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Walter-Pinheiro-Wilson-Dias-AbrWalter Pinheiro | imprensapinheiro@gmail.com

A Bahia se mobiliza para que não haja mais atraso em seu cronograma de obras (o que traria prejuízos ao Estado e ao Brasil como um todo).

A Bahia tem uma história econômica caracterizada por sua vocação para o mercado externo. Em tempos imemoriais, ainda no século XVI, após o desembarque de Cabral em terras brasileiras a Capitania teve no pau-brasil sua primeira commodity, que mais tarde se juntaria ao açúcar, ao fumo e ao cacau reforçando sua pauta de exportações.
Hoje, as commodities são outras. Somos o quinto produtor brasileiro de bens minerais, a exploração mineral da Bahia é responsável pela geração de 13 mil empregos diretos, dos quais 11.400 estão em municípios da região do semiárido.
A Bahia tem ainda a explorar grandes jazidas de 40 diferentes substâncias. Somos o primeiro produtor brasileiro de urânio, cromo, salgema, magnesita e talco, e destaque nacional na produção de níquel, cobre e ouro, além de possuirmos a maior diversidade cromática de rochas ornamentais do País.
Os projetos para exploração dessas jazidas somam atualmente investimentos de R$ 20 bilhões, até 2015. Há outros projetos em fase inicial, que vão desde as matérias-primas para fertilizantes até as terras-raras.
Para que isso ocorra, precisamos de uma logística que possibilite o transporte das minas até os centros de consumo ou a portos marítimos que permitam ao Estado sustentar sua histórica vocação de exportador.
Mas quando se fala em transporte de minérios, o modal só pode ser o ferroviário. E no caso específico dessa grande província mineral em que se constitui a Bahia, espalhada de forma especial pela região do semiárido do Estado, a saída natural está na construção da Fiol (Ferrovia Oeste-Leste).
Com extensão de 1.527 quilômetros, partindo de Ilhéus até atingir Figueirópolis, no Tocantins, onde se encontrará com a Ferrovia Norte-Sul, a Fiol vai mudar a vida de 147 municípios localizados ao longo do seu trajeto, com o mesmo impacto das ferrovias dos Estados Unidos no desenvolvimento do oeste daquele país.
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A lentidão do governo baiano no processo de cessão da área do Porto Sul para instalar o terminal privativo da Bamin causou estranheza ao presidente da Comissão Especial do Porto Sul, deputado Augusto Castro. O parlamentar conversou, ontem, com o diretor de Relações Institucionais da empresa, Frederico Souza.
“É estranho que até o momento essa cessão não tenha sido oficializada, uma vez que a área já foi desapropriada e a área antiga, em Ponta da Tulha, já havia sido cedida”, lamentou. A empresa informou ter investido R$ 51 milhões no processo de licenciamento ambiental.
O deputado estadual disse que, da forma como anda o projeto do porto, é possível que a Ferrovia Oeste-Leste seja concluída em 2014 e a Bamin não tenha porto para escoar a produção de minério de Caetité. A licença prévia foi emitida pelo Ibama, mas o governo estadual ainda não fez a cessão da área em Aritaguá.
A Comissão Especial do Porto Sul na Assembleia Legislativa deverá convidar o presidente da Bamin, José Francisco Viveiros, e o secretário estadual da Casa Civil, Rui Costa, para esclarecer pontos de “entrave” e construir soluções para o imbróglio.

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Para itabunenses, economia local vive período de estagnação (Foto Pimenta).
Para itabunenses, economia local vive período de estagnação (Foto Pimenta/Arquivo).

A maioria do eleitorado itabunense acredita que o município está em ritmo lento quando analisada a economia do município. A percepção foi constatada na pesquisa da Sócio-Estatística, que ouviu 808 itabunenses acima de 16 anos.
Para 52,7%, Itabuna “está parada” e 24,5% acreditam que a maior economia sul-baiana “está indo para trás”. Apenas 21,3% disseram que a cidade encontra-se em ritmo de desenvolvimento. A pesquisa foi feita no período de 1 a 8 de março.
Para o sociólogo e coordenador da pesquisa, Agenor Gasparetto, os resultados apontam para “uma situação de baixa autoestima do itabunense”. Na opinião de Gasparetto, o trabalho do novo prefeito, Claudevane Leite, “passa necessariamente pela elevação da confiança e da auto-estima dos seus concidadãos em relação ao futuro de cidade em que vivem”.
O município vive a expectativa de atração de, pelo menos, uma grande indústria, a Del Valle, que, se confirmada, vai gerar até 2,5 mil empregos e será construída numa área desapropriada pelo Governo do Estado para a instalação do Distrito Industrial de Itabuna. A área fica vizinha ao município de Itapé.
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Geraldo: ameaça no STF.

