Em dezembro de 2021, chuva atingiu milhares de empresas no sul e extremo-sul da Bahia || Foto Pimenta/Arquivo
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O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, fez um alerta contundente para a gravidade da situação climática global e pediu ação urgente para evitar o caos climático. Guterres fez o alerta em transmissão de vídeo na abertura da Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima (COP27).

A cúpula reúne, até o dia 18 de novembro, em Sharm el-Sheikh, no Egito, representantes oficiais de governos e da sociedade civil para discutir maneiras de enfrentar e se adaptar às mudanças climáticas. Guterres citou o relatório, lançado pela Organização Meteorológica Mundial (WMO, na sigla em inglês), órgão ligado à ONU.

“O último relatório global é de caos climático crônico. Como a WMO mostrou claramente, mudanças em velocidade catastrófica vão devastar vidas em todos os continentes. Os últimos oito anos foram os mais quentes registrados, fazendo cada onda de calor mais intensa, especialmente para as populações vulneráveis. O nível do mar está subindo duas vezes a velocidade do que nos anos 1990, ameaçando países insulares e bilhões de pessoas nas faixas costeiras”, disse o secretário-geral das Nações Unidas.

Outro problema apontado pelo relatório e citado por Guterres é o derretimento de geleiras em todo o mundo, o que contribui para elevar ainda mais o nível do mar, ao mesmo tempo em que afeta o abastecimento de água doce de muitos países.

“Geleiras estão derretendo, ameaçando a segurança hídrica de continentes inteiros. Pessoas e comunidades devem ser protegidas da imediata e crescente emergência climática. Por isso, nós estamos pressionando tanto por um sistema universal de alerta dentro de cinco anos. Nós temos que responder aos sinais de sofrimento do planeta com ação, ambição e credibilidade. A COP27 é o lugar e o momento”, concluiu Guterres.

RELATÓRIO

O documento da WMO apresentado na abertura da COP27 traz alertas dramáticos sobre o aquecimento global e seus impactos sobre todo o planeta, o que afetará bilhões de pessoas.

“Os sinais e impactos das mudanças climáticas estão se tornando mais dramáticos. O ritmo de elevação do mar dobrou desde 1993. Subiu 10 milímetros desde janeiro de 2020 para um novo recorde este ano. Os últimos dois anos e meio contribuíram para 10% do total de elevação do mar desde quando se começou a medir por satélites, cerca de 30 anos atrás”, apontou o relatório.

A WMO também alertou para um aquecimento global atual acima dos níveis que existiam antes da era pré-industrial, no século 19, e considerou que uma nova onda de calor deve atingir o mundo em breve.

“A temperatura global em 2022 é atualmente estimada em cerca de 1,15 grau celsius (°C) acima do que havia de média pré-industrial em 1850-1900. A média para o período 2013-2022 é  estimada em 1,14°C acima do patamar pré-industrial. Isso se compara com o aumento de 1,09°C de 2011 a 2020, conforme estimado pelo sexto relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês)”, destacou o documento da WMO.

Contrato assinado por Marcone e CVR acaba com "lixão" em Itajuípe || Fotos WNSul e Divulgação
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A Prefeitura de Itajuípe e a CVR Costa do Cacau assinaram o contrato para a destinação correta de resíduos, que marca o fim do lixão no município. Os resíduos serão enviados ao aterro sanitário da CVR, numa área da 75 hectares às margens da rodovia Ilhéus-Itabuna. A empresa contratada pelo município é a única do sul da Bahia credenciada pelo Inema e pelo Ibama para esse serviço, que atende as determinações do Plano Nacional de Saneamento.

No ato de assinatura, o prefeito de Itajuípe, Marcone Amaral , destacou que se tratava de data histórica para o município. “Vamos acabar com o lixão e ter a oportunidade de colocar os resíduos num local adequado e também de fortalecer a coleta seletiva nas residências. É o primeiro passo para que Itajuípe evolua na conservação ambiental, com o desenvolvimento sustentável”.

De acordo com o secretário de Agricultura e Meio Ambiente, Vinicyus Costa Guimarães, o processo vai diminuir bastante o impacto ambiental e fazer com que a população se sinta envolvida através da coleta seletiva de lixo. “A destinação correta de resíduos vai além da questão ambiental e da atração de novos empreendimentos, porque retira famílias que viviam no lixão e lhes proporciona uma vida digna”, disse o secretário de Desenvolvimento Econômico, Renato Ramos Junior.

