Descoberto mais um foco da praga no Norte do Brasil|| Foto Divulgação
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O Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa), confirmou, nesta quinta-feira (17), que um novo foco da praga Moniliophthora roreri, causadora da doença conhecida como Monilíase do Cacaueiro, foi detectado no município de Tabatinga, no estado do Amazonas, na região da tríplice fronteira entre o Brasil, Colômbia e Peru. Dessa vez, o caso verificado nas comunidades rurais ribeirinhas.

A suspeita de ocorrência da praga foi verificada durante ações de monitoramento realizadas por equipe de técnicos do Mapa, com o apoio da Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Estado do Amazonas (Adaf). O foco foi confirmado por meio de análise laboratorial feira pelo Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de Goiânia.

A monilíase é uma doença devastadora que afeta plantas do gênero Theobroma, como o cacau (Theobroma cacao L.) e o cupuaçu (Theobroma grandiflorum), causando perdas na produção e uma elevação nos custos devido à necessidade de medidas adicionais de manejo e aplicação de fungicidas para o controle da praga.

O Mapa informa que, a partir da confirmação do foco,  adotará as medidas cabíveis de contingência aplicadas à situação, em conjunto com as demais instituições oficiais de Sanidade Vegetal e de pesquisa envolvidas, visando evitar a disseminação da praga para as áreas de cultivo de cacau e cupuaçu em outras regiões.

Na América do Sul, a praga já se encontra presente no Equador, Colômbia, Venezuela, Bolívia e Peru. “Devido às suas características peculiares (fronteira com países onde a praga já ocorre e condições geoclimáticas favoráveis à sua dispersão, entre outras) a região da Tríplice Fronteira Norte já era considerada como área de risco de introdução da Monilíase do Cacaueiro no Brasil e vinha sendo monitorada rotineiramente ao longo dos últimos anos”, relata a coordenadora-geral de Proteção de Plantas, Graciane de Castro.

MONILÍASE DO CACAUEIRO NO BRASIL

O primeiro foco da praga no Brasil foi identificado em julho de 2021 em área residencial urbana no município de Cruzeiro do Sul, interior do Acre. Atualmente o estado encontra-se sob ações permanentes de controle, com vistas à sua erradicação.

Em agosto de 2022, o Mapa prorrogou, por um ano, o prazo de vigência da emergência fitossanitária relativa ao risco iminente de introdução da praga quarentenária ausente Monilíase do Cacaueiro nos Estados do Acre, Amazonas e Rondônia.

Devido ao seu potencial de danos às culturas que atinge, é de fundamental importância a notificação imediata de quaisquer suspeitas de ocorrência da praga às autoridades fitossanitárias locais. O objetivo é conseguir erradicar a praga na maior brevidade possível, enquanto ainda se encontra em uma área restrita do país. A doença atinge somente as plantas hospedeiras do fungo, sem riscos de danos à saúde humana.

Gurgel é recolhido para a pajelança mecânica || Foto Walmir Rosário
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Pelo sim, pelo não, Mestre Wilson recolheu o Gurgel à oficina para ser submetido a uma pajelança eletromecânica. O amigo Gilbertão Mineiro, que gosta dos fatos bem esclarecidos, resolveu “puxar” a vida pregressa do Gurgel.

 

Walmir Rosário

Em cada cidade existe alguma coisa ou alguém do conhecimento público, que pode ser uma pessoa, um veículo, um imóvel, um objeto qualquer. Basta o desinformado – quase sempre forasteiro, como chamam – pedir uma informação, que é atendido na hora. Às vezes se oferece até para levar o indivíduo ou local, a depender da disponibilidade ou da gentileza da pessoa, principalmente no interior.

Aqui em Canavieiras, a nossa referência era um jipinho Gurgel, de cor cinza, sempre visto estacionado nas proximidades de um bar, no centro ou nos mais variados bairros, ou ao lado do jornal Tabu. Era de propriedade do jornalista aposentado – ou desocupado, como gostava de dizer o próprio cujo – Tyrone Perrucho, que utilizava o carro apenas para circular, sem maiores cuidados, apesar de frágil pelo tempo de uso.

Grande parte dos que conheciam o dia a dia do conhecido Gurgel de Canavieiras, o identificavam pelo barulho do motor em funcionamento, quase sempre com o silencioso furado, que o tornava de fácil identificação. Quando dobrava a esquina da rua onde moro eu parava o que estava fazendo e já me encaminhava para abrir o portão e recebê-lo, pessoalmente, como merecia.

Às vezes esse merecimento e a atenção dispensada ao inusitado colega, merecia outros cuidados, como o de parar em frente a nossa casa e encher a caixa de correspondência com revistas e jornais religiosos ou de outros países, sempre velhos. Desde os tempos em que trabalhávamos na Ceplac, ele costumava enviar esses pacotes esdrúxulos pelos Correios, muitas das vezes com simples inutilidade, apenas por simples galhofa.

Assim que seu nome é publicado como inativo do Ministério da Agricultura, volta a Canavieiras para se dedicar exclusivamente ao jornal Tabu – que circulou por 50 anos –, e as amenidades. Sempre na condução do surrado Gurgel, que há anos não passava perto de um lava jato – para a limpeza de veículos, que fique bem entendido –, chamava a atenção pelo barulho e popularidade de seu dono.

Nas muitas vezes que o indigitado Gurgel era visto nas primeiras horas da manhã estacionado numa rua qualquer, não mais chamava a atenção, pois todos sabiam que enguiçara na sua circulação noturna pelos botequins. Para começo de conversa, apenas o vidro de uma janela funcionava e poderia ser aberto sem a preocupação de uma chave, bastando apenas a simples manipulação das portas e janelas.

Certa feita, ao combinar a troca de uns livros para nossas leituras, me dirigi ao local combinado, em frente a casa de Alberto Fiscal, sede de uma pequena farra. Buzino meu carro, toco a campainha e nada. Tento me comunicar pelo celular, não funcionava. Tinha acabado a energia elétrica e nada funcionava em Canavieiras. Não contei conversa, peguei os livros, não deixei os meus e aguardei notícias. No fim da farra, já com energia, me liga preocupado dizendo que os livros tinham sumido. Só mais tarde contei o ocorrido.

Mas como a situação não estava boa pra ninguém, nem mesmo o surrado Gurgel (fora de linha), à época com 27 anos de uso, se encontrava livre dos olhos grandes do amigo do alheio. O veículo, de conhecimento público em Canavieiras e vizinhança, sofre uma ameaça de furto. Logo ele que aguardava apenas a apresentação e aprovação um projeto de lei na Câmara para se tornar patrimônio material e imaterial de Canavieiras.

O dito cujo Gurgel se encontrava estacionado na área da praça Maçônica e teria sido objeto de desejo do amigo do alheio, que utilizou de todas as artimanhas para levá-lo, sem qualquer autorização do proprietário. Abriu a porta, adentrou ao veículo e tentou fazer uma ligação direta, retirando todos os fios da ignição. Após várias tentativas malsucedidas, o larápio foi obrigado a desistir do seu intento, deixando o jipinho Gurgel à disposição do seu dono.