O deputado federal Geraldo Simões (PT) cobrou há pouco, na Rádio Difusora, uma manifestação do prefeito eleito de Itabuna, Vane do Renascer (PRB), com relação à área para a futura Universidade Federal do Sul da Bahia (Ufesba). Segundo o parlamentar, a questão do terreno ainda não foi resolvida “nem pelo prefeito que vai sair nem pelo que vai entrar”.

Simões fez uma provocação a Vane, dizendo que ele “tem que ser franco” e dizer se vai apresentar a área da Ufesba. “Se não houver condições, vamos procurar o governador Wagner”, disse o deputado, que não abre mão de que tanto a reitoria quanto o campus da Ufesba fiquem em Itabuna.

O deputado declarou que a implantação da Ufesba será o fato de maior importância desde a emancipação de Itabuna, há 102 anos. “Olhe para os quatro cantos de Itabuna e você não vai ver nada grandioso”, afirmou o político, acrescentando que esse deserto de realizações será superado com a vinda da Ufesba. Simões governou Itabuna em duas oportunidades e exerce o segundo mandato como deputado federal.

Ainda de acordo com o petista, quem defende a proposta de instalar a reitoria da Ufesba em Itabuna e os cursos na sede regional da Ceplac, situada em território do município de Ilhéus, age contra os interesses de Itabuna e também do órgão federal. Segundo ele, quem aponta essa alternativa “quer prejudicar Itabuna e fechar a Ceplac”.

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Helenilson Chaves

 

Devemos ser extremamente gratos àqueles que conseguiram a instalação da Universidade Federal do Sul da Bahia, mas é preciso avançar no sentido de que ela venha a funcionar como um centro de disseminação de oportunidades.

 

A implantação da Universidade Federal do Sul da Bahia, que terá sede em Itabuna, é fruto de ampla mobilização de todos os segmentos da sociedade organizada. Uma grande conquista para a nossa região.

A implantação de uma universidade federal vai bem além de sua estrutura física. É preciso criar as condições necessárias para que a Ufesba proporcione o surgimento de oportunidades para os sulbaianos, através do conhecimento a ser conquistado.

Estrutura física adequada e cursos que contribuam para o desenvolvimento socioeconômico e intelectual são a combinação perfeita para que possamos ter na universidade um instrumento que atenda aos anseios da população.

Devemos ser extremamente gratos àqueles que conseguiram a instalação da Universidade Federal do Sul da Bahia, mas é preciso avançar no sentido de que ela venha a funcionar como um centro de disseminação de oportunidades, num momento em que o Sul da Bahia passará por grandes transformações com a chegada de empreendimentos como o Porto Sul, a Ferrovia Oeste-Leste, o Gasoduto da Petrobrás e a rede de distribuição de gás natural da Bahiagás.

Para que possamos ter à disposição as imensas potencialidades oferecidas pela Ufesba, é preciso que nossos governantes também invistam na base do sistema educacional, com um ensino fundamental e médio de qualidade e a valorização dos professores.
Somos mais do que uma mistura de negros, índios e brancos. Somos um povo que, tendo oportunidades de se desenvolver, fazemos do espírito empreendedor a nossa marca.

E a educação é e sempre será o caminho para a cidadania. Temos no Grupo Chaves, através da Fundação Manoel Chaves, um exemplo de que a educação transforma.

Crianças e adolescentes que frequentam a escola e os cursos oferecidos pela Fundação demonstraram que quando a semente é plantada, a colheita é fértil. Muitos deles já chegaram à Universidade Estadual de Santa Cruz, em cursos como Medicina Veterinária, Educação Física e Administração. Outros já estão no mercado do trabalho, a exemplo de ex-alunos hoje funcionários do Banco do Brasil, ou iniciando seus próprios negócios.

