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Piada no meio petista diz que o vereador Claudevane Leite não compareceu à feijoada oferecida pelo casal Geraldo Simões e Juçara Feitosa. Pura precaução. O vereador temia indigestão… política.

Vane não esconde que deseja ser o nome do PT à sucessão de Capitão Azevedo (DEM). Deputado federal e cacique petista local, Geraldo defende o nome da esposa, Juçara.

Vane, gato escaldado, não descartaria mudar de legenda. Seus assessores afirmam que não faltam convites ao vereador.

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Do Política Etc

Ninguém pode desconsiderar a força do PT no campo da esquerda em Itabuna, ainda mais com suporte estadual e federal. Mesmo assim, a maneira como o partido procura afirmar essa força confirma uma arrogância já apontada neste blog.

A soberba se revela nas respostas do deputado federal Geraldo Simões, em entrevista concedida ao PIMENTA. Em toda a conversa, o político deixa claro que não haverá brechas para partidos aliados que pretendam ocupar a cabeça de uma chapa com apoio do  PT. Esta legenda continua reivindicando para si o protagonismo do bloco de centro-esquerda em Itabuna.

Vá lá que reivindique, mas o tratamento aos aliados chega a ser desrespeitoso. O PCdo(0,4%)B, por exemplo, é menosprezado como partido, e o “companheiro” Claudevane Leite – que ensaia uma pré-candidatura, terá que se enquadrar à sua pouca importância dentro do PT. Se for às prévias, como sugere o deputado, será atropelado pelo já conhecido rolo-compressor. Caso se mostre rebelde e insista em ser candidato, a porta da rua é serventia da casa. Tudo de acordo com os princípios democráticos.

Sobrou arrogância também quando o deputado atribui à equipe de marketing da campanha todo o ônus da derrota de Juçara Feitosa em 2008. Os pobres marqueteiros arcaram com a responsabilidade integral pela pouca aceitação do “produto”, sem direito nem sequer a uma reflexão sobre as qualidades e defeitos inerentes ao mesmo. Mas isso é praxe: quando no governo, alguns políticos também costumam responsabilizar a comunicação e/ou o marketing pelos desacertos deles.

Em gozo de juízo perfeito, ninguém vai imaginar que o PT entregue graciosamente o cavalo selado, quando dispõe de todas as condições para tomar a rédea do processo. Isso não existe em política. O que incomoda é a tal da arrogância, de quem afirma que uma pesquisa feita a um ano e dez meses das eleições pode determinar que todos os partidos de esquerda se posicionem a reboque do PT.

A petista Juçara Feitosa chegou a estar em primeiro lugar na eleições de 2008, até ser atropelada por um inusitado Capitão Azevedo, que de pulo em pulo chegou a uma vitória com ampla margem de votos. Mas, e as pesquisas?

E Geraldo Simões, que em 1992 começou a corrida sucessória com 2% das preferências e terminou com uma belíssima vitória, de lavar a alma de quem não aguentava mais o fernandismo…

Para felicidade do PT, o partido naquela época se apresentava com mais humildade.

Ricardo Ribeiro

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Além de enfrentar a resistência do antigo aliado, o PCdoB, o PT itabunense também enfrenta turbulência interna com o desejo do vereador Claudevane Leite de ser o nome petista na sucessão de 2012. Até então, Juçara Feitosa ou Geraldo Simões eram os nomes que figuravam internamente, apesar de insatisfações publicamente já conhecidas.

O PIMENTA ouviu o deputado federal Geraldo Simões sobre essa disputa interna, o desejo do PCdoB de ser o cabeça de chapa do consórcio com o PT em 2012 (é isso ou divórcio…), a gestão municipal, os arranhões na imagem do parlamentar e da esposa e novamente prefeiturável, Juçara Feitosa.

O parlamentar também faz uma análise da derrota sofrida pela esposa, Juçara Feitosa, em 2008. E atribui o insucesso à equipe de marketing, que “foi muito ruim”. Confira abaixo:

2012 é “ali” e dentro do PT fala-se em três nomes: o seu, o de Juçara e o de Vane. Como ficará a situação de Vane, que pode até sair do partido para candidatar-se a prefeito?
Ele conhece as regras do partido. Elas valem para Lula, Juçara, para ele, para qualquer um petista. Quando se tem mais de uma candidatura, fazemos a prévia e os vencidos têm que acatar [o resultado dela]. Não se pode impor. Agora, se não concordo em ir para as prévias, procuro um partido que me garanta a candidatura.

