O ex-vice-líder do PT na Câmara dos Deputados, Geraldo Simões, afirma não ter mais ” nem um pingo de dúvida” de que a proposta de um “chapão”, reunindo todos os partidos da base aliada do governador Jaques Wagner, “não passa”.
Na visão do deputado federal baiano, o PT seria o maior prejudicado com a proposta. “Elegemos oito deputados em 2006 e esperamos fazer 10 agora. Com o chapão, elegeríamos menos de oito, talvez só cinco”.
Geraldo lembra que, historicamente, os governistas elegem entre 21 e 22 deputados para a Câmara Federal, possibilidades que são menores com o chapão. “O risco é o PT entrar disperso”, acentua.
O parlamentar lembra da experiência de 2004, quando era prefeito de Itabuna e disputava a reeleição. O caso era diferente, mas serve para exemplificar o que segue:
– A nossa previsão é ter 100 candidatos a deputado federal na base governista. Se a o chapão for aprovado, deve cair para próximo de 70 vagas. E quem é cortado ou não trabalha pelo projeto eleitoral ou vira inimigo e vai para a chapa adversária. Lembro de 2004.
Naquele ano de reeleição, o número de cadeiras na Câmara Municipal de Itabuna foi reduzido para 13 e o PT se viu obrigado a cortar cabeças que pretendiam disputar a vereança para se adequar ao máximo de 25 candidatos ao legislativo.
Pré-candidatos preteridos se vingaram de Geraldo apoiando o inimigo histórico, Fernando Gomes. O deputado petista acredita que, em vez de chapão, haja formação de dois blocos para disputar as vagas à Câmara Federal e à Assembleia Legislativa em 2010. “Os nossos aliados já estão entendendo isso. O que devemos discutir é qual a melhor formação no arco de partido da base”.