A educação de qualidade, da base ao topo, é a garantia de um futuro melhor para nossa região.

Helenilson Chaves é empresário.

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Da Agência Brasil

Iniciativas de desenvolvimento nas Américas são quase sempre acompanhadas de situações de violência. A informação está no relatório inédito Transformando Dor em Esperança – Defensoras e Defensores dos Direitos Humanos nas Américas, divulgado hoje (7) pela organização não governamental (ONG) Anistia Internacional.

O documento analisa 300 casos acompanhados pela organização entre janeiro de 2010 e setembro de 2012, em 13 países: Argentina, Brasil, Colômbia, Cuba, El Salvador, Estados Unidos, Guatemala, Honduras, Jamaica, México, Peru, República Dominicana e Venezuela. Entre eles, são detalhados 57 casos de pessoas mortas ou ameaçadas, sendo que cinco foram registrados no Brasil.

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O Governo do Estado sempre afirmou que a chegada do Porto Sul representaria apenas o começo de um novo ciclo de desenvolvimento na Bahia, principalmente no Sul do Estado. A movimentação que ocorre desde a semana passada, quando a Licença Prévia do empreendimento foi concedida pelo Ibama, faz jus a essa expectativa.

Segundo Jaques Wagner, desde quarta-feira, 14, três dias antes da LP, 18 empresas procuram o governo para tratar de grandes negócios no Estado.

Para o governador, a influência do Porto Sul nesse interesse é inequívoca.

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O governador Jaques Wagner manifestou-se há pouco sobre a Licença Prévia concedida pelo Ibama ao projeto do Porto Sul, tocado em parceria entre o Governo do Estado e a empresa Bahia Mineração. A primeira e mais difícil das três licenças do projeto (as outras são as de Implantação e de Operação) será publicada nesta sexta-feira, 16 (ver nota abaixo).

Segundo Wagner, “um projeto importante como esse não poderia simplesmente ser demonizado”. O governador se refere às críticas que são feitas ao projeto por militantes em favor da preservação ambiental.

Wagner defende que “o ponto de equilíbrio é a alma da democracia”. Ele sustenta que o projeto do Porto Sul cumprirá todas as exigências do Ibama e aposta no complexo logístico como algo “de grande importância para o surgimento de um novo ciclo de desenvolvimento no Sul da Bahia, com capacidade para atrair novos empreendimentos para a região”.

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Local é considerado perfeito para o ecoturismo e o turismo rural

O potencial para o desenvolvimento de uma economia sustentável na região da Serra do Córrego Grande, em Ibicaraí, será debatido em uma oficina que acontece neste domingo, 11, na Fazenda Serrinha, naquele município, situado a 40 quilômetros de Itabuna. O evento, idealizado pelo Movimento Cacau Verde, começa às 8h30 e está previsto para encerrar às 17 horas.

Na pauta, estão a discussão de propostas para a preservação de nascentes e o desenvolvimento de projetos de ecoturismo, turismo rural e esportes radicais, além de demandas relacionadas à melhoria do acesso e a implantação do programa Luz para Todos na região, onde vivem 38 famílias.

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ACI tem se envolvido nos grandes debates sobre o desenvolvimento da região

Um grande evento é preparado para comemorar o primeiro centenário da Associação Comercial de Ilhéus (ACI), instituição que desde o início do século XX tem sido protagonista do debate em torno do desenvolvimento da região. De acordo com o presidente da ACI, empresário Nilton Cruz, o ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, é uma das presenças já confirmadas para a cerimônia, programada para o próximo dia 30, na sede da entidade.

Passos fará uma palestra sobre o complexo logístico Porto Sul, que aguarda licença ambiental do Ibama para se implantar em Ilhéus. O projeto é mais um que a ACI defende, juntando-se a outras bandeiras pelas quais ela se mobilizou no passado, a exemplo do Porto do Malhado, rodovia Ilhéus-Itabuna e a criação da Ceplac e da Uesc.

“A história da ACI se confunde com a própria história da Região Cacaueira, com a entidade participando e encampando os movimento que, ao longo deste século, contribuíram para o desenvolvimento regional”, afirma Nilton Cruz.

