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Área da ZPE, às margens da rodovia Ilhéus-Uruçuca, já está sendo preparada (foto José Nazal)

O gerente da ZPE Ilhéus, Izaías Mascarenhas, afirma que a estrutura da unidade, com área alfandegada e posto da Receita Federal, estará pronta para funcionar até dezembro deste ano, já com a possibilidade de atrair os primeiros empreendimentos. Pelo contrato existente, a ZPE deverá estar obrigatoriamente em plena atividade até julho de 2011.

Mascarenhas, ao lado do presidente da ZPE Bahia, Otávio Pimentel, falou no seminário promovido pela Secretaria da Indústria, Comércio e Mineração da Bahia, na sexta-feira, 18, em Ilhéus. Eles explicaram que, juntamente com o Complexo Intermodal de Transportes a ser implantado na região, a ZPE  ajudará a produzir um novo ciclo de desenvolvimento, com potencial de gerar 30 mil empregos até 2020.

A ideia é atrair inicialmente empresas de alimentos, como indústrias de chocolate à base de cacau orgânico, produção de sucos e beneficiamento da soja que virá da região de Barreiras pela Ferrovia Oeste-Leste.

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Independente da questão do Porto, acho decepcionante a proposta do ambientalista, Sr. Rui Rocha, de que deveríamos nos limitar, em termos de atividade econômica, a cacau, chocolate, turismo e pesca. São e serão sempre setores importantes, e que devem ser melhorados e farão parte de nosso futuro, mas que jamais serão suficientes para o pleno desenvolvimento econômico e social de toda uma população como a do sul da Bahia. É pensar muito pequeno. Nenhuma atividade (nem as listadas) tem impacto zero sobre o meio-ambiente. Há que se controlar impactos, não as opções do futuro das pessoas.

GESIL AMARANTE, em comentário à nota “Porto Sul: repercussão negativa faria Globo recuar”.

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Davidson Magalhães

A região sul da Bahia, pródiga em cenários e enredos de romances e personagens que ganharam o mundo, já viveu dias de glória no tempo em que o cacau irrigava os cofres do Estado e do País. A cacauicultura alavancou o desenvolvimento da região que Jorge Amado definiu como terras do sem-fim, mas ao final da década de 1980 sofreu o seu pior revés. A decadência da monocultura gerou falências, desempregos e empobrecimento dos municípios.

Mas, a partir de 2007, a região sul tornou-se prioritária para investimentos em obras estruturantes do governo Jaques Wagner, que, em parceria com o governo federal, transformou em realidade o complexo logístico do sul da Bahia: Ferrovia Oeste-Leste, Novo Porto Sul Bahia, Aeroporto Internacional de Ilhéus e a Zona de Processamento de Exportação (ZPE). Com a chegada do gás natural, através do Gasene (Petrobras), a região conta com nova fonte energética, natural e de menores custos.

O desenvolvimento da cacauicultura reposicionou o sul da Bahia no contexto econômico brasileiro no final do século XIX e tornou-se o primeiro macrovetor do desenvolvimento regional. A construção da ferrovia Ilhéus-Itabuna, em 1913, e o reaparelhamento do Porto de Ilhéus, em 1926, possibilitaram o escoamento e o incremento da exportação.

Nos anos 30, após sucessivas crises, ocorreu a intervenção do Estado, através do Instituto de Cacau da Bahia (ICB, em 1931) e, mais tarde, da Comissão Executiva do Plano da Lavoura (Ceplac – 1957), o segundo macrovetor do desenvolvimento regional.

No final dos anos 80, o aparecimento da vassoura-de-bruxa e a infeliz coincidência de fatores adversos desencadearam uma crise sem precedentes. O Estado, com forte déficit e sob a hegemonia do pensamento neoliberal, desmontou os mecanismos (ICB e Ceplac) intervencionistas.

A Ferrovia Oeste-Leste, com 1.100 quilômetros e investimento de R$ 4,5 bilhões, cria um novo eixo de desenvolvimento e integra o sul da Bahia ao oeste e à área de mineração em Caetité. Além de transportar a produção, a Oeste-Leste interligará nossa economia a outros polos do País, através da conexão com a Ferrovia Norte-Sul, em Figueirópolis (TO), transformando o porto em grande escoadouro nacional.