O PT abriria mão de Vane sem buscar o mandato do vereador?
Se até casamento se desfaz, imagine filiação partidária. Falando por mim, eu não tomaria o mandato.

O senhor não entrará na disputa, não pensa em ser candidato a prefeito?
Olha, Lula ganhou na quarta eleição e não perdeu aliados. Todas as eleições que perdemos nós fomos bem. Itabuna perdeu oito anos com os últimos resultados daqui. Como a gestão está muito ruim, todos acham que eu devo ser candidato. Não sei se isso resolve.

Mas qual será seu posicionamento?
Pra mim, o que resolve é a articulação de forças políticas que devem contar muito com os governos federal e estadual. Mas não basta ser apenas aliado. Isso é importante, mas não é suficiente. São mais de 5,5 mil municípios, e mais de 4 mil são de prefeitos da base. E com a criação do PDB isso tende a aumentar ainda mais.

O PCdoB tem todo direito de ter candidatura. Mas você viu os números [da pesquisa Compasso]?

Quando o deputado cita articulação de forças, deve ter em vista que o PCdoB fala em voo solo. E aí?
O PCdoB tem todo direito de ter candidatura. Mas você viu os números [da pesquisa Compasso]? Deve-se ter em mente qual é o objetivo: o que querem é o crescimento do partido ou a recuperação da cidade? A cidade só tem perdido ao longo desses seis indo para sete anos nas mãos do DEM. Vamos insistir na aliança com o PCdoB, com o PPS, PP, PSB, com um conjunto de forças, para 2012.

Mas o PCdoB quer a cabeça de chapa. O PT topa ceder dessa vez?
Mas ceder como? Com estes números que temos hoje? Juçara é a primeira na pesquisa [Compasso]. Para ceder a cabeça de chapa, creio eu, teríamos que ser superados. O PT é o primeiro partido na preferência do eleitor. 26,7% preferem o PT em Itabuna. O segundo é o DEM, com 4,7%. O PCdoB tem 0,4%.

Apesar das intenções de voto, há também rejeição alta tanto em relação ao seu nome como ao de Juçara.
Essa rejeição alta foi na eleição de 2008. Hoje não é mais assim. Pode consultar qualquer pesquisa. E o que dizem de Juçara: “ah, ela é durona”. E de mim, dizem que sou ficha-suja e não cumpro acordo.

Olha, veja essa questão de Juçara. É igual a Dilma. Por que perdemos a eleição de 2008? Perdemos porque a nossa equipe de marketing foi muito ruim.

Mas as urnas…
Olha, veja essa questão de Juçara. É igual a Dilma. Por que perdemos a eleição de 2008? Perdemos porque a nossa equipe de marketing foi muito ruim. Os adversários diziam que Juçara não gostava de pobre e era durona. Mas quem foi que implantou os principais programas sociais de Itabuna? Quem criou o Alimenta Itabuna? Além disso, executamos ações para redução da violência entre os mais jovens.

O senhor insiste com Juçara. E Vane, estaria sendo desprezado?
Não, não estou desprezando, mas há uma provocação sistemática da outra parte. O que se tem é que colocar o nome para que o partido decida, via prévia, quem será o candidato.

O senhor falou de Juçara, mas o que responde em relaçã ao estigma de político ficha-suja e que não cumpre acordos?
Olha, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) já deixou claro que não sou ficha-suja. Fui reeleito deputado. Na análise das minhas contas não há condenação por superfaturamento ou por obra que não foi feita.

Ubaldo rompeu comigo [no segundo mandato] e aí fui obrigado a tirar os cargos. Mas nunca tirei salário, carros e diárias dele, como outros já fizeram.

E, afinal, o senhor cumpre ou não cumpre acordo?
Qual acordo que não cumpri? Queria saber. Se você pegar Xavier, ele me ajudou na eleição [de 1992], foi meu vice e foi comigo até o final. Ubaldo rompeu comigo [no segundo mandato] e aí fui obrigado a tirar os cargos. Mas nunca tirei salário, carros e diárias dele, como outros já fizeram. E o que ele queria? Queria ser secretário de Saúde, mas eu priorizei Renato Costa, indicando Edson Dantas para a Pasta. Todos os partidos que me ajudaram a ganhar eleição, tiveram cargos no governo.