A solenidade comemorativa, no final deste mês, também prestará homenagem a personalidades que marcaram a história da ACI.

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ENTREVISTA

Prefeito eleito de Ilhéus, Jabes Ribeiro (PP) fará a partir de 1º de janeiro de 2013 seu quarto mandato à frente do município. Ele venceu as últimas eleições a bordo de uma aliança formada por 16 partidos, e talvez uma de suas tarefas mais complicadas será compor os diferentes interesses de um grupo heterogêneo. Nesta entrevista concedida ao PIMENTA, Jabes assegura que em seu governo não haverá loteamento de cargos e a ocupação das funções levará em conta, além da indicação política, o perfil do indicado. O futuro gestor fala ainda, entre outros assuntos, sobre a questão dos precatórios, que trava o governo ilheense, e as perspectivas do município com a implantação do Porto Sul. Jabes diz defender o desenvolvimento sustentável e salienta: “não sou ecochato nem irresponsável”.

A entrevista com Jabes Ribeiro abre a série que o PIMENTA fará com prefeitos eleitos no Sul da Bahia. Confira abaixo os principais trechos:

PIMENTA – Esta última eleição em Ilhéus mostrou uma população dividida e aparentemente desestimulada com a política. Mais de 33 mil ilheenses deixaram de votar e houve ainda 3.115 votos brancos e 6.105 nulos. O senhor acha que esses números refletem a descrença do eleitorado?

Jabes Ribeiro – De forma alguma. Ilhéus tradicionalmente tem um alto índice de abstenção, primeiro em função da área rural, que é muito grande, e muitos eleitores moram em fazendas. Antigamente, havia o hábito de se fazer o transporte dessas pessoas, mas isso não é mais possível em função da legislação e a justiça eleitoral não toma as providências para viabilizar o deslocamento dos eleitores. Por outro lado, no dia anterior à eleição o tempo não estava bom. Na véspera choveu muito e eu acho que isso foi um fator decisivo para essa abstenção.

PIMENTA – O município enfrenta precariedade em diversos setores, inclusive nos mais essenciais, que são saúde e educação. O senhor já definiu uma estratégia para superar as dificuldades e fazer com que a população possa ter um serviço público mais qualificado?

JR – Ilhéus vive uma situação extremamente grave em todos os setores. Eu fiz uma visita ao Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) e, conversando com alguns técnicos, pessoas que conhecem a realidade de Ilhéus, a constatação é de que o quadro é assustador. O município tem as suas contas rejeitadas desde de 2006. Isso significa que, sucessivamente, O tribunal tem dado parecer contrário, basicamente em função, entre outros, de três itens: problemas na saúde, educação e na área de pessoal. São questões graves. Por outro lado, você tem uma desorganização financeira tal que acaba prejudicando os serviços essenciais. Não funcionam limpeza urbana, iluminação pública, saúde, educação, as estradas rurais se encontram em péssimo estado. Não é uma situação simples, nós já tínhamos essas informações e ninguém está se surpreendendo com nada, mas a cada dia está sendo constatado o fato de que efetivamente o município está na UTI.
PIMENTA – Esse cenário exige a definição de prioridades. O que já se vislumbrou nesse sentido?

JR – Aproveitando até declarações do prefeito, quando estive com ele, de que tem interesse em contribuir com a transição, nós esperamos que na prática isso aconteça. Nesta segunda-feira (29), nós estaremos entregando ao prefeito um ofício, no qual fazemos algumas solicitações. Entre elas, apresentamos o grupo que vai colher os dados dentro da comissão de transição, de acordo com Resolução do TCM. Essa coleta de dados será muito importante para fazermos um diagnóstico. Com ele é que nós teremos condições de tomar as medidas necessárias, primeiro no sentido de saber qual a estrutura administrativa possível, dentro da realidade do município, e a partir daí definir a equipe de governo para que possamos adotar as providências já no início da administração, procurando arrumar a cidade, organizar as finanças e, efetivamente, trabalhar para melhorar os serviços essenciais.

 

Ninguém está se surpreendendo com nada, mas a cada dia está sendo constatado o fato de que efetivamente o município está na UTI.

