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diario 1973O PIMENTA teve acesso a um acervo de jornais que circularam em Itabuna nas décadas de 70 e 80 do século passado e experimentou uma verdadeira viagem no tempo. Fatos curiosos, momentos históricos e costumes um tanto diferentes dos atuais se revelam em páginas amareladas, que trazem aquela sensação curiosa de quem se depara com um álbum de fotografias antigas.

O contato com esse material nos trouxe a ideia de compartilhá-lo com nossos leitores. Para quem viveu naquele tempo, será uma experiência nostálgica; para os mais novos, será uma descoberta.

Na estreia deste espaço, a gente compartilha a primeira página do jornal Diário de Itabuna, do dia 31 de janeiro de 1973, portanto há mais de 43 anos. Na manchete, em clima de euforia, a notícia é a posse do empresário José Oduque Teixeira como novo prefeito de Itabuna (empolgação talvez explicada pelo fato de o prefeito e o dono do jornal serem a mesma pessoa).

A foto de um ainda jovem Oduque (ele está para completar 93 anos)  ilustra a matéria, que anuncia uma folia momesca fora de época para celebrar o triunfo do empresário, muito antes de outro prefeito inventar o famoso e já finado “Carnaval Antecipado de Itabuna”.

Segundo o Diário, “o Clube de Diretores Lojistas e a Associação Comercial de Itabuna decidiram encaminhar apelo ao comércio, indústria e entidades bancárias, no sentido de que não funcionem”.

Oduque ficou marcado como gestor honesto. Em 1992, então aos 69 anos, ele voltaria a se candidatar a prefeito, mas foi derrotado pelo petista Geraldo Simões.

A REVIRAVOLTA DOS BARBEIROS – Não passou despercebida nessa edição histórica uma chamada menor, porém inusitada. Segundo a publicação, os barbeiros de Itabuna também estavam em festa naquele histórico final de janeiro de 1973, e não era por causa da posse de Oduque.

Ocorre que naquela época, a cultura hippie estava em alta e um de seus símbolos eram os cabelos longos. Em consequência dessa moda, a juventude não queria saber de tesoura e os barbeiros se viram em situação complicada. Segundo dizem, os piolhos também proliferaram naqueles anos de cabeleiras selvagens.

Justamente por esse motivo, a chamada do Diário era motivo de alegria para os profissionais que faziam barba, cabelo e bigode, pois ela anunciava – viva! – que os cabelos curtos estavam de volta à moda. O jornal destaca o barbeiro José Lino (Zequinha) que se refere à nova tendência como “uma salvação para muitos profissionais da sua classe”.

Sejam os governos, sejam os modismos, esse recorte histórico reforça a certeza de que tudo muda. E a cada sexta-feira, você irá confirmar isso no Baú do Pimenta.

Atualizado às 16h39

 

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R SertorioRoberth Sertorio

 

O sal “estraga” os cabelos? E a água do mar? Em tempos de águas salgadas, até pelas nossas torneiras, o assunto voltou à tona. Ao que respondo: sim e não.

 

 

Frequentemente as pessoas me perguntam sobre uma velha história que paira sobre o nosso questionamento. O sal “estraga” os cabelos? E a água do mar? Em tempos de águas salgadas, até pelas nossas torneiras, o assunto voltou à tona. Ao que respondo: sim e não.

Explico: os tipos de cabelo são dados por uma série de diferenças genéticas que determinam a espessura do fio, a quantidade de camadas, o ângulo de abertura de cutículas, o grau de enovelamento, a cor, o ângulo de inserção na pele, dentre outras diferenças. No Brasil então, por conta de nossa fantástica miscigenação, essa diferença entre nossos cabelos se acentua.

Posto isso, fica mais fácil entender porque algo que acontece no cabelo da amiga não necessariamente vai acontecer no seu. Além disso, os diferentes processos químicos pelos quais os cabelos são transformados modificam ainda mais a estrutura e as diferenças capilares. Então vamos considerar três pontos principais: 1- diferentes tipos de cabelos, 2- processos químicos que alteram a estrutura do fio e 3- o coitado do sal.

Pessoal é o seguinte: o sal não altera a acidez (pH) da água. Como ele não altera a acidez, não consegue mudar profundamente o seu fio, nem abrir cutícula, nem fechar… O que ocorre é o seguinte: o sal retira a oleosidade do couro cabeludo (isso mesmo, quem produz oleosidade é a pele e não o cabelo). Como ele retira a oleosidade, o nosso fio fica sem a “hidratação” natural produzida por nossa pele que, no ato de pentear ou passar os dedos, espalha-se preenchendo os espaços vazios entre as cutículas dando brilho, maciez e penteabilidade.

Para melhor combater esses efeitos danosos escolha um bom xampu, de preferência sem sal e quando for lavar os cabelos utilize uma pequena quantidade, repetindo a lavagem se necessário. Essa simples dica diminui a retirada excessiva da hidratação natural dos nossos fios.

Para condicioná-los, você pode usar os condicionadores mais simples após a lavagem e máscaras para hidratação uma vez por semana. Dê preferência aos que contém aminoácidos, manteigas e óleos vegetais em sua composição. Para aqueles mais preciosos que defendem o uso da água mineral na lavagem dos cabelos, lembrem-se: minério também é sal. E, como já vimos, ele não é esse vilão todo. Espero que tenham gostado. Fiquem com Deus e até a próxima.

Roberth Sertorio é farmacêutico, especialista em Cosmetologia pela Faculdade Osvaldo Cruz e professor de Cosmetologia e Tecnologia Farmacêutica no curso de Farmácia pela Unime/Itabuna.