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Augusto e o bispo Dom Ceslau Stanula.
Augusto e o bispo diocesano Dom Ceslau Stanula.

A Assembleia Legislativa aprovou a concessão de título de cidadania baiana ao bispo da Diocese de Itabuna, Dom Ceslau Stanula. A proposição foi do deputado Augusto Castro (PSDB), que justifica: “Dom Ceslau tanto tem se dedicado ao povo brasileiro, em especial ao povo baiano, nas últimas quatro décadas”.
Nascido na Polônia e naturalizado brasileiro em 1988, Stanula assumiu a Diocese de Itabuna em 1995, substituindo um dos maiores nomes da Igreja Católica no sul da Bahia, Dom Paulo Lopes de Farias, falecido em 2009. A data de entrega do título será ainda definida pelo legislativo estadual.

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Procissão de São José foto Thadeu Brasileiro
Procissão reuniu milhares de fiéis católicos nesta terça (Fotos Thadeu Brasileiro).

Milhares de pessoas participaram da tradicional procissão em homenagem a São José, nesta terça, 19. O santo é o padroeiro de Itabuna. O evento reuniu fiéis e políticos, dentre eles o vice-prefeito Wenceslau Júnior, que representou o prefeito Claudevane Leite, que, por ser evangélico, não participou do evento.

Os fiéis percorreram as principais avenidas da região central de Itabuna e encerraram a procissão na Catedral de São José, com a bênção do Santíssimo Sacramento em celebração do bispo diocesano Dom Ceslau Stanula.

Luís Sena (cabelos brancos), Davidson e Wenceslau conversam em procissão (Foto Thadeu Brasileiro).
Luís Sena (cabelos brancos), Davidson e Wenceslau conversam em procissão (Foto Thadeu Brasileiro).
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Vane foi ao bispo Dom Ceslau quando ainda era candidato a prefeito.
Vane foi ao bispo Dom Ceslau quando ainda era candidato a prefeito.

Durante a campanha eleitoral, o então candidato Vane do Renascer foi ao bispo Dom Ceslau Stanula pedir o apoio do religioso a políticas sociais e de segurança pública. Se como candidato ele pode ir até a Igreja Católica, como prefeito torna-se compromisso. Por esse prisma, não há como explicar uma possível ausência de Vane da tradicional procissão de São José, amanhã, em Itabuna.
O fato de ser evangélico não é explicação aceitável. Judeu, o governador Jaques Wagner dá exemplo respeitando todos os credos e não deixa de participar de eventos desta ou daquela denominação. Políticos, geralmente, deixam de participar destes atos quando têm medo da resposta popular.

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Jovens foram maioria na caminhada pela paz em Itabuna (Foto Pimenta).

Cerca de 800 pessoas, a maioria estudantes de escolas particulares, percorreram a Avenida do Cinquentenário, centro, na manifestação contra a violência em Itabuna. A Caminhada pela Paz, convocada pelo Grupo de Ação Comunitária (GAC), foi encerrada com ato público na Praça Adami e a oração do Pai Nosso.

Neste ano, o município aparece em 8º lugar no ranking nacional do Mapa da Violência 2012, do Instituto Sangari e Ministério da Justiça. O mesmo estudo mostra Itabuna entre os quatro municípios mais violentos para jovens de até 19 anos em todo o País. O levantamento engloba os 22 anos do Estatuto da Criança e Adolescente.

Para o bispo diocesano Dom Ceslau Stanula, a caminhada pacífica foi um grito silencioso de paz que deve tocar – principalmente – no coração dos jovens que são as maiores vítimas da violência. “Esperamos que este movimento da sociedade chegue à juventude que, em grande parte, está desorientada e sem rumo”.

Segundo o líder católico, “é urgente que as autoridades ajam para criar oportunidades de educação e trabalho. O que pensa um jovem sem aulas na rede pública há 100 dias? Que futuro o espera? Não há outro caminho para a justiça social que não seja pela educação”, comentou.

O presidente do Conselho Municipal de Defesa e Segurança Pública, Washington Cerqueira, também criticou a indiferença dos políticos e a omissão de grande parte da sociedade. “A sociedade civil precisa acordar. Há descrença na política e eventos como esse reforçam a necessidade de sua lutar contra a violência”, declarou.

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Dom Ceslau cobra pelo menos o mínimo em saúde.