O senhor foi tachado de “inadimplente da palavra” justamente por não cumprir acordos. E quem assim o rotulou foi o ex-deputado Renato Costa.
Mas como inadimplente? Eu fiz tantos acordos, e cumpri todos. Agora, digo que nós temos um partido credenciado para administrar a cidade e já o fez por duas vezes. Temos hoje presidente da República, governador de Estado e uma candidata preparada para desenvolver este trabalho aqui.

Então, o senhor insiste no nome de Juçara?
O que tinham contra Juçara em 2008 era o preconceito contra a mulher, que também se manifestou contra Dilma, mas a equipe da presidente foi mais capaz do que a nossa para rebater isso. Era preconceito contra a mulher, que está se reduzindo com o bom início de gestão de Dilma. E isso vai ajudar [Juçara, em 2012].

Hoje a realidade é outra e será muito importante mostrarmos o que Juçara fez enquanto secretária de Desenvolvimento Social

Então o senhor descarta participar como candidato?
Nessa situação e com os números que as pesquisas mostram, com Juçara liderando largamente? Dificilmente o cenário se alteraria com o meu nome na disputa. Hoje a realidade é outra e será muito importante mostrarmos o que Juçara fez enquanto secretária de Desenvolvimento Social. Ela deu um show de competência administrativa.

E qual será a prioridade do seu novo mandato?
Nós temos defendido junto aos governos três ações que se complementam: a criação da universidade federal em Itabuna, do pólo têxtil e do distrito industrial de Itabuna. A nossa cidade precisa ser compensada pelos grandes investimentos que estão sendo feitos em Ilhéus. Eu defendo uma universidade federal multicampi.

O polo têxtil ainda vem, mesmo após três anos de discussões?
É uma das prioridades do meu mandato. Há pressões de grupos para que o pólo vá para o Oeste ou Salvador, assim como existem grupos pressionando para que seja instalado em Conquista. Por A mais B, estamos provando que Itabuna é o melhor lugar, tanto pela logística como pelo apelo de termos aqui uma grande indústria, que é a Trifil. Agora, o Distrito Industrial não será algo mambembe, não. Teremos que criar espaço e condições para atrair grandes empreendimentos. Ou se faz isso, ou Itabuna ficará de fora de todo esse processo que começa a ocorrer em Ilhéus.

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O ex-prefeito ilheense Jabes Ribeiro (PP) e o vereador itabunense Claudevane Leite (PT) miram 2012 e são alguns dos destaques da Revista Contudo deste final de semana. Jabes prepara terreno para tentar o quarto mandato como prefeito de Ilhéus. Ele faz duras críticas ao governo de Newton Lima e lembra o forte desgaste que sofreu quando deixou o Palácio Paranaguá, em 2004.

Claudevane Leite acredita que tem chances reais de ser o candidato do PT à prefeitura de Itabuna. Ele defende a realização de pesquisas internas para definir o nome petista para enfrentar Capitão Azevedo (DEM) nas urnas. Diz até que já recebeu convites de quase uma dezena de partidos e está disposto a ir para o embate com o casal Geraldo Simões-Juçara Feitosa, que controla o diretório local com mãos de ferro. A edição da Contudo estará nas bancas na manhã deste sábado.

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Vereadores e secretária parlamentar entregam relatório à promotora Thiara Rusciolelli.

Com atraso de praticamente um mês, o relatório que apurou esquema milionário de corrupção na Câmara de Itabuna finalmente foi entregue ao Ministério Público estadual, nesta sexta-feira (10). A promotora pública Thiara Rusciolelli será a responsável pelas investigações e recebeu o relatório das mãos dos vereadores Clóvis Loiola (PPS) e Claudevane Leite (PT). Claudevane foi o relator da CEI que recomenda a cassação de Loiola.
O documento revela como foram desviados mais de R$ 1 milhão por meio de quatro empresas fantasmas nas áreas de segurança, conservação e portaria, além da área de publicidade. O documento também investigou fraude na obtenção de empréstimos consignados na Caixa Econômica Federal e no Banco do Brasil. A Caixa já solicitou à Polícia Federal que investigue a adulteração de contracheques que permitiu “rombo” de R$ 1,5 milhão.
O relatório foi aprovado pela Câmara, por unanimidade, no dia 16 de novembro, e agora é entregue após cobranças da comunidade e de veículos de comunicação. Além de recomendar a cassação de Loiola, que preside o legislativo itabunense, o documento também condena a postura omissa do primeiro-secretário, Roberto de Souza (PR), que deveria fiscalizar os atos do gestor. Thiara Rusciolelli prometeu rapidez nas investigações do MP.

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O deputado federal Geraldo Simões reconhece que a Câmara de Itabuna está uma lama, mas acredita que o vereador Claudevane Leite (Vane do Renascer), o único vereador do PT na Casa, agiu corretamente ao apoiar a eleição de Ruy Machado para a presidência do legislativo itabunense.
– Eu sei que [a Câmara] está uma lama, mas Ruy Machado assumiu compromisso pela moralização, pela realização de concurso público.
Acompanhe um papo rápido, logo após o parlamentar comemorar a aprovação – na Câmara dos Deputados – de uma emenda de sua autoria que beneficiará 10 mil produtores de cacau, caso passe pelo Senado Federal e seja sancionada pelo presidente Lula.
Por que o senhor apoiou a decisão de Vane, que preferiu Ruy Machado para a presidência da Câmara?
Não é apoiar ou não apoiar. Temos um único vereador do PT e ele tem mais conhecimento do que eu sobre o que acontece na Câmara. Ele tomou uma posição
Mas tomou posição sem consultar o partido.
É uma cultura que se estabeleceu de tomar decisão sem consulta. E é até cultura de Vane. Mas o partido tem que ser mais flexível. Acho que a melhor posição é a dele, que conhece a realidade da câmara.
Ou seja, conhece o lamaçal por dentro, né?
Eu prefiro trabalhar com a realidade concreta. O que tínhamos lá? As candidaturas de Milton Gramacho, de Milton Cerqueira e de Ruy Machado.  Não tenho nenhuma dúvida de que a decisão foi acertada.
Por que o senhor pensa assim?
Por isso que eu lhe falei. E tem um detalhe, os partidos que compõem o nosso bloco, o PSB, o PCdoB, todos fizeram opção por Ruy. Eu sei que [a Câmara] está uma lama, mas Ruy Machado assumiu compromisso pela moralização, pela realização de concurso público.

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O deputado federal Geraldo Simões (PT) muda a face quando é chamado de “coroné” do diretório itabunense. Agora, sabe-se que vai além disso. Na sexta, o diretório do partido condenou a opção do vereador Claudevane Leite pelo colega Ruy  Machado para a presidência da Câmara. E o que fez Geraldo? Aconselhou Vane a relevar a posição do PT. E teria afirmado que o edil petista está no “caminho certo”.
Se não fica claro que caminho é esse citado pelo deputado, não é necessário muito esforço para entendê-lo. Machado é muito próximo de Geraldo. Como também é da cozinha de Fernando Gomes e de Capitão Azevedo. É tido nos bastidores como o mais habilidoso “leva-e-traz” da (porca) política itabunense. Tendo Machado na presidência, Geraldo pensa ter, assim, algum poder (ou naco de poder) na Câmara – num enredo já cheio de traições.
Não se sabe, aliás, o que teria feito Geraldo voltar atrás nesse lamaçal da Câmara. Na sexta, dizia a amigos que só a candidatura de Vane à presidência da Casa seria fator de moralização. Entre o “leva-e-traz” e a “moralização”, já está claro com quem o deputado ficou.

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Vane lê relatório que pede "cabeça" de presidente da Casa.

Claudevane Leite, relator da Comissão Especial de Inquérito (CEI) do “Loiolagate”, está convencido de que operou-se um esquema grave e fraudulento de obtenção de empréstimos consignados na Câmara de Vereadores de Itabuna.
A estimativa é de que cerca de R$ 1,5 milhão foram embolsados por assessores neste esquema em bancos como a Caixa Econômica Federal e o Bradesco. São 53 nomes envolvidos e que só não foram apontados no relatório porque, segundo Vane, houve resistência dos bancos, alegando sigilo, e faltou tempo para ouvir a todos.
A tarefa de investigar o esquema será repassada ao Ministério Público Estadual. Contracheques eram adulterados para obter empréstimos com desconto em folha até 340% acima do salário.

Ontem, Claudevane apresentou relatório em que recomenda o afastamento do presidente do legislativo, Clovis Loiola, por envolvimento comprovado em “malfeitos” na Casa. Ele destaca as viagens de Loiola com a esposa e despesas pagas pela Câmara. Confira a entrevista.
O que foi constatado nesses dois meses de investigações?
A comissão apurou que havia irregularidade nas licitações para contratar empresas de segurança e de manutenção. Com relação à empresa responsável pela divulgação da Câmara, ela se tornou apenas fonte pagadora. Em vez de fazer os contratos e pagar, ela mandava o dinheiro para a Câmara, que repassava aos órgãos de imprensa. Esse é um ponto de muitas conseqüências. É um ponto fundamental e muito irregular.
E em relação aos consignados?
Constatamos que 53 pessoas que faziam parte dos quadros da Câmara pegaram empréstimos acima da margem consignável permitida. Algumas pessoas tomaram consignados com parcelas 340% maiores que o salário, quando a lei só permite 30% do salário.