O Porto Sul – porto offshore a três quilômetros da costa, com investimento previsto de R$ 3 bilhões – completará o complexo multimodal com o Aeroporto Internacional de Ilhéus e abrirá um corredor de exportação e importação, ampliando-se a arrecadação, além da criação de uma extensa cadeia de serviços que afetará positivamente na geração de emprego e renda.

A ampliação da oferta energética, com a chegada do gás natural, disponibilizará uma nova fonte energética. A Bahiagás constrói uma rede de 250 quilômetros de dutos que beneficiarão os municípios do sul – R$ 60 milhões de investimentos até o primeiro semestre de 2012.

O gás natural, que representa 26% da matriz energética industrial da Bahia, agregará competitividade aos empreendimentos e contribuirá para a atração do setor privado.

Haverá geração de empregos diretos e aumento na arrecadação de impostos. Estes são alguns dos efeitos multiplicadores do complexo logístico-produtivo do Porto Sul.

A dinâmica gera também desdobramentos: agregação de valor para cadeias produtivas do semiárido, oeste e Brasil Central; sinergia com o turismo e a cadeia do cacau; e a requalificação de ativos ambientais focando mercados exigentes, o que implica novo paradigma de desenvolvimento para a região sul, cujo eixo da acumulação, pela primeira vez na história, não está centrado na dependência da monocultura cacaueira.

Na primeira década do século passado, uma ferrovia e um porto foram decisivos na articulação do espaço econômico regional em torno do cacau. Agora, um século depois, através de uma ousada iniciativa estruturante dos governos estadual e federal, coincidentemente uma ferrovia e um porto – com outras dimensões e acompanhados de um aeroporto e do gás natural – são o primeiro capítulo da nova história econômica das terras do sem-fim.

Davidson Magalhães
é professor da Uesc, mestre em Economia e presidente da Bahiagás.

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Wenceslau Júnior | wenceslauvereador@gmail.com

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Vivemos mais de três décadas agonizando as consequências de uma excludente e perversa monocultura. Podridão parda, queda internacional dos preços, vassoura de bruxa, ausência de investimentos em ciência e tecnologia, baixa produtividade e a falta de diversificação da agricultura parecem ter condenado a nossa região ao fracasso.

Porém, o maior problema que enfrentamos durante todo esse tempo foi a completa ausência de uma política pública que tivesse como principal objetivo superar a crise e retomar o desenvolvimento econômico e social com respeito ao meio ambiente.

Vários anos de carlismo. Muita propaganda. Ação zero. Falava-se em desenvolvimento do turismo e estamos até hoje a mercê de infraestrutura nas principais cidades turísticas da região. Fizeram da crise do cacau algo semelhante à indústria da seca nordestina.

Muitos Filhos e Juniors foram eleitos e reeleitos com base no discurso da salvação da lavoura. Foi-se o ICB; asfixiaram a Ceplac e a única instituição de caráter regional que conquistamos foi a Uesc. Diga-se de passagem, com muita luta da comunidade.

É necessário reconhecer o esforço empreendido não só pelo governo Wagner como também pelo governo do presidente Lula. O reconhecimento é não só pelas inaugurações de obras realizadas em vários municípios, a exemplo de Coaraci e Itacaré, que recebem a visita do governador neste 31 de outubro e no dia três de novembro, oportunidade na qual irá inaugurar a rodovia Camamu-Itacaré, bem como a ponte que faltava para concretizar a ligação dos municípios, encurtando a distância para Salvador, via Bom Despacho e, por conseguinte, fomentando o turismo na região.

Deve-se reconhecimento principalmente por apresentar uma proposta concreta de retomada do desenvolvimento regional. Os investimentos em infraestrutura (Porto Sul; Aeroporto; Ferrovia; ZPE; GASENE Cacimbas-Catu), o PAC do Cacau, que finalmente saiu do papel, acompanhados do Instituto Federal de Educação Tecnológica (Ifet), que será instalado às margens da rodovia Ilhéus-Itabuna, propiciarão um novo ciclo de desenvolvimento econômico numa região completamente esquecida pelos governos passados.

Acho justa a preocupação do movimento ambientalista,que defende um maior debate dos projetos, buscando dimensionar melhor os impactos sociais e ambientais que serão gerados pelos empreendimentos. Porém, não podemos prescindir de encontrar soluções justas e compensações socioambientais que atendam, sobretudo, as populações excluídas. Ampliar as áreas das Unidades de Conservação e aportar mais recursos para criar reais condições de sua proteção deverá ser prioridade.