 

 

 

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Obras da Fiol no sertão baiano (foto Alberto Coutinho)

Prefeitos da região oeste da Bahia resolveram entrar na mobilização em defesa dos projetos que visam a implantar uma nova logística de transportes no Estado, eliminando deficiência histórica que prejudica o setor produtivo. Um manifesto assinado pela Associação de Municípios da Serra Geral e Bacia do São Francisco (Amavale) defende especificamente a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) e o Porto Sul.
No documento, a associação que reúne 26 municípios afirma que a Fiol e o porto “abrirão as fronteiras do sertão para o mundo”.  O presidente da Amavale, José Barbosa, prefeito de Caetité, declara que esteve na audiência pública realizada em outubro de 2011 pelo Ibama, em Ilhéus, para discutir os impactos do Porto Sul, e aponta que “organizações que não têm nada a ver com a Bahia estavam se opondo à implantação do projeto”.
Barreira diz que o interesse da Amavale é participar do debate sobre “o projeto como um todo, os impactos, como eles podem ser amenizados e as possibilidades de desenvolvimento que a proposta trará para nossa região”. O prefeito acrescenta que o crescimento da Bahia “não pode ser negado em função do interesse de poucos”.

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Valéria Ettinger | lelaettinger@hotmail.com

Sinceramente, o que espero de 2012, o ano das grandes mudanças, é que um raio caia na cidade de Itabuna e possamos encontrar um remédio para combater essa bipolaridade política.

Quando eu era criança ouvia os adultos dizerem: Itabuna é o ouro da Bahia. Itabuna é a cidade que sustenta o Estado da Bahia. No campo da moda Itabuna, estava sempre à frente da capital Salvador e, por ser assim tão promissora, até os filhos dos grandes políticos da Bahia tinham costume de dar uns “bordejos” para o lado de cá.
Mas, no quesito política, Itabuna nunca foi tão inovadora assim.
Vejo que nos últimos 30 anos a cidade não evoluiu, significativamente. Alguns até dizem: foi a crise do cacau que gerou tudo isso. Mas não me refiro a crescimento econômico, visto que fatores econômicos são cíclicos e novos arranjos se fazem para movimentar a economia de um centro, como ocorreu por aqui com a chegada das faculdades particulares, das indústrias e dos investimentos privados no comércio local. Refiro-me a uma estagnação política, sem inovação, sem resolutividade e sem perspectivas de mudança.
Uma política baseada em uma dicotomia de grupos políticos. Fico a pensar: será que o ranço dos tempos dos coronéis, ainda, está impregnado no inconsciente do povo itabunense e, por isso, os itabunenses não conseguem enxergar ou até fazer surgir novas lideranças capazes de quebrar com essa bipolaridade ou mudar o modo de fazer política local?
Vejo muito dinheiro e tempo jogados fora, pois como é comum na política brasileira o “se o meu antecessor é oposição ou inimigo político não darei continuidade ao seu trabalho para não valorizá-lo”. Começarei uma nova ideia e um novo serviço. Muda-se inclusive o layout da prefeitura! Ora, mas a prefeitura não é a mesma? Para que mudar? O povo não sabe que o prefeito mudou? E, assim, o dinheiro público escoa pelo esgoto sem retorno direto à população.
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Alan Dick Megi
 

Muitos não entenderam ou não quiseram entender e me colocaram no rol dos que eram contrários ao porto, reduzindo e desqualificando o diálogo e a análise técnica para uma simplória discussão de ser “contra ou a favor” do porto sul.

