Joe Biden fala sobre os resultados das eleições, ao lado da candidata à vice-presidência Kamala Harris em Wilmington, Delaware, EUA
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O candidato democrata Joe Biden será o novo presidente dos Estados Unidos, segundo cálculos de meios de comunicação norte-americanos, depois de ter conseguido os 20 votos do  estado da Pensilvânia. Dados da agência Reuters apontam que o democrata tem, até agora, 273 delegados, enquanto o republicano Donald Trump conquistou 214.

Joe Biden foi vice-presidente dos Estados Unidos no governo de Barak Obama e será o presidente mais velho a assumir a Casa Branca, aos 78 anos. Com a vitória de Biden, Kamala Harris será a primeira mulher negra a tornar-se vice-presidente dos EUA. A população votou até última a terça-feira (3). A contagem de votos ainda não foi finalizada e pode ser contestada por ações judiciais, mas não deverá ocorrer reviravolta.

Rosivaldo Pinheiro diz que conjunto da Câmara de Vereadores se perdeu no processo
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Nas outras partes do mundo, os líderes se renderam à realidade imposta pelo vírus e assumiram os seus papéis e responsabilidades, ajudando na redução da curva da covid-19, enquanto aqui o presidente brasileiro passou a ser o principal obstáculo para a recuperação do nosso país ante a pandemia.

Rosivaldo Pinheiro || rpmvida@yahoo.com.br

O Brasil vive uma tragédia humanitária. O número de mortos pela covid-19 aumenta exponencialmente no país. O isolamento social tem sido o caminho apontado pelos especialistas da saúde e pesquisadores como o único capaz de ajudar no enfrentamento à doença até que seja encontrada a vacina. Não nos torna imunes, mas causa uma desaceleração da contaminação e, consequentemente, possibilita um ordenamento dos serviços de saúde para que, à medida que adoecermos, exista disponibilidade de vagas nas unidades hospitalares.

O vírus acaba provocando a desaceleração da economia e criando uma falsa ideia de que o isolamento seja o responsável pela crise. A confusão acontece no Brasil e em outros países. É preciso compreender que esse problema aconteceria tanto aplicando ou não o isolamento. Retornar à normalidade na fase atual traria um descontrole no número de casos, caos na saúde e ainda mais mortes – e, consequentemente, mais prejuízo econômico.

No mundo ainda percebemos grupos de negacionistas. Eles desprezam a ciência e argumentam que é “necessário tirar a economia do coma”. Por essa analogia, é preciso compreender que a fase atual exige colocar o paciente (economia) em “coma induzido” e ligar os aparelhos (ações dos governos) como parte do tratamento para recuperá-lo. O governo federal, alinhado com estados e municípios, precisa formular políticas públicas para o enfrentamento da pandemia, cuidando das pessoas, para poder, somente assim, salvar a economia.

Sabemos que até o início de março o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, faziam parte dessa corrente negacionista. Mas, após verem o efeito destruidor do novo coronavírus na Itália e na Espanha, mudaram de posição, principalmente após o primeiro-ministro inglês ser atingido pelo vírus.

Por essa demora na aceitação científica, os líderes computam hoje milhares de mortos em seus países – EUA com mais de 83 mil óbitos e Reino Unido com mais de 33 mil. Após a catástrofe chegar às suas nações, ambos os governos foram obrigados a se juntarem ao bloco de países que foram buscar na teoria keynesiana o centro principal da adoção de medidas. O estado voltou a ser o responsável pela indução da economia e, portanto por manter o nível mínimo da atividade econômica, renda para os seus cidadãos e as demais providências socioeconômicas.

Infelizmente, aqui no Brasil o presidente Jair Bolsonaro participava do mesmo movimento negacionista e, mesmo sabendo dos números da doença nos países liderados pelos seus ex-aliados da corrente, permanece até hoje se opondo à ciência e ajudando a impor dificuldade na adoção das medidas necessárias para enfrentarmos esse trágico momento na vida da sociedade brasileira.