No dia seguinte, Tyrone Perrucho foi obrigado a contratar uma junta de mecânicos e eletricistas para deixar seu potente Gurgel com condições de transitar em toda a Canavieiras, desde a Atalaia à Ilha do Gado, com incursões ao Jardim Burundanga, Birindiba e outros endereços. E Talmão e mestre Wilson diagnosticaram que a malsucedida tentativa de furto, teria esbarrado nas manhas e artimanhas do jipinho, acostumado a empacar sem prévio aviso, mesmo com o conhecido proprietário à direção.

Após as explicações de praxe, Tyrone relatou que teria deixado o Gurgel na praça Maçônica, sob os cuidados divinos, por atender aos reclames da Lei Seca, pegando uma carona para casa, uma atitude mais do que louvável. Já os maledicentes, juravam que o Gurgel, adquirido zero quilômetro pelo Padre Alfredo Niedermaier, para celebrar as missas no interior, tem o poder (rezado) de apenas obedecer aos seus legítimos donos.

Pelo sim, pelo não, Mestre Wilson recolheu o Gurgel à oficina para ser submetido a uma pajelança eletromecânica. O amigo Gilbertão Mineiro, que gosta dos fatos bem esclarecidos, resolveu “puxar” a vida pregressa do Gurgel. Para tanto, utilizou-se do conhecimento de Tolé, que entregou: “Esse carro é mal-assombrado, pois depois do padre passou pelas mãos de Wallace Perrucho, ateu e excomungado, e de seu filho Tyrone, conhecido agnóstico”.

Tá explicado.

Walmir Rosário é radialista, jornalista e advogado.

Erí em ação em evento na Ceplac || Foto Águido Ferreira
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O brilhantismo do desempenho profissional de Erí junto às pessoas o credenciou a chefiar a área de relações públicas, planejando e organizando eventos sobre a cadeia produtiva do cacau.

Walmir Rosário

Costumo dizer – constantemente – que as instituições somente sobreviverão se forem maiores do que os homens que a servem – ou dela se servem –, do contrário estão fadadas ao descrédito e ao fechamento. Por outro lado, tenho plena consciência da importância dos homens no desempenho das instituições, desde atuem como motores ao impulsionar as ações. Ou seja, as instituições são as próprias pessoas.

Parece muito confuso e por demais burocrático esse pensamento, mas se torna simples desde que partamos do princípio de que a instituição deve transcender aos indivíduos pela função social que exerce na sociedade. Como dizia Platão, a virtude de um objeto está no seu bom desempenho, portanto, os homens que fazem parte da instituição devem trabalhar pela razão direta da instituição, sua missão e objetivos.

Uma das instituições a que tenho dedicado muita tinta e espaço é a Ceplac, que, como tudo na vida, tem o seu tempo de utilidade, principalmente as governamentais, sujeitas à ideologia e à boa vontade dos governantes da época. Apesar das dificuldades inerentes à administração, dirigentes e funcionários de carreira podem – e até devem – fazer a diferença, como se criassem um ilha às avessas.

Na Ceplac chega a ser difícil nominar esses funcionários abnegados, que se destacam pela dedicação no ambiente de trabalho, mesmo com todas as dificuldades inerentes ao desempenho das atividades. E esse comportamento é próprio da índole de cada um. Existem os que se fingem de “mortos”, ignorando tudo que se passa ao redor; já outros conseguem superar todas as dificuldades para oferecer um trabalho de qualidade.

Como é impossível destacar essa legião de pessoas interessantes, tomo como representante o funcionário Erivaldo Souza (Erí), prestes a completar 44 anos de trabalho, com fôlego e disposição para outro tanto. Erí é um dos funcionários da linha de frente da Ceplac e exerce suas atividades na área de relações públicas na organização de feiras, eventos nacionais e internacionais, além do atendimento aos visitantes à sede na Bahia.

E não pode falhar no desempenho das suas atividades, já que representa a Ceplac, durante anos a maior instituição de pesquisa, extensão e ensino profissionalizante sobre cacau no mundo. E Erivaldo soube aproveitar todas as oportunidades, desde a primeira, quando, em 1978, foi classificado em primeiro lugar num concurso para office boy, exercendo o cargo com maestria.

Mas o cargo era muito pequeno para quem pretendia alçar voos mais altos e ganhar o mundo. Cinco anos se passaram e Erí, um exemplar servidor público, acreditou que era hora de se tornar um comissário de bordo da Varig, atendendo pessoas de todas as nacionalidades. Para tanto, estudou inglês com afinco e se sentia seguro do futuro projeto. Entretanto, seu pedido de demissão foi desconsiderado e uma nova oportunidade apresentada.

Do escritório de extensão de Ilhéus, foi transferido para a sede regional, que abrigava a direção da Bahia e Espírito Santo, e os profissionais que produziam – e ainda produzem – conhecimento científico. Seu conhecimento de inglês tomou novo impulso ao participar de um curso da língua de William Shakespeare, destinado às secretárias e aos pesquisadores. Por merecimento, tornou-se o melhor aluno do curso.

Se brilhava nas atividades profissionais e correlatas, a alma continuava pedindo novos rumos, de preferência num avião da Varig cruzando os continentes. Mais uma vez foi convencido pelos superiores de que seu lugar era na Ceplac. O diretor do Departamento de Extensão lhe fez nova proposta, para que escolhesse o local de sua preferência pelo tempo necessário. E Erí aceitou.

Só que agora não pleiteou uma capital, foi prestar serviço em Lajedão, uma pequena cidadezinha no extremo-sul da Bahia, na divisa com Minas Gerais, também na área de comunicação. Era o responsável pela operação de rádio, onde eram transmitidos os memorandos e outros documentos entre a direção da Ceplac e o pequeno escritório. Oito meses depois, sente a necessidade do aperfeiçoamento profissional e retorna à sede.

Imediatamente ingressa no curso de Letras (com ênfase em inglês) da antiga Fespi, hoje Uesc. Se a academia lhe dava os conhecimentos teóricos, sua nova atividade na Ceplac lhe deu, definitivamente, régua e compasso, com a oportunidade de trabalhar com pesquisadores da Indonésia, Tailândia, Sri Lanka, Índia, Japão, China, Camarões e Nigéria, que estudavam a doença “mal das folhas” da seringueira.

Irrequieto, como sempre, chega a hora de Erí conhecer parte do mundo e Erivaldo requer uma licença e vai conhecer a Suíça, Inglaterra, Itália, França e Israel, adquirindo experiência com a população do velho continente e do oriente médio. Em seguida, retorna ao Brasil, com bem mais conhecimento do idioma inglês, francês e até o hebraico, e passa a receber os visitantes nacionais e internacionais.

O brilhantismo do desempenho profissional de Erí junto às pessoas o credenciou a chefiar a área de relações públicas, planejando e organizando eventos sobre a cadeia produtiva do cacau, no âmbito nacional e internacional. Essa é parte da trajetória de um homem, um profissional, que não pensa em aposentadoria e soube pavimentar o seu caminho com dedicação, inteligência e elegância no trato com as pessoas.

Um gentleman!

