também a luta ideológica, contra o comunismo dissoluto, o socialismo da Venezuela, o esquerdismo dos direitos humanos dos bandidos.

Esqueceram Eduardo Cunha e concentraram em Lula, preso por corrupção. Desprezaram o eleitorado do centro e de esquerda e concentraram-se em juntar o ódio pré-existente da classe média à insatisfação popular com três fatores básicos: o desemprego, a violência e a corrupção. Deixaram a agenda dos costumes com os evangélicos e seu imenso potencial de militância.

Ganharam as eleições e agora estão no Governo. Conquistaram o governo nas urnas e estão tratando de consolidar a conquista do Poder com alianças com o DEM dos banqueiros e das telecomunicações, o PP das empreiteiras, o PR dos negócios novos, com a parte do PSDB da burguesia paulista, e com a parte do PMDB fisiológico. E, é claro, articulações com o judiciário de Curitiba ao STF. Essa recomposição com a direita tradicional já obteve duas grandes vitórias: as presidências da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com dois quadros jovens do DEM. Com os governadores dos maiores estados da federação completa-se a obra de reaglutinação da direita e parte do centro com a ultra-direita.

A aliança com o DEM e parte do PSDB (João Dória, especialmente) vai possibilitar ao núcleo duro neoliberal radicalizar ainda mais seu programa econômico anti-nacional, rentista e restritivo aos direitos dos trabalhadores.
Enquanto isso a forte presença militar no governo de Bolsonaro ainda é uma certa incógnita. Pode ser um “poder moderador”, porque ao menos os generais têm curso de Estado Maior, noções constitucionais e, presume-se, um resíduo nacionalista.

Nessa área as notícias são contraditórias: Mourão se colocando como bastião do bom senso, contra a intervenção na Venezuela e se posicionando contra o decreto liberando a posse de armas assinado por Bolsonaro e Sérgio Moro. Mas em compensação este mesmo Mourão assinou decreto que mudou a regra de transparência sobre decretos oficiais. E o general Augusto Heleno manda espionar a Igreja Católica.

Como se sabe o governo de Bolsonaro é um arquipélago de grupos familiares, militares, economistas neo-liberais e de costumes. Mas rapidamente pode se reorganizar, juntando a extrema-direita, a direita tradicional e parte do centro fisiológico.

E a oposição?

E a esquerda?

Haverá uma oposição democrática agregando parte da direita tradicional, o centro e a esquerda? Esse parece ser o desejo da maioria das direções dos partidos de esquerda e de centro-esquerda. A formação de uma frente ampla em defesa da democracia. Pode ser que dê certo.

Interesso-me mais, no entanto, nos limites deste texto, a tratar da posição das esquerdas.

Além de cumprir o seu papel fazendo uma oposição aguerrida e, principalmente, inteligente, sabendo se utilizar das contradições no seio do governo, não temendo fortalecer os segmentos menos entreguistas e menos fascistas, valendo-se das modernas tecnologias, políticas e sociais de manejo de dados, a esquerda precisará também de novos métodos e novos conteúdos econômicos, culturais e sociais. Confira a íntegra do artigo clicando no “leia mais”, ao lado.Leia Mais

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Marco Wense

 

Bebianno saiu do governo, mas o governo ainda não saiu de Bebianno. Essa é a grande preocupação do bolsonarismo.

 

 

 

O Senado acaba de aprovar um convite para que Gustavo Bebianno esclareça o esquema das candidaturas laranjas envolvendo o PSL, legenda do presidente Jair Messias Bolsonaro.

Como é um convite, o ex-titular da Secretaria-Geral da Presidência da República não é obrigado a comparecer na Comissão de Transparência, Fiscalização e Controle da Casa.

O requerimento, aprovado por seis votos a cinco, foi protagonizado por Randolfe Rodrigues, senador da Rede e líder da minoria. Alegou o parlamentar amapaense que “as razões da exoneração de Bebianno não estão claras”.

O placar de 6 a 5 é a primeira derrota do governo Bolsonaro no Parlamento, mesmo tratando-se de um convite específico e direcionado para uma comissão do Senado.

Um eventual aceite de Bebianno pode ser interpretado como uma disposição do ex-ministro para encarar outras convocações, inclusive pela Câmara dos Deputados.

Setores do governo já se movimentam para impedir que Bebianno compareça na comissão. Temem uma espécie de “surto” político.

Pois é. Bebianno saiu do governo, mas o governo ainda não saiu de Bebianno. Essa é a grande preocupação do bolsonarismo.

Marco Wense é articulista político e colunista do Diário Bahia.

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Bebianno foi exonerado do Governo Federal || Foto Valter Campanato/Agência Brasil

A exoneração do advogado Gustavo Bebianno Rocha do cargo de ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República foi publicada hoje (19) no Diário Oficial da União. O general da reserva Floriano Peixoto Vieira Neto assumirá a pasta.

Ontem (18), o porta-voz da Presidência, Otávio do Rêgo Barros, anunciou a exoneração de Bebianno e informou que foi uma “decisão de foro íntimo” do presidente Jair Bolsonaro.

Minutos depois, a Presidência da República divulgou um vídeo, de pouco mais de um minuto, em que Bolsonaro agradece a colaboração do ex-ministro e atribui a mal-entendidos os motivos pelos quais ele foi exonerado.

Floriano Peixoto, secretário executivo da Secretaria-Geral da Presidência, assumirá de forma definitiva o comando a secretaria. A pasta é responsável pela implementação de medidas para modernizar a administração do governo e avançar em projetos em curso. É uma das pontes entre o Palácio do Planalto e a sociedade.

Bebianno, presidente do PSL na época da campanha eleitoral, é suspeito de irregularidades no repasse de recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha para candidatas do partido.

Em nota divulgada na semana passada, ele negou as irregularidades. “Reitero meu incondicional compromisso com meu país, com a ética, com o combate à corrupção e com a verdade acima de tudo”, disse.