Nas outras partes do mundo, os líderes se renderam à realidade imposta pelo vírus e assumiram os seus papéis e responsabilidades, ajudando na redução da curva da covid-19, enquanto aqui o presidente brasileiro passou a ser o principal obstáculo para a recuperação do nosso país ante a pandemia. Temos hoje, sozinhos, mais casos do que os outros 11 países da América do Sul e o território da Guiana Francesa juntos.

O presidente parece viver num mundo próprio, onde não enxerga muita coisa à sua frente, nem o desespero das 12.484 famílias (até o fechamento desse artigo, nesta quarta, 13) que perderam seus familiares no seu próprio país, nem a obviedade da necessidade de segurar as rédeas agora para, o mais breve possível, voltarmos a movimentar a economia sem a preocupação de morrermos por essa doença.

Rosivaldo Pinheiro é especialista em Planejamento de Cidades (Uesc) e economista.

Jaques Wagner tem conta de Whatsapp clonada || Foto Pimenta/Arquivo
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O senador Jaques Wagner, ex-governador da Bahia, considera o presidente Jair Bolsonaro o maior importador do novo coronavírus para o Brasil ao ter viajado aos Estados Unidos para encontro com Donald Trump. A viagem ocorreu em período não recomendado. A comitiva do presidente Bolsonaro retornou ao país com mais de 20 infectados.

– O exemplo deveria vir de cima, mas o maior importador do vírus foi o presidente. Na delegação dele tem mais de 20 que voltaram de lá com coronavírus. A ideia de ir lá naquele momento era infeliz, tanto que o volume de contaminados foi grande – disse Wagner em entrevista a Mário Kertész, na Rádio Metrópole.

Wagner criticou o presidente, mas fez ressalva quanto ao comportamento do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM). Para o senador, o ministro age de forma equilibrada e seria o responsável por fazer o presidente “parar de ficar de brincadeirinha” em relação ao coronavírus.

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Luciano Veiga

 

 

A resposta talvez esteja em “quem não sabe comunicar, se trumbica”, ou seja, não basta se comunicar é preciso SABER SE COMUNICAR.

 

O velho guerreiro Chacrinha já dizia “quem não se comunica, se trumbica”. No mundo midiático em que vivemos, o nosso querido Guerreiro, se aqui estivesse, talvez acrescentaria ao seu jargão a frase “Quem não sabe comunicar, se trumbica”.

A comunicação no universo político viveu nos últimos tempos forte influência do marketing. Quem não se lembra que as últimas eleições foram marcadas com um modelo, que podemos denominar candidato produto. Os marqueteiros acostumados a trabalhar com produtos, tornando-os conhecidos e desejados pelos consumidores, fizeram o mesmo com os candidatos. Pesquisas qualitativas davam o contorno das propostas, do vestir, do falar, do agir, construindo um slogan “eu faço, eu quero, eu posso”.

No período Donald Trump, a mídia social ganha espaço, que seja pela universalização destes veículos de comunicação, do linguajar do pessoal às redes sociais, criando seguidores e devotos em um sistema que chega a todos, quebrando barreiras. Denominada como comunicação direta, foi também protagonizada no Brasil nas últimas eleições.

O que virou cartão de visita, tem-se transformado no cartão de saída.

No Brasil, dizemos quando o candidato é eleito, o mesmo precisa descer do palanque. Hoje, nos tempos modernos, podemos dizer que o mesmo precisa deixar de twittar e dar espaço à comunicação institucional, afinal, a sua comunicação passa a ser inerente ao cargo que ocupa e à instituição que representa.

As mídias sociais, consideradas pelos críticos como terras de ninguém, têm provocado vítimas entre celebridades, atores, desportistas, políticos e outros, que têm as suas vidas íntimas devassadas, na maioria das vezes quando eles mesmos postam textos e vídeos polêmicos.

Hoje, já se faz uma nova interpretação de preservação de imagem. Vale a pena ter milhares de seguidores ou ter a vida de volta e a instituição preservada? A resposta talvez esteja em “quem não sabe comunicar, se trumbica”, ou seja, não basta se comunicar é preciso SABER SE COMUNICAR.