O bispo diocesano Dom Ceslau Stanula voltou novamente a criticar a gestão da saúde em Itabuna, mas desta vez a artilharia também teve como alvo os governos estadual e federal. Para ele, os governos federal, estadual e municipal deveriam fazer o dever de casa aplicando, honestamente, pelo menos o percentual mínimo em saúde.
O recado é dado duas semanas após o prefeito Capitão Azevedo (DEM) ter as contas de 2010 rejeitadas pelo Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) por várias irregularidades, dentre elas aplicar abaixo do mínimo legal em saúde (15% da receita).
Azevedo não estava lá para ouvir o bispo itabunense, mas a carapuça serviu tanto ao atual secretário de Saúde, Geraldo Magela, como ao ex-secretário, o vice-prefeito Antônio Vieira. As críticas foram feitas na noite deste sábado (7) durante a posse do novo provedor da Santa Casa de Misericórdia de Itabuna, Erick Ettinger.
O bispo, que compõe a irmandade, disse que a Santa Casa tem feito sua parte para salvar vidas.

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Dom Ceslau renova críticas à gestão de Azevedo (Foto Pimenta/Arquivo).

Baixou um Dom Paulo Lopes de Faria no bispo diocesano de Itabuna, Dom Ceslau Stanula, durante o encerramento das Santas Missões, na Praça Rio Cachoeira, ao final da tarde de ontem.
Durante a oração, Dom Ceslau fez questão de “agradecer aos missionários, que foram levar a palavra de Deus aos moradores dos bairros, mesmo enfrentando os buracos das ruas”.
Só não foi aplaudido de pé, porque de pé as pessoas já estavam. O vice-prefeito Antonio Vieira, que representava o prefeito Capitão Azevedo, só não pulou do altar para as águas do Rio Cachoeira porque sabe o que isso representa.

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A Diocese de Itabuna definiu a praça Rio Cachoeira como local de encerramento das Santas Missões no sul da Bahia, no próximo domingo (4), a partir das 15h, quando são esperados mais de 10 mil fiéis.
Os 11 dias de celebrações será encerrado com a participação das dezenas de paróquias da diocese sulbaiana. Jovens católicos vão participar do encerramento com coreografias e encenações.

Abertura das Santas Missões, no dia 24, levou milhares de fiéis à Beira-Rio.

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Santana: apoio a bispo Dom Ceslau.

As críticas do bispo diocesano Dom Ceslau Stanula ao caos na saúde de Itabuna receberam o apoio da direção do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde de Itabuna (Sintesi). No sábado, o bispo cobrou ação dos governos para o setor (“que está na UTI”) ao final da procissão em louvor a São José. A cobrança foi feita diante do prefeito Capitão Azevedo (DEM), secretários municipais e deputados.

O presidente do Sintesi, Raimundo Santana, lembra a figura “discretíssima de Dom Ceslau, que sempre mostrou equilíbrio e agora, provido de grande sensibilidade social, cobra soluções para um problema que tanto aflige os itabunenses”.

Santana também integra o Conselho Municipal de Saúde e lembrou os aplausos de milhares de fiéis ao bispo em suas críticas.

Raimundo Santana lamenta a posição governamental de tentar reduzir o debate a uma comparação do atendimento em Itabuna e com o oferecido em outros lugares. “É tentar justificar o injustificável”, completa.

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Deputado estadual estreante assustou-se com a veemência do bispo de Itabuna, Dom Ceslau Stanula, nas críticas à Saúde, ontem. Mais do que isso, o parlamentar ficou assustado mesmo foi com os aplausos recebidos pelo bispo diante das críticas proferidas.

Ainda em frente à Catedral de São José, o parlamentar adiantou que tomará os devidos cuidados antes de ir à procissão em 2012:

Paro ano, vou dar cinco milzinho pra ajudar a Igreja.

Os amigos do parlamentar de bico longo e os fiéis que assistiram à cena ficaram estupefatos.

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As declarações do bispo diocesano Dom Ceslau Stanula sobre a saúde e a violência em Itabuna causaram alvoroço na política local, ontem, no encerramento dos festejos em louvor ao padroeiro São José. O blog Tempo Presente gravou a fala do bispo, que irritou o prefeito Capitão Azevedo, e extraiu os trechos mais contundentes:

1 – “A saúde de Itabuna está  na UTI. Dizem que faltam recursos. Será?”

2 – “Todos juntos têm que realmente fazer algo para solucionar o problema da saúde. Que São José interceda por nós!”

Confira ainda: CRÍTICA DE DOM CESLAU À SAÚDE IRRITA AZEVEDO

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Azevedo e Dom Ceslau: críticas não foram bem-aceitas. (Foto Pimenta).