Walmir Rosário é jornalista, radialista e advogado.

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Nos discursos, tudo resolvido, solucionado, com o excelso poder da caneta governamental em portarias, decretos, leis e medidas provisórias.

 

Walmir Rosário

A cacauicultura, que já teve a primazia de ser a principal matriz econômica do sul da Bahia, sempre andou de mãos dadas com os políticos, com troca de favores em determinados períodos, estes nem sempre cumpridos. E às vezes os políticos tinham razão, haja vista que os esperados votos barganhados nunca apareciam nas urnas conforme os totais aprazados.

Nas cidades do sul da Bahia sempre foi costumeira a dispersão dos votos para quase todos os candidatos – dos vários partidos –, não importando de que regiões venham e quais os compromissos assumidos com as causas regionais. Era um suplício para os comunicadores verificarem as listas da apuração dos votos, dado ao número de candidatos a deputados – estadual e federal – que foram sufragados nas urnas.

E não era nenhuma novidade para nenhum deles na promoção das chamadas “casadinhas” que, se não rendiam votos regionais suficientes para conferir um mandato, pelo menos ajudavam. Políticos e eleitores da casa sempre reclamaram dessa prática, mas o hábito nunca mudou, se transformando apenas em meras reclamações dos perdedores, inconformados com a falta de votos.

E entre tapas e beijos esses relacionamentos conflituosos continuam como costume a ser seguido, pois o bom mesmo é que pinguem os votos nas urnas de todo o estado da Bahia, não importando onde. Eleitos, quando cobrados a honrarem as promessas feitas durante a campanha eleitora, simplesmente dizem não terem o que fazer, pois não foram votados maciçamente, não lhes conferindo poder para brigar em Salvador e Brasília.

Bem, mas essa é só uma pequena parte dos conflitos pós-eleitorais dos deputados sem o prestígio suficiente junto aos governos do estado e federal, ou sem a devido relacionamento com a poderosa mídia. Outros políticos que detêm esses poderes vão além e fazem as coisas acontecerem com mais “barulho”, pois sabem como encaminhar os pedidos, os pleitos de anos sem qualquer solução.

O mundo do cacau é diferente de outras regiões, pois sempre foi rico (ou pelo menos considerado), se preocupando em ganhar dinheiro, deixando a complicada arte da política para os novos amigos da capital ou outras regiões. Tanto é assim que poucas lideranças conseguem se eleger com os votos do sul da Bahia. Muitos dos que já foram precisaram das “casadinhas” com candidatos de outras regiões, com raríssimas exceções.

E desde que existe eleição não é segredo que as contas de chegar dos votos nunca enganaram as duas partes: o político faz de conta que acredita nos votos prometidos e a liderança engana na contrapartida. Muitos destes se contentam apenas sair nas fotos em que fazem com os candidatos, como demonstração de poder, ser “o amigo do rei”, jactando-se serem da cozinha de tais deputados ou autoridades.

Nada mais falso, a exemplo de uma cédula de três reais. E por que se submetem a esse tipo de relacionamento promíscuo? As vantagens advindas do que não está escrito ou pactuado entre eles. Em conversa com alguns políticos ao longo dessas várias décadas de militância na comunicação, ouvi bastante que a política é a arte de ser sabido, pois só assim é que conseguiram se eleger.

E vários diziam abertamente que defender as causas da cacauicultura não daria o resultado esperado na urnas, embora pudessem estar constantemente na mídia regional, estadual e nacional. E não é por menos, já que o cacau não é somente uma importante commodity e sim o fruto emblemático das histórias contadas pelo escritor itabunense Jorge Amado, com ou sem a ideologia.

Marketing melhor não há do que as entrevistas nas emissoras de rádio, televisão, jornais e redes sociais com a cobrança das providências junto às autoridades competentes, apresentando uma extensa lista de reivindicações. E tome-lhe pedido de providências, discurso inflamado no plenário vazio, encontro com ministros, todos devidamente com a cobertura da mídia, para a prestação de contas aos futuros eleitores.

Alguns, até, conseguem furar a agenda presidencial e programam viagem com o presidente da República e ministros à Ceplac, com promessas de soluções importantes e imediatas. Para delírio da população, fotos e imagens televisivas mostram as autoridades examinando pés de cacau infestados por vassoura de bruxa, e cacaueiros sadios, cujos frutos são quebrados na hora para o deleite do paladar de nossas autoridades.

Nos discursos, tudo resolvido, solucionado, com o excelso poder da caneta governamental em portarias, decretos, leis e medidas provisórias. Enquanto não chega a eleição a papelada tramita em Salvador e Brasília, enquanto as notícias ocupam grande espaço na mídia. Mas como não querem nada, os burocratas tomam todas as providências necessárias para que fiquem emperradas, no esquecimento, logo após a eleição.

O que não se faz para conseguir votos…

Walmir Rosário é radialista, jornalista e advogado.

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Daquela época aos dias de hoje, o bairro passou por várias etapas de crescimento e desenvolvimento, com boas escolas públicas e privadas; na área de lazer e esportes (…). Mais que isso, sua gente se destaca na sociedade nas mais diversas áreas – literária, artística, esportiva e profissional.

 

Walmir Rosário

De forma bastante singela, acredito que o ato de viver pode ser comparado a assumir a direção de um veículo. Ter foco no presente do caminho que lhe rodeia, olhando, sempre, pelo retrovisor o passado, e analisando as possibilidades do futuro, do que possa vir pela frente. São através das histórias do passado que poderemos entender mais sobre nós mesmos, para que possamos encarar o futuro sem qualquer receio.

Dito isso, passo a narrar, com alegria, um “achado” importante da minha infância, vivida no bairro da Conceição em Itabuna. Essa descoberta é um memorial de autoria das professoras Edith Oliveira de Santana e Jiunice Oliveira de Santana e do engenheiro agrônomo e pesquisador aposentado da Ceplac Sandoval Oliveira de Santana, que conta grande parte da história do bairro, em textos e fotos.

O trabalho, que leva o nome Bairro da Conceição e os Primórdios, foi elaborado para homenagear o cinquentenário da implantação da Paróquia Nossa Senhora da Conceição (8-12-1958 a 8-12-2008), com informações antecedentes ao ano de 1958. Todo o trabalho foi realizado por meio de consultas aos moradores descendentes dos desbravadores, com registros dos personagens.

E os três autores tinham motivos pra lá de especiais para elaborar o memorial, haja vista que eram filhos de Marinheiro e dona Janu (Antônio Joaquim de Santana e Joana Oliveira de Santana), casal que ostenta o título de quarto morador do bairro e o primeiro da rua Bela Vista. Os 13 filhos (uma adotiva) do casal se criaram no hoje bairro da Conceição, local que ainda residem filhos, netos e bisnetos.

Marinheiro, sergipano do distrito de Outeiro, município de Maruim, era um homem conhecedor do mundo, sempre a bordo dos navios da Marinha de Guerra Brasil e participou ativamente da “Revolta da Chibata”. Pretendendo mudar de vida, aporta em Ilhéus e vai trabalhar nas roças de cacau, tornando-se, posteriormente, administrador de fazendas e especialista no plantio e manutenção de cacaueiros.

