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Daniel Thame | danielthame@gmail.com

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O que poderia ser (e é) a melhor notícia dos últimos anos para os brasileiros, com a descoberta e exploração de imensas reservas de petróleo na camada conhecida como Pré-Sal, está se transformando numa inacreditável queda de braço, que tem como pano de fundo o interesse eleitoral. Mais precisamente, as eleições presidenciais de 2010.

A exploração do Pré-Sal, que insere o Brasil como um dos maiores produtores de petróleo do planeta, irá gerar recursos que, se aplicados como deseja o presidente Lula, contribuirão para reduzir as desigualdades sociais num país que, a despeito dos avanços dos últimos anos, tem gente que vive dentro de padrões europeus e norte-americanos e gente que sobrevive em condições africanas.

A exploração dessa riqueza deveria ser motivo de orgulho, unir o país e fazer, ainda que momentaneamente, com que se esqueçam diferenças político-partidárias, que tantos danos vêm causando ao desenvolvimento do Brasil.

Deveria, mas não é motivo de orgulho, muito menos de união.

Ocorre justamente o contrário.

Como o início da exploração de petróleo depende de regulamentação e o processo passa necessariamente pelo Congresso Nacional, trava-se uma disputa em que o que menos interessa são os benefícios gerados pela extração das reservas localizadas no mar territorial brasileiro.

E o que mais interessa é a eleição de 2010.

Entra em cena, de novo, a dupla DEM-PSDB (este com seu apêndice, o PPS), disposta a emperrar a aprovação da regulamentação, por considerar o processo apressado e a proposta enviada pelo governo exageradamente nacionalista.

Nada a estranhar para quem entregou a Vale do Rio Doce, as empresas da telefonia, as companhias de eletricidade, tudo a preço camarada e ainda com financiamento público.

Mas, não é apenas isso.

Democratas, tucanos e seus penduricalhos partidários temem que o Pré-Sal traga dividendos eleitorais ao presidente Lula e por extensão à sua ungida para sucedê-lo, a ministra Dilma Roussef. Que, além de petróleo, jorrem votos em profusão, capazes de manter o PT mais quatro anos no Palácio do Planalto.

Daí que é melhor deixar o petróleo quietinho nas profundezas do oceano, adiando sua exploração para 2011, 2012, quem sabe não apenas pela brasileira Petrobrás, mas também por empresas estrangeiras, que o tal neoliberalismo, que muitas vezes não apenas rima mas também se confunde com entreguismo, existe é para isso mesmo.

Dane-se que os excluídos continuem excluídos, que a saúde e a educação continuem capengando, já que a se preservar a proposta de Lula, parte dos recursos gerados pelo Pré-Sal serão carreados para esses setores.

O que importa é a política, sempre a política, naquilo que ela tem de pior.

Dane-se, também, o povo brasileiro, que acaba sendo a vítima dessa batalha entre Deus e o Diabo na Terra do Pré-Sal.

Daniel Thame é jornalista e blogueiro

www.danielthame.blogspot.com

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O salário mínimo a ser pago em janeiro de 2010 será de R$ 505,90 – o que representa reajuste de 8,8% sobre o atual piso nacional, fixado em R$ 464,72, de acordo com o previsto no Projeto de Lei Orçamentária que o governo enviará hoje ao Congresso Nacional. O reajuste, de R$ 40,90, é um pouco inferior ao estimado em abril na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), quando a previsão era a de que o salário mínimo passaria a R$ 506,50. Informações de O Globo.

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Amigo deste blog esteve em Brasília recentemente, para o lançamento da candidatura de José Eduardo Dutra a presidente nacional do PT. Aproveitou para visitar o Congresso e espantou-se com o que viu.

Na visão dele, há muito artificialismo na principal crise que ora envolve o governo, em torno dos ditos e desmentidos pela ministra Dilma Rousseff e a ex-secretária da Receita Federal, Lina Vieira. E até quem não tem mandato entra no cortejo, pautando a oposição: neste caso, a referência é ao jornalista Merval Pereira, d’O Globo, um maestro da tropa de choque oposicionista.

Palavras do espantado amigo:

– Meu irmão, a coisa tá muito estranha por lá. Tá de vaca desconhecer bezerro…

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Deu na coluna Painel, da Folha de São Paulo: A Câmara está em pânico com a decisão do STF de liberar o acesso às notas fiscais da verba indenizatória. Em papo no fumódromo, na quinta, deputados tentavam justificar previamente o aparecimento de estabelecimentos como motéis em sua contabilidade. Um dizia que seu motorista costuma pegar esse tipo de nota. Outro, que às vezes não há outro lugar para se hospedar no interior.

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Apesar do aceno do ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, as emendas da bancada baiana ao orçamento da União sofreram corte de R$ 184,5 milhões do bolo de R$ 444,3 milhões anunciados para o estado. De acordo com levantamento do jornal A Tarde, a Bahia ficará com apenas R$ 259,7 milhões, corte de 41,5%.

O corte médio para outros estados foi de 45%. A medida tem impacto negativo, principalmente, sobre as áreas de infraestrutura urbana e educação superior. Mesmo com os cortes, o governo federal havia segurado a liberação de recursos para as emendas. Deputados travaram a pauta da Câmara. Acuado, o governo sinalizou com R$ 1 bilhão a serem ‘destravados’ para atender os parlamentares em suas bases.

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Finalmente um motivo para os deputados rirem. Depois de um longo e tenebroso inverno, o governo falou as palavras mágicas: vai liberar verbas das emendas dos parlamentares.

A torneira vai ser aberta, de maneira que saia, por mês, R$ 1 bilhão, até a soma de R$ 6 bilhões, de setembro a dezembro. O dinheiro já é previsto no orçamento de 2009, mas o governo estava contingenciando a liberação, devido à queda na arrecadação causada pela crise mundial.

E não é dizer que era a oposição quem mais chiava. Os parlamentares do aliado PMDB já falavam em boicotar as votações que interessam ao governo, caso continuassem na seca. Agora, tudo azul novamente.

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A assessoria do deputado federal ACM Neto (DEM) distribuiu nota à imprensa dando conta de que o parlamentar já está sentindo o clima de revolta nas ruas contra a Contribuição Social para a Saúde, proposta pelo ministro da Saúde, José Gomes Temporão, para substituir a CPMF. A CSS substitui a extinta CPMF, mas com uma alíquota de 0,1% em vez de 0,38%.

Interessante, esse feeling do nobre parlamentar. Sem querer duvidar de seus aguçados sentidos de político, que farejam uma oportunidade até nas profundezas do pré-sal – o DNA é imutável -, é de se perguntar: sinceramente, deputado, o senhor acredita que o povão saiba, realmente, do que o senhor esteja falando?

Será que, com os debates sobre a nova taxa apenas restritos às ameaças de briga da bancada da oposição na Câmara e no Senado, já deu pra rolar um clima?

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O Congresso Nacional, Senado à frente, tem produzido nos últimos meses não apenas uma sucessão de escândalos, como também uma troca de artilharia pesada e de um nível tão baixo a ponto de corar as dadivosas senhoras e senhoritas que praticam a chamada mais antiga (e nem por isso menos nobre) das profissões.

Como se fossem pouco as denúncias,  boa parte delas comprovadas, de desvios de recursos, intermediação de empréstimos consignados, farras com passagens aéreas, recebimento de verbas irregulares, nomeações de parentes e uma lista quase infindável de trambicagens, nossos nobres senadores e deputados estão se especializando em xingamentos em que não param de subir (ou baixar) o tom.

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