O bispo diocesano Dom Ceslau Stanula fez severas críticas ao caos na saúde de Itabuna e aos índices alarmantes de violência no município. O bispo disse que as pessoas não têm recebido a atenção devida na saúde e lamentou os dados sobre a criminalidade.

As críticas foram feitas diante de milhares de católicos, vereadores, o prefeito Capitão Azevedo e deputados estaduais e federais, no encerramento das festividades ao santo padroeiro de Itabuna, São José, ao final da tarde. “Todos juntos têm que realmente fazer algo para solucionar o problema da saúde”.

O prefeito Capitão Azevedo, em entrevista ao PIMENTA, reagiu e mostrou-se irritado com as críticas. “Dom Ceslau Stanula pode estar atento a Itabuna, mas ele tem que raciocinar que esse é um problema nacional. Eu desafio qualquer indivíduo desse país que mostre onde a Saúde pelo SUS funcionando bem, porque eu quero ir lá ver para que nos sirva de exemplo”.

O prefeito acredita que o sistema de saúde em Itabuna tem apresentado melhoras e afirmou ser necessário o retorno da municipalização, quando a gestão local será responsável pela aplicação e fiscalização dos recursos de média e alta complexidade.

– Nós atendemos não só Itabuna, mas 121 municípios. Temos cidade que só atende a população dela e enfrenta problema, imagine. Mas repito que o problema da Saúde é nacional. Repito, é nacional, não é só em Itabuna. Eu entendo. Ele, como cidadão e bispo de Itabuna, raciocina desta forma.

O prefeito também rebateu as críticas quando o assunto é violência em Itabuna. “A violência não é questão do município, mas é de competência do (governo) Estado resolver. Mas nós não vamos nos furtar disso, vamos [desenvolver] ações que gerem bem-estar ao povo”.

Ouvido pelo PIMENTA, o bispo da Diocese de Itabuna disse que falou “daquilo que a nossa cidade precisa”, especialmente na segurança e na saúde. “A mensagem foi bem clara”, enfatiza Dom Ceslau Stanula.

Stanula apontou que tanto a Igreja Católica como a sociedade itabunense tem outras preocupações, mas a saúde e segurança são as principais. “Tem muitas, mas saúde e violência são as mais gritantes”, enumera.

O bispo de Itabuna também lembrou que os governos estadual e federal têm responsabilidade com a solução destes problemas. “Itabuna é um pólo muito importante, para onde convergem todo o sul da Bahia e Vitória da Conquista. Só que falta verba”, diz, ainda acrescentando que é necessário mais recursos “não apenas da cidade, mas deve vir de cima, também”.  Stanula ressaltou ser amigo do prefeito.

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DEPUTADO CHUTANDO CANELAS

Ousarme Citoaian

“Ela não caiu no gosto dos baianos”, vocifera um deputado federal da Boa Terra, ao referir-se a uma candidata à presidência da República. Convenhamos que atacar a língua portuguesa não é o defeito mais grave dos nossos parlamentares. Mas é certo que “cair no gosto”, solecismo também utilizado exaustivamente na mídia ignara, é chute na canela, sem bola. Lance pra cartão vermelho. A antiga e legítima expressão cair no goto é conhecida de todos os que já leram algum livro – nem que tenha sido na escola, sob o ferrão daquela injustiçada professora de literatura. Desconhecer tal expressão é injustificável para os cultores da dita última flor do Lácio.

“TRADUÇÃO NASCIDA NA IGNORÂNCIA”

Cair no goto é frase feita. Mas daquelas que, ao contrário de provérbios e lugares-comuns que incomodam nossos ouvidos, valorizam o texto. Escritores as empregam com freqüência, pois elas revigoram a tradição da boa linguagem, dando elegância e sabor originais à escrita. Quem diz “caiu no gosto” atesta ignorância da língua literária, valendo-se de uma “tradução” modernosa, nascida no desleixo, amamentada pelos redatores desinformados e, pelo que ouvi, agora encampada também pelo parlamento. Leio num blog que “Invictus não caiu no goto dos críticos de cinema, que o classificam como uma obra menor de Eastwood”, e festejo. Nem tudo está perdido.

NINGUÉM ABONA “CAIR NO GOSTO”

Trocar cair no goto por cair no gosto é rematada ignorância. A expressão (com o significado de algo que agradou às pessoas) é recorrente na linguagem culta. “O romance caiu no goto do público”, diz o Aurélio. Hélio Pólvora, Machado de Assis e muitos outros usaram cair no goto (nunca, jamais, cair no gosto!), de sorte que seria enfadonho apontar abonações de grandes autores (quando “cair no gosto” não encontra nenhuma). Mas vá lá Mário Palmério, no clássico Vila dos confins (com reedição em 2003): “Prova provada é o Domingos, o tal rapaz novo e disposto que caiu logo no goto do Pe. Sommer”.