Em 1932, Marinheiro muda-se para Itabuna em busca de escola para seus seis filhos, construindo uma casa na recém-criada Abissínia (bairro da Conceição), que se tornara promissora com a construção da ponte Góes Calmon, sobre o rio Cachoeira e a estrada para Macuco (hoje Buerarema). Conhecedor do mundo, Marinheiro participava da política local com ideias inovadoras para as campanhas políticas e a administração municipal.

Formalmente, o Conceição é o segundo bairro criado, embora em sua área, a Marimbeta, ostente a primazia de abrigar a primeira casa construída de Itabuna, na roça de Félix Severino do Amor Divino, um dos fundadores de Itabuna. E o memorial descreve que morar ali na década de 1930 era uma demonstração de coragem e trabalho, por ser um local de vegetação densa e contar com muitos animais silvestres.

Àquela época as casas eram feitas de taipas, adobes (crus ou queimados), telhados de palmeiras e poucos de telhas, que já serviam para se defender as intempéries, das onças e outros animais selvagens, muitos destes transformados em misturas na alimentação. Naqueles tempos bicudos, para matar a sede os moradores recorriam aos leitos dos ribeirões e à noite utilizavam fifós e placas, alimentados com querosene.

Para cozinhar bastava cortar a madeira na mata, tocar fogo e colocar as panelas de barro. Os mais abastados possuíam fogões a lenha, geralmente fora de casa. Nas panelas, feijão, carnes de caça, peixes do rio Cachoeira em abundância e muitas frutas na sobremesa. As vestimentas para os marmanjos eram calça curta, depois comprida, camisas com botões e cuecas samba canção; a depender da condição financeira, ternos de linho ou gabardine. As mulheres: vestido, saia, blusa, capote, combinação, anágua e calçola.

Aos poucos, o arruamento foi tomando forma urbana devido a crescente construção de casas, apareceram as primeiras vendas (mercearias) e padarias, melhorando as condições de vida da população. Mesmo assim, o “bairro” começou a ser chamado pejorativamente de Aldeia, e mais pra frente de Abissínia, devido a algumas mortes decorrentes de briga, injustamente comparada com a guerra no país africano.

No final da década de 1940, mesmo um aglomerado urbano de condições inóspitas, o bairro da Conceição possuía uma economia próspera, ganhando destaque nos anos 1950, quando começou a se consolidar. Nesse período, com as secas em Sergipe, os moradores de Itabuna convidavam os parentes para morar no “eldorado do cacau”, época em que o bairro da Conceição recebeu uma grande leva de migrantes.

Se em 1° de março de 1928 o bairro ganha a ponte Góes Calmon como primeiro vetor de crescimento, em 1955 veio o segundo com a construção da Igreja de Nossa Senhora da Conceição, inaugurada em 08 de dezembro de 1958, quando a velha capela de madeira deu lugar a uma grande matriz. Neste mesmo período a fé dos moradores era atendida pelas igrejas Assembleia de Deus, Batista Teosópolis e Cristã do Brasil.

Construída pela batuta dos frades capuchinhos Isaías e Justo (italianos) e Apolônio (brasileiro/pernambucano), a Igreja de Nossa Senhora da Conceição marcou, decisivamente, o desenvolvimento do bairro. Enquanto a obra ia sendo tocada, a prefeitura passou a urbanizar o bairro, com a abertura e rebaixamento de ruas, a praça em frente a igreja e a canalização de água em algumas ruas.

Daquela época aos dias de hoje, o bairro passou por várias etapas de crescimento e desenvolvimento, com boas escolas públicas e privadas; na área de lazer e esportes – clube social, times de futebol, a sede do Itabuna Esporte Clube, bares e restaurantes, supermercados, dentre outros equipamentos urbanos. Mais que isso, sua gente se destaca na sociedade nas mais diversas áreas literária, artística, esportiva e profissional.

Walmir Rosário é radialista, jornalista e advogado.

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A Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural na Bahia (Senar-BA), está testando cinco fungicidas contra a vassoura de bruxa, praga que mais prejudica as lavouras de cacau no Brasil.

Os fungicidas foram desenvolvidas pela Syngenta e apresentam bons resultados contra a monilíase em outros países. Agora, os testes irão avaliar se podem ser usados também no combate à vassoura de bruxa. Estudos da Universidade de Campinas (Unicamp) apontam a eficácia de alguns dos princípios ativos que compõem parte dos produtos em teste.

O estudo é feito em áreas da Ceplac, em Ilhéus, no sul da Bahia, e terá duração de dois anos. A Bahia é o estado que mais sofre com a praga, por apresentar condições climáticas favoráveis para a disseminação do fungo. Os efeitos da praga na região foram devastadores, provocando queda de 75% da produção, gerando desemprego e êxodo rural.

Atualmente, as recomendações para o controle da vassoura de bruxa incluem uso racional de fungicidas, remoção de tecidos infectados, uso de variedades clonais resistentes e controle biológico (biofungicida Tricovab®).

“A seleção de novos fungicidas mais eficazes contra a vassoura de bruxa é o desejo de todos os produtores de cacau. Aliado a um programa de manejo integrado, pode combater melhor a doença, aumentando a produção além de viabilizar economicamente a atividade agrícola, especialmente, na região sul da Bahia”, explica o pesquisador da Ceplac, Givaldo Niella Rocha, que coordena os testes em campo e em laboratório.

O Brasil é o hoje o sexto produtor mundial de cacau, com produção de cerca de 220 mil toneladas por ano. Pará e Bahia respondem por 95% da produção nacional. De acordo com dados da Associação das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC), a Bahia entregou, em 2021, cerca de 140 mil toneladas de amêndoas de cacau.

Juvenal pede demissão após prefeito confirmar reabertura do comércio
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Levi Vasconcelos | A Tarde

Já pensou num núcleo acadêmico que já começa exalando conhecimento pela própria estrutura física do prédio? A energia é 100% fotovoltaica, e a água, mesmo a despejada nas descargas dos vasos sanitários, também 100% tratada e reaproveitável, ventilação toda ela também natural.

O tal núcleo vai começar a funcionar oficialmente hoje. É o Centro de Ciências e Engenharia Agroflorestais da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), área que fica no campus Jorge Amado, pertinho da sede da Ceplac, que custou R$ 61 milhões.

Joana: campus é marco em sustentabilidade

A inauguração está marcada para as 14h30 com a presença do ministro da Educação, Victor Godóy. A reitora Joana Angélica da Luz antecipa o tom:

— O que estamos inaugurando hoje é um marco na história das universidades federais de todo o Brasil.

Eritrina —A gênese do novo núcleo também tem uma história interessante. Nasceu da cabeça do professor Naomar Almeida, coisa de 12 anos atrás, quando ele era reitor e Juvenal Maynard o diretor da Ceplac.

Naomar entrou com o projeto e Juvenal com o ter reno, 34 hectares debaixo de intensas críticas dos ceplaqueanos detonando uma suposta dilapidação do patrimônio da Ceplac.

