Um debate chato. Talvez essa seja a melhor definição para o que se viu do confronto morno, sonífero entre os presidenciáveis José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT), promovido pela RedeTV e pela Folha de São Paulo.
O debate foi encerrado há pouco. Os temas mais (mal) tratados foram privatizações, corrupção e drogas. Os dois candidatos começaram nervosos, mas o tucano José Serra conseguiu “equalizar” logo. Dilma conseguiu um equilíbrio apenas no segundo bloco, quando falou de temas que lhe são mais “próximos” ou que são mais caros ao adversário tucano, a exemplo das privatizações.
Os dois, claramente, entraram querendo um jogo de empate. Ou, na linguagem eleitoral, entrando para não perder o que já possuem de (intenções de) votos. A petista, para tentar conquistar mais votos no eleitorado paulista, a todo tempo questionava deslizes do governo de Serra em São Paulo. Serra batia na tecla da “estatização” da coisa pública por petistas.
No quesito corrupção, Dilma foi instada a comentar sobre a sua ex-braço direito Erenice Guerra. Afirmou que a sua ex-auxiliar “errou”. E ponto. Final. O tucano José Serra foi mais, digamos, cínico. Disse que não sabia que era de Paulo Vieira de Souza de quem os repórteres estavam falando quando lhe perguntaram sobre “Paulo Preto”, o homem acusado de rapinar R$ 4 milhões de um suposto Caixa 2 da campanha tucana.
A VOZ DOS INDECISOS
Eleitores paulistas indecisos foram reunidos numa sala para analisar o desempenho dos candidatos no debate desta noite, supervisionados pelo jornalista José Roberto de Toledo, um dos maiores conhecedores de estatísticas e pesquisas do país.
Conforme Toledo, Serra foi ligeiramente melhor que Dilma. O tucano levou a melhor na abertura do debate e nos dois blocos finais. Houve empate no segundo bloco e Dilma ganhou o terceiro.
Mas na avaliação geral, e conforme entrevista de Toledo à RedeTV, os dois candidatos obtiveram “notas meio medíocres” dos eleitores indecisos de São Paulo. Numa escala de 0 a 100, ficaram abaixo de 70.