Também deve ser prioridade viabilizar recursos e apoio técnico para execução de obras de saneamento ambiental nos municípios que poluem as bacias do Almada e do leste para a preservação das nascentes e do rico manancial hídrico da região.

Entendo como mais do que necessária a criação da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSULBA), a qual, juntamente com a UESC, que já cumpre um importante papel cientifico, e o futuro IFET, propiciarão o desenvolvimento científico-tecnológico necessário ao desenvolvimento sustentável, qualificando a mão-de-obra local para ocupar bons postos de trabalho nos futuros empreendimentos.

Contudo, não podemos perder esta oportunidade, pois o compromisso expresso por Wagner e Lula para nossa região é algo nunca visto na história. O momento é rico, aproveitemos, mas não sejamos ingênuos.

Não podemos permitir que o retrocesso retorne ao poder, no nosso país e no nosso estado. Os neoliberais que destruíram o país e fizeram da Bahia o seu maior laboratório não merecem interromper esse processo de retomada do desenvolvimento.

Parabéns Wagner e Lula! Viva ao sul da Bahia!

Wenceslau Júnior é advogado, professor da Uesb, vereador e presidente do PCdoB de Itabuna.

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AMItabuna será transformada em Oscip e quer discutir ideias.
AMItabuna será transformada em Oscip e quer discutir ideias.

Um grupo de profissionais liberais quer discutir projetos e soluções para o desenvolvimento de Itabuna e criou a Associação Amigos por Itabuna (AMItabuna). A ideia agora, segundo confessa o publicitário Afonso Dantas, é transformar a associação em Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip). “Será mais eficaz para a realização desses objetivos”, diz.

O grupo se reuniu ontem para discutir detalhes desta transformação, além de prioridades da AMItabuna e o estatuto da Oscip. O encontro ocorreu no restaurante O Casarão. Dentre as ferinhas do grupo, estão os advogados Carlson Xavier, Lucílio Bastos e Allah Góes e o professor Beto Dourado.

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A Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) acaba de publicar um estudo anual sobre o desenvolvimento dos municípios brasileiros. O Pimenta analisou os números. Eis a conclusão: nada de notícia boa para a Bahia. O estado apresentou o pior desempenho no comparativo de 2005 e 2006 quando o assunto é desenvolvimento.

A Bahia obteve 0,6183 pontos em 2005 e, um ano depois, caiu para 0,5925 – queda de 4,2%. A avaliação leva em conta dados apurados de três áreas (Emprego&Renda, Educação e Saúde). O estado caiu de 18º para 22º em desenvolvimento, segundo o Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal, o IFDM.

Dos 500 municípios com os menores percentuais de desenvolvimento, 188 são da Bahia. E quando considerados os 100 piores, a Bahia aumentou de 27 para 34 o número de municípios (34% deles).

O trabalho vai alimentar discussões em período de pré-campanha eleitoral. 2005 e 2006 foram, justamente, os dois últimos anos do segundo mandato de governador baiano do democrata Paulo Souto. Neste período, aumentaram as desigualdades no quarto maior estado brasileiro.

Para completar, o estudo apresenta Santa Luzia com IFDM 0,2928, numa escola de 0 a 1. Quem apresenta o melhor índice de desenvolvimento é São Caetano (SP), com 0,9524 pontos. O estudo completo pode ser acessado na página da Firjan (www.firjan.org.br).

ILHÉUS E ITABUNA

Quando o assunto é desenvolvimento, Itabuna praticamente patinou no comparativo de 2005 e 2006, quando saiu de 0,6216 para 0,6122. Por aqui, a desigualdade aumento 1,5%. Nada que se compare à situação de Ilhéus, que apresentou queda de 10%. O município mais populoso do sul da Bahia obteve 0,6832 pontos em 2005 e 0,6151 no ano posterior.

DESTAQUES POSITIVOS

Na região sul da Bahia, os destaques em melhora foram Barra do Rocha – que saiu de 0,3450 para 0,4359 pontos ( salto de 26,3%), e Itapebi, salto de 0,4090 para 0,5118 pontos no Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal. Itapebi apresentou evolução de 25,2%.