Juvenal: “dia mais feliz da minha vida”

Juvenal diz que a área da Ceplac no entorno da sede é de 740 hectares e os prédios projetados só fariam agilizar o conjunto do espaço. E ontem ele se dizia feliz.

— Amanhã (hoje) viverei um dos melhores dias da minha vida. Imagine você que já podemos fazer lá compensado com a eritrina, uma árvore exótica para sombrear o cacau para a qual não se via nenhuma utilidade. E isso é só o começo.

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A Universidade Federal do Sul da Bahia confirmou, hoje (3), para a próxima sexta-feira (6) a inauguração do Campus Jorge Amado, em Ilhéus. Prevista para começar às 14h30min, a cerimônia deve contar com a presença de autoridades regionais, estaduais e federais. Os convidados devem acessar às dependências do Núcleo Pedagógico e do Núcleo de Vivência e Gestão Acadêmica do Campus pela entrada principal da Ceplac, às margens da Rodovia Ilhéus-Itabuna (BR-415).

As obras do novo campus, composto pelo Núcleo Pedagógico, Núcleo de Vivência e Gestão Acadêmica e infraestrutura em geral, foram licitadas em editais de 2015 e 2017 e contou com termos aditivos. O investimento foi de cerca de R$ 61 milhões.

Além dos prédios e drenagem, o montante foi investido em estruturas como a guarita de entrada do campus, vias locais de acesso para veículos, vias de acesso para pedestres e ciclovias, estacionamento, bicicletário, vestiário externo, jardins, bosques e praças e os edifícios para a área administrativa (Núcleo de Gestão Acadêmica e Vivência) e a área pedagógica (Núcleo Pedagógico).

MAIS SOBRE A ESTRUTURA

Projetado em 2015, o Núcleo Pedagógico possui cerca de 6 mil metros quadrados e três pavimentos, com fundação para mais dois. A edificação contempla 24 salas de aula, um miniauditório e 7 laboratórios de ensino multidisciplinares. Esses espaços vão atender os cursos de Primeiro Ciclo de Formação (Bacharelados e Licenciaturas Interdisciplinares) em Ciências, Humanidades e Artes.

A unidade atenderá ainda os cursos do Segundo Ciclo de formação profissional em duas áreas: Engenharias (Engenharia Ambiental da Sustentabilidade; Engenharia de Transportes; Engenharia Sanitária; Engenharia Florestal; Engenharia Agrícola e Ambiental e Engenharia de Aquicultura) e Ciências Sociais (Políticas Públicas; Mídia e Tecnologia e Produção Cultural).

Projetado em 2017 para atender a demanda da área administrativa, com diversas salas para atendimento aos docentes e dicentes, o Núcleo de Vivência e Gestão Acadêmica é uma edificação térrea. O prédio tem fundação para mais um pavimento e cerca de 4.105 metros quadrados. As instalações incluem salas para atendimento na área administrativa, almoxarifados e banheiros.

No local há também espaço para futuro restaurante, lanchonete; sala dos diretórios estudantis, saguões centrais de circulação/espaço interativo para exposição de artes, dança, performances e trabalhos acadêmicos. A Reitoria da UFSB continuará funcionando no prédio do antigo fórum Ruy Barbosa, em frente à Praça José Bastos, no centro de Itabuna.

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O novo campus Jorge Amado da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), na Rodovia Ilhéus-Itabuna, será inaugurado em 6 de maio, às 14h, anunciou a reitoria da instituição. O campus funcionará em área cedida pela Ceplac, em Ilhéus, e a Reitoria continuará na Praça José Bastos, Centro, Itabuna. A solenidade deve contar com a presença de autoridades regionais, estaduais e federais.

As obras foram licitadas em 2015 e 2017. O edifício do Núcleo Pedagógico, que concentrará salas de aula e laboratórios, possui 6 mil metros quadrados de área. Ao todo, o investimento na infraestrutura que será inaugurada atingiu cerca de R$ 61 milhões.

Segundo a instituição, as edificações contam com diferentes tecnologias que promovem redução de gastos e reaproveitamento de recursos. “Foram utilizadas diretrizes da arquitetura bioclimática com o aproveitamento da iluminação e ventilação naturais, bem como a proteção das fachadas e cobertura da incidência solar de modo a reduzir a carga térmica da edificação”, detalha a diretora Lívia.

ENERGIA SOLAR

Outras técnicas empregadas são o pavimento permeável, a segregação das águas residuárias, o tratamento de esgoto biológico, o aproveitamento de águas cinzas (qualquer água residual não-industrial originada a partir de processos domésticos como lavar louça, roupa e tomar banho), amarelas (originadas do uso de vaso sanitário e mictórios) e de água da chuva. Os edifícios também estão dotados de painéis fotovoltaicos instalados nos terraços para geração de energia elétrica e de paisagismo com plantas da Mata Atlântica do sul da Bahia. Atualizada às 19h15min.

Luiz Ferreira defende programa de recuperação da cacauicultura no sul da Bahia
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No ano que vem, 2023, 60 anos da fundação do CEPEC (Centro de Pesquisas do Cacau), oportunidade a um terceiro Encontro. Vale pensar com muito carinho!

Luiz Ferreira

Seu Luiz, como assim o chamávamos por ser mais velho, motorista da turma de solos (Pedologia), ao se aposentar – um dos primeiros – fez um gesto simbólico ao beijar o chão, antes de transpor os umbrais da sede da CEPLAC.

Provavelmente, baseou-se no Papa João Paulo II, que tinha o hábito de beijar o chão de um país tão logo pisasse, como uma maneira de expressar seu amor e respeito pelo país e o seu povo.

Esse gesto do modesto servidor expressava sua gratidão àquela Casa que o acolhera e ali se sentira feliz em prestar sus serviços, enviando provavelmente um recado aos que ficaram: – “CEPLAC, Escola, Lar, Provedora”.

É preciso entender como foi edificada essa Instituição para se mensurar o visgo em mão dupla: Instituição versus servidor. O sentimento via dever profissional; o comprometimento com o cacau; o respeito ao homem do campo; a bandeira da excelência.

Brandão, primeiro secretário-geral, implantou um tal de espírito de corpo, incutindo-nos uma filosofia de solidariedade e lealdade ao grupo, colocando a organização na mira do trabalho profícuo. Zé Haroldo, subsequente Diretor-Geral, cravou o decálogo profissional. Paulo Alvim, Diretor científico, trouxe o mote do aperfeiçoamento. E o colega, líder extensionista, Ubaldino Dantas Machado, movimentava sua turma, com a palavra parceiro, hoje em moda.

Vale a pena registrar a importância do Banco do Brasil neste contexto, cujos funcionários cedidos transportaram os princípios éticos e de proficiência profissional da sua organização de origem, tida como de excelência.

Também, de relevância, o produtor de cacau, financiador por muitos anos, através da taxa de retenção, recursos estes gerenciados com probidade, possibilitando o retorno de bens para toda região cacaueira.

Em 2017, mesmo distante, organizei com apoio de outros colegas de Salvador, um Encontro, oportunidade que homenageamos a CEPLAC com um livro. Foi tão profícuo, que repetimos a dose em 2018, com um tributo a José Haroldo, registrado em outro livro.