 
Desde o início das discussões sobre a construção do Porto Sul em nosso município, eu tive a oportunidade de emitir minhas opiniões de forma clara, deixando-as registradas “por escrito” nos jornais ou nos blogs.
Para relembrar, nas minhas colocações deixava claro o meu contentamento com a possibilidade de novos investimentos em infra-estrutura, porém tive posição frontalmente contrária à sua localização na Ponta da Tulha, principalmente da área de 1700 hectares desapropriada pelo Governo do Estado, a qual seria inicialmente destinada a uma zona portuária e industrial ao longo do litoral norte, entre o loteamento Jóia do Atlântico e a Ponta da Tulha. Em minha posição contrária a essa localização, argumentava eu que se tratava de uma área ambientalmente frágil e ao mesmo tempo extremamente importante para o desenvolvimento turístico do município. Que poderíamos perfeitamente ter um novo porto sem perder tão importante zona de desenvolvimento urbano e turístico. Bastaria que mantivéssemos a zona portuária e industrial com seus galpões, depósitos e indústrias do outro lado do rio Almada, mais próximo ao Distrito Industrial e à rodovia BA-262 (Ilhéus/Uruçuca) em ligação com a futura ZPE. No texto uma “Parábola Tupiniquim”, fazendo uma analogia com nossas residências, dizia eu que uma máquina de lavar roupa, muito necessária e importante para a família, não deveria ser instalada na sala de visitas e sim na área de serviço da casa. Para aqueles que diziam que “não se podia fazer omelete sem quebrar os ovos”, eu respondia que a omelete poderia ser feita e quebrados quantos ovos fossem necessários, porém deveria ser feita na cozinha e não no meio da sala.
Muitos entenderam e concordaram, mas muitos não entenderam ou não quiseram entender e me colocaram no rol dos que eram contrários ao porto, reduzindo e desqualificando o diálogo e a análise técnica para uma simplória discussão de ser “contra ou a favor” do porto sul. Essa simplificação, que beirava o ridículo, gastou energia e tempo que atrasaram as análises e estudos verdadeiramente importantes sobre a melhor forma e melhor local para implantar o novo e importante equipamento de infra-estrutura, de forma a possibilitar enormes ganhos com mínimas perdas para toda a região.
Mas as questões puramente urbanísticas nem sempre tem importância frente aos grandes interesses econômicos ou às decisões politicamente equivocadas. Mas, por sorte, a área inicialmente escolhida era tão inapropriada em todos os sentidos, principalmente na questão ambiental, esta sim com força suficiente para frear os ímpetos vorazes do pseudo-desenvolvimento baseado apenas nos lucros de alguns, determinou a necessidade de encontrar outro sítio para a sua implantação.
Com isso os projetos se voltaram para as áreas situadas a oeste do rio Almada, próximo a Aritaguá, ao Distrito Industrial e à ZPE.
Exatamente como eu sugeria!
Que bom! O bom senso está prevalecendo! Pelo menos do ponto de vista urbanístico estamos de acordo.
Agora, que sejam feitos todos os estudos para minimizar os impactos ambientais, assunto que eu não tenho conhecimento técnico suficiente para opinar, portanto, com a palavra os biólogos, hidrologistas e demais especialistas em meio ambiente que podem contribuir para que seja possível a implantação deste tão importante investimento.
Mas não nos esqueçamos de lutar decisivamente para que sejam elaborados todos os planos de desenvolvimento do município de forma a garantir que tenhamos um investimento ainda maior do que o investido nas instalações portuárias, em habitação, saúde, educação, saneamento básico, infra-estrutura viária e segurança, pois a região precisa crescer com harmonia para não inchar no meio do caos e da desordem.
É preciso que fique bem claro e bem documentado que esses investimentos serão feitos dentro de um cronograma pré-estabelecido e com as responsabilidades de cada esfera governamental e de cada empresa privada, devidamente claras e aprovadas em documentos públicos, para que no futuro, a sociedade, junto com o Ministério Público, possa cobrar de cada órgão ou empresa, o cumprimento de suas obrigações.
Se assim se fizer, que venha o Porto Sul, que venha a ferrovia, que venham os empreendimentos turísticos. Que venha o desenvolvimento sustentável.
Alan Dick Megi é arquiteto, especialista em Planejamento Urbano e Gestão de Cidades.
(Artigo extraído do site R2C Press)

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O governador Jaques Wagner estará em Itabuna nesta quinta-feira, 28, data do aniversário de 101 anos da cidade. Na agenda, o principal compromisso será a inauguração do posto de abastecimento do Gasene (Gasoduto Sudeste-Nordeste).
No programa de rádio “Conversa com o Governador”, produzido pela Agência de Comunicação do Governo (Agecom), Wagner diz que presença do gás natural na região tende a estimular o surgimento de um parque industrial entre Ilhéus e Itabuna. Ele também menciona outros investimentos que devem ajudar o sul da Bahia a caminhar nesse sentido, como por exemplo a Fiol (Ferrovia de Integração Oeste-Leste) e o Porto Sul.
Ouça trecho do programa: