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Ceratocone tem sintomas parecidos com os de outras doenças oculares

Médica Solange Cunha alerta para os sintomas e efeitos do ceratocone

O ceratocone pode surgir entre os 10 e 25 anos, mas pode progredir até os 40 anos ou estabilizar-se com o tempo. Começa com a dificuldade para enxergar de perto e a sensibilidade à luz. Segundo, a médica Solange Cunha, especialista em córnea e lentes de contato do DayHorc, em Itabuna, isso ocorre devido à deformação da membrana do olho, que acaba desfocando os raios de luz dentro dele.
Embora os sintomas do ceratocone sejam muito semelhantes aos de outros problemas nos olhos, a médica explica que a piora na visão tende a ser mais rápida, fazendo com que o paciente troque de óculos e lentes com mais frequência. Os sintomas vão de visão embaçada, hipersensibilidade à luz, enxergar imagens fantasmas, visão dupla, dor de cabeça e coceira no olho.
O diagnóstico tem como base o histórico clínico do paciente e é feito quando o oftalmologista percebe alguma alteração na forma do olho. “Utilizamos um computador para avaliar o grau da curvatura da córnea, ajudando a adequar o tratamento”, explica. Exames complementares como a topografia computadorizada da córnea, paquimetria corneana e a tomografia computadorizada também ajudam a confirmar o diagnóstico, avaliar a progressão da doença e o grau de comprometimento da área afetada.
O tratamento é iniciado com o uso de óculos e lentes rígidas para correção do grau de visão (graus 1 e 2). Já nos casos mais graves (graus 3 e 4), quando há piora e a córnea sofre mais alterações, é indicada a cirurgia.
Existem dois tipos de procedimento: o Crosslinking consiste na aplicação de vitamina B12 diretamente no olho e exposição à luz UV-A, para promover o enrijecimento da córnea, evitando que continue a mudar de forma. “Essa técnica pode ser usada em conjunto com as lentes ou óculos, desde que o diagnóstico seja feito”, informa.
O outro método é o implante de um anel na córnea. A cirurgia dura cerca de 20 minutos, na qual o oftalmologista coloca um pequeno anel no olho que ajuda a tornar a córnea mais plana, evitando o agravamento do problema. “As técnicas de cirurgia não curam o ceratocone, mas ajudam a evitar o seu agravamento.
Nesse caso, é bem provável a necessidade de o paciente continuar a usar óculos ou lentes para melhorar a sua visão”, afirma. Em casos mais graves, nos quais o pacientes deixa de responder às formas de tratamento acima apresentadas, é indicado o transplante de córnea. “Substituímos a córnea comprometida por uma saudável disponibilizada por um doador do banco de olhos”, acrescenta.
Pessoas portadoras da doença devem evitar esfregar os olhos, pois tal ação pode acelerar a deformação da córnea. “Se houver coceira ou queimação frequente, recomenda-se procurar o oftalmologista para iniciar o tratamento
com algum colírio”, conclui a oftalmologista.