CONSIGNADOS Não dava para expor os nomes dessas pessoas porque não houve tempo para investigá-las e ouvi-las.

Por que esses nomes envolvidos na fraude do consignado não constam no relatório?
Não dava para expor os nomes dessas pessoas porque não houve tempo para investigá-las e ouvi-las. E os bancos não enviavam informações porque diziam que era algo sigiloso. Estamos mandando os nomes para o MP, para que elas sejam ouvidas e a promotoria saiba quem autorizava essas falsificações de documento [contracheques].
Na condição de relator, o que mais chamou a sua atenção nessas investigações?
Foram essas empresas que prestavam serviço à Câmara e entraram aqui de forma irregular. Ganharam a licitação, mas os documentos chegaram depois. Não havia certidão de quitação com INSS, FGTS, por exemplo. E a empresa de publicidade que devolvia dinheiro para que a Câmara pagasse aos veículos. A questão das consignações é muito grave.

DECORO: As provas todas recaem sobre o presidente Clóvis Loiola.

Com fatos dessa natureza, não seria mais natural recomendar uma comissão processante?
As provas todas recaem sobre o presidente [da Câmara, Clovis Loiola] e os vereadores entenderam que ele deve ser mandado para julgamento na Comissão de Ética, por quebra de decoro parlamentar. Estamos pedindo o afastamento da presidência da Casa. Com relação às outras pessoas, não existem documentos que provem relação de um ou outro. Mas encontramos, em relação ao presidente, viagens para outras cidades com a esposa [Poliana Santos]. Daí, recomendamos pedir o mandato do vereador Loiola.
Muito se falou da participação do primeiro secretário da Casa nas irregularidades. O que ficou comprovado?
Eu sei que tem pessoas que queriam um relatório diferente. Eu não sou louco de fazer algo além daquilo que eu tenho em mãos. Isso aqui vai para o Ministério Público. Eu não posso acusar uma pessoa sem provas.  Não há documento que prove que o Roberto participou de algo ilegal. A gente colocou isso no relatório para que o MP possa apurar responsabilidades também, omissões.

IMPROBIDADE: A gente viu que Kleber Ferreira e Eduardo Freire cometeram crime de improbidade

O que se apurou contra os ex-diretores Kleber Ferreira e Eduardo Freire, citados no relatório?
A  gente viu aqui que Kleber Ferreira (ex-diretor de Recursos Humanos) e Eduardo Freire (ex-chefe de gabinete da presidência e ex-diretor administrativo) cometeram crime de improbidade administrativa.
A Polícia Federal investigará a fraude dos consignados na Câmara?
A Caixa Econômica já está solicitando à Federal para que se cheque, investigue nome a nome. Houve irregularidade, sim, nas consignações e o que eu sei é que a Caixa e o Bradesco estão acionando a polícia para investigar.
A CEI foi concluída. Qual será o próximo passo?
Todas as oitivas, documentos serão encaminhados ao MP, Tribunal de Contas dos Municípios e à OAB. Quanto à prisão de pessoas, só com a polícia, mas nós já estamos pedindo o afastamento do vereador Clovis Loiola.

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Impedido pela regra do sigilo, o relator da Comissão Especial de Inquérito que apura um suposto esquema de desvio de recursos na Câmara de Vereadores de Itabuna, Claudevane Leite (PT), não revelou o conteúdo do depoimento do presidente da casa, Clóvis Loiola (PPS).
O presidente falou hoje à CEI e acredita-se que seu testemunho, a confirmar denúncias feitas anteriormente, é também auto-acusatório. Como autorizava todos os processos de pagamento e assinava os contratos da Câmara, Loiola também deverá ser indiciado caso as falcatruas sejam confirmadas.
Embora não tenha dado sequer uma pista sobre a oitiva de Loiola, Claudevane Leite deixou escapar que o presidente poderá ser convocado pela CEI em outra oportunidade. No início da próxima semana, os membros da comissão se reúnem para fechar um calendário de depoimentos.