Daí, como o mundo gira rápido e os valores acompanham estes movimentos, e todo movimento em regra parte de um eixo, logo, o giro volta ao marco inicial. Voltamos então ao que dizia os senhores e senhoras na porta de casa, na calçada ou na janela, valores se constrói a partir de casa e se consolida na sociedade. E cuidar destes valores não tem preço.

Assim como dizia a minha saudosa mãe, cuidado com o que fala, pois as palavras são como pregos, deixam as suas marcas na tábua.

Luciano Veiga é administrador e especialista em Planejamento de Cidades (Uesc) e, Atualmente, secretário executivo da Amurc e do CDS-LS.

*Trumbicar – “Diz-se da ação de copular ou do ato de e prejudicar com algo, “se dar mal”.

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Sócrates Santana

 

 

A falta de cordialidade do presidente empossado Jair Bolsonaro e o seu empenho de realizar uma cruzada ideológica contra os vermelhos incluiu no seu alvo o maior destino da exportação brasileira, a China. O resultado: o presidente da Câmara de Indústria e Comércio Brasil-China, Charles Tang, confirmou que seu país colocou o Brasil em stand by.

 

A mais enraizada e consensual tradição da família brasileira está sendo violentada pelo novo governo: a cordialidade. Ao menos, desta maneira conceituou um dos mais importantes pensadores da formação do povo brasileiro, o sociólogo Sérgio Buarque de Holanda. Segundo o autor da célebre obra Raízes do Brasil, a cordialidade revela a vontade da família brasileira aproximar o que é distante do nível do afeto. O “homem cordial” é, portanto, um artifício, encrustado em nossa formação enquanto povo. É por isso que Sérgio Buarque disse, também, que: “a contribuição brasileira para a civilização será o homem cordial”. Uma promessa conjugada verbalmente no tempo do futuro do presente do indicativo.

A emissão de um telegrama à ONU do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, pôs em risco o prelúdio do pensador brasileiro com o fim da participação brasileira no Pacto Global para a Migração. Uma decisão, ideologicamente contaminada, tomada pelo presidente recém empossado, Jair Bolsonaro, que colocou 3.083.255 brasileiros que vivem no exterior a mercê de um benefício internacional, não sendo o país mais “signatário do pacto global para migração segura, ordenada e regular”.

O fato é que o Brasil não tem um problema sério de migração. Ou seja: estrangeiros que moram no Brasil são poucos proporcionalmente aos brasileiros que vivem no exterior. Temos uma parcela muito pequena da nossa população composta por migrantes, são cerca de 0,4% de migrantes chegando no Brasil, e temos muito mais brasileiros vivendo no exterior do que estrangeiros vivendo no nosso país. Então, a saída do pacto prejudica mais os brasileiros do que a permanência no pacto.

Obviamente, a decisão não é uma atrapalhada do presidente Jair Bolsonaro. É um risco mal calculado por quem não governa para todos, mas apenas para os 57.796.986 de brasileiros que votaram nele. Eu vou explicar o meu argumento e mostrar como o cálculo do Palácio do Planalto é baseado no resultado das urnas. O presidente Jair Bolsonaro sabe que o número de brasileiros no exterior não representa necessariamente a totalidade dos brasileiros residentes nos 120 países dos 193 membros da ONU que assinaram o Pacto Global para Migração, mas, simplesmente, menos da metade.

Coincidência ou não, o maior número de brasileiros no exterior reside nos EUA. Um total de 48%. Os brasileiros de Miami garantiram uma vitória esmagadora de Bolsonaro no exterior. Esses dados mostram como as decisões do presidente Jair Bolsonaro são tendenciosas e ideologicamente contaminadas pelo mapa eleitoral. A decisão, portanto, não é fruto de uma atrapalhada e uma decisão sem fundamento. É uma decisão de quem resolveu apostar todas as fichas no segundo maior importador do Brasil. Este, talvez, seja outro risco mal calculado pelo presidente Jari Bolsonaro.

