Governador da Bahia participou da assinatura de acordo com a Ambev
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Uma cerveja à base de umbu, da marca Graveteiro, primeira artesanal produzida pela Agricultura Familiar na Bahia, deu um importante passo na distribuição da sua produção. O produto será distribuído para todo o Brasil. A logística para o mercado nacional ocorrerá numa parceria firmada, no sábado (16), entre a Ambev e a Cooperativa Agropecuária Familiar de Canudos, Uauá e Curaçá (Coopercuc).

O primeiro lote da cerveja tipo saison com umbu começa a ser distribuído nesta segunda-feira (18), com 8 mil unidades na Bahia, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Distrito Federal e São Paulo. No começo de 2024, o produto passará a ser comercializado em todo o Brasil.

“Essa é uma cerveja que já está consolidada no mercado, mas que a gente tinha um desafio de dar escala ao produto. Então, buscamos a parceria, para expandir e trazer ainda um sabor mais essencial para o consumidor, mantendo a qualidade que é referência dos nossos produtos”, destacou o coordenador comercial da Coopercuc, Dailson Andrade.

O governador Jerônimo Rodrigues participou da cerimônia que marcou a parceria, e destacou que as duas partes são beneficiadas. “A Ambev está colhendo um produto que as cooperativas vieram trabalhando há muito tempo, apresentando ao mundo um produto agroecológico, que respeita o trabalho decente, que respeita a caatinga, e, por outro lado, a agricultura familiar se beneficia da marca da Ambev para ver o produto circular”, completou Jerônimo.

OUTRAS MARCAS

Assim como a Cerveja de Umbu, da Coopercuc, outras marcas de cerveja artesanal produzidas pela agricultura familiar são apoiadas pelo Governo da Bahia, como é o caso da Cabruca, da Cooperativa de Serviços Sustentáveis (Coopessba), de Ilhéus; da Cerveja de Licuri, da Cooperativa Regional de Agricultores Familiares e Extrativistas da Economia Popular e Solidária (Coopersabor), de Monte Santo.

A relação inclui ainda a Cerveja de Cajá, produzida pela Cooperativa de Produção da Agricultura Familiar de Lagoa de Dentro e Região (Cooperlad), novidade do Território do Sisal para esta 14 edição da Feira da Agricultura Familiar e Economia Solidária, que acontece no Parque Costa Azul, em Salvador, até este domingo (17). Também foram lançadas as cervejas de Mel da Mata Atlântica e de Goiaba com Maracujá da Caatinga.

Hop Brasilis, da 3Barcaças, fatura medalha de ouro na Copa Cerveja Brasil
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Quando começou a fabricar cerveja, em 2011, Calleb vislumbrava que iria além do hobby. “A gente começou a fazer porque queria beber cerveja diferente e não achava no mercado, mas a ideia sempre foi montar uma fábrica e comercializar”, recorda o itabunense em entrevista ao PIMENTA. Do plano inicial nasceu a 3Barcaças, primeiro com produção caseira e, desde 2019, com uma fábrica no Distrito Industrial de Ilhéus.

Os primeiros rótulos da 3Barcaças apelam ao imaginário regional e estadual, como a 1910, ano da emancipação política de Itabuna. Carro-chefe da marca, a cerveja Conjurada faz referência à Conjuração Baiana, também conhecida como Revolta dos Búzios, desencadeada em 1798, sob a influência das revoluções haitiana e francesa. Calleb Oliveira explica a analogia embutida na escolha do nome. “A Bahia estava tentando ser livre da Coroa Portuguesa. A Conjurada veio para libertar as pessoas da cerveja ruim”.

Logo na primeira competição disputada pela marca do sul da Bahia, a Brasil Beer Cup, em 2021, a Conjurada levou medalha de prata. Tornou-se o rótulo mais vendido no primeiro bar da 3Barcaças, situado na Avenida Nações Unidas, em Itabuna. “É uma golden bitter, uma cerveja leve, refrescante, amarelinha, com lúpulo americano. É a cerveja que não pode faltar no nosso bar”, resume o cervejeiro.

A nova queridinha da marca é a Hop Brasilis. No último sábado (19), a cerveja faturou a medalha de ouro na categoria exclusiva para receitas com lúpulo brasileiro, na etapa nordestina da Copa Cerveja Brasil. O resultado a habilitou para a fase internacional da competição promovida pela Associação Brasileira de Cerveja Artesanal. “A Abracerva faz as etapas regionais. Quem ganha a medalha de ouro participa da chamada Libertadores das Cervejas, que, em 2024, vai ser no Chile”, festeja Calleb.

MERCADO

Evolução do número de fabricantes de cerveja no Brasil || Fonte Mapa

O Brasil tinha 129 estabelecimentos registrados como fabricantes de cerveja no ano em que o itabunense começou a produzir a bebida em casa. No ano passado, esse número chegou a 1.729, segundo a primeira edição do Anuário da Cerveja, recém-divulgada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).

Sudeste e Sul concentram a maior parte das fábricas, com 46,2% e 39,7%, respectivamente. Nordeste (6,9%), Centro-Oeste (5,1%) e Norte (2,1%) vêm muito atrás. O levantamento não especifica a proporção de fabricantes artesanais. Um dos elementos distintivos da cerveja artesanal é não ser pasteurizada, explica o cervejeiro grapiúna. “Outro é não ter aditivos químicos”. Ele estima que a fatia dessas cervejarias no mercado brasileiro não passa de 2%.

Calleb e o pai, Tita Oliveira, são dois dos três sócios da 3Barcaças

No ranking dos estados, a Bahia ocupa a nona posição, com 30 estabelecimentos, incluindo o da 3Barcaças. Calleb tem dois sócios, seu pai, Tita Oliveira, e o amigo Zola Trindade. No início do próximo mês, eles vão abrir o segundo bar, na Avenida Soares Lopes, em Ilhéus. A nova unidade vai ampliar os empregos diretos gerados pelo negócio. Atualmente, a fábrica e o bar itabunense empregam quatro pessoas.

É o próprio Calleb quem comanda a produção. A cervejaria produz de 2.000 a 2.500 litros por mês, em média, estima o cervejeiro. “No verão, vendemos mais; no meio do ano, menos. Na alta, até 3 mil litros por mês. Estamos falando de 30 a 35 rótulos de cerveja em um ano”. Por enquanto, a 3Barcaças fornece seus produtos apenas dentro da Bahia. “Estamos presentes em Itacaré, Itabuna, Ilhéus, Canavieiras, Conquista e Salvador, que, hoje, é o nosso maior mercado”.

Cerveja artesanal de mel de cacau é das novidades da Feira da Agricultura Familiar
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Quem for à 13ª Feira da Agricultura Familiar e Economia Solidária, em Salvador, poderá experimentar cerveja artesanal que remete ao melhor da cultura cacaueira sul-baiana. Durante o evento na capital baiana, o público vai conhecer a Cabruca Mel de Cacau, lançada pela Cooperativa de Serviços Sustentáveis (Coopessba), de Ilhéus.

Segundo Carine Assunção, da Copessba, a cerveja é leve e saborizada com o néctar – mel – que escorre do cacau após a quebra. A cerveja é uma Catharina Sour, primeiro estilo brasileiro de cerveja a ser reconhecido pelo BJCP (Beer Judge Certification Program), uma organização dos Estados Unidos que atua como um programa de certificações e guia de estilos de cervejas.

Para a dirigente, a Cabruca de Mel de Cacau é o equilíbrio entre mata atlântica e praia. “Uma cerveja super refrescante que tem tudo a ver com nosso verão, com nosso calor. É cítrica e tem uma personalidade forte que dialoga com nossos produtos, que remete ao cacau do sul da Bahia. Ao abrir a lata, você sente o aroma do mel do cacau”.

SABOR E DIVERSIDADE 

Para Carine, a expectativa é de fazer bonito na 13ª Feira Baiana da Agricultura Familiar. “A Feira da Agricultura Familiar é uma feira que traz muitas expectativas entre nós produtores, pois é específica pra gente, que levamos toda a diversidade para a capital ver o que a Bahia produz com qualidade”.

A Feira vai até dia 18, no Parque Costa Azul, na capital baiana. Por lá, o público poderá conferir o melhor da agricultura familiar do maior estado do Nordeste. A Copessba leva, além da cerveja, produtos derivados do cacau, a exemplo de chocolate com 50% a 80% de cacau.

Cerveja artesanal ganha mais espaço no Nordeste || Foto Divulgação
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Das bebidas mais consumidas no Brasil, a cerveja tem ganhado destaque com a variação artesanal. Na Bahia, o reflexo desse consumo foi registrado no Anuário da Cerveja, um estudo publicado anualmente pelo Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que apontou o aumento de 68% no número de microcervejarias instaladas no período 2018 e 2019 (último ano do relatório), se destacando como o 9º estado com o maior número de empresas desse segmento no Brasil.

Na Bahia, já são mais de 25 cervejarias entre as que tem parque fabril e as ciganas, que produz em planta de terceiros. Seguindo o crescimento, o País alcançou, somente em 2019, a marca histórica de 1.209 cervejarias registradas em 26 Unidades da Federação, 320 novos estabelecimentos em relação ao ano anterior.

Apesar da maior concentração de cervejarias nos estados do Sul e Sudeste, alguns estados do Nordeste do país, como Rio Grande do Norte, Alagoas e Bahia, apresentam crescimentos notáveis. O relatório completo do Anuário da Cerveja pode ser conferido neste link.

O crescimento das microcervejarias e do consumo da ‘cerva’ artesanal chamou a atenção do Sebrae. A entidade está fomentando estratégias para a melhoria do ambiente de negócios, estabelecendo também parceria com outras instituições para garantir a sustentabilidade dos negócios.

“Este crescimento revela uma vocação nacional para a produção de bebidas artesanais e o Sebrae tem contribuído para o fortalecimento deste segmento por meio dos seus projetos de atendimento coletivo dedicado ao setor de indústria”, afirma Edicarlos Moreira, analista técnico da Coordenação de Indústria do Sebrae Bahia.

– Recentemente, um grupo de empresários proprietários de fábricas instaladas em solo baiano com o apoio do Sebrae, em parceria com o Cieb/Fieb, instituiu o primeiro Núcleo de Microcervejarias da Bahia (CervBahia) 0 diz  Uma organização similar a uma associação que vai representar o segmento em pleitos comuns ao ambiente de negócios que estão inseridos”, diz Moreira.

OS DESAFIOS DA PANDEMIA

Microcervejarias ganham espaço na Bahia || Foto Darío Neto/ASN-BA

Assim como em outros setores, o de bebidas também sofreu grande impacto da crise causada pela pandemia de Covid-19, fator que fez agravar a situação financeira e comercial destas empresas. Somado aos decretos estaduais vigentes que proíbe a comercialização de bebidas alcoólicas nos finais de semana, o fechamento de bares e restaurantes (principais clientes das cervejarias) representa hoje um grande desafio na gestão desses negócios.

“Assim como outros setores, as microcervejarias baianas lutam também para sobreviver. Depois de um período de grandes avanços, o segmento está ameaçado de retroceder com o encerramento das atividades de fábricas locais e alguns pontos especializados em venda de cerveja artesanal, além da proibição, lógica, de realização de eventos. É duro ver tudo isso morrer na praia. Precisamos, mais uma vez, unir esforços para reagirmos e sobrevivermos a essa crise, que vai passar, lamenta Isabela Casales, organizadora do Projeto Beba Local Bahia e sócia da Casulo Projetos.

ESTÍMULO ÀS VENDAS

Diante deste cenário, o Sebrae Bahia irá apoiar uma campanha realizada pelo projeto Beba Local Bahia, incentivando a compra de cervejas artesanais baianas para valorização do produto local. A campanha pretende alavancar as vendas das cervejarias participantes, aumentando também a visibilidade das marcas baianas frente a um público consumidor cada vez mais crescente.

A campanha “Cerveja artesanal da Bahia, compre essa ideia” busca estimular o consumidor a escolher cerveja artesanal produzida aqui na Bahia, para consumir em casa, assim ele apoia o comércio local, valorizando a economia interna e ajuda na manutenção dos pequenos negócios.

“Para manter viva a cena cervejeira local, o apoio do consumidor é de extrema importância em um momento de crise como esse. E nem precisa sair de casa para comprar. Enquanto não podemos ir aos bares e restaurantes favoritos, peça através do delivery. Veja lista e contatos das cervejarias baianas participantes por meio do perfil no Instagram do @bebalocalbahia”, complementa Casales.