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Os membros da Comissão Especial de Inquérito (CEI) reúnem-se pela primeira vez nesta segunda, 6, às 14 horas, para definir o cronograma dos primeiros dias de trabalho. “Não vamos passar a mão na cabeça de ninguém”, promete o relator Claudevane Leite (PT), Vane.
A CEI foi instalada para apurar as denúncias do presidente da Câmara, Clóvis Loiola, de que havia uma quadrilha na Casa e esta teria desviado algo próximo de R$ 1 milhão (mais de R$ 50 mil, por mês). “Nós vamos investigar todas as denúncias do presidente, denúncias estas que atingem até ele mesmo”, destaca o relator.
(Relembre as denúncias)
Um dos autores do pedido da comissão de inquérito para investigar o esquema de corrupção, Vane espera que a investigação seja concluída em 30 dias, pois entende que a Câmara “precisa dar uma resposta urgente à sociedade”.  O vereador reconheceu em entrevista ao Pimenta que houve reunião do gabinete do prefeito Capitão Azevedo (DEM) para definir os membros da CEI, mas nega que ele próprio tenha participado do conchavo.
A todo momento Vane se esquivou de emitir juízos sobre o Loiolagate, mas afirmou ter em mente que o legislativo precisará de concurso público para contratar desde equipe de segurança a motorista, porteiro e advogados. As denúncias de Loiola apontavam que o dinheiro supostamente seria desviado por meio de empresas fantasmas de áreas como segurança, além de fornecedores.
Provas que forem reunidas durante a apuração, promete Vane, serão enviadas ao Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) e ao Ministério Público estadual (MPe) para possíveis ações penais. A investigação da CEI, porém, não deverá resultar em cassações, pois não seria o instrumento adequado, mas em recomendações.
Perguntado sobre a necessidade de abertura de uma Comissão Processante, o relator disse que esta somente será criada se esse for o entendimento do legislativo e se o que for apurado exigir. “Por enquanto, não podemos afirmar nada”.
Vane foi mais comedido do que o presidente da CEI, Milton Gramacho (PRTB), que desagradou toda a Casa ao conceder entrevista e quase por em suspeição o trabalho da CEI. Milton assume a presidência da comissão, apesar de ser líder do governo na Câmara e ainda responder a processo eleitoral por compra de votos.

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O vereador Ricardo Bacelar (PSB) esteve há pouco, acompanhado pelo colega Claudevane Leite (PT), no programa Bom Dia Bahia, da Rádio Nacional de Itabuna. Os dois, mais o vereador Wenceslau Júnior (PCdoB), defendem a instalação de uma Comissão Especial de Inquérito para apurar uma lista de falcatruas e maracutaias que aconteciam na Câmara itabunense.
Na entrevista ao apresentador Ederivaldo Benedito, Bacelar afirmou que a presidência e a primeira-secretaria da Câmara eram “fechadas”. Ou seja, uma espécie de caixa preta à qual os demais vereadores não tinham acesso.
Cabe ao presidente e ao primeiro-secretário, funções exercidas respectivamente por Clóvis Loiola e Roberto de Souza, assinar cheques e autorizar os pagamentos feitos pela Câmara. Bacelar, que é o segundo-secretário (tem a função regimental de substituir o primeiro), afirmou que muito raramente teve a oportunidade de ser solicitado para fazer as vezes de Roberto de Souza.
“Roberto sempre esteve presente na hora de assinar documentos e autorizar os pagamentos”, comentou o vereador. Claudevane Leite declarou que , desde o ano passado, ele, Bacelar e Wenceslau vêm alertando o presidente da Câmara sobre “algumas irregularidades”.
O petista lembrou que foi criada uma comissão de servidores no mês de junho passado para apurar as tais irregularidades, mas disse que os funcionários “jogaram a toalha”, porque a administração da casa “não abria nada”.
Claudevane reconheceu ser “lamentável o que está acontecendo” e afirmou que “não adianta muita conversa”. Para o vereador, somente a Comissão Especial de Inquérito poderá verificar a profundidade da lama que inunda o legislativo.
Na mesma entrevista, Claudevane Leite criticou as generalizações, uma vez que a imagem de toda a Câmara ficou comprometida pelo “Loiolagate”.
“A sociedade tem razão de estar perplexa e desapontada, mas não se pode generalizar”, declarou. O petista elogiou “a coragem” do presidente, mas acrescentou que “ele poderia ter ouvido nossos conselhos”.