Muitos se fizeram presentes, deslocando-se de Ilhéus, Itabuna, Maceió, Belém, Brasília, não pelos meus olhos, mas pelo sentimento ceplaqueano, diferentemente, talvez, se fôssemos apenas colegas de uma instituição qualquer.

No ano que vem, 2023, 60 anos da fundação do CEPEC (Centro de Pesquisas do Cacau), oportunidade a um terceiro Encontro. Vale pensar com muito carinho!

Pelo exposto, concluo que a CEPLAC é uma RELIGIÃO; e os que se formaram nela, uma ruma, como diz o bom baiano, de ABENÇOADOS.

Luiz Ferreira é pesquisador aposentado e “sócio fundador” do Cepec em 1963.

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O governador Rui Costa nomeou Juvenal Maynart como superintendente da Secretaria de Infraestrutura Hídrica e Saneamento da Bahia (SIHS). A nomeação está publicada na edição desta quinta-feira (14) do Diário Oficial do Estado (DOE).

Quadro técnico, emedebista histórico e nome da região cacaueira baiana, Juvenal assume o cargo após passagens com reconhecimento público como superintendente regional e depois diretor-geral da Ceplac e como diretor-geral do Ibametro.

À frente da Ceplac por cerca de dois anos e meio, Juvenal promoveu grande sinergia do órgão com a Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB). A Universidade deverá inaugurar, nos próximos meses, o campus Jorge Amado na área da sede regional da Ceplac, na BR-415.

Ele, que deixou o cargo no início de 2019, também ampliou as discussões sobre o papel da Ceplac e a relevância do sistema cabruca, propondo a autossuficiência do cacau com o manejo sustentável. No primeiro Governo Wagner, Juvenal foi diretor-geral do Ibametro.

Audiência debaterá revitalização da lavoura cacaueira sul-baiana
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A revitalização da lavoura cacaueira, com o perdão das dívidas dos produtores atingidos pelas chuvas, será um dos temas da audiência pública que acontece nesta sexta-feira (18), no auditório do Sest/Senat de Itabuna, a partir das 18h. O evento, organizado pelo PDT local com o apoio da Associação dos Municípios do Sul, Extremo-Sul e Sudoeste da Bahia (Amurc), contará com a presença de prefeitos da região, fazendeiros, entidades da sociedade civil organizada e do presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Lavoura Cacaueira do Congresso, deputado pedetista Félix Mendonça Júnior.

O principal objetivo da audiência é somar esforços para pressionar o governo federal a adotar medidas em prol da lavoura. A dívida histórica dos produtores com o Banco do Brasil é de cerca de R$ 1 bilhão, e já se tornou impagável, principalmente após as chuvas que castigaram o sul e extremo-sul do estado entre o final de 2021 e o começo de 2022.

“A maior parte dessa dívida foi contraída a partir de orientações equivocadas da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac) para o combate à vassoura-de-bruxa. Ou seja, o produtor não teve culpa. Para que a lavoura de cacau na Bahia possa voltar a ser pujante, é preciso não só que haja o perdão desse débito e a liberação de novas linhas de crédito. As chuvas só fizeram piorar a situação”, explicou o presidente do PDT de Itabuna, o médico Edson Dantas.

SELO VERDE

A audiência vai debater ainda o projeto do Selo Verde Cacau Cabruca, que já passou na Câmara, no Senado e retornou para apreciação dos deputados. O objetivo é conferir um selo sustentável de qualidade para atestar que os produtores preservam a Mata Atlântica do sul do estado, bem como a legislação trabalhista, assegurando empréstimos com juros mais baratos e outros benefícios. O texto é de autoria de Félix Mendonça Júnior.

“A lavoura de cacau é hoje ocupada, em sua maioria, por pequenos e médios produtores. Acabou aquela coisa de grandes fazendas, como se lia nos livros de Jorge Amado. A reforma agrária já foi feita naturalmente na cacauicultura baiana, que preserva a Mata Atlântica, é ecologicamente correta no modelo cabruca. Por isso que esses pequenos e sustentáveis produtores precisam de incentivos”, disse o deputado.

65 ANOS DA CEPLAC

Outro tema que será debatido é a revitalização da Ceplac, que completa 65 anos no próximo dia 20. Tramita na Câmara um projeto de indicação de Félix que propõe ao governo a criação da Embrapa Cacau, incorporando a estrutura da Ceplac, inclusive a mão de obra e o corpo de pesquisa. “Não podemos deixar que o conhecimento acumulado por essa estrutura se perca. E a Embrapa é forte, reconhecida internacionalmente, a vai colaborar para que novas pesquisas de aperfeiçoamento da lavoura sejam feitas”, concluiu Félix.

Walmir Rosário e Odilon Pinto, em Brasília, na comemoração do aniversário do Ministério da Agricultura || Foto Águido Ferreira
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Realmente, os esforços de Mílton e Zé Haroldo não foram em vão. Odilon era um artista nato; um músico que tocava os sete instrumentos e ainda cantava; um comunicador por excelência e que sabia fazer se entender pelo doutor e o operário rural.

 

Walmir Rosário

Que me perdoem os puristas acostumados a tecer comentários desairosos sobre os estabelecimentos dedicados à transferência de felicidade ao gênero humano por meio da venda de bebidas e tira-gostos. Desinformados ou rancorosos, não conhecem nada do que se passa entre aquelas quatro paredes e mesas e onde se conversa sobre todos os temas, com exaltação e nenhuma briga a perdurar.

Para mim, não há melhor local recomendado para aliviar o stress, enriquecer o conhecimento, construir amizades sólidas, duradouras, mesmo que não se conheça nada de nada sobre a origem e a família do quase irmão. Chego até mesmo a nomear um boteco como um templo da cultura, dada a amplitude dos assuntos ali abordados, enriquecendo o cabedal de conhecimento dos fiéis frequentadores.

Digo, afirmo e provo! E eis que, no sábado passado, eu e os amigos Batista e Arenouca resolvemos colocar a conversa em dia e nos dirigimos ao Laginha, em Canavieiras, boteco que se preza pela cerveja gelada e bons tira-gostos. Nem bem chegamos à mesa, encontro o colega advogado Leonício Guimarães (Léo), canavieirense, ex-vereador em Itabuna, às voltas das reminiscências sobre o rádio grapiúna.

Há muito queria lembrar o texto da vinhenta de encerramento do programa De Fazenda em Fazenda e Na Fazenda do Odilon, que apresentamos – o locutor que vos fala e Odilon Pinto – há bem mais de 30 anos. Confesso que não me lembrava, mas diante da insistência de Léo, começamos a falar sobre os programas, os estilos, a qualidade da informação que levávamos a um público urbano e rural.

Para os que não conheceram ou sequer ouviram falar, o programa de rádio De Fazenda em Fazenda foi um canal de comunicação entre a Ceplac e seu público-alvo: agricultores e trabalhadores rurais, traduzindo as mensagens técnicas ao homem do campo de forma simples, alegre e descontraída. Teria de levar a mensagem técnica de forma compreensível e que produzisse resultados positivos em toda a região cacaueira da Bahia.

