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Um homem morreu, outro foi gravemente ferido e quatro pessoas estão desaparecidas após ataque a um acampamento de trabalhadores rurais, nesta sexta-feira (8), na Unacau, zona rural do município de Una, no sul da Bahia. Homens armados invadiram o local na madrugada e atiraram de forma indiscriminada nos trabalhadores, que reivindicam a criação de assentamento da reforma agrária.

Dois homens foram atingidos pelos disparos. Um deles morreu e teve o corpo carbonizado junto a um ônibus, que também foi queimado. Vídeo que circula nas redes sociais mostra a cena aterradora. A outra vítima foi socorrida e está internada no Hospital Regional Costa do Cacau, em Ilhéus. Segundo o site Una News, ao menos quatro moradores do acampamento estão desaparecidos.

Ao PIMENTA, duas pessoas que moram na cidade afirmaram que o acampamento é sem bandeira, ou seja, não é vinculado ao Sindicato dos Trabalhadores Rurais nem a movimentos tradicionais, a exemplo do Movimento de Luta pela Terra (MLT) e do Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Sem Terra (MST). A área é palco de conflitos há, pelo menos, cinco anos, acrescentam.

Segundo outra versão, o ataque teria sido motivado por uma cisão do próprio grupo, numa disputa interna pela área ocupada.

HISTÓRICO

A hipótese de conflito interno foi corroborada ao PIMENTA por uma pessoa que acompanha os conflitos agrários na Bahia. Segundo ela, Unacau é o nome de uma fazenda que, em 2008, teria sido autuada por trabalho análogo à escravidão.

Parte da extensa propriedade se estende por 600 hectares do território indígena do Povo Tupinambá e, segundo a fonte, a outra parte da fazenda foi vistoriada para fins de desapropriação para reforma agrária, que não foi concluída. Cerca de 80 famílias vivem na área como meeiras e criaram uma associação.

A mesma pessoa afirma que é falsa a informação que atribui o ataque aos tupinambá, boato disseminado por militantes bolsonaristas em grupos do WhatsApp. “O conflito é interno”, disse. Atualizado às 16h13min.

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Cápsulas de balas supostamente utilizadas pela PF em operação na Serra do Padeiro (Foto Cimi).
Cápsulas de balas supostamente utilizadas pela PF em operação na Serra do Padeiro (Foto Cimi).

O Jornal Bahia Online traz as versões de tupinambás e do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) sobre o caso de uma criança de dois anos que, no domingo (2), foi resgatada por policiais federais na região de mata da Fazenda São José, na Serra do Padeiro, entre Una e Buerarema.
A Polícia Federal entregou a criança ao Conselho Tutelar de Ilhéus, enquanto o Cimi e lideranças tupinambás afirmam que o menino foi sequestrado. Conforme ofício, agentes da PF foram à fazenda para averiguar se a propriedade havia sido invadida por “criminosos foragidos da Justiça”. Confira matéria completa aqui.

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Viatura da Força Nacional circulando em Buerarema (Foto Gilvan Martins).
Viatura da Força Nacional circulando em Buerarema (Foto Gilvan Martins).

O clima voltou a ficar tenso em Buerarema, hoje à noite (20), apesar da presença de tropa da Força Nacional de Segurança no município. Duas casas de pessoas autodeclaradas indígenas, da etnia tupinambá, foram destruídas por populares.

De acordo com informações obtidas pelo PIMENTA, as residências ficam localizadas no Bairro São Bento. Ninguém ficou ferido. Os imóveis estavam desocupados no momento dos ataques.

Pela manhã, em São José da Vitória, dois veículos foram incendiados em manifesto organizado por produtores e comerciantes.

FORÇA NACIONAL

Homens da Força Nacional chegaram ontem à tarde a Buerarema. Hoje, equipes se deslocaram para o centro dos conflitos (Serra do Padeiro). Durante a manhã, guarnições da Força Nacional circularam pela área urbana do município.

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Protesto na sexta teve cenas de destruição (foto Gilvan Martins).
Protesto teve cenas de destruição (foto Gilvan Martins).

Tropas da Força Nacional de Segurança começam, hoje (19), a agir em áreas de conflito entre fazendeiros e índios tupinambás no sul da Bahia.

Aproximadamente 40 homens chegaram à região. Eles se apresentam no 15º Batalhão da PM, em Itabuna, de onde se deslocam para o centro do conflito, entre Buerarema e Una. Mais homens da Força Nacional devem chegar, a depender da situação nos próximos dias.

De acordo com avaliação preliminar dos órgãos de segurança, os conflitos tiveram a participação de “não índios”, o que reforçaria a necessidade de monitorar os grupos que promoveram arruaças e confrontos nas últimas semanas, segundo informações obtidas pelo PIMENTA.

Pela manhã, o comando da tropa da Força Nacional se reuniu na Polícia Federal para definir o plano de ação. Desde o início do ano, são contabilizadas 63 invasões por parte de índios tupinambás.

Os conflitos se tornaram mais intensos nas últimas duas semanas. Bandos formados por supostos tupinambás são acusados de expulsar pequenos proprietários de terra com o uso de armas de grosso calibre.

Na quarta à noite (14), um produtor, a esposa e um trabalhador rural sofreram ataques e foram internados, mas sem risco de morte. Índios teriam lançado coquetel molotov contra uma mercearia na sede da Fazenda Paraíso.

Já na última sexta, produtores rurais reagiram interditaram a BR-101, em Buerarema, por quase 10 horas. Na manifestação, quatro veículos oficiais foram incendiados. No período da tarde, uma loja da Cesta do Povo foi saqueada.

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Os índios tupinambás que estão promovendo ocupações em fazendas no sul da Bahia – nos municípios de Ilhéus, Una e Buerarema – poderão fechar os acessos rodoviários a estas cidades no próximo dia 31 de outubro, quando acontece o segundo turno das eleições. A ameaça já chegou ao conhecimento da Polícia Federal, que adotará medidas para evitar os bloqueios.
Na manhã desta terça-feira, 26, o presidente da Associação dos Pequenos Produtores Rurais de Ilhéus, Buerarema, Una e Canavieiras, Luiz Henrique Uaquim, falou no programa “Bom Dia Bahia” (Rádio Nacional) sobre o clima de tensão na área reivindicada pelos índios e que um relatório da Funai definiu como historicamente habitada pela etnia tupinambá.
Uaquim confirmou a ocorrência de nove invasões de terras na região neste mês de outubro (nesta segunda-feira, 25, o site Jornal Bahia Online divulgou que o número de ocupações já seria 18). Uma das propriedades ocupadas é um sítio do médico e empresário Eduardo Tarik Fontes, onde os índios mantêm um funcionário em cárcere privado.
“Já levamos as informações à Polícia Federal e as providências serão tomadas”, afirmou Uaquim. O representante dos pequenos produtores também falou sobre o risco de uma explosão de violência na área do conflito. Ele enfatizou que sua associação não se responsabilizará por “ações individuais”.

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Os pequenos produtores rurais dos municípios de Ilhéus, Una e Buerarema prometem interditar a BR-101 na próxima sexta-feira, 22, a partir das 9 horas. Será um protesto contra a demarcação de 43,7 mil hectares de terras supostamente pertencentes aos indígenas tupinambá. Os produtores reclamam das invasões. Em dez dias, nove fazendas foram tomadas por supostos indígenas.
O confronto na região em litígio ficou ainda mais acirrado a partir de abril do ano passado, quando a Fundação Nacional do Índio (Funai) baixou portaria reconhecendo como dos tupinambás a área d quase 44 mil hectares em parte dos três municípios, além de São José da Vitória.

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Uma extensa área de 47 mil hectares, que compreende porções dos municípios de Ilhéus, Una e Buerarema, no sul da Bahia, vive num clima de acirramento de tensões desde que a Funai publicou portaria definindo a região como terra a ser destinada aos índios tupinambás.
Na primeira quinzena de outubro, o aumento das invasões de propriedades rurais naqueles municípios, além de Itaju do Colônia e Pau Brasil, fez aumentar a preocupação, inclusive quanto ao risco de um conflito armado. Nada menos que nove propriedades foram invadidas em um período de dez dias.
Luiz Henrique Uaquim da Silva, que preside a Associação de Pequenos Agricultores de Ilhéus, Una e Buerarema, está indignado. Ele acusa “elementos armados com fuzis e metralhadoras, travestidos de índios” de desenvolver “ações táticas de guerra, orquestradas por Organizações Não-Governamentais e por políticos embusteiros”.
Uaquim cobra uma intervenção do governo baiano, alegando que a insegurança na região ameaça quebrar o equilíbrio socioeconômico de toda uma cadeia produtiva.
A associação realizará manifestação na próxima sexta-feira, dia 22. A partir das 10 horas, os pequenos agricultores, além de comerciantes dos municípios envolvidos, irão interditar a BR-101, em protesto contra as invasões e cobrando uma solução imediata para os conflitos na região.