O GOTO, O TINHOSO E A CACHAÇA

Não resisto a outra abonação: o folclorista alagoano Altimar Pimentel (1936-2007), conta que o Diabo vinha pela estrada, sedento, cansado e mau humorado, quando viu um canavial. Entra como se ali fosse sua casa, “quebra uma cana e começa a chupá-la com tal sofreguidão que o caldo, azedo, caiu-lhe no goto e abrasou-lhe as goelas”. Era “o cão chupando cana”. Vingancista contumaz, o Tinhoso atirou sobre aquelas plantas inocentes (e pelas suas gerações ad aeternum) uma maldição: “De vocês o homem há de tirar uma bebida tão ardente como as caldeiras do inferno”. Tal bebida é a cachaça, outrora chamada, não sem motivo, água ardente (e que virou, creio, por aglutinação, aguardente).

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SONHANDO O SONHO DAS ÁRVORES

Eu queria dormir
dentro
das árvores
e sonhar os seus sonhos,
viver os seus amores.

Eu queria morar
dentro
das árvores e viver a justiça
de suas raízes.
Eu queria morrer
dentro
das árvores
e participar da glória
de renascer no chão,
como semente.

POETA DE LINGUAGEM MEDIDA E DESPOJADA

A autora do texto acima, Ecologia, é Valdelice Soares Pinheiro (1929-1993), que publicou dois livros de poesia (De dentro de mim e Pacto). Cyro de Mattos (em Itabuna, chão de minhas raízes) a descreve como “poeta que elabora sua poesia com linguagem medida e despojada”. Para o autor de Berro de fogo, a poética de Valdelice (foto) também “é de grande conteúdo humano, de equilíbrio entre concepção e execução, harmonia entre poema e ato, verso e matéria”. Ecologia foi retirado de Expressão poética de Valdelice Pinheiro, livro coordenado por Maria de Lourdes Neto Simões, lançada pela Editus/Uesc em 2002.

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DA IRRELEVÂNCIA E OUTROS DEMÔNIOS

Mas saibam quantos lerem esta coluna em feitio de bazar de turco, que nela assuntos abundam, pois tudo aqui é relevante. Até a irrelevância se faz relevante. Então, falemos de identificação das pessoas que escrevem nos jornais – não por falta de tema, mas por ser… relevante. Antes, um passeio pelos veículos nacionais, em que uma senhora chamada Danuza Leão se identifica nos seus escritos como “escritora e cronista”. Ora, muito bem. Quererão me dizer que essas categorias são diferentes? Cronista não é escritor? Será que alguém teria a petulância de dizer que Rubem Braga (foto), talvez o único cronista-apenas-cronista de quem já se ouviu falar, não era escritor?

OS “FILÓSOFOS” QUE SOBRAM NA CURVA

É comum que articulistas bissextos sejam identificados por uma lenga-lenga que sabe a curriculum vitae. A identificação quase compete, em tamanho, com o texto pífio que a antecede, e por pouco não ganha dele em qualidade. O palavrório varia entre 20 e 40 termos, que falam das excelências do autor, indo de cursos que fez a prêmios que ganhou, havendo até um que se diz “nacionalmente conhecido” (!). Há também o tipo que, além de sete ou oito “especialidades”, também se diz “escritor, poeta e redator” (o que, ao fim e ao cabo, vem dar no mesmo Mané Luiz). Mas a joia da coroa vai para uns dois desses comunicadores que empregam em suas identificações a palavra “filósofo”. Aí, sobram na curva.

TATIBITATE, SENSO COMUM E FILOSOFIA

Ser filósofo é algo além de concluir uma licenciatura em Filosofia. Mesmo quem se doutorou na matéria não usa o título de filósofo, salvo se for um rematado presunçoso. Filósofo é quem investiga, argumenta, discute, analisa, “pensa” criticamente o mundo e formula teorias que expliquem nosso cotidiano. Não é qualquer artigo vazado em linguagem gaguejada, defendendo teses bebidas no senso comum da tevê que vai justificar a alguém se auto-intitular filósofo. Lembremos de que a professora Helena dos Anjos, que sabe do assunto mais do que uma dúzia desses “articulistas-filósofos”, é chamada de professora de Filosofia, não de filósofa.