Alguns formatos foram pensados e levados ao ar por grandes comunicadores, mas a interação não chegava ao pretendido, até o chefe da Divisão de Comunicação, Mílton Rosário, se bater com Odilon Pinto. Só que tinha um problema quase intransponível: Odilon Pinto era comunista de carteirinha, volta e meia interrogado e preso, e não poderia trabalhar num órgão do governo federal, principalmente nos tempos da revolução de 64.

Para convencer os militares, foi necessário o aval de Mílton Rosário ao secretário-geral José Haroldo Castro Vieira, que conseguiu convencer os militares.

– O homem é bom e eu respondo por ele – garantiu José Haroldo.

Realmente, os esforços de Mílton e Zé Haroldo não foram em vão. Odilon era um artista nato; um músico que tocava os sete instrumentos e ainda cantava; um comunicador por excelência e que sabia fazer se entender pelo doutor e o operário rural. Paralelamente ao programa de rádio, Odilon criou um grupo regional, que se apresentava nos eventos técnicos e culturais da Ceplac, ou nas noites festeiras das cidades próximas.

Mas eis que chega a democracia e os homens do PMDB mudam a direção da Ceplac e resolvem, também, trocar a emissora de rádio: em vez da Rádio Jornal de Itabuna, onde era apresentado, o De Fazenda em Fazenda passou a ser transmitido na Rádio Difusora, do político Fernando Gomes. De pronto, Odilon enfrenta a direção da Ceplac, se coloca à disposição da Dicom e passa a apresentar um seu programa, agora Na Fazenda do Odilon.

Para os ouvintes isto criou uma confusão danada, pois as duas emissoras apresentavam programas parecidos, com nomes e apresentadores diferentes. E assim continuou. Após um curto espaço de tempo e muitos apresentadores, acumulo a reportagem e a apresentação do De Fazenda em Fazenda, na Rádio Difusora, das 4 às 7 horas, sem abandonar o trabalho nos veículos impressos e de vídeo da Ceplac.

Para competir com o artista e amigo dos ouvintes, Odilon Pinto, fizemos uma reformulação no programa, criando quadros com a participação de engenheiros agrônomos, médicos veterinários, técnicos agrícolas, utilizando toda a estrutura dos escritórios da Ceplac na região, além de músicas. Deu certo, e por incrível que pareça, chegamos a receber cerca de até 600 cartas por semana, enviadas por uma população quase sem alfabetização.

E Odilon continuou fazendo sucesso com seu programa. Tempos depois deixo a Ceplac (depois retornei), e Odilon Pinto resolve se candidatar a deputado estadual.

– Está eleito, diziam, basta encomendar o terno para a posse – garantiam todos.

Odilon, que sempre foi filiado ao Partido Comunista do Brasil (PCdoB), se candidatou pelo Partido da Reconstrução Nacional (PRN), de Collor de Mello, à época liderado na Bahia pelo empresário Pedro Irujo. A cada pesquisa o nome de Odilon Pinto aparecia com maiores pontuações. Essa confiança do eleitorado contagiou Pedro Irujo, que investiu pesado na campanha eleitoral de Odilon.

Proibido pela lei eleitoral de apresentar o seu programa, Odilon me convida para tomar seu lugar ao microfone da Rádio Jornal e entra de cabeça na campanha que poderia lhe dar uma vaga na Assembleia Legislativa. Devido a minha experiência em campanhas políticas, uma semana antes da eleição, perguntei ao candidato Odilon se já tinha elaborado o planejamento para a boca de urna. Recebi um não como resposta.

Me disse que no dia da eleição sairia de casa, votaria e retornaria ao lar, onde descansaria da campanha. Nesse dia, saí da rádio e fui a Itajuípe, onde atuava como assessor de comunicação. Uma rápida visita às entradas da cidade, observei como os políticos locais abordavam os eleitores que chegavam da zona rural para votar e recebiam promessas de vantagens. Me veio à cabeça a falta de planejamento e a mudança nas pesquisas.

Resultado, o consagrado Odilon Pinto obteve uma votação pífia, e sequer alcançou a suplência. Pouco tempo depois, Odilon conclui seu mestrado, depois doutorado em Linguística e se dedica ao ensino do português na Uesc e outras faculdades.

Antes que me esqueça, consegui lembrar do jingle de encerramento do programa:

– Acorda João Grilo, Porfírio e Odilon, que o momento é bom pra nós viajar, o jegue corre que faz até medo, e amanhã bem cedo nós torna (sic) a voltar.

Walmir Rosário é radialista, jornalista e advogado.

Walmir Rosário faz entrevista para o programa De Fazenda em Fazenda, da Ceplac || Foto Águido Ferreira
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No dia seguinte, assim que cheguei em casa liguei para ele, que contou o imbróglio à coligada, sem convencimento.

 

Walmir Rosário

A vida de repórter nos leva a cada lugar nunca antes por nós imaginado, o que eu acho muito bom, pois passamos a ter contato com outros povos, outras culturas, enriquecendo nossa enciclopédia interior. Considero gratificante esse vai e vem, mesmo que dificulte a nossa estada em casa, hoje com a comunicação mais facilitada por vários aplicativos no celular do que nas duas décadas do século passado.

Enfim, foi essa a profissão que escolhemos e devemos exercê-la com toda a alegria e responsabilidade, pois é ela que nos dá, não só a nossa subsistência, mas nos proporciona o sentimento do dever cumprido. Claro que nem tudo são flores, e as dificuldades inerentes à profissão, compensam os dissabores do dia a dia, e muitas vezes as situações difíceis são encaradas como uma brincadeira a mais em nosso currículo.

Às vezes o “bicho pega” e foge do controle, sem mais nem menos, como já aconteceu.

Me encontrava na labuta na antiga Divisão de Comunicação (Dicom) da Ceplac (Ministério da Agricultura), na qual éramos profissionais do sete instrumentos e pouco ligávamos para as reclamações do sindicato para o exercício acumulativo de atividades. Trabalhávamos com vídeo; apresentação e reportagem de programa de rádio, portando aqueles imensos gravadores; escrevendo para os jornais externo, interno e revistas, além de releases.

Uma semana estávamos na Amazônia, na outra no Sul da Bahia, uma nova feita em Brasília, cobrindo os serviços de pesquisa, extensão, a economia e a política da cacauicultura. A depender da cobertura que fazíamos e das condições de comunicação por telefone, ainda dávamos flash para o programa radiofônico De Fazenda em Fazenda, levado ao ar em Itabuna para toda a região cacaueira. E essa era a nossa vida.

Uma certa feita fui incumbido de produzir algumas matérias de pesquisa sobre doenças que atacavam os coqueiros, em Una; sobre a cacauicultura às margens do rio Pardo, inclusive na Fazenda Cubículo, onde foram plantados primeiros cacaueiros na Bahia, em Canavieiras; e sobre as possibilidades do turismo rural na Lagoa Dourada e na gruta do Lapão, em Santa Luzia.