Hoje, os EUA correspondem a apenas 16% das exportações brasileiras, enquanto os chineses, por exemplo, correspondem a mais de 30%. Todos os indícios da política internacional do governo empossado apontam para uma busca desenfreada e de alinhamento com o Tio Sam. Mas, todos os números da economia brasileira mostram como o governo americano busca ocupar espaços e concorrer com os produtos de exportação do Brasil, que sofrem ainda mais com a redução do dólar.

Enquanto isso, o presidente norte-americano, Donald Trump, celebra o crescimento das exportações de carne dos EUA para o Brasil que, desde 2003, não vendia para o país sulamericano. Aliás, o Brasil pode se preparar para uma concorrência maior dos Estados Unidos no setor de carnes em 2019. A produção e exportação deverão ser recordes em alguns dos setores de proteína deste país, concorrente direto do Brasil. Uma das apostas dos americanos é exatamente a China, com quem selou recentemente uma trégua na guerra comercial. Mas, só que não…

A falta de cordialidade do presidente empossado Jair Bolsonaro e o seu empenho de realizar uma cruzada ideológica contra os vermelhos incluiu no seu alvo o maior destino da exportação brasileira, a China. O resultado: o presidente da Câmara de Indústria e Comércio Brasil-China, Charles Tang, confirmou que seu país colocou o Brasil em stand by. Tradução: bye, bye US$ 19 bilhões em soja vendidas para a China. Ou pior: zài jiàn 80% de toda a soja produzida por fazendeiros brasileiros comprada pelos chineses.

“A verdadeira força moral da Casa de Rio Branco” está em pânico com tamanhos disparates e mostrou em manifestação pública a sua preocupação sobre o futuro sem cordialidade do Itamaraty brasileiro. O presidente Jair Bolsonaro e o chanceler Ernesto Araújo precisam da razão esclarecedora do homem cordial, segundo Sérgio Buarque, inspirado em caminhos sem muros, mas, cheios de fronteiras para aproximar quem precisa “viver nos outros” e não suporta o peso da individualidade.

Para alguns, estabelecer fronteiras significa apenas divisão e construção de muros para separar pais e filhos, a exemplo de Donald Trump em relação aos imigrantes mexicanos. Para outros, erguer fronteiras significa garantir a unidade de pontos diversos, a exemplo da Grande Muralha da China, que gerou emprego e, principalmente, uniu sete reinos em um país. Para os brasileiros, as fronteiras são possibilidades de amarrarmos a nossa soberania com os laços do coração, aproximando a civilidade do diálogo permanente com o outro, dando uma chance para todos recomeçarem, imigrantes ou não, brasileiros ou não, eleitores de Bolsonaro ou não.

Sócrates Santana é jornalista e brasileiro. Atualmente, atua como mentor de startups e gestor de inovação para o Governo da Bahia.

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Trump assume presidência dos Estados Unidos  (Foto Shawn Thew /EPA/Lusa).
Trump assume presidência dos Estados Unidos (Foto Shawn Thew /EPA/Lusa – Arquivo).

O novo mandatário dos EUA, Donald Trump, está sendo empossado, neste momento, como o 45º presidente dos Estados Unidos, junto com o vice-presidente eleito Mike Pence. Eles estão prestando juramento ao juiz John Roberts, que preside a solenidade. A cerimônia, que está sendo transmitida ao vivo para todo o mundo, ocorre no Capitólio, o prédio do Congresso norte-americano. Segundo os organizadores, entre 900 mil e 1 milhão de pessoas, vindas de todo o país e do exterior, estão em Washington para assistir à posse.

Poucos minutos antes da posse, ativistas mascarados destruíram carros e quebraram vidraças de lojas em ruas da capital norte-americana, longe do Capitólio. Eles levaram bandeiras anarquistas pretas e cartazes com os dizeres: “Junte-se à resistência. Lute agora”. A polícia usou spray de pimenta para evitar que os ativistas continuassem com as depredações nas ruas. Da Agência Brasil.