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Para o problema que a pessoa possa identificar, há sempre caminhos de soluções. Não é fácil, mas é possível e extraordinário.

 

Rava Midlej Duque

Há dias em que eu me sinto vulnerável. Há dias em que eu foco no que não tenho. Há dias em que eu sinto o vazio como um problema, confundo solitude com solidão. Há dias em que eu alimento pensamentos que só sabotam e enfraquecem o meu processo. Há dias em que eu choro sem motivos aparentes.

Dar espaço para sentir e reconhecer esses padrões é o que me transforma. A gente não aprende sobre o amor, sem amar, a gente não aprende sobre paciência, sem viver momentos que nos exijam paciência.

Ninguém passa ileso pela vida. Somos desafiados o tempo todo, de certa forma acredito que é tudo com propósito. Somos seres espirituais vivendo uma experiência física e material, não o contrário. Estamos todos aqui para aprender a viver neste plano terreno: aprender, ensinar, se relacionar, evoluir diante às adversidades e às circunstâncias. Por mais cruéis que possam nos parecer à primeira vista, a dor muitas vezes, nos torna pessoas melhores. Aqui não faço apologia à dor, não a desejo! Mas quando ela inevitavelmente nos encontra, há algo nesse acontecimento que podemos aprender. A dor é o incômodo que impulsiona a ostra a produzir pérolas. Diante das adversidades e situações dolorosas que viveu, quais pérolas você conseguiu produzir até aqui? Pense nisso.

Os desafios fazem parte da nossa existência, sobretudo, a oportunidade de aprender com eles. Os problemas existem e vão continuar a existir, só terão nomes diferentes: uma hora é dinheiro, outra é saúde, outra vez é a autoestima ou o relacionamento que não vai bem. Independente se é Ano Novo ou não, se é Verão ou Inverno, se é carnaval ou São João, problemas existem. Pode parecer um tanto utópico, mas a questão não é sobre ter ou não problemas. Uma pessoa bem resolvida consigo mesma, ela é próspera em seus pensamentos, comportamentos, tem brilho nos olhos, passa confiança na fala, suas atitudes são coerentes e elevadas. Ela transborda!

Mas atenção, essa pessoa também tem seus problemas e desafios, mas a postura dela faz toda diferença, é a forma como essa pessoa investe tempo, energia e dinheiro para encontrar recursos, ferramentas de autoconhecimento que lhe dê sustentação e autonomia para enfrentar e solucionar esses problemas e dificuldades. Então o que estou falando aqui é: não é sobre o que a vida faz de você ou para você, mas o que você faz com aquilo que recebe dela.

A intenção da evolução aqui na terra nada mais é do que evoluir a consciência. Não adianta Sermos se não formos na direção de encontrar Quem Somos. A questão humana é ser e existir de maneira coerente. E existir exige que tenhamos consciência de quem somos. Alguma vez na vida você já se fez a pergunta: Quem sou eu? Se ainda não fez essa pergunta, chegará a hora. E quando essa hora chega para você, o seu entendimento sobre a vida começa! Sábios e Mestres durante toda a história da humanidade apontaram um caminho para obtermos respostas sobre a vida: Conhecer a si mesmo e dominar a si mesmo. Aristóteles, filósofo da Grécia Antiga, em seus escritos uma vez disse: “Conhecer a si mesmo é o começo de toda a sabedoria”. Lao Tzu, filósofo chinês, disse algo semelhante: “Conhecer os outros é inteligência; conhecer a si mesmo é a verdadeira sabedoria. Dominar os outros é força; dominar a si mesmo é o verdadeiro poder”,

Existe algo para o qual somos todos convidados: A revolução interna!

Não é algo linear: você levanta, cai, levanta, depois cai de novo e levanta mais forte, depois vem algo que te mata, apaga, suga, aí você morre e depois de algum tempo, renasce. Depois cai de novo, rasteja, até que aprende a voar. E aprender a voar é algo empoderador! Você precisa experimentar. Eu sei que não é um caminho fácil, mas é possível. É por isso que existem profissionais como eu, Terapeutas, Psicólogos, profissionais de diversas áreas do Desenvolvimento Humano, capacitados a conduzir e ajudar efetivamente às pessoas que buscam conhecer a si mesmas, que buscam mudanças nas suas vidas.

Durante os atendimentos que realizo é recorrente eu receber pessoas que querem melhorar suas vidas de fora para dentro. Querem que as condições externas melhorem, independente da mudança interior. Mas as mudanças externas só acontecem depois da interna. Isso eu aprendi na prática! A minha função enquanto educadora, terapeuta e especialista na área de desenvolvimento humano, precisa ser mais do que cumprir um protocolo de atendimento e dar a receita de um bolo que nem existe. O meu compromisso é dar à pessoa que me procura, o acesso às forças necessárias para que ela sinta-se capaz de resolver o problema que lhe é prioritário. Ensino a reconhecer a capacidade que todo ser humano tem de mudar a sua vida. Para o problema que a pessoa possa identificar, há sempre caminhos de soluções. Não é fácil, mas é possível e extraordinário.

Rava Midlej Duque é comunicadora, mestra, terapeuta sistêmica, consteladora familiar e especialista em Psicologia Perinatal.

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Valéria Ettinger1Valéria Ettinger | valeria@emancipe-se.org

Para enfrentar as ameaças globais precisamos de mais exércitos, mais serviços secretos e a suspensão temporária da nossa cidadania.

De onde vem o medo? Para que o medo? Quem projeta esse medo? Por que temos medo? Para quem direciona o nosso medo e quem está ganhando com o medo e o que se perde com o medo?
São perguntas que tenho me feito nos últimos tempos. Primeiro, por observar que estamos nos transformando em uma sociedade de paranoicos, obsessivos e doentes e em uma sociedade construída com base em um não pode, não posso e não devo. Somos uma sociedade que se diz livre, mas está presa a diversos grilhões.
Esses grilhões se manifestam em todos os campos da vida: familiar, religiosa, política, social e econômica. São grilhões alimentados por um medo que pereniza os conflitos, que estabelece a individualidade, que propaga uma ideologia e que promove a destruição. Vivemos em uma era extremista que se pauta na autopreservação e nas verdades absolutas.
Essa ideologia dos polos divergentes e, em conflito, nos coloca numa posição de dominados, por que a verdade imperativa passa a intervir no meu modo de ser, de viver e de agir. Então, por conta dos medos, criam-se estereótipos, modelos únicos e estabelecem os padrões de vida e poder. E aí passamos a viver dos generalismos, todo político é ladrão, todo negro é bandido, todo homoafetivo é pervertido, tenho que ser magra para ser amada, tenho que ter muito dinheiro para ser feliz, ganhar dinheiro sem esforço é o melhor caminho, dentre outros.
Vejo uma sociedade que não inclui, que é egoísta, que não escuta, que não compartilha, que é permissiva, que gosta de ver a degradação humana. Basta verificar quais os programas de maior audiência na televisão, os de crime, os reality show e as novelas nas quais os vilões e as vilanias são os piores.
Uma sociedade que não participa, que não se une, que não se constrói em redes de solidariedade, que não se integra em suas diversas verdades para garantir uma interconectividade ou interdependência de interesses, habilidades, funções, distribuições, aproximações e afetos. Uma sociedade de homens que não colocam suas crenças nas incertezas, mas se prendem em um nó possessivo e difícil de ser desatado ou transformado.Leia Mais