Matérias corriqueiras, coisas do nosso dia a dia no campo. Equipe pronta: o locutor que vos fala, o fotógrafo Águido Ferreira e o motorista “irmão” Edmundo partiram para a primeira missão em Una. Entrevista e fotos com o engenheiro florestal José Ignácio (um dos maiores especialistas do Brasil), rumamos para Canavieiras com a missão de dar sequência à pauta estabelecida.

Às 17 horas chegamos a Canavieiras e nos hospedamos no Mini Hotel e fomos à redação do jornal Tabu encontrar o editor Tyrone Perrucho, nosso ex-chefe e que se aposentara recentemente e iria nos contar sobre a merecida inatividade ceplaqueana. O encontramos às voltas do fechamento da edição quinzenal e o convencemos a adiar seu trabalho para o dia seguinte, em troca de umas rodadas de cervejas e bate-papo.

Enquanto o colega Edmundo foi à igreja congregar com os irmãos, eu e Águido seguimos com o colega recém-aposentado para o bar mais próximo no o intuito de colocar a conversa em dia. Papo vai, papo vem até que chega um filho de Tyrone para pegar emprestado o velho, porém brioso Gurgel. Daí, trocamos de bar umas três vezes, quando começa a cair uma pesada chuva e forte ventania.

E nada do Gurgel chegar. Às 11h50min chegou o sono, deixei os dois colegas no bar e rumei para hotel. Por volta as 5 da matina acordei agoniado para ir ao banheiro (culpa das cervejas) e me deparei com mais três companheiros de quarto. Mesmo na penumbra, voltei a contar os corpos estendidos nas camas: um, dois, três… E eu não acreditava. Não fui dormir embriagado, pensava e fazia uma nova contagem…o mesmo resultado.

Com discrição, abri a porta do banheiro, fui chegando perto da cama, apurei as vistas e consegui localizar o “corpo estranho” ao recinto do nosso quarto. Para minha surpresa, o quarto corpo na horizontal abriu os olhos e deu uma risada bem marota, como que pedisse calma que explicaria a sua presença naquela cama, naquele quarto de hotel. Era justamente Tyrone Perrucho. E aí surgiu uma grande dúvida: Por que ele não teria ido dormir em casa?

Com o raiar do dia, todos acordados, nos reunimos à mesa para o café da manhã, juntando a fome com a dúvida atroz: o porquê da hospedagem de Tyrone no hotel, em vez de dormir no recôndito do seu lar. Com muita tranquilidade ele passou a explicar que as nossas mudanças de bares teria sido o móvel do problema, pois ao vir entregar o Gurgel, seu filho não teria nos encontrado.

– E por que vosmicê não telefonou para sua casa informando seu paradeiro? – perguntei.

E ele explicou: com chuva e a ventania da meia-noite partiu o cabo da Telebahia que liga a ilha da Atalaia (onde ele morava) ao sistema telefônico do centro. Gozações à parte, prometemos levá-lo em casa antes de retomarmos ao trabalho. E assim fizemos, deixando-o na porta de sua casa, quando ele tentou tomar minha mochila, para que eu desse as explicações à “coligada”, como ele tratava sua esposa. Conseguiu tomar minha sacola e zarpamos.

No dia seguinte, assim que cheguei em casa liguei para ele, que contou o imbróglio à coligada, sem convencimento. Contei o caso à minha mulher e assumimos o sagrado dever de fazer um passeio a Canavieiras no próximo final de semana para explicarmos o ocorrido, com vistas a dissipar todas as dúvidas por ventura ainda existentes, e preservar a união daquela família.

E deu certo, após um sábado e um domingo de homéricas farras e explicações, finalmente prevaleceu a paz no lar dos Perrucho.

Walmir Rosário é radialista, jornalista e advogado.

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Cenário no Centro de Pesquisa é de abandono, assim como na área de experimentos

A direção-geral da Ceplac pôs na pauta uma operação de desmonte para acelerar uma possível transferência de pessoa e tecnologia do órgão federal para a Embrapa, conforme denuncia em artigo um servidor que prefere o anonimato temendo retaliações.

O passo a passo da operação é denunciado em artigo abaixo. Imagens de deterioração da sede regional do órgão demonstrariam que o sucateamento ganhou ainda mais força nos últimos dias.

O FIM (E OS COVEIROS) DA CEPLAC

 

Quem visita a Ceplac e o Cepec se depara com a mais vergonhosa e inadmissível situação, onde não só o patrimônio intelectual está sendo depredado, mas também o patrimônio físico.

 

A situação atual da Região Cacaueira da Bahia se torna cada vez mais preocupante quando constatamos que a tão almejada e buscada revitalização da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), juntamente com seu Centro de Pesquisas e Extensão do Cacau (Cepec), este já sem o serviço de extensão, extinto definitivamente pelo Ministério de Agricultura e fielmente cumprido pela atual direção, se encontra no auge do seu desmonte. Isso significa o fim do suporte para alavancar toda a cadeia produtiva do cacau e o término da expectativa em colocar o Brasil em uma posição merecida entre os maiores produtores de cacau do mundo, tendo a Bahia o seu destaque como primordial.

Estrutura predial definha, enquanto no Cepec nem lixo e entulho são recolhidos… E o mato avança

Esse fato se torna ainda mais aterrorizante quando presenciamos alguns servidores em total apoio à atuação desse desmonte pelo diretor Waldeck Pinto, que, além de estar incentivando com suas ações a aposentadoria de vários outros decentes servidores, está transferindo para área de fiscalização renomados pesquisadores que têm em seus currículos a extensa comprovação de sua competência em cacau e está deixando perder o patrimônio físico, fruto das taxas pagas pelos produtores que contribuíram por décadas para sua construção e manutenção.

Enquanto os servidores aliados do diretor Waldeck Pinto, sem a mínima decência de caráter, procuram a todo custo demonstrar que a Ceplac vai muito bem, obrigada! através de lives e que a parceria com a Embrapa é a salvação da lavoura, deixando entendido que os “bandidos” são seus próprios colegas de mais de 40 anos de convivência que se negaram a compactuar com essa gestão desastrosa sem precedentes, quem visita a Ceplac e o Cepec se depara com a mais vergonhosa e inadmissível situação, onde não só o patrimônio intelectual está sendo depredado, mas também o patrimônio físico.

Os que compactuam com o diretor viraram as costas até para o que poderia ser enquadrado, em caso de apuração pela vigilância sanitária, como atentado contra a saúde dos servidores da Instituição, ainda mais agravado e alarmante em tempo de pandemia.

Resta o lamento não só pelo fim anunciado da mais rica fonte intelectual do que sempre foi a riqueza econômica, cultural e ambiental da Região Cacaueira como do Brasil, mas muito mais pela conivência e ajuda dos que vergonhosamente se aliaram e expuseram tão somente sua própria degradação moral.

Vale lembrar que alguns já disseram que o desinteresse do Governo Federal pela Ceplac se devia ao antro de petista que ali se ancoravam. No entanto, essa “justificativa” cai por terra quando é nomeado pelo próprio Waldeck Pinto. Luís Ricardo Bruggemann, um militante petista que agora ocupa o cargo de diretor-substituto da Instituição.

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