Itajuípe é a terceira cidade sul-baiana a assinar contrato com a CVR Costa do Cacau, que já recebe os resíduos de Itabuna e Ibicaraí, além de empresas privadas. “A partir de Itajuípe, poderemos efetivar contratos com outras prefeituras que fazem parte da Amurc. É importante destacar ainda que nossa relação com os municípios é de parceria, trabalhando as questões sociais e ambientais, que a educação e o incentivo à coleta seletiva”, ressalta o gerente comercial Mauricio Ramos Sena.

IMPLANTAÇÃO DA COLETA SELETIVA

Também foi assinado um convênio com a ONG Protetores dos Animais de Itajuípe (Paita), que vai absorver os sete trabalhadores do lixão, com salário pago pelo município, e realizar a coleta seletiva, com renda destinada aos cuidados de cerca de 120 cães e gatos.

A presidenta da Paita, Alba Valette, comemorou. “A ampliação da coleta seletiva, com o apoio da Prefeitura e da CVR vai garantir o nosso trabalho em defesa dos animais, permitindo a compra de ração e medicamentos”.

Para agilizar a coleta seletiva, a CVR Costa do Cacau está doando duas ecobikes, três ecopontos e uma mesa separadora, e a Prefeitura de Itajuípe doou uma caçamba. A meta é coletar 30 toneladas mês de material reciclável.

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Uesc tem boa avaliação em cursos de pós-graduação
Uesc tem boa avaliação em cursos de pós-graduação|| Foto Jonildo Glória

Quatro programas de Pós-graduação da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) mantiveram ou aumentaram seus conceitos, atingindo 5 na avaliação feita pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), vinculada ao Ministério da Educação, referente ao período 2013 a 2016. Trata-se dos Programas de Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente, Ecologia, Conservação da Biodiversidade, Zoologia e Genética e Biologia.

A avaliação do Sistema Nacional de pós-graduação é realizada periodicamente pela Capes, com a participação da comunidade acadêmico-científica, por meio de consultores num processo que assegura a qualidade dos cursos de mestrado e doutorado no país.

A avaliação quadrienal da qualidade acadêmica da pós-graduação, além de ser fundamental à manutenção do funcionamento dos programas, é um indicador de qualidade, embasando as políticas governamentais e institucionais para o crescimento qualitativo e quantitativo dos cursos.

Os cursos de pós-graduação da UESC obtiveram avanços nesta primeira etapa da avaliação, como por exemplo, os programas de Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente, Ecologia e Conservação da Biodiversidade e Zoologia, que saíram do conceito 4 para o conceito 5. Outros cursos mantiveram o mesmo patamar de avaliação em relação à avaliação anterior, como o curso de Genética e Biologia Molecular, nível de mestrado e doutorado, que possui conceito 5.

Um dos diferenciais desta avaliação da Capes foi a reserva de um período para análise exclusiva dos mestrados profissionais. O Mestrado Profissional em Formação de Professores da Educação Básica foi avaliado com conceito 4 e os demais mestrados profissionais, vinculados à Universidade, obtiveram avaliações semelhantes aos períodos anteriores.

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Deborah e José Carlos desenvolveram estudo sobre mata atlântica (Fotomontagem Pimenta).
Deborah e José Carlos desenvolveram estudo sobre mata atlântica (Fotomontagem Pimenta).
Um estudo desenvolvido pelos professores José Carlos Morante Filho e Deborah Faria, ambos doutores e membros do Departamento de Ciências Biológicas da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), foi capa da Ecology, edição de dezembro. A publicação é das revistas mais prestigiadas na área de ecologia em todo o mundo. José Carlos e Deborah são pesquisadores do Laboratório de Ecologia Aplicada à Conservação (LEAC) da universidade pública sul-baiana.

O trabalho dos pesquisadores mostra, através da construção e teste de um complexo modelo de interações ecológicas, que o desmatamento da Mata Atlântica leva a um aumento no dano foliar causado por insetos”, opina a professora Fernanda Gaiotto. De acordo com os autores do estudo, esse efeito ocorre porque, quando uma determinada região é desmatada, a floresta que resta sofre profundas modificações em consequência da perda de árvores grandes e altas.

Os professores José Carlos Morante Filho e Deborah Faria assinalam que “em particular, a floresta se torna mais fina, mais baixa e mais rala, e este novo ambiente favorece a proliferação de populações de insetos herbívoros que consequentemente aumentam o consumo de plantas”. O trabalho mostra, com clareza, a maneira pela qual o desmatamento modifica determinados processos ecológicos que são importantes para o funcionamento das florestas tropicais.