NA HUMILDADE DO PASTOR, O EXEMPLO

É preciso dizer que essa explosão de incontidas vaidades é estimulada pelos jornais, pois seus editores, a quem caberia fazê-lo, não podam os excessos, reduzindo a identificação àquilo que a sensatez recomenda, e que é seguido pelos grandes veículos. Por exemplo, Clóvis Rossi se identifica  nos seus artigos como “jornalista”, sem os penduricalhos da presunção. Mas preferimos utilizar um modelo mais próximo a todos nós: Dom Ceslau Stanula (foto), de vastíssimo currículo (incluindo Filosofia!), se identifica no texto que publica num jornal da cidade como “Bispo de Itabuna”. Um exemplo acabado de humildade e (“de onde não se espera é que sai”) de bom jornalismo, a ser seguido pelas editorias.

ALGUÉM CHORA EM ALGUM LUGAR

Às 20h10min do dia 18 de junho, alguém que se apresenta apenas como “Larissa”, e que diz morar em vasto espaço chamado “República Portuguesa”, entre lágrimas, postou no seu blog:

Vou sentir a tua falta Saramago, porque, tal
como pertenciais ao mundo, um pouco de ti
também era meu…

Ainda sobre a morte de Saramago, escreveu o poeta argentino Juan Gelman:

Com as lágrimas que se vertem agora se
poderia acabar com as secas do mundo
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ATITUDE DE DUNGA É COMUM NO FUTEBOL

O cronista esportivo Alberto Helena Jr. (Última Hora/SP) queria na seleção brasileira de 1970 o zagueiro Joel Camargo, para compor a defesa com Carlos Alberto, Djalma Dias e Rildo, todos quatro do Santos, e sugeriu isso a seu amigo João Saldanha, que convocara Brito. “Brito é mais versátil”, disse o técnico. Helena Jr. (foto)  insistiu, tentando justificar a troca de Brito por Joel Camargo. Saldanha, como sempre, foi direto: “Você arruma uma seleção e faz o seu time; a minha seleção escalo eu”. A passagem, do livro João Saldanha, uma vida em jogo (André Iki Siqueira), marca apenas uma das vezes em que João quis sair no tapa com os críticos. Resposta semelhante ele daria ao ditador do momento, o famigerado Garrastazu Médici.
</span><strong><span style=”color: #ffffff;”> </span></strong></div> <h3 style=”padding: 6px; background-color: #0099ff;”><span style=”color: #ffffff;”>E FRED JORGE CRIOU CELLY CAMPELLO!</span></h3> <div style=”padding: 6px; background-color: #0099ff;”><span style=”color: #ffffff;”>No auge do sucesso, em 1965, a música teve uma versão no Brasil, gravada por Agnaldo Timóteo. Como costuma ocorrer com as

POÇO DE TEIMOSIA, ARROGÂNCIA E GROSSURA

Ninguém seria insano a ponto de colocar no mesmo saco João Saldanha e o atual técnico brasileiro, pois todos sabem que, como pessoa ou treinador de futebol, seria necessário dissolver dez ou doze Dungas para obter meio Saldanha. O que se deseja lembrar é que treinador de futebol costuma ser poço de arrogância, teimosia e grossura. Alguns deles: Leão e Felipão (de cuja genética saiu Dunga), Paulo Amaral (brigão emérito), Telê (teimoso até a medula), Evaristo, Luxemburgo (a pose em pessoa) e Muricy (imbatível em presunção). Carlos Alberto Parreira, parece-me, só confirma a regra: é um homem educado, a quem o técnico da França deixou de mão estendida. Prova de que o futebol merece Dunga, não Parreira (foto).

UM RISCO PARA NOSSAS CRIANÇAS

O viés autoritário era visível em Saldanha (foto) – para mim o homem que revolucionou o futebol (embora a mesmice voltasse, quando ele se afastou). Creio, sem querer passear pelo espaço da psicologia, ser isto normal. Tanto assim que (até que as mulheres ousassem entrar em campo) se repetia a frase calhorda “futebol é pra homem”, numa alusão à grossura que impera nesse esporte. Se futebol é mesmo assim, Dunga é seu símbolo, pois a terra dele é famosa pela exaltação dos machos, ao menos é o que diz o folclore gaúcho. E o técnico aplicou tapas na própria cara, para provar que é macho de verdade, bradando, raivoso, entre tabefes, ter “cara de homem”. Homem ridículo, sim, com risco de ser exemplo para nossas crianças.


(O.C.)