Neste estudo, o aumento do dano foliar causado pelos insetos herbívoros pode ainda influenciar a regeneração das populações de plantas e de toda a floresta, uma vez que, para crescerem e reporem os adultos, estas plantas terão que vencer a pressão de consumo imposta pelos insetos.

Esta pesquisa foi desenvolvida dentro da Sisbiota, uma rede de pesquisa financiada pelo CNPq e coordenada pela doutora Deborah Faria, e contou com a colaboração de pesquisadores de universidades do México, Holanda e Alemanha.

São coautores do trabalho, publicado no volume 97 da revista Ecology , de 12 de Dezembro de 2016, nas páginas 3315 a 3325, os doutores Víctor Arroyo-Rodríguez, do Instituto de Investigaciones en Ecosistemas y Sustentabilidad, Universidad Nacional Autónoma de México, Morelia, Michoacán, México; Madelon Lohbeck, do Floresta Ecologia e Grupo de Gestão Florestal, Universidade de Wageningen, Países Baixos e Teja Tscharntke, do Agroecologia, Georg-August-Universidade de Göttingen, Alemanha.

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Representantes da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB) e da Central Nacional dos Produtores de Cacau (CNPC) se reúnem nesta segunda-feira (16) para discutir a proposta da Conservação Produtiva como alternativa de desenvolvimento regional.  O encontro, marcado para as 14 horas, na sede do Sindicato Rural de Itabuna, terá a participação de dirigentes da Ceplac, Ifba, Sindicato Rural e Prefeitura de Itabuna, entre outras instituições.

De acordo com o coordenador do CNPC, Wallace Setenta, a discussão foi sugerida pelo reitor da UFSB, Naomar Almeida, que pretende aprofundar o conhecimento da Conservação Produtiva, com a perspectiva de inseri-la como objeto de pesquisas da universidade. Pensamento semelhante tem a direção do Instituto Federal da Bahia, campus de Ilhéus, que pretende criar um curso com foco no tema.

A Conservação Produtiva é uma proposta de ação que prevê, como o nome sugere, a conservação de recursos naturais abrigados nas plantações de cacau, sob árvores nativas da mata atlântica. Ao mesmo tempo, permite o aumento da produtividade, ao estabelecer parâmetros mínimos para a incidência de luz sobre as plantas.

O modelo prevê ainda a comercialização de ativos ambientais capazes de servir como garantia em operações de crédito junto a instituições financeiras, “o que pode ser a solução para o endividamento dos produtores de cacau”, aposta Setenta.

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Alunos de projeto do Instituto Sofrê aprendem a fabricar vassouras.
Alunos de projeto do Instituto Sofrê aprendem a fabricar vassouras de material reciclado.

A pequena Itagibá, no sul da Bahia, encontrou solução para um problema sério ao meio ambiente. Prefeitura, mineradora Mirabela e o Instituto Sofrê capacitaram pessoas para transformar garrafas PET em vassouras em uma minifábrica experimental.
Selecionados em comunidades carentes, os alunos vão produzir vassouras ecológicas. Parte da produção será adquirida pelo próprio município. O projeto, segundo os coordenadores, é embrionário de uma cooperativa.
O município, segundo o prefeito Marcos Barreto (Marquinhos), quer implantar a coleta seletiva e avançar no processo de reciclagem, com o Programa Municipal de Coleta Seletiva e Reciclagem de Resíduos Sólidos.
Cosme Nunes, que responde pela Pasta do Meio Ambiente, diz que estas pessoas serão envolvidas em programas municipais de inclusão sócio-produtiva.
O projeto também mostra como a interação entre poder público, iniciativa privada e terceiro setor podem se juntar em busca de soluções.

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A seta aponta a árvore que cresce em cima da cabeça do prefeito (Foto Melck Rabelo).

O Palácio Paranaguá, sede da prefeitura de Ilhéus, é um dos vários e belos patrimônios arquitetônicos do município sul-baiano. E, nestes últimos tempos, vem chamando a atenção de nativos e de turistas por um detalhe que impressiona: uma árvore de espécie desconhecida cresce, frondosa, no teto da construção centenária.

Não se trata de nenhum experimento científico. É desleixo mesmo. Newton Lima até pensou em acionar o seu fiel escudeiro Carlos Freitas, secretário de Serviços Urbanos, para ordenar a derrubada da plantação. Desistiu ao imaginar Carlinhos trepado na árvore e a forte reação dos ambientalistas Ruy Rocha, do Floresta Viva, e Socorro Mendonça, do Ação Ilhéus. A foto é de Melck “Sadan” Rabelo.